Objetivo/contexto:

Neste artigo, proponho o conceito de continuum da militância para analisar a transformação das lutas políticas das mulheres ex-guerrilheiras das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia-Exército do Povo (Farc-EP) no pós-acordo de paz, com ênfase particular no nordeste do país. A partir de suas narrativas, questiono sobre a transição da luta armada ao combate feminista, bem como as tensões e desafios que são criados nesse caminho.

Metodologia:

Foco-me em três métodos particulares: o diário feminista de campo, as entrevistas biográficas e as observações participantes em dois trabalhos de campo conduzidos em 2019 e 2022 no nordeste colombiano.

Conclusões:

Este artigo confirma a necessidade de compreender a militância pós-acordo de paz como um continuum entre a luta armada e os diferentes combates feministas, de mulher e de gênero. Além disso, demonstra a importância de analisar a militância das ex-guerrilheiras das Farc-EP a partir da identidade insurgente. Finalmente, conclui-se que o feminismo insurgente, apesar das tensões políticas que implica, é um exemplo prático desse continuum da militância.

Originalidade:

O artigo tem três contribuições principais: teoriza os elementos conceituais do continuum da militância, contribui para o conhecimento sobre a construção do feminismo insurgente no nordeste colombiano e contribui para o entendimento das tensões políticas acerca da transformação das lutas armadas em ações feministas não violentas.