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Historia y MEMORIA

 ISSN 2027-5137

LUCERO, María Elena. Relatos da modernidade brasileira. Tarsila do Amaral e a abertura antropofágica como descolonização estética. []. , 10, pp.43-73. ISSN 2027-5137.

Tarsila do Amaral (1886-1973) iniciou sua fase antropofágica em 1928 após materializar Abaporú, uma pintura que sugeriu a Oswald de Andrade a escrita do Manifesto antropofágico no mesmo ano. Estas propostas formularam a antropofagia como a devoração do colonizador, assimilando certos aspectos, descartando outros e promovendo uma versão do indígena como aquele que comia o outro sem culpa. Portanto, o perfil político da antropofagia cultural no Brasil criou dispositivos que, a partir da retórica visual ou literária, levaram a desmontar os mecanismos de dominação ligados ao colonialismo. Este trabalho propõe uma leitura da trajetória de Tarsila centrada na Antropofagia de 1929, uma obra que operou como aposta descolonizadora da estética eurocentrista proveniente da iconografia ocidental. Nesta imagem as figuras estabeleciam uma fusão com o próprio entorno, imbuídas de um gigantismo visual que em alguns momentos as tornava ameaçadoras. A selva recriava uma versão do tropicalismo como espaço de fortaleza ou sinergia em uma atmosfera local que se distanciou das maneiras pré-concebidas de simbolizar a paisagem brasileira, reconstruindo uma visualidade vigorosa que confrontava a invenção estereotipada sobre o cenário americano.

: Tarsila do Amaral; visual; modernismo; antropofagia; descolonização.

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