Scielo RSS <![CDATA[Antipoda. Revista de Antropología y Arqueología]]> http://www.scielo.org.co/rss.php?pid=1900-540720210003&lang=pt vol. num. 44 lang. pt <![CDATA[SciELO Logo]]> http://www.scielo.org.co/img/en/fbpelogp.gif http://www.scielo.org.co <![CDATA[O pavor do migrante nas entrelinhas de um jornal: o <em>Sa k pasé</em> (1992) da Base Naval da Baía de Guantánamo]]> http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1900-54072021000300003&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Resumen: En 1991, miles y miles de haitianos que huían del país en embarcaciones precarias fueron detenidos y llevados a la Base Naval de Guantánamo. Debido a las inéditas circunstancias de su retención y retorno forzado a Haití, y pese a que esta migración por mar fue de las más notorias por lo numeroso y concentrado del éxodo, no sabemos de registros periodísticos comerciales que atestigüen desde dentro las vidas de estos migrantes en la Base Naval. Existe, sin embargo, el Sa k pasé, un periódico de corta duración producido por la armada estadounidense en la base durante los primeros meses de 1992. Leyéndolo con intención etnográfica, exploro la presencia de los migrantes como aflora por entre las fisuras de lo escrito. Tomo como eje el sentimiento de pavor. La originalidad de este artículo reside, primero, en la fuente a la que recurro para mapear esa presencia migrante y, segundo, en que me concentro en la migración haitiana de 1991-1993, que ha sido opacada temáticamente por su concomitancia con la “crisis de los balseros” cubana. Tras caracterizar el contexto y el papel de la Base Naval de Guantánamo y describir el periódico Sa k pasé y su función, analizo escenarios del pavor relacionado con el asedio al cuerpo. Concluyo que fuentes como estas pueden ser útiles no solo para el estudio de las migraciones haitianas por mar, sino también para la concientización del derecho a la vida de quienes migran.<hr/>Abstract: In 1991, thousands and thousands of Haitians fleeing the country in precarious boats were arrested and taken to the Guantánamo Naval Base. Despite the unprecedented circumstances of their detention and forced return to Haiti, and the fact that this migration by sea has been one of the most notorious in terms of the numbers and concentration of the exodus, we know of no commercial journalistic records that bear witness to the lives of these migrants at the Naval Base from the inside. However, the Sa k pasé, a short-lived newspaper, was produced by the US Army at the Base during the first months of 1992. Reading it with ethnographic intent, I explore the presence of migrants as they emerge from the cracks of what has been written. My core analysis deals with their feelings of fear. The originality of this article stems from the source used to map this migrant presence and from its focus on the Haitian migration of 1991-1993, which has been thematically overshadowed by its concomitance with the so called “crisis of the Cuban rafters.” After characterizing the context and role of the Naval Base and describing the Sa k pasé newspaper and its dynamics, I analyze scenarios of fear related to the siege of the body. I conclude that sources such as these can be useful both for the study of Haitian migration by sea and for raising awareness about the right to life of those who migrate.<hr/>Resumo: Em 1991, milhares de haitianos que fugiam do país em embarcações precárias foram detidos e levados à Base Naval da Baía de Guantánamo. Devido às inéditas circunstâncias de sua retenção e ao retorno forçado ao Haiti, e, embora essa migração pelo mar tenha sido das mais notáveis pelo numeroso e concentrado do êxodo, não sabemos de registros jornalísticos comerciais que testemunhassem a partir das vidas desses migrantes na Base Naval. Contudo, existe o Sa k pasé, um jornal de curta duração produzido pela armada estadunidense na Base durante os primeiros meses de 1992. Com base em sua leitura com intenção etnográfica, exploro como surge a presença dos migrantes entre as fissuras do texto. Tomo como eixo o sentimento de pavor. A originalidade deste artigo está, em primeiro lugar, na fonte à qual recorro para mapear essa presença migrante e, em segundo, no foco que dou à migração haitiana de 1991 a 1993, que vem sendo ofuscada tematicamente por sua concomitância com a “crise dos balseiros” cubana. Após caracterizar o contexto e o papel da Base Naval e descrever o jornal Sa k pasé e sua função, analiso cenários do pavor relacionado como o assédio ao corpo. Concluo que fontes como estas podem ser úteis não somente para o estudo das migrações haitianas pelo mar, mas também para a conscientização do direito à vida dos que migram. <![CDATA[Etnografia não é método]]> http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1900-54072021000300029&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Resumen: Esta es la traducción del artículo que resulta de la conferencia ofrecida por Mariza Peirano, profesora emérita de la Universidade de Brasilia, en la conmemoración de los 40 años del Programa de Posgrado en Antropología Social de la Universidade Federal do Río Grande do Sul en 2014. A partir de una historia personal, que transporta al lector al universo de la antropología de la política, la autora sostiene que la antropología es resultado de formulaciones teórico/etnográficas registradas en monografías, en las cuales el extrañamiento, el empirismo y la reflexividad son herramientas fundamentales para la creación de la teoría vivida que actualiza preguntas y varias historias teóricas de la antropología. Esta traducción resulta imprescindible para la formación de nuevas generaciones de antropólogos/as en los niveles de pregrado y posgrado, así como para públicos más amplios en ciencias humanas y sociales, pues apunta a problematizar la separación y jerarquización entre teoría, método y trabajo de campo en la producción de conocimiento. Cuestionando el supuesto de la etnografía como apenas un método, ampliamente difundido en la producción científica y técnica, más allá de la antropología, Peirano invita al lector a pensar y cultivar en una actitud etnográfica que valoriza la sorpresa (la cual coloca en perspectiva al investigador) y permite la abertura y reformulación de las hipótesis a partir de la experiencia del trabajo de campo. Así, el “método etnográfico” implica el rechazo de una orientación previamente definida, el fortalecimiento teórico a partir de la experiencia del etnógrafo y la confrontación con nuevos datos de campo, creando hechos etnográficos, que apuntan a una permanente recombinación y creación intelectual.<hr/>Abstract: This is the translation of a paper resulting from the lecture given by Mariza Peirano, professor emeritus at Universidade de Brasilia. The lecture was given at the commemoration of the 40th anniversary of the Social Anthropology Postgraduate Program run by Universidade Federal do Rio Grande do Sul, in 2014. Based on a personal story, which draws the reader into the universe of the anthropology of politics, the author maintains that anthropology is the result of theoretical/ethnographic formulations recorded in monographs, in which estrangement, empiricism, and reflexivity are fundamental tools for the creation of lived theory that updates questions and of anthropology as theoretical storytelling. As it is intended to problematize the separation and hierarchy between theory, method and field work in the production of knowledge, this translation is essential for the training of new generations of anthropologists at undergraduate and graduate levels, as well as for wider audiences involved in the human and social sciences. Questioning the assumption of ethnography as just one method, widely spread in scientific and technical production, beyond anthropology, Peirano calls on the reader to think and cultivate an ethnographic attitude that values surprise (which puts the researcher into perspective) and makes it possible to open up and reformulate hypotheses based on field work experience. Thus, the "ethnographic method" implies that a rejection of a previously defined orientation, a theoretical strengthening based on the experience of the ethnographer, and a confrontation with new field data, creating ethnographic facts, which point to a permanent recombination and intellectual creation.<hr/>Resumo: Esta é a tradução do artigo que resulta da palestra proferida por Mariza Peirano, professora emérita da Universidade de Brasília, pela comemoração dos 40 anos do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal do Rio Grande do Sul em 2014. Partindo de uma história pessoal, que transporta o leitor ao universo da Antropologia da Política, a autora argumenta que a antropologia é o resultado de formulações teórico-etnográficas registradas em monografias, nas quais o estranhamento, o empirismo e a reflexividade são ferramentas fundamentais para a criação de uma teoria vivida que atualiza as questões e as várias histórias teóricas da Antropologia. Esta tradução é fundamental para a formação de novas gerações de antropólogos/as dos níveis de graduação e pós-graduação, bem como para públicos mais amplos nas ciências humanas e sociais, pois visa problematizar a separação e a hierarquização entre teoria, método e trabalho de campo na produção de conhecimento. Questionando o pressuposto da etnografia como sendo apenas um método, amplamente difundido na produção científica e técnica, para além da Antropologia, Peirano convida o leitor a pensar e cultivar uma atitude etnográfica que valoriza a surpresa (o que coloca o pesquisador em perspectiva) e permite a abertura e a reformulação de hipóteses com base na experiência de trabalho de campo. Assim, o “método etnográfico” implica a rejeição de uma orientação previamente definida e o reforço teórico a partir da experiência do etnógrafo e o confronto com novos dados de campo, criando fatos etnográficos que apontam para uma recombinação e criação intelectuais permanentes. <![CDATA[Sentimento humanitário e utilitarismo científico na prática antropológica argentina: a transição entre os séculos XIX-XX e XX-XXI]]> http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1900-54072021000300045&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Resumen: El objetivo de este artículo es mostrar cómo se expresa en los antropólogos y los museos antropológicos la tensión entre sentimiento humanitario y utilitarismo científico respecto a los pueblos originarios y las políticas indigenistas en Argentina desde fines del siglo XIX hasta inicios del XX y desde fines del siglo XX hasta la actualidad. Se adoptó una metodología centrada en el trabajo de archivo, lo que implicó un proceso de selección y análisis de fuentes documentales relevadas en Argentina y Alemania. Se partió de la convicción de que tanto los registros elaborados explícitamente para dar cuenta de la vida profesional como los documentos privados constituyen fundamentales fuentes de evidencia. Además, el análisis de las fuentes apuntó a una antropología de la antropología que permitió dar cuenta de la complejidad de elementos presentes en cada momento examinado, así como reconstruir el punto de vista de los nativos de acuerdo con la racionalidad de su tiempo. La temporalidad seleccionada para el análisis responde a dos momentos de la disciplina distantes entre sí, con el fin de contrastar y hacer vivaz la discusión. Admitir la presencia de la tensión entre sentimiento humanitario y utilitarismo científico en los dos momentos examinados y aceptar el pasado disciplinar implican una nueva actitud comprometida política y éticamente no solo con el reconocimiento de la historia de la práctica antropológica, sino también de los abusos cometidos contra los pueblos originarios desde y por la antropología, en nombre de la ciencia y de un ideal de progreso concebido como inevitable. El estudio promueve la discusión sobre un tema poco abordado, de importancia antropológica y sociopolítica tanto para Argentina como para la región, como es la restitución de restos mortales de indígenas y el derecho al acceso a la información pública.<hr/>Abstract: The purpose of this article is to show how anthropologists and anthropological museums express the tension between humanitarian sentiment and scientific utilitarianism with respect to native peoples and indigenist policies in Argentina between the end of the 19th century and the beginning of the 20th century and from the end of the 20th century until now. The methodology adopted was based on archival work, which involved a process of selection and analysis of documentary sources collected in Argentina and Germany. The starting point was the conviction that both the records drawn up explicitly to provide an account of professional life and private documents are fundamental sources of evidence. Furthermore, the analysis of the sources pointed to an anthropology of anthropology that provided an account of the complexity of elements present at each moment considered, as well as reconstructing the perspective of the natives in accordance with the reasoning of their time. The time period selected for the analysis corresponds to two distant moments of the discipline, with a view to contrasting them to ensure a lively discussion. Admitting the presence of tension between humanitarian sentiment and scientific utilitarianism in the two periods examined and accepting that the disciplinary past implies the adoption of a new attitude. One that is politically and ethically committed to both the recognition of the history of anthropological practice, and to the abuses committed against native peoples from and by anthropology, in the name of science and an ideal of progress conceived as inevitable. The study promotes the discussion of a little addressed issue of anthropological and socio-political importance for Argentina and the region, such as the restitution of the mortal remains of indigenous people and the right to access to public information.<hr/>Resumo: O objetivo deste artigo é mostrar como é expressa, nos antropólogos e nos museus antropológicos, a tensão entre sentimento humanitário e utilitarismo científico a respeito dos povos originários e das políticas indigenistas na Argentina desde o final do século XIX até o início do XX, e do final do século XX até a atualidade. Foi adotada uma metodologia focada no trabalho de arquivo, o que envolveu um processo de seleção e análise de fontes documentais relevantes na Argentina e na Alemanha. Partiu-se da convicção de que tanto os registros elaborados explicitamente para evidenciar a vida profissional quanto os documentos privados constituem fundamentais fontes de evidência. Além disso, a análise das fontes apontou uma antropologia da antropologia que permitiu evidenciar a complexidade de elementos presentes em cada momento examinado, bem como reconstruir o ponto de vista dos nativos de acordo com a racionalidade de seu tempo. A temporalidade selecionada para a análise atende aos dois momentos da disciplina distantes entre si, com o objetivo de contrastar e tornar a discussão viva. Admitir a presença da tensão entre sentimento humanitário e utilitarismo científico nos dois momentos analisados e aceitar o passado disciplinar implica uma nova atitude comprometida política e eticamente não somente com o reconhecimento da história da prática antropológica mas também dos abusos cometidos contra os povos originários a partir da e pela antropologia, em nome da ciência e de um ideal de progresso concebido como inevitável. Este estudo promove a discussão sobre um tema pouco abordado, de importância antropológica e sociopolítica, tanto para a Argentina quanto para a região, como é a restituição de restos mortais de indígenas e o direito ao acesso à informação pública. <![CDATA[Experiência e subjetividade de mulheres sobreviventes de violência sexual durante o conflito armado interno peruano]]> http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1900-54072021000300071&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Resumen: Durante el conflicto armado interno peruano en las comunidades de Manta y Vilca se instalaron bases militares, con el fin de mantener el orden de la zona. Sin embargo, de forma cotidiana y reiterada, los soldados comenzaron a violar a las mujeres. El presente artículo tiene como objetivo reflexionar en torno a cómo las mujeres sobrevivientes de las violaciones sexuales significaron estas experiencias. En el artículo examino el discurso contenido en los testimonios entregados por las mujeres de las comunidades de Manta y Vilca a la Comisión de la Verdad y Reconciliación del Perú (CVR). Luego, analizo las conversaciones en profundidad que sostuve con seis de las nueve mujeres sobrevivientes de violaciones sexuales de la comunidad de Manta que son parte querellante del proceso judicial en curso desde 2016 contra catorce militares acusados de ser sus agresores. Estas conversaciones son parte de mi trabajo etnográfico desarrollado en los años 2018 y 2019. A modo de conclusión, observo que los significados que las mujeres sobrevivientes han dado a sus experiencias reflejan subjetividades relacionadas con el contexto histórico, pero sobre todo con el contexto socio-cultural. Dichas subjetividades varían en el tiempo, produciéndose resignificaciones de las experiencias. Por lo demás, este artículo busca rescatar las voces de las mujeres a partir del uso de la noción de sobreviviente de violación sexual, la cual teórica y metodológicamente busca destacar la agencia y la creatividad de las mujeres que atraviesan por estas experiencias.<hr/>Abstract: During the Peruvian internal armed conflict, military bases were installed in the communities of Manta and Vilca in order to maintain order in the area. However, soldiers began raping women on a daily and repeated basis. The purpose of this article is to reflect on how women survivors of sexual violence have come to understand these experiences. In the article, I examine the discourse contained in the testimonies given by women from the communities of Manta and Vilca to the Peruvian Truth and Reconciliation Commission (CVR). I then analyze the in-depth conversations I had with six of the nine women survivors of rape from the Manta community who are plaintiffs in the judicial process underway since 2016 against fourteen military personnel accused of being their aggressors. These conversations are part of my ethnographic work conducted in 2018 and 2019. By way of conclusion, I note that the meanings that women survivors have given to their experiences reflect subjectivities related to the historical context, but above all to the socio-cultural context. In turn, these subjectivities vary over time, resulting in resignifications of the experiences. This paper is also intended to capture women's voices through the use of the notion of rape survivor, which theoretically and methodologically seeks to highlight the agency and creativity of the women who are subjected to such experiences.<hr/>Resumo: Durante o conflito armado interno peruano, nas comunidades de Manta e Vilca, foram instaladas bases militares a fim de manter a ordem na região. Contudo, de forma cotidiana e reiterada, os soldados começaram a estuprar as mulheres. O objetivo deste artigo é refletir sobre como as mulheres sobreviventes de violência sexual significaram essas experiências. Neste artigo, examino o discurso contido nos depoimentos das mulheres das comunidades de Manta e Vilca prestados à Comissão da Verdade e da Reconciliação do Peru. Em seguida, analiso em profundidade as conversas que tive com seis das nove mulheres sobreviventes de estupros da comunidade de Manta que fazem parte querelante do processo judicial em andamento desde 2016 contra catorze militares acusados de serem seus agressores. Essas conversas fazem parte de meu trabalho etnográfico desenvolvido em 2018 e 2019. A modo de conclusão, observo que os significados que as mulheres sobreviventes dão a suas experiências refletem subjetividades relacionadas com o contexto histórico, mas principalmente com o contexto sociocultural. Essas subjetividades variam no tempo, produzindo-se ressignificações das experiências. Portanto, neste artigo, pretendo resgatar as vozes das mulheres a partir do uso da noção de sobrevivente de violência sexual, a qual teórica e metodologicamente busca resgatar a agência e a criatividade das mulheres que vivenciam essas experiências. <![CDATA[A imagem como <em>makruma</em> (dom): fotografia etnográfica entre os arhuacos da Serra Nevada de Santa Marta]]> http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1900-54072021000300095&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Resumen: El presente artículo es un estudio de caso en torno a los intercambios y relaciones que se dieron por medio de imágenes en la comunidad arhuaca de Kutunzama en la Sierra Nevada de Santa Marta. La circulación de fotografías, que muestran la historia actual y pasada del pueblo arhuaco, permitió un intercambio entre: los mamos, la comunidad y yo -en calidad de etnógrafo-. El objetivo de este texto consiste en mostrar de qué modo la circulación de estas fotografías puede entenderse como don en un proceso de redistribución desde las capacidades evocativas, materiales y sensuales que tienen las imágenes. El presente artículo se trata de una aproximación etnográfica, desarrollada entre 2017 y 2019. A partir de un proceso de elicitación de fotografías y películas, entrevistas y observación participante, se logró un acercamiento a las formas de organización y parentesco de la comunidad. Asimismo, este proceso de circulación permitió activar narrativas de la historia reciente del poblado, relacionadas con el poblamiento y el contexto de disputa territorial que se vive en la zona. La fotografía etnográfica permitió acercarse a nociones de tiempo y espacio, así como ampliar la noción arhuaca de makruma. Antes que concebir esta noción como regalo, se entiende como un proceso de redistribución en el que el objeto dado posee las características de la persona que lo entrega y el retorno de dicho objeto (en este caso las imágenes) se vuelve una forma de saldar una deuda espiritual. El texto muestra la imagen como medio de interacción, medio de encuentro, lugar de circulación y experiencia sensorial. Se aborda la imagen como elemento multisensorial y la fotografía, no solo desde su carácter representacional, sino como objeto que traza relaciones sociales a partir de la noción indígena de makruma.<hr/>Abstract: This article is a case study of the exchanges and relationships that arose from the circulation of images in the Arhuaco community of Kutunzama in the Sierra Nevada de Santa Marta. The circulation of photographs, which show the present and past history of the Arhuaco people, led to an exchange between the mamos, the community and myself -as ethnographer-. The purpose of this text is to show how the circulation of these photographs can be understood as a gift in a process of redistribution based on the evocative, material and sensual capacities of the images. This article consists of an ethnographic approach, developed between 2017 and 2019, on the basis which the community's forms of organization and kinship are understood via the elicitation of photographs and films, interviews and participant observation. This circulation also made it possible to activate narratives of the recent history of the village, related to the settlement and the context of territorial disputes in the area. Ethnographic photography allowed us to approach notions of time and space, and to broaden the Arhuaco notion of makruma. Rather than conceiving of this notion as a gift, it is understood as a process of redistribution in which the given object possesses the characteristics of the person who gives it and the return of the object (in this case the images) becomes a way of settling a spiritual debt. The text shows the image as a means of interaction, a means of encounter, a place of circulation and sensory experience. It approaches the image as a multisensory object and the photograph not only as a representational object, but also as one that traces social relations based on the indigenous notion of makruma.<hr/>Resumo: Este artigo é um estudo de caso sobre os intercâmbios e as relações ocorridas por meio de imagens na comunidade arhuaca de Kutunzama na Serra Nevada de Santa Marta, Colômbia. A circulação de fotografias que mostram a história atual e a passada do povo arhuaco permitiu um intercâmbio entre mim - em qualidade de etnógrafo -, os mamos e a comunidade. O objetivo deste texto consiste em mostrar de que maneira a circulação dessas fotografias pode ser entendida como dom em um processo de redistribuição a partir das capacidades evocativas, materiais e sensuais que as imagens têm. Além disso, este artigo se trata de uma aproximação etnográfica desenvolvida entre 2017 e 2019. A partir de um processo de elicitação de fotografias e filmes, entrevistas e observação participante, foi possível uma aproximação das formas de organização e parentesco da comunidade. Ainda, esse processo de circulação permitiu ativar narrativas da história recente do povoado, relacionadas com o povoamento e o contexto de disputa territorial vivida na região. A fotografia etnográfica possibilitou se aproximar de noções de tempo e espaço, bem como ampliar a noção arhuaca de makruma. Antes de conceber essa noção como “presente”, entende-se como um processo de redistribuição em que o objeto dado apresenta características da pessoa que o entrega e o retorno desse objeto (nesse caso, as imagens) se torna uma forma de quitar a dívida espiritual. No texto, é mostrado a imagem como meio de interação, meio de encontro, lugar de circulação e experiência sensorial. É abordada a imagem como objeto multissensorial, e a fotografia, não somente sob seu caráter representacional, mas também como forma de estabelecer relações sociais a partir da noção indígena de makruma. <![CDATA[A multiplicação das penas: questões preliminares para a abordagem de acusações e denúncias de proximidade em tempos de pandemia]]> http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1900-54072021000300119&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Resumen: Con la irrupción de la pandemia por el SARS-CoV-2 y su devastador avance se implementaron diferentes formas de confinamiento que en Latinoamérica transformaron radical y rápidamente los abordajes de salud pública. El objetivo de este trabajo consiste en delimitar preliminarmente el problema de las acusaciones y denuncias de persona a persona en contextos de proximidad bajo el régimen del confinamiento en el área metropolitana de Buenos Aires (AMBA). En este trabajo se examinan tres cuestiones: 1) las perspectivas antropológicas sobre la judicialización; 2) las amplias consecuencias y efectos paradojales que las acusaciones, denuncias y judicializaciones han demostrado tener para el bienestar, la salud y la supervivencia de las personas y conjuntos sociales afectados; y 3) las particularidades que asume el trabajo antropológico en contextos altamente normatizados, sancionados y criminalizados. Este artículo se estructura respecto del caso del AMBA, para cuyo análisis se ensamblan materiales heterogéneos: antecedentes históricos, argumentos antropológicos, resultados de investigaciones, información de medios de comunicación, normativas, etc. Específicamente, el texto focaliza en aquellas prácticas desarrolladas durante los meses del período inicial de confinamiento en el AMBA, desde el 20 de marzo hasta el 9 de noviembre 2020. El análisis expuesto en este artículo arroja luz sobre los modos en que las acusaciones y denuncias en contextos de proximidad no solo fragilizan las tramas sociales, profundizan las desigualdades y acentúan la incertidumbre sobre las respuestas sociales frente a la posible infección y muerte, sino que también comprometen y distorsionan las estrategias epidemiológicas preventivas y de cuidado. Si bien acciones legales del mismo tipo han tenido lugar para otras dolencias y epidemias, las acusaciones y denuncias en contextos de proximidad, en este caso, son entendidas como estrategias habilitadas y legitimadas que expresan y traducen a la microescala del aislamiento profundas transformaciones de los vínculos entre salud pública, legislación y fuerzas de seguridad en los regímenes del confinamiento social.<hr/>Abstract: With the outbreak and devastating spread of the SARS-CoV-2 pandemic, different forms of containment methods have been implemented across Latin America that have radically and rapidly transformed public health approaches. The purpose of this paper is to provide a preliminary delimitation of the problem of person-to-person accusations and complaints in proximity contexts under the confinement regime in the metropolitan area of Buenos Aires (AMBA). This paper examines three issues: 1) anthropological perspectives on judicialization; 2) the broad-ranging consequences and paradoxical effects that accusations, denunciations, and judicializations have been proven to cause for the well-being, health, and survival of affected individuals and social groups; and 3) the particularities that anthropological work assumes in highly normatized, sanctioned, and criminalized contexts. This article addresses heterogeneous materials: historical background, anthropological arguments, research results, media information, regulations, etc., to analyze the case of the AMBA. Specifically, the text focuses on the practices employed during the months of the initial period of confinement in AMBA, from March 20 to November 9, 2020. This analysis sheds light on the ways in which proximity accusations and allegations lead to the fragmentation of social fabrics, deepen inequalities, and accentuate uncertainty about social responses to possible infection and death. They also compromise and distort epidemiological, preventive, and care strategies. While legal actions of the same type have taken place for other ailments and epidemics, proximity accusations and allegations, in this case, are understood as enabled and legitimized strategies that express and translate deep transformations -at the micro-scale of isolation- of the links between public health, legislation and security forces in social confinement regimes.<hr/>Resumo: Com a irrupção e o devastador avanço da pandemia ocasionada pelo Sars-CoV-2, foram implementadas diferentes formas de confinamento que, na América Latina, transformaram radical e rapidamente as abordagens de saúde pública. O objetivo deste trabalho é delimitar preliminarmente o problema das acusações e das denúncias de pessoa a pessoa em contextos de aproximação sob o regime do confinamento na região metropolitana de Buenos Aires (RMBA). Neste trabalho, foram examinadas três questões: 1) as perspectivas antropológicas sobre a judicialização; 2) as amplas consequências e os efeitos paradoxos que as acusações, as denúncias e as judicializações vêm demonstrando ter para o bem-estar, a saúde e a sobrevivência das pessoas e dos conjuntos sociais afetados; 3) as particularidades que o trabalho antropológico assume em contextos altamente normatizados, sancionados e criminalizados. Este artigo trata do caso da RMBA, no qual a análise é estruturada a partir de materiais heterogêneos: antecedentes históricos, argumentos antropológicos, resultados de pesquisas, informação de meios de comunicação, leis etc. especificamente, no texto, foca-se naquelas práticas desenvolvidas durante os meses do período inicial de confinamento na RMBA, desde 20 de março até 9 de novembro de 2020. A análise exposta no artigo esclarece acerca dos modos pelos quais as acusações as denúncias em contextos de aproximação não somente fragilizam as relações sociais, aprofundam as desigualdades e acentuam as incertezas sobre as respostas sociais diante da possível infecção e morte, mas também comprometem e distorcem as estratégias epidemiológicas, preventivas e de cuidado. Embora as ações legais do mesmo tipo venham tendo lugar para outras doenças e epidemias, as acusações e as denúncias em contextos de aproximação, nesse caso, são entendidas como estratégias habilitadas e legitimadas que expressam e traduzem à microescala do isolamento profundas transformações dos vínculos entre saúde pública, legislação e forças de segurança nos regimes do confinamento social. <![CDATA[<em>O Partido é a luz do universo.</em> A metáfora da luz no discurso inicial de Sendero Luminoso (1966-1976)]]> http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1900-54072021000300145&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Resumen: El presente artículo analiza cómo el uso metafórico del concepto de la luz en los textos iniciales del Partido Comunista del Perú ‒ Sendero Luminoso (PCP-SL) generó significados que cohesionaron a dicha organización en su etapa inicial. El análisis del texto se apoya en un marco de interpretación mixto, que recoge los aportes de la lingüística y la pragmática comunicacional. Dichos marcos son la teoría de la metáfora conceptual de Lakoff y Johnson, la teoría de la integración conceptual de Fauconnier y Turner, y la pragmática cognitiva de Sperber y Wilson. Luego, sobre esta base interpretativa se identifican las metáforas conceptuales vinculadas a la luz. Finalmente, se describe la composición de un espacio de integración en el que se proyecta y se da sentido a los significados y marcos involucrados. El análisis concluye que las metáforas de la luz influencian la comprensión de la figura de José Carlos Mariátegui, considerado el referente ideológico del PCP-SL en la década de 1970. Este personaje es revestido de atributos científicos y religiosos y se constituye como el antecedente de lo que será, durante la década de 1980, el llamado Presidente Gonzalo (denominación de Abimael Guzmán Reynoso, líder de dicho grupo). La originalidad del trabajo radica en el hecho de que se ocupa de la etapa formativa del PCP-SL, tan útil para entender la naturaleza de dicha organización. Asimismo, la perspectiva teórica adoptada resulta novedosa respecto de las aproximaciones sociológicas y políticas predominantes en el estudio del fenómeno senderista.<hr/>Abstract: This article analyses the way in which the metaphorical use of the concept of light in the initial texts issued by Peru's Communist Party ‒ Shining Path (Partido Comunista del Perú ‒ Sendero Luminoso [PCP-SL]) engendered meanings that united the organization in its initial stage. The analysis is based on a mixed interpretative framework, which brings together contributions from linguistics and communicational pragmatics. These frameworks consist of Lakoff and Johnson's conceptual metaphor theory, Fauconnier and Turner’s conceptual integration theory, and Sperber and Wilson's cognitive pragmatics. Next, we identify the conceptual metaphors linked to light on this interpretative basis. Finally, we describe the composition of a space of integration in which the meanings and frameworks involved are projected and given meaning. The analysis concludes that the metaphors of light influence the understanding of the figure of José Carlos Mariátegui, considered the ideological figurehead of the PCP-SL in the 1970s. This figure is invested with scientific and religious attributes and is the forerunner of the so-called Presidente Gonzalo (the name given to Abimael Guzmán Reynoso, the leader of the group) during the 1980s. The originality of the work lies in the fact that it deals with the foundational stage of the PCP-SL, which has proved useful as a means to understand the nature of the organization. At the same time, the theoretical perspective adopted is novel with respect to the predominant sociological and political approaches to the study of the Shining Path phenomenon.<hr/>Resumo: Neste artigo, analisa-se como o uso metafórico do conceito da luz nos textos iniciais do Partido Comunista do Peru-Sendero Luminoso (PCP-SL) gerou significados que tornaram essa organização coesa em sua etapa inicial. A análise do texto se apoia num referencial de interpretação misto, que coleta contribuições da linguística e da pragmática comunicacional. Esses referenciais são a teoria da metáfora conceitual de Lakoff e Johnson, a teoria da integração conceitual de Fauconnier e Turner, bem como a pragmática cognitiva de Sperber e Wilson. Em seguida, sobre essa base interpretativa, foram identificadas as metáforas conceituais vinculadas à luz. Por último, é descrita a composição de um espaço de integração em que significados e referenciais envolvidos são projetados e ganham sentido. A partir da análise, conclui-se que as metáforas da luz influenciam a compreensão da figura de José Carlos Mariátegui, considerado o referente ideológico do PCP-SL na década de 1970. Essa personagem é revestida de atributos científicos e religiosos, e constitui como o antecedente do que será, durante a década de 1980, o chamado Presidente Gonzalo (denominação de Abimael Guzmán Reynoso, líder desse grupo). A originalidade do trabalho está no fato de que trata da etapa formativa do PCP-SL, tão útil para entender a natureza dessa organização. Além disso, a perspectiva teórica adotada resulta inovadora a respeito das abordagens sociológicas e políticas predominantes no estudo do fenômeno senderista. <![CDATA[Tipologia de corpos traficados da América do Sul e do Caribe ao Chile]]> http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1900-54072021000300167&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Resumen: En este estudio construimos una tipología de cuerpos traficados de mujeres migrantes clandestinas en tránsito desde América del Sur y el Caribe en dirección a Chile. Nos aproximamos al tema desde la antropología del cuerpo y de la movilidad humana. Se han utilizado varios métodos para hacer la tipología. Por un lado, se hizo un seguimiento etnográfico colaborativo entre los años 2018 y 2020. Este consistió de tres elementos: 1) una etnografía del tráfico de migrantes en las fronteras de Perú-Chile y Bolivia-Chile, 2) entrevistas en profundidad a las personas que colaboraron en la investigación y 3) un acompañamiento jurídico y psicosocial. Por otro lado, se realizó una intervención con teatro espontáneo en la que participaron las personas colaboradoras. Y, finalmente, se hizo una revisión de la sentencia judicial de la denominada “Operación Desierto”, en la que se describen los hechos producidos en un caso de tráfico de migrantes. La definición de cuerpo en la que se basa este trabajo fue provista por reflexiones filosóficas, estéticas y teorías feministas. Asimismo, la discusión de los resultados se centra en los análisis críticos del gobierno de los dominados a través de los cuerpos migrantes y su racialización. Las principales conclusiones son que el tráfico produce nuevas corporalidades, que la construcción histórica y social de los cuerpos evidencia una exposición de las mujeres a riesgos particulares en el tráfico, que el tránsito clandestino es siempre forzado y que la densidad del tránsito afecta a los cuerpos en sus diferentes dimensiones. La originalidad de esta investigación es la incorporación de elementos interdisciplinares para abordar una temática compleja. No solo se han recogido las experiencias en el tránsito y en el destino migratorio, sino que también ha habido una participación activa de las/os propias/os involucradas/os. Este ha sido un trabajo enmarcado en los planteamientos de la investigación situada y el activismo académico.<hr/>Abstract: In this study, we construct a typology of trafficked bodies of clandestine migrant women in transit from South America and the Caribbean to Chile, approaching the subject based on the anthropology of the body and human mobility. We used several methods to construct this typology. We conducted collaborative ethnographic monitoring between 2018 and 2020, consisting of three elements: 1) an ethnography of migrant smuggling on the Peru-Chile and Bolivia-Chile borders, 2) in-depth interviews with the research collaborators, and 3) legal and psychosocial accompaniment. We organized an intervention involving spontaneous theatre in which the collaborators took part. Finally, we reviewed the judicial sentence of the so-called "Operation Desert," which describes the facts involved in a case of migrant smuggling. The body definition on which this work is based was provided by philosophical, aesthetic, and feminist theories. The discussion of the results also focuses on critical analyses of the law of dominance through bodies and the racialization of migrant bodies. The main conclusions are that trafficking produces new corporalities, that the historical and social construction of bodies reveals women's exposure to particular risks in trafficking, that clandestine transit is always forced, and that the density of transit affects bodies in their different dimensions. The originality of this research is the incorporation of interdisciplinary elements to address a complex issue, whereby we collected, on the one hand, the experiences of migration transit and destination while, on the other, the study included the active participation of the people involved. This work has been framed within the approaches of situated research and academic activism.<hr/>Resumo: Neste estudo, construímos uma tipologia de corpos traficados de mulheres migrantes clandestinas em trânsito da América do Sul e do Caribe rumo ao Chile. Aproximamo-nos do tema a partir da antropologia do corpo e da mobilidade humana. Foram utilizados vários métodos para realizar a tipologia. Por um lado, fez-se um seguimento etnográfico colaborativo entre 2018 e 2020, o qual se consistiu de três elementos: 1) uma etnografia do tráfico de migrantes nas fronteiras do Peru e do Chile, e da Bolívia e do Chile; 2) entrevistas em profundidade com as pessoas que colaboraram na pesquisa e 3) acompanhamento jurídico e psicossocial. Por outro lado, foi realizada intervenção com teatro espontâneo do qual as pessoas colaboradoras participaram. Finalmente, uma revisão da sentença judicial denominada “Operação Deserto” foi feita, na qual são descritos os fatos produzidos num caso de tráfico de migrantes. A definição de corpo na qual este trabalho foi baseado foi derivada de reflexões filosóficas, estéticas e teorias feministas. Além disso, a discussão dos resultados está focada nas análises críticas do governo. As principais conclusões são que o tráfico produz novas corporalidades, que a construção histórica e social dos corpos evidencia uma exposição das mulheres a riscos particulares no tráfico, que o trânsito clandestino é sempre forçado e que a densidade do trânsito afeta os corpos em suas diferentes dimensões. A originalidade desta pesquisa é a incorporação de elementos interdisciplinares para abordar uma temática complexa. Não somente foram coletadas as experiências no trânsito e no destino migratório, mas também houve participação das/dos próprias/próprios envolvidas/envolvidos. Este trabalho se encontra no âmbito da pesquisa situada e do ativismo acadêmico. <![CDATA[A revolta dos insurgentes contra o abuso e a desigualdade. Os protestos em Santiago do Chile em outubro de 2019]]> http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1900-54072021000300197&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Resumen: Un fotógrafo y una antropóloga se encuentran en el epicentro del estallido social en las calles de Santiago de Chile en octubre de 2019. Como manifestantes que son, ellos observan, registran e interrogan la vorágine de los acontecimientos de la revuelta. En este artículo, a través del registro visual y etnográfico, se elaboran algunas claves interpretativas para los cinco meses de manifestaciones sociales iniciadas a partir del 18 de octubre como consecuencia del alza de la tarifa del transporte. Desde el registro de evidencias empíricas en el espacio de la protesta, el texto y las imágenes dialogan para dar cuenta del significado de a) los escombros en la ciudad; b) los cuerpos en el gesto performativo de la protesta y c) los monumentos insurrectos. Se plantea que la ira y el cansancio de décadas de desmesura y abuso del sistema neoliberal se expresan en el desorden y la destrucción del espacio público, los cuerpos y los monumentos. Dicha desmesura está presente en la memoria de los manifestantes y en cada uno de los aspectos de la vida social y cotidiana en Chile. Se concluye que el futuro está aún abierto y un atisbo de esperanza se construye en la reescritura de una nueva constitución chilena.<hr/>Abstract: A photographer and an anthropologist find themselves at the epicenter of the social outbreak on the streets of Santiago de Chile in October 2019. As protesters themselves, they observe, record, and scrutinize the maelstrom of events unfolding during the uprising. Through visual and ethnographic recording, this article develops some interpretative keys to the five months of social demonstrations that began on October 18 as a result of the increase in transport fares. By recording empirical evidence where the protest was taking place, the text and the images dialogue to provide an account of the meaning of a) the rubble in the city; b) the bodies in the performative gesture of protest; and c) the insurgent monuments. It is argued that the anger and discontent of decades of excess and abuse of the neoliberal system are expressed in the disorder and destruction of public space, bodies, and monuments. This excess is present in the memory of the demonstrators and in every aspect of social and daily life in Chile. It is concluded that the future is still open and a glimmer of hope is emerging in the rewriting of a new Chilean constitution.<hr/>Resumo: Um fotógrafo e uma antropóloga se encontram no epicentro da irrupção social nas ruas de Santiago do Chile em outubro de 2019. Como manifestantes que são, observam, registram e interrogam a voragem dos acontecimentos da revolta. Neste artigo, a partir do registro visual e etnográfico, são elaborados alguns elementos-chave para interpretar os cinco meses de manifestações sociais que iniciaram em 18 de outubro como consequência da elevada tarifa de transporte. Com base no registro de evidências empíricas no espaço dos protestos, o texto e as imagens dialogam para evidenciar o significado a) dos escombros na cidade, b) dos corpos no gesto performativo do protesto, e c) dos monumentos insurgentes. Propõe-se que a ira e o cansaço de décadas de descomedimento e abuso do sistema neoliberal são expressos na desordem e na destruição do espaço público, dos corpos e dos monumentos. Essa desconsideração está presente na memória dos manifestantes e em cada um dos aspectos da vida social e cotidiana no Chile. Conclui-se que o futuro está ainda aberto, e um indício de esperança é construído na reescrita de uma nova constituição chilena.