Scielo RSS <![CDATA[Revista de Estudios Sociales]]> http://www.scielo.org.co/rss.php?pid=0123-885X20250004&lang=en vol. num. 94 lang. en <![CDATA[SciELO Logo]]> http://www.scielo.org.co/img/en/fbpelogp.gif http://www.scielo.org.co <![CDATA[Technopolitics and Extremist Configurations in the Age of Digital Platforms]]> http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0123-885X2025000400003&lng=en&nrm=iso&tlng=en Resumo: Como artigo de abertura do dossiê “Configurações extremistas na América Latina na era das plataformas digitais”, este texto desenvolve uma reflexão teórico- analítica sobre a reconfiguração do extremismo contemporâneo, considerando a dataficação da vida, a plataformização e a governamentalidade algorítmica no recente contexto populista. Argumenta-se que a crescente polarização político-populista e a consequente radicalização de discursos são intensificadas pelo uso massivo de plataformas digitais, que reconfiguram modos de subjetivação e influenciam diretamente processos políticos e mobilizações societárias. Metodologicamente, mobiliza-se um referencial teórico interdisciplinar para discutir como as dinâmicas algorítmicas promovem engajamento por meio de afetos segregativos, favorecendo a ampliação de discursos extremistas. A partir dessa revisão e da consideração de processos políticos recentes, exploram-se três hipóteses: a instrumentalização da crítica ao establishment, o tecnicismo político e a construção de uma polarização radical como estratégia de mobilização. Como proposta teórico-analítica, os resultados desta discussão sustentam que as grandes corporações tecnológicas desempenham papel central na formação da opinião pública, ao estruturar espaços de comunicação digital que incentivam antagonismos e reforçam padrões de interação polarizados. Indicam, ainda, que a governamentalidade neoliberal, sustentada por essas tecnologias, fomenta uma racionalidade concorrencial que se expressa na ascensão de discursos populistas e no fortalecimento de ideologias extremistas. A originalidade desta reflexão reside na busca por uma articulação entre distintas teorias e conceito para compreender o papel das plataformas digitais na dinâmica política contemporânea, sobretudo na reconfiguração do extremismo. Assim, ao demonstrar a interdependência entre tecnopolítica e extremismos, este artigo contribui para os debates sobre os desafios da democracia na era digital e no atual momento populista, ressaltando a necessidade de uma abordagem crítica para enfrentar os impactos sociais das infraestruturas algorítmicas.<hr/>Resumen: Como artículo de apertura del dosier “Configuraciones extremistas en América Latina en la era de las plataformas digitales”, este texto desarrolla una reflexión teórico-analítica sobre la reconfiguración del extremismo contemporáneo, considerando la datificación de la vida, la plataformización y la gubernamentalidad algorítmica en el reciente contexto populista. Se argumenta que la creciente polarización político- populista y la consecuente radicalización de discursos se intensifican con el uso masivo de plataformas digitales, que reconfiguran modos de subjetivación e influyen directamente en procesos políticos y movilizaciones sociales. Metodológicamente, se moviliza un referencial teórico interdisciplinario para discutir cómo las dinámicas algorítmicas promueven la participación a través de afectos segregativos favoreciendo la expansión de discursos extremistas. A partir de esta revisión y de la consideración de procesos políticos recientes, se exploran tres hipótesis: la instrumentalización de la crítica al establishment, el tecnicismo político y la construcción de una polarización radical como estrategia de movilización. Como propuesta teórico-analítica, los resultados de la presente discusión sostienen que las grandes corporaciones tecnológicas desempeñan un papel central en la formación de la opinión pública estructurando espacios de comunicación digital que incentivan antagonismos y refuerzan patrones de interacción polarizados. Asimismo, indican que la gubernamentalidad neoliberal, sostenida por estas tecnologías, fomenta una racionalidad competitiva que se traduce en el ascenso de discursos populistas y en el fortalecimiento de ideologías extremistas. La originalidad de esta reflexión reside en la búsqueda de una articulación entre distintas teorías y conceptos para comprender el papel de las plataformas digitales en la dinámica política contemporánea, sobre todo en la reconfiguración del extremismo. Así, al demostrar la interdependencia entre tecnopolítica y extremismos, este artículo aporta a los debates sobre los desafíos de la democracia en la era digital y en el actual momento populista resaltando la necesidad de un enfoque crítico para enfrentar los impactos sociales de las infraestructuras algorítmicas.<hr/>Abstract: As the opening article of the dossier “Extremist Configurations in Latin America in the Era of Digital Platforms,” this paper offers a theoretical-analytical reflection on the reconfiguration of contemporary extremism, considering the datafication of life, platformization, and algorithmic governmentality within the recent populist context. It argues that growing political-populist polarization and the resulting radicalization of discourses are intensified by the massive use of digital platforms, which reshape processes of subjectivation and directly influence political processes and societal mobilizations. Methodologically, the study employs an interdisciplinary theoretical framework to discuss how algorithmic dynamics promote engagement through affects of exclusion, fostering the expansion of extremist discourses. Building on this review and recent political developments, the article explores three key hypotheses: the instrumentalization of anti-establishment criticism, political technicism, and the construction of radical polarization as a mobilization strategy. As a theoretical-analytical proposition, the discussion underscores the central role of major technology corporations in shaping public opinion, structuring digital communication spaces that promote antagonisms and reinforce polarized interaction patterns. Furthermore, it shows that neoliberal governmentality, sustained by these technologies, cultivates a competitive rationality that fuels the rise of populist discourses and strengthens extremist ideologies. The originality of this reflection lies in its effort to articulate diverse theories and concepts to explain the role of digital platforms in contemporary political dynamics, particularly in the reconfiguration of extremism. By demonstrating the interdependence between technopolitics and extremisms, this article contributes to debates on the challenges of democracy in the digital age and in the current populist moment, stressing the need for a critical approach to address the social impacts of algorithmic infrastructures. <![CDATA[Democracy and Freedom in Dispute on Social Media: An Analysis of the Attempted Coup in Brazil in 2023]]> http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0123-885X2025000400023&lng=en&nrm=iso&tlng=en Resumo: Este artigo tem como objetivo identificar as formações discursivas mobilizadas no debate público on-line, mais especificamente na plataforma X (antigo Twitter), pelos usuários apoiadores e contrários à tentativa de golpe no Brasil conhecida como “atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023”. Nessa ocasião, um grupo de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiu e depredou as sedes dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário brasileiros, com o intuito de contestar os resultados da eleição de 2022. Em uma sociedade digitalizada e plataformizada, o debate público on-line reflete as disputas políticas entre os grupos políticos, que buscam, por meio da publicação de conteúdos, influenciar a opinião pública e legitimar suas ações. A fim de compreender essa disputa, o artigo adotou uma estratégia metodológica em três etapas, que articulam técnicas computacionais de coleta de dados em plataformas digitais, análise de linguagem natural para identificar o posicionamento político dos usuários e modelagem de tópicos para formar clusters de termos, possibilitando o reconhecimento das principais formações discursivas presentes no debate on-line. O estudo se apoia nos referenciais teóricos e metodológicos da Teoria do Discurso de Ernesto Laclau e Chantal Mouffe para analisar o conflito entre grupos políticos antagônicos. Para a análise, a pesquisa focou no estudo da disputa pelo sentido dos termos “democracia” e “liberdade”, entendidos como pontos nodais em torno dos quais os grupos articularam suas práticas discursivas. Os resultados indicam que os grupos favoráveis aos atos reivindicam a legitimidade da revolta popular e da intervenção militar como forma de defesa da democracia e da liberdade como um dever patriótico. Por sua vez, os grupos contrários defendem a democracia como um argumento para caracterizar os manifestantes de “golpistas” e “terroristas”, exigindo a punição dos responsáveis, e concebem a liberdade dentro dos limites das normas constitucionais.<hr/>Resumen: El artículo tiene como objetivo identificar las formaciones discursivas movilizadas en el debate público en línea, más específicamente en la plataforma X (antes Twitter), por usuarios que apoyan y se oponen al intento de golpe de Estado en Brasil conocido como “actos antidemocráticos del 8 de enero de 2023”. En esa ocasión, un grupo de simpatizantes del expresidente Jair Bolsonaro invadió y vandalizó las sedes de los poderes Legislativo, Ejecutivo y Judicial brasileños, con el fin de impugnar los resultados de las elecciones de 2022. En una sociedad digitalizada y plataformizada, el debate público en línea refleja las disputas políticas entre grupos políticos, que buscan, a través de la publicación de contenidos, influir en la opinión pública y legitimar sus acciones. Para comprender esta disputa, el artículo adoptó una estrategia metodológica en tres etapas, que combinan técnicas computacionales para la recolección de datos de plataformas digitales, análisis del lenguaje natural con el fin de identificar la posición política de los usuarios y modelado de temas orientado a formar agrupamientos de términos, lo que permite el reconocimiento de las principales formaciones discursivas empleadas en el debate en línea. El estudio se basa en los referentes teóricos y metodológicos de la teoría del discurso de Ernesto Laclau y Chantal Mouffe para analizar el conflicto entre grupos políticos antagónicos. La investigación se centró en el estudio de la disputa sobre el significado de los términos democracia y libertad, entendidos como puntos nodales en torno a los cuales los grupos articulan sus prácticas discursivas. Los resultados indican que los grupos favorables a los hechos reclaman la legitimidad de la revuelta popular y la intervención militar como formas de defender la democracia y la libertad, y las consideran como un deber patriótico. A su vez, los grupos opositores defienden la democracia como argumento para caracterizar a los manifestantes como “golpistas” y “terroristas”, exigiendo el castigo de los responsables, y conciben la libertad dentro de los límites de las normas constitucionales.<hr/>Abstract: This article examines the discursive formations mobilized in the online public debate on X (formerly Twitter) by users who supported or opposed the attempted coup in Brazil, known as the “anti-democratic acts of January 8, 2023.” On that day, supporters of former president Jair Bolsonaro invaded and vandalized the headquarters of the Legislative, Executive, and Judicial branches in an effort to overturn the results of the 2022 elections. In a digitalized and platform-driven society, online debate mirrors political struggles between opposing groups, who use the circulation of content to influence public opinion and legitimize their actions. To investigate this dispute, the study adopted a three-stage methodological strategy: computational techniques to collect digital platform data, natural language processing to identify users’ political positions, and topic modeling to group terms and reveal the main discursive formations shaping the online debate. The analysis draws on Ernesto Laclau and Chantal Mouffe’s discourse theory to interpret the conflict between antagonistic political groups. The research focused on the contested meanings of democracy and freedom, understood as nodal points around which discursive practices are articulated. The findings indicate that groups supportive of the events framed popular revolt and military intervention as patriotic duties in defense of democracy and freedom, while opposing groups appealed to democracy to classify demonstrators as “coup plotters” and “terrorists,” demanding accountability and conceiving of freedom within constitutional boundaries. <![CDATA[Social Uprising and Conservative Awakening: Anti-Democratic Tactics and Digital Counteroffensive in Chile]]> http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0123-885X2025000400045&lng=en&nrm=iso&tlng=en Resumen: Este artículo analiza la radicalización de las posiciones políticas de corte conservador en Chile tras la irrupción del estallido social de 2019, lo que llamamos despertar conservador. Tras la crisis ante lo que pareciera ser un inminente avance del progresismo durante y en los primeros años después del estallido social, se observa un reempoderamiento de las fuerzas conservadoras en el país que adoptan repertorios de acción ya empleados anteriormente, pero también otros innovadores para defender sus intereses. En particular, este estudio pone foco en las tácticas de autopreservación de las élites políticas y económicas mediante el uso de repertorios de acción digitales antidemocráticos, tales como la amplificación inorgánica de apoyo a causas y personas, el sabotaje y amedrentamiento de grupos de coordinación política de sus opositores y la desinformación en plataformas digitales. A través de la revisión de los estudios recientes que se han realizado sobre el tema, se revela un cauce conducente al concepto de despertar conservador, compuesto por un eje político y otro sociotécnico. Se argumenta que estas tácticas constituyen un mecanismo de defensa, e incluso de reversión de avances sociales y valóricos en la perspectiva del progresismo. El fenómeno es entendido como la contraofensiva frente a la ampliación del umbral de concesiones políticas y sociales que se visualizaba en un futuro cercano, con los rumbos que se dibujaban, en el periodo estudiado (2019-2022) para solventar las fisuras sociales evidenciadas con el estallido social.<hr/>Abstract: This article analyzes the radicalization of conservative political positions in Chile following the outbreak of the 2019 social uprising-what we call the conservative awakening. In the face of a crisis triggered by what appeared to be the imminent advance of progressive forces during and in the first years after the uprising, conservative sectors regained strength by adopting both previously employed repertoires of action and new, innovative strategies to defend their interests. In particular, this study focuses on the self-preservation tactics of political and economic elites through the use of anti-democratic digital repertoires of action, such as the inorganic amplification of support for causes and individuals, the sabotage and intimidation of their opponents’ political coordination groups, and the spread of disinformation on digital platforms. Through a review of recent studies on the subject, the analysis reveals the path leading to the concept of conservative awakening, which rests on both political and socio- technical dimensions. It argues that these tactics function as mechanisms of defense and even reversal of social and value-based gains from a progressive perspective. The phenomenon is understood as a counteroffensive against the expansion of the political and social concessions threshold that seemed imminent during the period under study (2019-2022), as Chile confronted the social fractures exposed by the uprising.<hr/>Abstract: Este artigo analisa a radicalização das posições políticas conservadoras no Chile após a eclosão social de 2019, o que denominamos despertar conservador. Após a crise diante do que parece ser um avanço iminente do progressismo durante e nos primeiros anos após a eclosão social, observa-se um reempoderamento das forças conservadoras no país, adotando repertórios de ação já utilizados anteriormente, mas também outros inovadores para defender seus interesses. Em particular, este estudo se concentra nas táticas de autopreservação das elites políticas e econômicas por meio do uso de repertórios de ações digitais antidemocráticos, como a amplificação artificial do apoio a causas e pessoas, a sabotagem e intimidação de grupos de coordenação política de seus oponentes e a desinformação em plataformas digitais. Por meio da revisão de estudos recentes que vêm sendo realizados sobre o tema, revela-se um caminho que conduz ao conceito de despertar conservador, composto por um eixo político e outro sociotécnico. Argumenta-se que essas táticas constituem um mecanismo de defesa e até mesmo uma reversão dos avanços sociais e valorativos sob a perspectiva do progressismo. O fenômeno é entendido como a contraofensiva contra a ampliação do limiar de concessões políticas e sociais que se visualizou em um futuro próximo, com os rumos que foram traçados, no período estudado (2019-2022), para solucionar as fissuras sociais evidenciadas pela eclosão social. <![CDATA[From the Silicolonization of the World to Technoconservatism: The Revival of Brazilian Political Extremism in the 21st Century]]> http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0123-885X2025000400065&lng=en&nrm=iso&tlng=en Resumo: Com base na pesquisa realizada por Éric Sadin acerca da chamada “silicolonização do mundo”, este artigo propõe uma análise sobre a influência da racionalidade neoliberal estadunidense que potencializou o discurso empreendedor do Vale do Silício, nascido em 1970, a partir de um viés contracultural, que aderiu paulatinamente uma perspectiva conservadora, tratada por Nancy Fraser como reacionarismo neoliberal. Essa racionalidade foi conquistando um espaço cada vez mais significativo na política internacional, possibilitando que a extrema direita voltasse ao poder em diversos países no século 21, com o auxílio das plataformas digitais. No Brasil, emerge o tecnoconservadorismo construído por Olavo de Carvalho, que, desde o final da década de 1990, passou a articular segmentos difusos da extrema direita, alcançando uma enorme visibilidade e influência na opinião pública, sobretudo por meio da emergência das plataformas digitais e de um mercado editorial destinado a legitimar o seu discurso, por meio da tradução, publicação e difusão de livros que são utilizados como armas na guerra cultural. O texto, ancorado em uma perspectiva genealógica foucaultiana, está organizado em duas seções: na primeira, é apresentada uma genealogia dos discursos produzidos no Vale do Silício e seus distintos momentos históricos, identificando as forças que se encontravam em disputa à época; na segunda, são expostas as bases que sustentam o tecnoconservadorismo brasileiro, não apenas evidenciando sua relação com a extrema direita internacional, mas também apresentando uma cartografia composta por sujeitos, grupos e empresas que se reconhecem como conservadores. A investigação apresentada decorre de esforços destinados a compreender a articulação da extrema direita brasileira com a direita radical e ultrarradical de outros demais países, evidenciando sua relação com as plataformas digitais e seus modelos de negócio.<hr/>Resumen: A partir de la investigación realizada por Éric Sadin sobre la llamada silicolonización del mundo, este artículo propone un análisis de la influencia de la racionalidad neoliberal estadounidense que potencializó el discurso emprendedor de Silicon Valley, nacido en la década de 1970 a partir de un sesgo contracultural y que se adhirió progresivamente a una perspectiva conservadora tratada por Nancy Fraser como reaccionarismo neoliberal. Esta racionalidad fue conquistando un espacio cada vez más significativo en la política internacional, lo que ha permitido que la extrema derecha vuelva al poder en varios países en el siglo XXI, con la ayuda de las plataformas digitales. En Brasil, surge el tecnoconservadurismo construido por Olavo de Carvalho que, desde finales de la década de 1990, comenzó a articular segmentos difusos de la extrema derecha alcanzando una enorme visibilidad e influencia en la opinión pública, sobre todo, por medio de la emergencia de las plataformas digitales y de un mercado editorial destinado a legitimar su discurso, mediante la traducción, publicación y difusión de libros que son utilizados como armas en la guerra cultural. El texto, anclado en una perspectiva genealógica foucaultiana, se organiza en dos secciones: en la primera, se presenta una genealogía de los discursos producidos en Silicon Valley y sus distintos momentos históricos identificando las fuerzas que estaban en disputa en esa época; en la segunda, se exponen las bases que sustentan el tecnoconservadurismo brasileño, no solo evidenciando su relación con la extrema derecha internacional, sino también presentando una cartografía compuesta por sujetos, grupos y empresas que se reconocen como conservadores. La investigación es resultado de esfuerzos destinados a comprender la articulación de la extrema derecha brasileña con la derecha radical y ultrarradical de otros países, y pone de presente su relación con las plataformas digitales y sus modelos de negocio.<hr/>Abstract: Drawing on Éric Sadin’s research on the so-called “silicolonization of the world,” this article analyzes the influence of U.S. neoliberal rationality, which amplified Silicon Valley’s entrepreneurial discourse. Originating in the 1970s with a countercultural bent, this discourse gradually aligned with the conservative perspective that Nancy Fraser describes as neoliberal reactionism. This rationality has gained growing prominence in international politics, enabling the far right to return to power in several countries in the 21st century, aided by digital platforms. In Brazil, technoconservatism emerged through the work of Olavo de Carvalho who, beginning in the late 1990s, mobilized diffuse segments of the far right and achieved significant visibility and influence in public opinion. This influence expanded especially through the rise of digital platforms and a publishing market dedicated to legitimizing his discourse by translating, publishing, and disseminating books used as weapons in the cultural war. Anchored in a Foucauldian genealogical perspective, the article is organized into two sections. The first offers a genealogy of the discourses produced in Silicon Valley and their historical moments, identifying the forces at play. The second outlines the foundations of Brazilian technoconservatism, showing not only its connections with the international far right but also mapping the individuals, groups, and companies that identify as conservative. The study reflects efforts to understand how the Brazilian far right is articulated with the radical and ultra-radical right abroad, while also underscoring its ties to digital platforms and their business models. <![CDATA[Algorithmic Governmentality and Facial Recognition Technologies: Punitive Reconfigurations in the Brazilian Context]]> http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0123-885X2025000400085&lng=en&nrm=iso&tlng=en Resumo: Este artigo investiga as transformações das práticas punitivas contemporâneas no contexto social atual, no qual os dados e os algoritmos assumem um papel central nas dinâmicas de poder e controle. Procura-se responder à questão sobre qual é a função dos algoritmos nas práticas punitivas atuais e quais são os seus efeitos. Para isso, analisa-se o uso de tecnologias de reconhecimento facial na segurança pública brasileira, particularmente nos estados da Bahia e de Goiás. Por meio de revisão bibliográfica, explora-se o cenário biopolítico contemporâneo, marcado pela crise dos meios tradicionais de confinamento. Diante dessa crise, emergem novas formas de controle que se desvinculam das tecnologias carcerárias e estabelecem mecanismos de vigilância em espaços abertos, fundamentados em dispositivos securitários e na lógica da gestão de risco. Nesse contexto, os dados se tornam essenciais para as práticas punitivas, impulsionando o desenvolvimento de técnicas refinadas de vigilância. O artigo examina como os sistemas informáticos em rede capturam, processam e utilizam esses dados, investigando sua lógica e racionalidade. A pesquisa busca compreender como esses dispositivos podem produzir resultados enviesados, especialmente contra pessoas racializadas e em situação de vulnerabilidade de gênero. Os resultados evidenciam que (i) o uso dessa tecnologia apresenta viés discriminatório que reforça as desigualdades raciais e de gênero no contexto da vigilância; e (ii) essas tecnologias inflamam a vigilância e o gerenciamento de dados sob uma racionalidade pretensamente objetiva que, por fim, serve para criar perfis preditivos e proferir vereditos silenciosos sobre os sujeitos.<hr/>Resumen: Este artículo investiga las transformaciones de las prácticas punitivas contemporáneas en el contexto social actual, en el que los datos y los algoritmos asumen un papel central en las dinámicas de poder y de control. Se busca responder a la pregunta sobre cuál es la función de los algoritmos en las prácticas punitivas actuales y cuáles son sus efectos. Para ello, se analiza el uso de tecnologías de reconocimiento facial en la seguridad pública brasileña, particularmente en los estados de Bahia y Goiás. A partir de una revisión de literatura, se explora el escenario biopolítico contemporáneo, marcado por la crisis de los medios tradicionales de confinamiento. Ante esta crisis, surgen nuevas formas de control que se desvinculan de las tecnologías penitenciarias y establecen mecanismos de vigilancia en espacios abiertos, basados en dispositivos de seguridad y en la lógica de la gestión de riesgos. En este contexto, los datos se vuelven esenciales para las prácticas punitivas impulsando el desarrollo de técnicas de vigilancia refinadas. El artículo examina cómo los sistemas informáticos en red capturan, procesan y utilizan estos datos ahondando en su lógica y racionalidad. La investigación busca comprender cómo estos dispositivos pueden producir resultados sesgados, especialmente contra personas racializadas y en situación de vulnerabilidad de género. Los resultados muestran que (i) el uso de esta tecnología presenta un sesgo discriminatorio que refuerza las desigualdades raciales y de género en el contexto de la vigilancia; y (ii) estas tecnologías encienden la vigilancia y la gestión de datos bajo una racionalidad supuestamente objetiva que, finalmente, sirve para crear perfiles predictivos y pronunciar veredictos silenciosos sobre los sujetos.<hr/>Abstract: This article analyzes the transformations of contemporary punitive practices in today’s social context, where data and algorithms have assumed a central role in dynamics of power and control. It addresses the question of what role algorithms play in current punitive practices and what effects they generate. To this end, it examines the use of facial recognition technologies in Brazilian public security, with a focus on the states of Bahia and Goiás. Based on a review of the literature, the study explores the contemporary biopolitical landscape, marked by the crisis of traditional mechanisms of confinement. In response to this crisis, new forms of control have emerged that move beyond penitentiary technologies and establish surveillance mechanisms in open spaces, grounded in security devices and the logic of risk management. Within this framework, data become essential to punitive practices, driving the development of increasingly sophisticated surveillance techniques. The article investigates how networked computer systems capture, process, and deploy this data, examining the underlying logic and rationality. The research seeks to understand how these devices can produce biased outcomes, particularly against racialized individuals and those in situations of gender vulnerability. The findings indicate that (i) the use of this technology embeds a discriminatory bias that reinforces racial and gender inequalities in the context of surveillance; and (ii) these technologies intensify surveillance and data management under a supposedly objective rationality that ultimately generates predictive profiles and delivers silent verdicts on individuals. <![CDATA[The Problem of the Image on Social Media: Scrolling, Algorithmic Montage, and Trolls in Times of Resentment]]> http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0123-885X2025000400103&lng=en&nrm=iso&tlng=en Resumen: La pregunta de Walter Benjamin por las condiciones históricas de la percepción adquiere actualidad en una coyuntura signada por extremismos políticos que se sirven de las modalidades algorítmicas de distribución de las imágenes. Desde una perspectiva althusseriana atenta a la dimensión ideológica y subjetiva de la plataformización de la vida social, la hipótesis desarrollada en este artículo es que las redes sociales contribuyen a afianzar un modo tautológico de organización de lo sensible que particulariza los campos de visión subjetivos y reconfigura la escena de la interlocución política. La argumentación se ordena en tres secciones. En la primera, se define el dispositivo espacio-temporal de las imágenes plataformizadas a partir del cuestionamiento de Rancière al dilema de la pasividad y la actividad del espectador. En la segunda, se afirma que el montaje algorítmico de lo visible es la pieza fundamental de una estrategia de dominio sobre el tiempo subjetivo, que requiere del scrolleo como una práctica de recepción en la que se produce un efecto de particularización en la relación ideológica e imaginaria de los sujetos con el mundo. En la tercera, se indaga en la contribución del trolleo a las variantes radicalizadas de neoliberalismo. Los trolls desencadenan una descentralización del punitivismo y transforman las estructuras del resentimiento gracias a la postura evaluativa que promueven las plataformas. En las conclusiones, se sostiene que el shock tautológico del montaje algorítmico incide en la forja de las relaciones entre la comunicación y la cultura, y desde allí se derrama hacia la conformación de las subjetividades. Es la propia base escénica de la interlocución política la que se moviliza hacia la tautología, con el consecuente aplanamiento de las experiencias diversas y contradictorias de habitar un mismo tiempo histórico.<hr/>Abstract: Walter Benjamin’s question about the historical conditions of perception takes on renewed urgency in a moment defined by political extremisms that rely on algorithmic modalities of image distribution. From an Althusserian perspective attentive to the ideological and subjective dimensions of the platformization of social life, this article advances the hypothesis that social media reinforces a tautological mode of organizing the sensible. This mode narrows subjective fields of vision and reshapes the very scene of political interlocution. The argument develops in three sections. The first defines the spatio-temporal dispositif of platformized images, drawing on Rancière’s critique of the dilemma between spectator passivity and activity. The second argues that the algorithmic montage of the visible is the cornerstone of a strategy for controlling subjective time, one that depends on scrolling as a practice of reception that produces a specific effect on subjects’ ideological and imaginary relation to the world. The third examines how trolling contributes to radicalized variants of neoliberalism. Trolls trigger a decentralization of punitivism and transform the structures of resentment through the evaluative stance promoted by platforms. The conclusion contends that the tautological shock of algorithmic montage shapes the nexus between communication and culture, extending into the formation of subjectivities. The very stage on which political interlocution unfolds is displaced toward tautology, leveling out the diverse and contradictory experiences of inhabiting a shared historical time.<hr/>Resumo: A questão formulada por Walter Benjamin sobre as condições históricas da percepção torna-se atual em uma conjuntura marcada por extremismos políticos que fazem uso de modalidades algorítmicas de distribuição de imagens. A partir de uma perspectiva althusseriana atenta à dimensão ideológica e subjetiva da plataformização do social, levanta-se a hipótese de que as redes sociais contribuem para o fortalecimento de um regime tautológico de organização do sensível que particulariza os campos de visão subjetivos e reconfigura o cenário do diálogo político. O argumento está organizado em três seções. Na primeira, o dispositivo espaço-temporal das imagens plataformizadas é definido a partir do questionamento de Rancière sobre o dilema da passividade e da atividade do espectador. Na segunda, afirma-se que a montagem algorítmica do visível constitui elemento fundamental de uma estratégia de dominação do tempo subjetivo, que exige o scrolling como prática de recepção em que se produz um efeito específico sobre a relação ideológica e imaginária dos sujeitos com o mundo. Na terceira, investiga-se a contribuição dos trolls para variantes radicalizadas do neoliberalismo. Os trolls operam uma descentralização do punitivismo e transformam as estruturas de ressentimento por meio da lógica avaliativa promovida pelas plataformas. Nas conclusões, argumenta-se que o choque tautológico da montagem algorítmica incide sobre a formação das relações entre comunicação e cultura, e daí transborda para a conformação das subjetividades. É a própria base cênica da interlocução política que se desloca para a tautologia, com o consequente achatamento das diversas e contraditórias experiências de habitar o mesmo tempo histórico. <![CDATA[Discontent Found Its Voice: Javier Milei’s Discourse and Performativity on TikTok]]> http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0123-885X2025000400121&lng=en&nrm=iso&tlng=en Resumen: En este artículo se analiza el discurso de Javier Milei en TikTok durante la campaña presidencial en 2023 y sus primeros cien días de gobierno. Primero, se utiliza un enfoque cualitativo, el cual retoma la propuesta del mito populista de María Esperanza Casullo en la que se plantea responder quién es el “héroe”, las características y los motivos que lo llevan a la acción política, así como los argumentos que lo legitiman como outsider y representante del “pueblo”. También, se pretende determinar quién es el “villano” o qué busca dañar al “héroe” y a su “pueblo” y, por último, cómo se describe la articulación entre el líder y el pueblo. Para ello, se estudian la cuenta oficial @javiermileii y la cuenta de apoyo @elpelucamilei, con el fin de examinar si responden a una lógica populista y si hay una posible continuidad narrativa. Los resultados muestran una continuidad discursiva entre la campaña y el inicio del gobierno, con un estilo que rechaza la etiqueta de político tradicional; además, la cuenta de apoyo resulta más efectiva en adaptar el contenido a la lógica emocional y visual de TikTok que la cuenta principal. Milei representa el caso de un líder populista que capitaliza el malestar social, al reforzar un discurso antipolítico que, lejos de moderarse al asumir el poder, se intensifica para legitimar sus medidas. Así se evidencia un populismo mediático, que respondería a una nueva ola de populismo, apoyado en plataformas sociodigitales como vehículo central de legitimidad, en un contexto mundial de desapego democrático y de espectacularización de la política.<hr/>Abstract: This article examines Javier Milei’s discourse on TikTok during the 2023 presidential campaign and his first one hundred days in office. Using a qualitative approach, it draws on María Esperanza Casullo’s concept of the populist myth, which seeks to identify who the “hero” is, the characteristics and motivations that drive their political action, and the arguments that legitimize them as an outsider and representative of the “people.” It also considers who the “villain” is, or what threatens the “hero” and his “people,” and how the relationship between leader and people is articulated. To this end, the study analyzes the official account @javiermileii and the support account @elpelucamilei, in order to assess whether they follow a populist logic and whether there is narrative continuity between them. The findings show continuity in Milei’s discourse from the campaign through the start of his administration, marked by a style that rejects the label of traditional politician. The support account, moreover, is more effective than the official one in adapting content to TikTok’s emotional and visual logic. Milei exemplifies a populist leader who capitalizes on social discontent by reinforcing an anti-political discourse that, far from moderating once in power, intensifies to legitimize his policies. This reflects a form of media populism aligned with a new wave of populism, grounded in socio-digital platforms as central vehicles of legitimacy, in a global context of democratic disengagement and the spectacularization of politics.<hr/>Resumo: Este artigo analisa o discurso de Javier Milei no TikTok durante a campanha presidencial em 2023 e seus primeiros cem dias no cargo. Em primeiro lugar, utiliza-se uma abordagem qualitativa, que retoma a proposta do mito populista de María Esperanza Casullo, que busca responder quem é o “herói”, as características e os motivos que o levam à ação política, bem como os argumentos que o legitimam como outsider e representante do “povo”. Pretende-se, ainda, determinar quem é o “vilão” ou o que procura prejudicar o “herói” e o seu “povo” e, por fim, como é descrita a articulação entre o líder e o povo. Para tanto, analisam-se os perfis oficiais @javiermileii e o de apoio @elpelucamilei, a fim de examinar se respondem a uma lógica populista e se há uma possível continuidade narrativa. Os resultados indicam uma continuidade discursiva entre a campanha e o início do governo, com um estilo que rejeita o rótulo de político tradicional; além disso, o perfil de apoio mostra-se mais eficaz na adaptação do conteúdo à lógica emocional e visual do TikTok do que o principal. Milei representa o caso de um líder populista que capitaliza a agitação social, reforçando um discurso antipolítico que, longe de moderar quando assume o poder, se intensifica para legitimar suas medidas. Assim, evidencia-se um populismo midiático, que responderia a uma nova onda de populismo, apoiada nas plataformas sociodigitais como veículo central de legitimidade, em um contexto mundial de distanciamento democrático e de espetacularização da política. <![CDATA[Between Antagonisms and Fantasies: The Political Identification of Working-Class Students with Jair Bolsonaro in the 2018 and 2022 Brazilian Presidential Elections]]> http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0123-885X2025000400145&lng=en&nrm=iso&tlng=en Resumo: Este artigo aborda o processo de identificação política de estudantes de cursos técnicos vinculados ao ensino médio, na modalidade da educação de jovens e adultos, com o candidato Jair Messias Bolsonaro, nas eleições presidenciais brasileiras de 2018 e 2022. Objetivou-se demonstrar de que maneira sujeitos de camadas populares, marcados pela descontinuidade no processo de escolarização e pela vulnerabilidade laboral, optaram por um candidato de extrema direita. Os dados apresentados foram coletados por meio de entrevistas individuais, não diretivas e semiestruturadas, grupos focais e observação de diálogos em aplicativos de mensagens, em 2022 e 2023. Para analisar os resultados, adotou-se como perspectiva teórico-metodológica a Teoria do Discurso da Escola de Essex. Partindo das categorias de identificação política, antagonismo e fantasia, concluiu-se que os estudantes foram mobilizados por pautas de cunho moral, sobretudo a defesa da família, as quais se articularam, antagonicamente, em torno do combate a um inimigo comum: o Partido dos Trabalhadores (PT) e a esquerda. Do ponto de vista ideológico ou fantasmático, verificou-se que os estudantes foram envolvidos nesse regime de crenças mediante forte mobilização de afetos, como medo, frustração e ressentimento, que se manifestaram, entre outros motivos, em virtude da não inserção desse público em determinadas políticas de inclusão social dos governos petistas. Em termos de originalidade, o texto apresenta como esses sujeitos de camadas populares, a partir de seu cotidiano, atribuíram sentido à proposta da extrema direita brasileira e exemplifica como a estratégia digital de desintermediação entre líder e povo foi fundamental para o êxito do bolsonarismo no grupo em questão.<hr/>Resumen: El artículo aborda el proceso de identificación política de estudiantes de cursos técnicos vinculados a la escuela secundaria, en la modalidad de la educación de jóvenes y adultos, con el candidato Jair Messias Bolsonaro, en las elecciones presidenciales brasileñas de 2018 y 2022. El objetivo del estudio fue demostrar cómo sujetos de las clases bajas, marcados por la discontinuidad en el proceso escolar y por la vulnerabilidad laboral, optaron por un candidato de extrema derecha. Los datos presentados se recopilaron a través de entrevistas individuales, no directivas y semiestructuradas, grupos focales y observación de diálogos en aplicaciones de mensajería, en 2022 y 2023. Para analizar los resultados, se adoptó la teoría del discurso de la Escuela de Essex como perspectiva teórico-metodológica. Partiendo de las categorías de identificación política, antagonismo y fantasía, se concluyó que los estudiantes estaban movilizados por agendas morales, especialmente la defensa de la familia, que se articulaban, antagónicamente, en torno a la lucha contra un enemigo común: el Partido de los Trabajadores (PT) y la izquierda. Desde el punto de vista ideológico o fantasmático, se constató que los estudiantes se vieron involucrados en este régimen de creencias a través de una fuerte movilización de afectos, como el miedo, la frustración y el resentimiento, que se manifestaron, entre otras razones, por la no consideración de este público en ciertas políticas de inclusión social de los Gobiernos del PT. En términos de originalidad, el texto presenta cómo estos sujetos de las clases bajas, a partir de su vida cotidiana, atribuyeron significado a la propuesta de la extrema derecha brasileña y ejemplifica el modo en que la estrategia digital de desintermediación entre líder y pueblo fue fundamental para el éxito del bolsonarismo en el grupo en cuestión.<hr/>Abstract: This article examines the political identification of students enrolled in technical courses linked to secondary education, within the youth and adult education track, with Jair Messias Bolsonaro during the 2018 and 2022 Brazilian presidential elections. The study seeks to explain how members of the lower classes-marked by interrupted schooling and precarious labor conditions-came to support a far-right candidate. Data were collected in 2022 and 2023 through individual non-directive and semi-structured interviews, focus groups, and observations of conversations on messaging applications. The analysis adopts the discourse theory of the Essex School as its theoretical and methodological framework. Drawing on the categories of political identification, antagonism, and fantasy, the findings indicate that students were mobilized by moral agendas-particularly the defense of the family-constructed antagonistically around the struggle against a common enemy: the Workers’ Party (PT) and the political left. From an ideological, or “fantasmatic,” perspective, students were incorporated into this system of belief through the mobilization of powerful emotions such as fear, frustration, and resentment, fueled in part by their exclusion from certain social inclusion policies of PT governments. In terms of originality, the article demonstrates how these working-class actors, through the lens of their everyday experiences, ascribed meaning to the Brazilian far-right project and shows how the digital strategy of disintermediation between leader and people was central to the consolidation of Bolsonarismo within this group. <![CDATA[Transnational Anti-Rights Networks: Mobilization Against Euthanasia in Spain and Latin America]]> http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0123-885X2025000400165&lng=en&nrm=iso&tlng=en Resumen: En este estudio se busca contribuir a la literatura sobre los movimientos sociales de extrema derecha concentrándose en un actor poco explorado, pero de gran relevancia internacional en la generación de posicionamientos y discursos contra las políticas morales -desde el divorcio y el aborto, hasta la reproducción asistida y los derechos de las comunidades LGTBIQ+-. Para ello, se analizan las redes transnacionales antiderechos que se establecen entre las organizaciones laicas de inspiración católica e ideología neoconservadora (OLIC-N) en España y América Latina. El análisis se circunscribe a la movilización antieutanasia, práctica legalizada en 15 de 195 países, entre ellos España, Colombia y Ecuador. A pesar de gozar de un amplio apoyo social, la eutanasia permanece aún sujeta a un evidente “bloqueo político” a nivel mundial; su legalización es, por lo tanto, la “nueva frontera” a conquistar por los gobiernos progresistas y las organizaciones que luchan por una muerte digna. A partir de una articulación teórica que combina aportes de la sociología de la religión y los estudios sobre movimientos sociales, y sustentado en un estudio cualitativo multimétodo que integra el análisis de datos netnográficos y secundarios, en este artículo se da cuenta de los repertorios y marcos interpretativos antieutanasia de las OLIC-N moderados y radicales españoles; de los roles de las organizaciones religiosas y políticas antiderechos en la lucha contra la Ley de Eutanasia en España; y de la difusión y reapropiación de elementos conductuales e ideacionales por parte de las OLIC-N en América Latina, en las que empiezan a emerger debates sociales y parlamentarios en torno a la legalización de esta práctica. El estudio es el primero en analizar las redes transnacionales antiderechos y aporta evidencia empírica sobre su configuración, así como sobre su capacidad de adaptación estratégica en contextos sociopolíticos diversos, pero interconectados.<hr/>Abstract: This study contributes to the literature on far-right social movements by examining an actor that has been little explored but holds significant international relevance in shaping positions and discourses against moral policies-from divorce and abortion to assisted reproduction and the rights of LGTBIQ+ communities. It analyzes the transnational anti-rights networks formed between secular organizations of Catholic inspiration and neoconservative ideology (OLIC-N) in Spain and Latin America. The focus is on anti-euthanasia mobilization, a practice legalized in 15 of 195 countries, including Spain, Colombia, and Ecuador. Despite broad social support, euthanasia remains subject to a clear “political blockade” worldwide; its legalization is thus the “new frontier” for progressive governments and organizations advocating for the right to die with dignity. Drawing on a theoretical framework that combines sociology of religion and social movement studies, and based on a multi-method qualitative design integrating netnographic and secondary data analysis, the article examines the repertoires and interpretive frames of moderate and radical Spanish OLIC-N actors; the roles of religious and anti-rights political organizations in opposing Spain’s Euthanasia Law; and the diffusion and reappropriation of behavioral and ideational elements by OLIC-N in Latin America, where social and parliamentary debates on legalization are beginning to emerge. This is the first study to analyze transnational anti-rights networks, providing empirical evidence on their configuration and their capacity for strategic adaptation across diverse yet interconnected sociopolitical contexts.<hr/>Resumo: Este estudo visa contribuir para a literatura sobre os movimentos sociais de extrema direita ao se focar em um ator pouco explorado, mas de grande relevância internacional na formulação de posições e discursos contrários às políticas morais - do divórcio e do aborto à reprodução assistida e aos direitos das comunidades LGTBIQ+. Para tanto, são analisadas as redes transnacionais antidireitos constituídas entre organizações laicas de inspiração católica e ideologia neoconservadora (OLIC-N) na Espanha e na América Latina. A análise se concentra na mobilização contra a eutanásia, prática legalizada em 15 dos 195 países, incluindo Espanha, Colômbia e Equador. Apesar de contar com amplo apoio social, a eutanásia ainda permanece sujeita a um notório “bloqueio político” no âmbito global; sua legalização configura, portanto, a “nova fronteira” a ser conquistada por governos e organizações progressistas que lutam por uma morte digna. Fundamentado em uma articulação teórica que combina contribuições da sociologia da religião e dos estudos sobre movimentos sociais, além de um estudo qualitativo multimétodo que integra a análise de dados netnográficos e secundários, este artigo examina os repertórios e referenciais interpretativos da antieutanásia nas OLIC-N moderadas e radicais espanholas; os papéis das organizações religiosas e das políticas antidireitos na resistência contra a Lei da Eutanásia na Espanha; e a disseminação e reapropriação de elementos comportamentais e ideacionais pelas OLIC-N na América Latina, onde começam a surgir debates sociais e parlamentares em torno da legalização dessa prática. O estudo é pioneiro na análise de redes transnacionais antidireitos e oferece evidências empíricas acerca de sua configuração e da capacidade de adaptação estratégica em contextos sociopolíticos diversos, porém interconectados. <![CDATA[Expanding Opportunities at Universities]]> http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0123-885X2025000400187&lng=en&nrm=iso&tlng=en Resumen: Las universidades son fundamentales en el desarrollo de la sociedad, al aportar de manera significativa a la formación integral de los jóvenes y a la generación de nuevo conocimiento, así como a la transferencia de este para el crecimiento de las comunidades y de su entorno. Así también, las universidades pueden promover la inclusión en sus comunidades, especialmente en aquellos sectores en los que existan brechas importantes de tipo socioeconómico, relacionadas con género, orientación sexual, pertenencia a alguna etnia o que perjudiquen a aquellas personas con algún tipo de discapacidad. El objetivo de este artículo es actualizar los conceptos vinculados a la presencia de oportunidades, la inclusión y, en especial, a la acogida por parte de la comunidad universitaria. En la implementación de un proyecto universitario inclusivo, se requiere un enfoque integral que combine políticas públicas y universitarias, innovación pedagógica, tecnología accesible y un compromiso social explícito con la diversidad. Así, el incremento de oportunidades y la inclusión en la educación superior debe entenderse como un proceso multidimensional que exige transformar las estructuras, las prácticas y la cultura de cada institución universitaria. Una universidad más inclusiva es una mejor universidad. En suma, el camino hacia instituciones de educación superior más inclusivas requiere de voluntad política; de un compromiso institucional decidido y de un cambio cultural profundo que reconozca de manera muy explícita la inclusión y la diversidad como un verdadero motor de innovación y justicia, lo que es central en la misión educativa. De este modo, las universidades se fortalecen al implementar políticas de inclusión, pues al avanzar con equidad y calidad, contribuyen a la construcción de una sociedad más justa e integrada.<hr/>Abstract: Universities play a vital role in shaping society. They contribute not only to the comprehensive education of young people but also to the creation of new knowledge and its transfer to promote community and regional development. They can also serve as spaces that foster inclusion, particularly in areas marked by deep socioeconomic inequalities or by discrimination based on gender, sexual orientation, ethnicity, or disability. This article seeks to update key concepts linked to opportunity, inclusion, and, above all, the sense of belonging within the university community. Building an inclusive university project requires a holistic approach that integrates public and institutional policies, pedagogical innovation, accessible technology, and a clear social commitment to diversity. The expansion of opportunities and inclusion in higher education should be understood as a multidimensional process that calls for transforming each institution’s structures, practices, and culture. A more inclusive university is, by definition, a stronger one. Ultimately, moving toward more inclusive universities demands political will, firm institutional engagement, and a deep cultural change that explicitly recognizes inclusion and diversity as driving forces of innovation and justice-central to the educational mission. By advancing equity and quality through inclusion policies, universities reinforce their own mission and help build a fairer, more cohesive society.<hr/>Resumo: As universidades são fundamentais no desenvolvimento da sociedade, contribuindo significativamente para a formação integral dos jovens e para a geração de conhecimento, bem como para a transmissão dele para o crescimento das comunidades e do seu entorno. Da mesma forma, as universidades podem promover a inclusão em suas comunidades, especialmente naqueles setores em que existem lacunas socioeconômicas significativas, relacionadas a gênero, orientação sexual, pertencimento a um grupo étnico ou que prejudicam as pessoas com algum tipo de deficiência. O objetivo deste artigo é atualizar os conceitos vinculados à presença de oportunidades, inclusão e, principalmente, acolhimento pela comunidade universitária. Na implementação de um projeto universitário inclusivo, é necessária uma abordagem abrangente que articule políticas públicas e universitárias, inovação pedagógica, tecnologia acessível e um compromisso social explícito com a diversidade. Assim, o aumento de oportunidades e da inclusão no ensino superior deve ser entendido como um processo multidimensional que requer a transformação das estruturas, das práticas e da cultura de cada instituição universitária. Uma universidade mais inclusiva é uma melhor universidade. Em suma, o caminho para universidades mais inclusivas exige vontade política, um compromisso institucional determinado e uma profunda mudança cultural que reconheça explicitamente a inclusão e a diversidade como um verdadeiro motor de inovação e justiça, o que é central para a missão educacional. Dessa forma, as universidades são fortalecidas pela implementação de políticas de inclusão, pois, ao avançarem com equidade e qualidade, contribuem para a construção de uma sociedade mais justa e integrada.