Scielo RSS <![CDATA[Antipoda. Revista de Antropología y Arqueología]]> http://www.scielo.org.co/rss.php?pid=1900-540720210002&lang=en vol. num. 43 lang. en <![CDATA[SciELO Logo]]> http://www.scielo.org.co/img/en/fbpelogp.gif http://www.scielo.org.co <![CDATA[Transnational Migrations in Latin American Contexts: Experiences, Practices and (Dis)continuities in the Creation of Possible Futures]]> http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1900-54072021000200003&lng=en&nrm=iso&tlng=en Resumen: el presente artículo tiene como objetivo comprender las experiencias y las estrategias creativas, individuales y colectivas de las/os migrantes transnacionales durante sus procesos de desplazamiento y asentamiento en lugares de residencia. Se analizan las prácticas que re-crean y configuran en el siglo XXI nuevas formas de insertarse y arraigarse en los países receptores, por medio de transformaciones y continuidades que conducen a la formación de futuros posibles. Nos centramos en cómo las/os migrantes se re-constituyen como sujetos a partir de una serie de formas de ser y pertenecer en más de un Estado-nación, y en cómo se orientan hacia horizontes de seguridad, bienestar y reconocimiento explorando estrategias donde se vinculan nodos, flujos, estructuras y procesos a largas distancias que implican inmediatez, simultaneidad y participación en diferentes circuitos interactuados. Se consideran cuatro dimensiones de análisis: a) dinámicas de organización y acción colectiva, b) visibilización de prácticas culturales en la formación de comunidades, c) construcción de recursos creativos y d) estrategias individuales de futuros posibles. De esta forma, se muestra una serie de hallazgos etnográficos donde se visibilizan las subjetividades en cuanto experiencias cotidianas que proyectan las/os migrantes en escenarios transnacionales. Finalmente, es relevante destacar el enfoque multisituado como estrategia metodológica para el análisis y la interpretación de los fenómenos migratorios en largas distancias geográficas.<hr/>Abstract: This article is intended to understand the experiences and creative, individual and collective strategies of transnational migrants during their displacement and settlement into places of residence. It analyzes the practices that re-create and configure in the twenty-first century forms of inserting and rooting themselves in the receiving countries, through transformations and continuities that lead to the configuration of possible futures. We focus on how migrants re-constitute themselves as subjects based on a series of ways of being and belonging in more than one nation-state, and how they navigate towards horizons of security, well-being, and recognition by exploring strategies that link nodes, flows, structures, and processes over long distances that imply immediacy, simultaneity, and participation in different interacting circuits. Four dimensions of analysis are considered: a) dynamics of organization and collective action, b) visibility of cultural practices in the formation of communities, c) construction of creative resources, and d) individual strategies for possible futures. Accordingly, a series of ethnographic findings are presented in which subjectivities are made visible as daily experiences projected by migrants in transnational scenarios. Finally, it is important to highlight the multi-sited approach as a methodological strategy in analyzing and interpreting migratory phenomena over long geographic distances.<hr/>Resumo: o objetivo deste artigo é compreender as experiências e estratégias criativas, individuais e coletivas dos(as) migrantes transnacionais durante seus processos de deslocamento e assentamento em lugares de residência. São analisadas as práticas que recriam e configuram no século XXI novas formas de se inserir e se enraizar nos países de acolhimento, por meio de transformações e continuidades que levam à formação de futuros possíveis. Nosso foco é em como os(as) migrantes se reconstituem como sujeitos a partir de uma série de formas de ser e pertencer em mais de um Estado-nação, e em como são orientados(as) a horizontes de segurança, bem-estar e reconhecimento, explorando estratégias em que são vinculados nós, fluxos, estruturas e processos a longas distâncias que implicam imediatez, simultaneidade e participação em diferentes circuitos interagidos. São consideradas quatro dimensões de análise: a) dinâmicas de organização e ação coletiva; b) visibilização de práticas culturais na formação de comunidades; c) construção de recursos criativos e d) estratégias individuais de futuros possíveis. Assim, são apresentados achados etnográficos em que são visualizadas as subjetividades enquanto experiências cotidianas que projetam os(as) migrantes em cenários transnacionais. Por último, é relevante destacar a abordagem multissituada como estratégia metodológica para analisar e interpretar os fenômenos migratórios em longas distâncias geográficas. <![CDATA[Communities in Waiting: The Promise of a Future in the Contemporary Precariousness of Mezquitalense Migration]]> http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1900-54072021000200027&lng=en&nrm=iso&tlng=en Resumen: la migración ha sido abordada desde un enfoque predominantemente espacial que ha descuidado su dimensión temporal, aunque la referencia al futuro ha sido reconocida como un factor expresivo del fenómeno en sí. Las aproximaciones que en antropología se concentran en la temporalidad de la migración han advertido recientemente que, en las circunstancias globales contemporáneas, los proyectos migratorios, en particular los de aquellos que migran en condición de irregularidad, parecen signados por la espera y por la suspensión temporal de su resolución. Estos estudios suelen enfocarse en la experiencia del tiempo de los migrantes, sometidos a una cronopolítica condicionada por la gestión burocrática de la migración. En este trabajo, a partir de un abordaje etnográfico desarrollado entre 2012 y 2019 en comunidades indígenas otomí-hñahñu del Valle del Mezquital, región ubicada en el centro de México, sigo las preocupaciones antropológicas por la temporalidad de la migración y la espera, pero me planteo un camino alternativo al que se ha desarrollado en la literatura reciente sobre el tema. Busco entender las maneras múltiples en que se administra el tiempo incierto de la migración desde las comunidades de origen. Planteo que estas y los migrantes coparticipan del proyecto migratorio y sus temporalidades, al implicarse en prácticas concretas para gestionar las ausencias y administrar las esperas. Las comunidades del Valle del Mezquital, que desde finales del siglo pasado experimentaron alta intensidad migratoria hacia Estados Unidos, son en la actualidad comunidades en espera. Una espera que, aunque marcada por la cronopolítica de la migración, no deja de presentificar su promesa de futuro y orientar temporalmente los proyectos migratorios.<hr/>Abstract: Migration has been approached from a predominantly spatial focus that has largely neglected its temporal dimension, although the reference to the future has been recognized as an expressive factor of the phenomenon itself. Approaches in anthropology that focus on the temporality of migration have recently warned that, in contemporary global circumstances, migration projects, particularly those of irregular migrants, seem to be marked by waiting and by the temporary suspension of their resolution. Such studies tend to emphasize the migrants' experience of time, subjected to a chronopolitics conditioned by the bureaucratic management of migration. In this paper, based on an ethnographic approach developed between 2012 and 2019 in Otomí-Hñahñu indigenous communities in the Mezquital Valley, in central Mexico, I follow anthropological concerns about the temporality of migration and waiting. However, I propose an alternative path to the one that has been developed in recent literature on the subject. At the same time, I explore the multiple ways in which the uncertain time of migration is managed among the communities of origin. I propose that these migrants co-participate in the migration project and its temporalities, by engaging in concrete practices to manage absence and waiting times. The Mezquital Valley communities, which have experienced intense migration to the United States since the end of the last century, are currently communities in waiting. A wait that, although marked by the chronopolitics of migration, does not cease to identify its promise for the future and temporarily steer migratory projects.<hr/>Resumo: a migração vem sendo tratada a partir de uma abordagem predominantemente espacial que tem descuidado de sua dimensão temporal, embora a referência ao futuro seja reconhecida como um fator expressivo do fenômeno em si. As aproximações que em Antropologia estão focadas na temporalidade da migração alertam recentemente que, nas circunstâncias globais contemporâneas, os projetos migratórios, em particular daqueles que migram em condições de irregularidade, parecem marcados pela espera e pela suspensão temporal de sua resolução. Esses estudos costumam se centralizar na experiência do tempo dos migrantes, submetidos a uma cronopolítica condicionada pela gestão burocrática da migração. Neste trabalho, sob uma abordagem etnográfica desenvolvida entre 2012 e 2019 em comunidades indígenas otomí-hñahñu do Valle del Mezquital, localizado no centro do México, sigo as preocupações antropológicas pela temporalidade da migração e da espera, mas me proponho um caminho alternativo ao que a literatura recente sobre o tema vem se desenvolvendo. Procuro entender as maneiras múltiplas nas quais o tempo incerto da migração é controlado a partir das comunidades de origem. Proponho que estas e os migrantes coparticipam do projeto migratório e de suas temporalidades, ao estar implicados em práticas concretas para gerir ausências e esperas. As comunidades do otomí-hñahñu del Valle del Mezquital, que, desde final do século pasado, experimentam alta intensidade migratória aos Estados Unidos, são, na atualidade, comunidades em espera. Uma espera que, embora marcada pela cronopolítica da migração, não deixa de presentificar sua promessa de futuro e orientar temporalmente os projetos migratórios. <![CDATA[Developing Informality and Alternative Practices in the Peruvian Community of Paterson, New Jersey]]> http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1900-54072021000200051&lng=en&nrm=iso&tlng=en Resumen: este artículo examina las prácticas utilizadas por los migrantes peruanos para formar sus propias organizaciones en Paterson, Nueva Jersey, Estados Unidos. Con el objetivo de recuperar la experiencia comunitaria de estos migrantes, se utilizó una metodología cualitativa que incluyó el análisis de fuentes escritas obtenidas en los archivos del consulado peruano de Nueva Jersey y en bibliotecas del área. Asimismo, se examinaron historias orales de migrantes peruanos e información recabada a través del material periodístico brindado por miembros de la comunidad. La primera sección del artículo revela que los migrantes peruanos, al no contar con instituciones previamente establecidas ni asistencia del gobierno local, utilizaron la informalidad y otras prácticas alternativas de organización social para crear sus propias asociaciones. Estos migrantes, además, hicieron uso de la identidad nacional, las redes sociales y las normas andinas de asistencia colectiva para organizarse en el nuevo contexto. La segunda sección muestra que los empresarios peruanos cumplieron un rol central para que estas iniciativas de organización colectiva se concretaran y formalizaran. Estos comerciantes financiaron económicamente y lideraron varias iniciativas colectivas de organización. Finalmente, se evidencia que muchos comerciantes y líderes comunitarios se valieron del clientelismo para adquirir poder económico y político, lo cual les ha servido para continuar formando asociaciones y organizando eventos públicos para visibilizar a la comunidad. Se concluye que, en las diferentes oleadas migratorias, los peruanos han mostrado una predisposición al uso de la informalidad como recurso para organizarse colectivamente en el país receptor. Este artículo contribuye a los estudios de comunidades latinas en los Estados Unidos ofreciendo una perspectiva analítica de las dinámicas socioeconómicas que grupos de migrantes más recientes transfieren del país de origen para facilitar su integración al nuevo contexto.<hr/>Abstract: This article examines the practices adopted by Peruvian migrants to form their own organizations in Paterson, New Jersey, United States. To recover the communal experience of these migrants, we employed a qualitative methodology that included the analysis of written sources obtained from the archives of the Peruvian consulate in New Jersey and libraries in the area. We also reviewed oral histories of Peruvian migrants and information gathered through journalistic material provided by members of the community. The first section of the article reveals that Peruvian migrants, lacking previously established institutions and local government assistance, used informality and other alternative practices of social organization to create their own associations. These migrants also made use of national identity, social networks and Andean norms of collective assistance to organize themselves into their new context. The second section shows that Peruvian businessmen played a central role in bringing these collective organizing initiatives to fruition and formalizing them. These traders financed and led several collective organization initiatives. Finally, we find that many merchants and community leaders used clientelism to acquire economic and political power, which has helped them to continue forming associations and organizing public events to make the community more prominent. We conclude that, in the different waves of migration, Peruvians have shown a predisposition to use informality as a resource to organize themselves collectively in the receiving country. This article contributes to studies concerning Latino communities in the United States by offering an analytical perspective on the socioeconomic dynamics that more recent migrant groups transfer from their country of origin in order to adapt to the new context.<hr/>Resumo: neste artigo, são examinadas as práticas utilizadas pelos migrantes peruanos para formar suas organizações em Paterson, Nova Jersey, Estados Unidos. Com o objetivo de recuperar a experiência comunitária desses migrantes, foi utilizada uma metodologia qualitativa que incluiu a análise de fontes escritas obtidas nos arquivos do consulado peruano de Nova Jersey e em bibliotecas da área. Além disso, são analisadas histórias orais de migrantes peruanos e informações coletadas por meio do material jornalístico oferecido por membros da comunidade. Na primeira seção do artigo, revela-se que os migrantes peruanos, ao não contarem com instituições previamente estabelecidas nem assistência do governo local, utilizaram a informalidade e outras práticas alternativas de organização social para criar suas associações. Esses migrantes, ainda, fizeram uso da identidade nacional, das redes sociais e das leis andinas de assistência coletiva para se organizarem no novo contexto. A segunda seção mostra que os empresários peruanos cumpriram um papel central para que essas iniciativas de organização coletiva se concretizassem e formalizassem. Esses comerciantes financiaram economicamente e lideraram várias iniciativas coletivas de organização. Por último, é evidenciado que muitos comerciantes e líderes comunitários se aproveitaram do clientelismo para adquirir poder econômico e político, o que lhes serviu para continuarem formando associações e organizando eventos públicos para visibilizar a comunidade. Conclui-se que, nas diferentes ondas migratórias, os peruanos mostraram uma predisposição ao uso da informalidade como recurso de organização coletiva no país receptor. Este artigo contribui para os estudos de comunidades latinas nos Estados Unidos, oferecendo uma perspectiva analítica das dinâmicas socioeconômicas que grupos de migrantes mais recentes transferem do país de origem para facilitar sua integração ao novo contexto. <![CDATA[Home in Transnational Contexts: A Reflection on the Migration of Colombian Mothers/Fathers to Santiago de Chile]]> http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1900-54072021000200075&lng=en&nrm=iso&tlng=en Resumen: el propósito de este artículo es debatir y reflexionar sobre el concepto de hogar en un contexto transnacional, a partir del trabajo investigativo realizado con familias migrantes colombianas cuyas madres y/o padres -provenientes de la región del Valle del Cauca- han migrado a la ciudad de Santiago de Chile, mientras sus hijos/hijas han quedado en el país de origen. Se busca problematizar el concepto de hogar a partir del distanciamiento físico y geográfico y la construcción o el mantenimiento de prácticas familiares ritualizadas. La metodología utilizada es cualitativa y se enmarca en una corriente epistemológica y teórica de la fenomenología. Se utilizaron técnicas como la entrevista en profundidad, la cartografía familiar y el plano de vida familiar. El trabajo de campo se llevó a cabo en Santiago de Chile y en el Valle del Cauca, donde se entrevistaron madres y padres migrantes, así como a sus hijos/hijas. La unidad de análisis fue la familia. En el artículo se concluye que el hogar es un lugar practicado y simbólico, cargado de afecto, cuidado y memorias. En él, madres/padres migrantes e hijos/hijas desarrollan sentimientos de identidad y pertenencia, así como relaciones familiares y lazos afectivos, a partir de la construcción y/o el mantenimiento de prácticas familiares ritualizadas que ocurren desde la no proximidad física y que mantienen y reproducen los lazos de parentesco. Este enfoque concede originalidad a la reflexión y al debate sobre el concepto de hogar en el estudio de las experiencias de migración familiar transnacional.<hr/>Abstract: Based on the research work carried out with Colombian migrant families whose mothers and/or fathers - from Valle del Cauca - have migrated to the city of Santiago de Chile, while their children remained in their country of origin, this article is intended to discuss and reflect on the concept of home in a transnational context. An attempt is made to problematize the concept of home based on physical and geographical distancing and the construction or maintenance of ritualized family practices. The methodology used is qualitative and is framed within an epistemological and theoretical current of phenomenology, using techniques such as in-depth interviews, family mapping and family life mapping. Fieldwork was carried out in Santiago de Chile and Valle del Cauca, where migrant parents and their children were interviewed using the family as the unit of analysis. The article concludes that the home is a practiced and symbolic place, laden with affection, care, and memories. In it, migrant mothers/fathers and sons/daughters develop feelings of identity and belonging, as well as family relationships and affective bonds, through the construction and/or maintenance of ritualized family practices that occur in non-physical proximity and that maintain and reproduce kinship ties. Such an approach lends originality to thought and debate on the concept of home in the study of transnational family migration.<hr/>Resumo: o objetivo deste artigo é debater e refletir sobre o conceito de lar em um contexto transnacional, a partir do trabalho de pesquisa realizado com famílias migrantes colombianas cujas mães ou pais - provenientes da região do Valle del Cauca - migraram à cidade de Santiago do Chile, enquanto seus filhos ou filhas ficaram no país de origem. Pretende-se problematizar o conceito de lar considerando o distanciamento físico e geográfico, e a construção ou a manutenção de práticas familiares ritualizadas. A metodologia utilizada é qualitativa e está delimitada em uma corrente epistemológica e teórica da fenomenologia. Foram utilizadas técnicas como a entrevista em profundidade, a cartografia familiar e o plano de vida familiar. O trabalho de campo foi realizado em Santiago do Chile e no Valle del Cauca, onde foram entrevistados mães e pais migrantes, bem como seus filhos e filhas. A unidade de análise foi a família. Neste artigo, conclui-se que o lar é um lugar praticado e simbólico, carregado de afeto, cuidado e memórias. Nele, mães e pais migrantes e filhos e filhas desenvolvem sentimentos de identidade e pertencimento, além de relações familiares e laços afetivos, a partir da construção ou da manutenção de práticas familiares ritualizadas que ocorrem da não proximidade física e que mantêm e reproduzem os laços de parentesco. Essa abordagem concede originalidade à reflexão e ao debate sobre o conceito de lar no estudo das experiências de migração familiar transnacional. <![CDATA[Chain of Favors and Payments: Transnational Indebtedness Relations of the Haitian Population Residing in Quilicura, Santiago de Chile]]> http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1900-54072021000200097&lng=en&nrm=iso&tlng=en Resumen: este artículo se propone explorar las relaciones de endeudamiento formales e informales que los/as migrantes haitianos/as desarrollan en su trayectoria de migración en Chile. A través de un trabajo de campo realizado en 2019 en la comuna de Quilicura y a partir de una serie de dieciséis entrevistas realizadas a migrantes haitianos/as, se exploran desde un enfoque ecológico y moral las relaciones de endeudamiento formales e informales. Los principales resultados dan cuenta de la relevancia de las relaciones de ayuda entre la comunidad haitiana, que toman la forma de una cadena de favores que compromete la palabra de quien recibe ayuda y que no busca la retribución del monto adeudado. Por su parte, la inserción al endeudamiento formal se desarrolla de manera interrelacionada con el informal, en cuanto las experiencias con el mercado del crédito de la comunidad haitiana se materializan en saberes que circulan en la comunidad, así como en los aprendizajes que les permiten entender las oportunidades y los riesgos de estos sistemas de crédito formal. Cabe señalar que son escasos los textos que hayan analizado el endeudamiento migrante desde un enfoque ecológico que incluya la dimensión transnacional y que entienda la interrelación formal e informal de estos procesos.<hr/>Abstract: The purpose of this article is to explore the formal and informal indebtedness relationships that Haitian migrants engage during their migration trajectory in Chile. Based on fieldwork conducted in 2019 in the commune of Quilicura and a series of sixteen interviews with Haitian migrants, we explore formal and informal debt relations from an ecological and moral perspective. The main results show the relevance of aid relationships among the Haitian community, which take the form of a chain of favors that commits the recipient's word and does not seek repayment of the amount owed. In turn, involvement in formal indebtedness is interrelated with informal indebtedness, in that the Haitian community's experiences with the credit market materialize in common knowledge that circulates in the community, as well as in the learning that enables them to understand the opportunities and risks of these formal credit systems. It is worth noting that few texts have analyzed migrant indebtedness from an ecological perspective that includes the transnational dimension and understands the formal and informal interrelationship of these processes.<hr/>Resumo: neste artigo, é proposto explorar as relações de endividamento formais e informais que os(as) migrantes haitianos(as) desenvolvem em sua trajetória de migração no Chile. A partir de um trabalho de campo realizado em 2019 na comunidade de Quilicura e de 16 entrevistas realizadas a migrantes haitianos(as), foram exploradas, sob uma abordagem ecológica e moral, as relações de endividamento formais e informais. Os principais resultados indicam a relevância das relações de ajuda entre a comunidade haitiana, que tomam a forma de uma cadeia de favores que compromete a palavra de quem recebe ajuda e que não procura a retribuição do valor endividado. Por sua vez, a inserção no endividamento formal é desenvolvida de maneira inter-relacionada com o informal, enquanto as experiências com o mercado do crédito da comunidade haitiana são materializadas em saberes que circulam na comunidade, bem como nas aprendizagens que lhes permitem entender as oportunidades e os riscos desses sistemas de crédito formal. Cabe destacar que são escassos os textos que analisam o endividamento migrante sob uma abordagem ecológica que inclua a dimensão transnacional e que entenda a inter-relação formal e informal desses processos. <![CDATA[Transnational Care Plots: “Wrestling with the Angels,” Theory and Metaphors on Care and Migration]]> http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1900-54072021000200121&lng=en&nrm=iso&tlng=en Resumen: en este artículo profundizo en la propuesta teórica de lo que denomino tramas transnacionales del cuidado, a partir de una agenda investigativa de alrededor de una década en torno a la migración y el cuidado, desde una etnografía multisituada y colaborativa llevada a cabo en Colombia y España (Cali, Medellín, Cartagena, Bogotá, Barcelona y Madrid) que se ha valido de la construcción de más de cien de relatos y cerca de cincuenta cartografías corporales. Desde allí, pongo en perspectiva la noción cadenas globales de cuidado, acuñada por Arlie Hochschild, para pensar en una metáfora que ayude a imaginar, de manera más fácil y aguda, la cantidad y la complejidad de imbricaciones en las trayectorias de quienes migran y cuidan en un mundo que aún no reconoce de manera justa la implicación que, para la vida en general y para las vidas de las personas migrantes en particular, tiene el régimen transnacionalizado del cuidado. A partir de las disertaciones de Stuart Hall sobre la utilidad de las metáforas en el campo de la teorización -lo que llama “lucha con los ángeles”-, de los relatos construidos a partir de la etnografía multisituada y de un proceder reflexivo, desarrollo la imagen de tramas transnacionales de cuidado como una metáfora de dimensiones discursivas, somáticas, políticas, estésicas y afectivas. Sobre el lugar que Colombia ocupa en estas cadenas o tramas se ha escrito poco, a pesar de ser uno de los países centrales en la operación del régimen transnacionalizado del cuidado. A la vez, desarrollo una complejización de la útil noción de cadenas globales de cuidado, poco explorada hasta ahora, necesaria para imaginar y dar cuerpo a los relatos de personas migrantes que se dedican a labores del cuidado y para entender las políticas del despojo allí implicadas, con el fin de, a contracorriente y “en forcejeo con los ángeles”, imaginar futuros posibles.<hr/>Abstract: In this article, I further explore the theoretical proposal of what I call transnational care plots. I do so based on an approximately decade-long research agenda on migration and care, using over a hundred stories and nearly fifty body mappings derived from a multi-sited and collaborative ethnography conducted in Colombia and Spain (Cali, Medellin, Cartagena, Bogota, Barcelona, and Madrid). I draw on the notion of global care chains, as coined by Arlie Hochschild, to provide a metaphor that leads to a more fluid and acute mental picture of the number and complexity of the intertwining trajectories of those who migrate and care in a world that does not yet give fair recognition to the implications of the transnationalized care regime on life in general, and on the lives of migrants in particular. Drawing on Stuart Hall’s dissertations on the usefulness of metaphors in the domain of theorizing - what he calls “wrestling with angels” - and on narratives constructed from multisite ethnography and a reflexive approach, I develop the image of transnational care plots as a metaphor with discursive, somatic, political, aesthetic and affective dimensions. Little has been written about Colombia’s place in these chains or plots, despite the fact that it is one of the central countries in the operation of the transnationalized care regime. At the same time, I develop a complexification of the so far little explored notion of global care chains, which is essential to envisioning and shaping the narratives of migrant care workers and to understand the politics of dispossession involved there. This, in turn allows us to imagine possible futures that go against the tide and which “wrestle with the angels.”<hr/>Resumo: neste artigo, aprofundo-me na proposta teórica do que denomino “tramas transnacionais do cuidado”, a partir de uma agenda de pesquisa de aproximadamente uma década sobre a migração e o cuidado, sob uma etnografia multissituada e colaborativa realizada na Colômbia e na Espanha (Cali, Medellín, Cartagena, Bogotá, Barcelona e Madrid) que vem se valendo da construção de mais de 100 relatos e cerca de 50 cartografias corporais. A partir disso, coloco em perspectiva a noção “cadeias globais de cuidado”, criada por Arlie Hochschild, para pensar em uma metáfora que ajude a imaginar, de maneira mais fácil e aguda, a quantidade e a complexidade de imbricações nas trajetórias de quem migra e cuida em um mundo que ainda não reconhece justamente a implicação que, para a vida em geral e para a vida das pessoas migrantes em particular, o regime transnacionalizado do cuidado tem. A partir das teses de Stuart Hall sobre a utilidade das metáforas no campo da teorização - o que chama “luta com os anjos” -, dos relatos construídos a partir da etnografia multissituada e de um proceder reflexivo, desenvolvo a imagem de tramas transnacionais de cuidado como uma metáfora de dimensões discursivas, somáticas, políticas, estésicas e afetivas. Sobre o lugar que a Colômbia ocupa nessas redes ou tramas, pouco tem sido escrito, apesar de ser um dos países centrais na operação do regime transnacionalizado do cuidado. Por sua vez, desenvolvo uma complexização da útil noção de “cadeias globais de cuidado”, pouco explorada até o momento, necessária para imaginar e dar corpo aos relatos de pessoas migrantes que estão dedicadas a trabalhadores de cuidado e para entender as políticas do despojo implicadas ali, com o objetivo de, na contramão e na “luta com os anjos”, imaginar futuros possíveis. <![CDATA[Indigenous Experience and National Positioning: Citizen Struggles of Bolivian Migrants in the City of La Plata, Argentina]]> http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1900-54072021000200143&lng=en&nrm=iso&tlng=en Resumen: en este artículo me propongo analizar las dinámicas de apropiación del proceso de politización indígena en Bolivia que ocurren entre migrantes de ese país en La Plata, una de las principales ciudades del Área Metropolitana de Buenos Aires, Argentina. A partir de la observación participante de carácter etnográfico en actividades de asociaciones de migrantes de ese país, agencias consulares, instituciones del Estado argentino y organizaciones sociales y políticas, la conclusión es que, a pesar de los condicionamientos a adoptar identificaciones étnicas en el espacio político en el contexto de recepción, los/as migrantes recuperan explícitamente formas de identificación y organización colectiva del movimiento indígena de su país. La originalidad del artículo está dada por el abordaje de la relación entre el proceso de etnización y los posicionamientos nacionales. Si bien en continuidad con la bibliografía precedente constatamos el fortalecimiento de los posicionamientos indígenas, estos no aparecen prioritariamente como modo de presentación y movilización de demandas, sino como antecedentes de lucha que informan activamente su subjetivación ciudadana en destino. En este sentido, la politización transnacional indígena no se constituye en oposición a los parámetros del Estado, sino que incorpora en la inserción de los/as migrantes en la comunidad política una experiencia semantizada como étnica.<hr/>Abstract: In this article, I propose to analyze the appropriation dynamics of indigenous politicization in Bolivia that occur among Bolivian migrants in La Plata, one of the main cities of the Metropolitan Area of Buenos Aires, Argentina. Based on ethnographic participant observation in the activities of Bolivian migrant associations, consular agencies, Argentine State institutions and social and political organizations, my conclusion is that, despite the constraints to adopt ethnic identifications in the political space in the context of reception, migrants explicitly recover forms of identification and collective organization of their country's indigenous movement. The originality of the article is given by the approach to the relationship between ethnicization and national positioning. Following the previous literature, we note the strengthening of indigenous positions, but these do not appear primarily as a way of presenting and mobilizing demands, but rather as a background of struggle that actively informs their subjectivation as citizens in the destination country. In this respect, indigenous transnational politicization is not constituted in opposition to the parameters of the State; rather, it incorporates an experience that is semanticized as ethnic in the insertion of migrants into the political community.<hr/>Resumo: neste artigo, proponho-me a analisar as dinâmicas de apropriação do processo de politização indígena na Bolívia que ocorrem entre migrantes desse país em La Plata, uma das principais cidades da Área Metropolitana de Buenos Aires, Argentina. A partir da observação participante de caráter etnográfico em atividades de associações de migrantes desse país, agências consulares, instituições do Estado argentino e organizações sociais e políticas, conclui-se que, apesar das condições para adotar identificações étnicas no espaço político no contexto de recepção, os(as) migrantes recuperam explicitamente formas de identificação e organização coletiva do movimento indígena de seu país. A originalidade deste artigo está dada pela abordagem da relação entre o processo de etnização e os posicionamentos nacionais. Embora em continuidade com a bibliografia precedente, constatamos o fortalecimento dos posicionamentos indígenas, os quais não aparecem prioritariamente como modo de apresentação e mobilização de demandas, mas sim como antecedentes de luta que informam ativamente sua subjetivação cidadã em destino. Nesse sentido, a politização transnacional indígena não é constituída em oposição aos parâmetros do Estado, mas sim incorpora uma experiência semantizada na inserção dos(as) migrantes na comunidade política como étnica. <![CDATA[Artistic Methods as Triggers for Migrant Children's Subjectivities in Transit: A Study in Barcelona's Public Schools]]> http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1900-54072021000200167&lng=en&nrm=iso&tlng=en Resumen: el presente artículo forma parte del proyecto europeo MiCreate: Migrant Children and Communities in a Transforming Europe. El texto se propone a) explorar y describir cómo jóvenes migrantes dan cuenta de sus experiencias y trayectorias de vida a partir de métodos artísticos; b) indagar cómo las subjetividades en tránsito de los estudiantes desdibujan barreras socioculturales, políticas e identitarias y c) cuestionar la noción de infancia migrante desde una perspectiva crítica. Para ello, nos centramos en tres escenas que ocurrieron dentro del trabajo de campo que llevamos a cabo en escuelas públicas de Barcelona y que se desarrolló en dos fases. La primera etapa consistió en una aproximación etnográfica que incluía un proceso de observación participante, realización de entrevistas y grupos de conversación con la comunidad educativa de cada escuela (docentes, familias y organizaciones del barrio). En una segunda etapa se realizaron encuentros con grupos de estudiantes de 10 a 12 años, en los que se utilizaron diferentes métodos artísticos (líneas de vida, cartografías, narración interactiva, videorrelatos, dibujos y fotografía subjetiva) con la finalidad de abrir espacios de relación que fueran desencadenantes de sus narraciones biográficas. La contribución del estudio está en que lo acontecido permite poner el foco en la subjetividad y la autoría de la infancia en los estudios migratorios y dar cuenta de cómo viven sus subjetividades en tránsito, afrontan sus múltiples identidades y dan sentido a sus experiencias transnacionales. Además, la investigación posibilita revisar el sentido de lo que podría constituir una relación ética performativa en una investigación con jóvenes.<hr/>Abstract: This article is part of the European Migrant Children and Communities in a Transforming Europe (MiCreate) project. The text is intended to a) explore and describe how young migrants describe their experiences and life trajectories through artistic methods; b) investigate how the students' subjectivities in transit blur socio-cultural, political and identity barriers; and c) question the notion of migrant childhood from a critical perspective. To do so, we focus on three situations that occurred during our fieldwork in public schools in Barcelona, conducted in two stages. The first stage consisted of an ethnographic approach that included participant observation, interviews and conversation groups with the educational community of each school (teachers, families and neighborhood organizations). The second stage involved meetings with groups of students aged 10 to 12, in which different artistic methods were used (life lines, cartographies, interactive narration, video stories, drawings and subjective photography) in order to create spaces for relationships that would trigger their biographical narratives. The contribution of this study lies in the fact that it allows us to focus on children’s subjectivity and authorship in migration studies and to account for how they live their subjectivities in transit, confront their multiple identities, and give meaning to their transnational experiences. Furthermore, the research makes it possible to review the meaning of what might constitute a performative ethical relationship in research with young people.<hr/>Resumo: este artigo faz parte do projeto europeu Migrant Children and Communities in a Transforming Europe (MiCreate). Neste texto, é proposto a) explorar e descrever como jovens migrantes dão conta de suas experiências e trajetórias de vida a partir de métodos artísticos; b) indagar como as subjetividades em transição dos estudantes desconfiguram barreiras socioculturais, políticas e identitárias, e c) questionar a noção de infância migrante sob uma perspectiva crítica. Para isso, focamos em três cenas que ocorreram dentro do trabalho de campo que realizamos em escolas públicas de Barcelona, Espanha, e que foi desenvolvido em duas fases. A primeira etapa consistiu em uma aproximação etnográfica que incluía um processo de observação participante, realização de entrevistas e grupos de conversação com a comunidade educativa de cada escola (docentes, famílias e organizações do bairro). Em uma segunda etapa, foram realizados encontros com grupos de estudantes de 10 a 12 anos, nos quais foram utilizados diferentes métodos artísticos (linhas de vida, cartografias, narração interativa, videorrelatos, ilustrações e fotografia subjetiva) com o objetivo de abrir espaços de relação que foram desencadeantes de suas narrações biográficas. A contribuição deste estudo está em que o ocorrido permite colocar o foco na subjetividade e na autoria da infância nos estudos migratórios, e evidenciar como vivem suas subjetividades em transição, enfrentam suas múltiplas identidades e dão sentido a suas experiências transnacionais. Além disso, a pesquisa possibilita avaliar o sentido do que poderia constituir uma relação ética performativa em uma pesquisa com jovens. <![CDATA[Refuge in Brazil: An Ethnographic Approach]]> http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1900-54072021000200197&lng=en&nrm=iso&tlng=en Abstract: Recent years have witnessed an exponential growth in the number of refugees received in Brazil, most of whom have settled in São Paulo, one of its major cities. The data presented here were collected as part of a broader ethnographic research on mental health services for immigrants and refugees conducted between 2017 and 2019 in the city of São Paulo. This study is intended to describe refugees’ experiences in the city, presenting two major conclusions: the first advocates that to better understand the context of refuge, we need to promote fractures in the category’s monolithic block; we need to abandon the rigidity prescribed by its legal definition, and instead consider it a dynamic and constantly moving structure. The second argument postulates that we should also abandon the idea of a remissive configuration of the category of refuge, paying special attention to the fact that the confinement of refugees to a temporality in the past can obfuscate our understanding of what they are attempting to communicate. Herein lies the originality of what is presented: the results of the research reveal that a refuge is a relational category, produced not only by State bureaucracies and international organizations, but also by its own subjects. Refugees in Brazil refuse to be limited by the bureaucratic categories, and they reformulate its boundaries so new internal and external divisions can be made. These include refúgio branco and refúgio negro. They also encompass other members otherwise excluded by the bureaucratic category of refuge.<hr/>Resumen: en los últimos años ha habido un crecimiento exponencial de la cantidad de refugiados que recibe Brasil, quienes en su mayoría se han establecido en São Paulo, una de las principales ciudades del país. Los datos aquí presentados fueron recopilados en una investigación etnográfica más amplia sobre servicios de salud mental para inmigrantes y refugiados, realizada entre 2017 y 2019 en dicha ciudad. El estudio, cuyo objetivo fue describir sus experiencias, presenta dos conclusiones principales. La primera plantea que, para entender mejor el contexto del refugio, necesitamos promover fracturas en el sentido monolítico de la categoría, abandonar la rigidez que prescribe su definición legal y, en su lugar, considerarla como una estructura dinámica y en constante movimiento. La segunda postula que debemos renunciar también a la idea de una configuración remisiva de la categoría de refugio y prestar especial atención al hecho de que el confinamiento de los refugiados en el pasado puede ofuscar una mejor comprensión de lo que tratan de comunicar. Aquí es donde radica la originalidad de lo que se presenta: los resultados de la investigación revelan que el refugio es una categoría relacional, producida no solo por las burocracias del Estado y de los organismos internacionales, sino también por sus propios sujetos. Los refugiados en Brasil se niegan a ser limitados por las categorías burocráticas y reformulan sus límites para que poder establecer nuevas divisiones internas y externas. Estas incluyen refúgio branco y refúgio negro, que también abarcan a los demás miembros excluidos de un modo u otro por la categoría burocrática de refugio.<hr/>Resumo: nos últimos anos, tem ocorrido um crescimento exponencial da quantidade de refugiados que o Brasil recebe, os quais, em sua maioria, têm se estabelecido em São Paulo, uma das principais cidades do país. Os dados apresentados aqui foram coletados em uma pesquisa etnográfica mais ampla sobre serviços de saúde mental para imigrantes e refugiados, realizada entre 2017 e 2019 nessa cidade. No estudo, cujo objetivo foi descrever suas experiências, são apresentadas duas conclusões principais. A primeira propõe que, para entender melhor o contexto do refúgio, precisamos promover fraturas no sentido monolítico da categoria, abandonar a rigidez que sua definição legal prescreve e, em seu lugar, considerá-la como uma estrutura dinâmica e em constante movimento. A segunda postula que devemos renunciar também a ideia de uma configuração remissiva da categoria de refúgio e prestar especial atenção ao fato de que o confinamento dos refugiados no passado pode ofuscar uma melhor compreensão do que pretendem comunicar. Aqui é onde se encontra a originalidade do que é apresentado: os resultados da pesquisa revelam que o refúgio é uma categoria relacional, produzida não somente pelas burocracias do Estado e das organizações internacionais, mas também por seus sujeitos. Os refugiados no Brasil se negam a ser limitados pelas categorias burocráticas e reformulam seus limites para poder estabelecer novas divisões internas e externas. Estas incluem refúgio branco e refúgio negro, que também abrangem os demais membros excluídos de um modo ou de outro pela categoria burocrática de refúgio.