Objetivo:

este artigo analisa como líderes negros e mulatos de Cartagena usaram o discurso da mestiçagem para processar os conflitos raciais existentes na cidade entre as décadas de 1940 e 1970. Esses líderes emergentes recorreram a essa ideologia para denunciar atos públicos de racismo e legitimar o lugar alcançado na sociedade local.

Metodologia:

através da análise de fontes primárias, que incluem debates na imprensa local e nacional, documentos oficiais e literatura, são expostas as apropriações estratégicas e por vezes contraditórias do discurso da mestiçagem.

Originalidade:

a historiografia colombiana se concentrou no estudo da mestiçagem no processo formativo do Estado-nação e em relação aos debates sobre cidadania, identidade nacional e democracia. Este artigo propõe uma outra perspectiva ao estudar a mestiçagem como um mecanismo para lidar com as tensões raciais existentes em um contexto local.

Conclusão:

o caráter polissêmico desse discurso permitiu que ele fosse invocado também por quem afastou a existência do racismo e deslegitimou a mobilização de base racial, demonstrando, assim, o alcance e os limites da mestiçagem como discurso de oposição.