32 1 
Home Page  

  • SciELO

  • Google
  • SciELO
  • Google


Cuadernos de Geografía: Revista Colombiana de Geografía

 ISSN 0121-215X ISSN 2256-5442

ORDUZ ROJAS, Claudia Marcela    BARROS PEREIRA, Doralice. O rompimento da barragem de Fundão e a ascensão do capitalismo de desastre no Brasil. []. , 32, 1, pp.19-34.   29--2024. ISSN 0121-215X.  https://doi.org/10.15446/rcdg.v32n1.94479.

^a

O 5 de novembro de 2015, a barragem de rejeitos minerais de Fundão, de propriedade da Samarco (Vale SA/ BHP Billiton), rompeu-se, deixando dezenove mortos, milhares de atingidos e um rastro de destruição ao longo da Bacia do Rio Doce. Este artigo visa compreender a relação entre o rompimento da barragem e a ascensão do capitalismo de desastre no Brasil. As informações foram coletadas em fontes primárias e secundárias e em trabalhos de campo. Conclui-se que o rompimento do reservatório possibilitou a realização do primeiro experimento de grande monta do capitalismo de desastre no Brasil que se efetivou a partir de três terapias de choque. A primeira foi o próprio rompimento da barragem, que apesar de ser evitável, aconteceu de maneira abrupta e violenta. A segunda terapia foi um ambicioso programa econômico neoliberal, antidemocrático e impopular, adotado para reparar e compensar os danos ocasionados. Não sendo suficiente, os atingidos foram ainda submetidos a diversos mecanismos e técnicas de tortura coletiva que contribuíram para reduzir o gasto social, neutralizar a resistência ao tratamento econômico e consolidar a ascensão do capitalismo de desastre no Brasil. Em suma, os três choques permitiram o desenho de uma nova "normalidade" - mais doentia, brutal e perversa -, benéfica apenas para uma pequena elite empresarial global.

Ideias destacadas:

artigo de pesquisa que analisa, desde uma perspectiva crítica, as imbricações entre crises ambientais e novos nichos de mercado indispensáveis para consolidar o capitalismo de desastre e outorgar um novo fôlego ao capital.

^lpt^a

On November 5 2015, the Fundão tailings dam, owned by Samarco (Vale SA/BHP Billiton), broke leaving nineteen dead, thousands of people affected, and a trail of destruction along the Doce River basin. This article aims to understand the connection between the dam's collapse and the rise of disaster capitalism in Brazil. Data was collected from primary and secondary sources, and fieldwork. It is concluded that the collapse of the dam allowed the first great experiment of disaster capitalism in Brazil, implemented through three shock therapies. The first one was the rupture of the dam itself, which, although avoidable, occurred abruptly and violently. The second therapy was an ambitious neoliberal, anti-democratic, and unpopular economic program adopted to repair and compensate for the damages and caused. Not being enough, those affected were also subjected to several mechanisms and techniques of collective torture that contributed to reduce social spending, neutralize opposition to economic treatment, and consolidate disaster capitalism in Brazil. All in all, these three shocks allowed the design of a brand-new "normality" -more ailing, brutal, and perverse-, only to benefit a small global corporate elite.

Highlights:

research article that analyzes, from a critical perspective, the imbrications between environmental crisis and new market niches that are indispensable for consolidating disaster capitalism and giving a new breath to capital.

^len^a

El 5 de noviembre del 2015, la presa de relaves Fundão, de propiedad de Samarco (Vale SA/BHP Billiton), se rompió dejando diecinueve muertos, miles de personas afectadas y un rastro de destrucción a lo largo de la cuenca del río Doce. Este artículo tiene como objetivo comprender la relación entre el colapso de la presa y el auge del capitalismo del desastre en Brasil. La información fue recopilada en fuentes primarias y secundarias y en trabajos de campo. Se concluye que la ruptura de la presa permitió llevar a cabo el primer gran experimento del capitalismo del desastre en Brasil que se produjo a partir de tres terapias de choque. La primera fue la ruptura de la presa en sí, que, a pesar de ser evitable, ocurrió de manera abrupta y violenta. La segunda terapia fue un ambicioso programa económico neoliberal, antidemocrático e impopular, adoptado para reparar y compensar los daños causados. No siendo suficiente, los afectados también fueron sometidos a diversos mecanismos y técnicas de tortura colectiva que contribuyeron a reducir el gasto social, neutralizar la resistencia al tratamiento económico y consolidar el capitalismo del desastre en Brasil. En resumen, los tres choques permitieron el diseño de una nueva "normalidad" -más enfermiza, brutal y perversa-, benéfica solo para una pequeña élite empresarial global.

Ideas destacadas:

artículo de investigación que analiza, desde una perspectiva crítica, las imbricaciones entre crisis ambientales y nuevos nichos de mercado indispensables para consolidar el capitalismo del desastre y dar un nuevo aliento al capital.

^les

: .

        · | | |     ·     · ( pdf )