Objetivo:

Durante o período agrícola pré-hispânico (períodos Herrera, Muisca Temprano e Muisca Tardio), os habitantes da Sabana de Bogotá transformaram um ambiente ecológico alagadiço em um território dinâmico, por meio da construção de um sistema hidráulico de plataformas elevadas para o cultivo, intercaladas por canais para controle das inundações (camellones). Com a invasão espanhola e o processo de colonização ocorreu uma transformação na construção da territorialidade, antes baseada na gestão da água, agora focada na posse da terra e na exploração pecuária e cerealífera. O objetivo desta pesquisa é estabelecer em que medida essas práticas agrícolas sobreviveram, em que espaços e como foram reinterpretadas para se integrarem na nova realidade da colonização.

Metodologia:

Uma análise interdisciplinar foi desenvolvida, onde foram integrados dados da arqueologia, paleoecologia e fontes documentais dos séculos XVI e XVII.

Originalidade:

Este artigo discute como se deu esse processo de reestruturação do território na Sabana, na perspectiva dos muiscas, na segunda metade do século XVI, usando o sistema hidráulico como eixo da análise.

Conclusões:

Constatou-se que o sistema hidráulico sobreviveu apenas de forma fragmentada e dentro das reservas, por meio do uso de camellones em xadrez, os quais controlavam os alagamentos por alto nível do lençol freático sem precisar de grandes canais de drenagem.