Resumo

SILVA, Cláudia; MORA, Adolfo R.  e  STRAUBHAAR, Joseph D.. “Eu sou a única burra”. Já não. Uma abordagem interseccional da inclusão digital. Palabra Clave [online]. 2023, vol.26, n.4, e2647.  Epub 20-Fev-2024. ISSN 0122-8285.  https://doi.org/10.5294/pacla.2023.26.4.7.

Este artigo aplica a teoria da interseccionalidade para analisar os desafios e os sucessos das comunidades vulneráveis no desenvolvimento do tecnocapital, uma forma de capital cultural que influencia a adoção e o uso da tecnologia pelas pessoas. Por meio de métodos etnográficos, como observações participantes e entrevistas com um grupo de latinas estadunidenses da classe trabalhadora na região central do Texas, este artigo tem como objetivo explorar por que os programas de inclusão digital devem ir além do primeiro e do segundo níveis da exclusão digital. Nossas descobertas mostram que esse grupo de mulheres enfrentou barreiras exclusivas para a inclusão digital, incluindo habilidades, tempo, percepção de autoexclusão e insegurança. Mesmo quando tinham acesso à Internet, aos dispositivos e aos conhecimentos, elas sentiam que não tinham as habilidades necessárias para gerenciá-los, o que refletia a complexa dinâmica familiar de gênero. Uma etnografia de dois anos com uma organização sem fins lucrativos que atende jovens e pais do bairro revelou que até mesmo essa organização tinha dificuldade em reconhecer as várias questões interconectadas decorrentes de gênero, papéis domésticos e idade, bem como outros tipos de problemas enfrentados por imigrantes latinos de classe média em um grande enclave urbano. Entretanto, a análise interseccional realizada pela autora principal, enquanto trabalhava para essa organização, permitiu que ela visse e tomasse decisões melhores para atender às necessidades dessas mulheres em termos de inclusão digital e educação dos pais.

Palavras-chave : Gênero; classe; interseccionalidade; tecnologia; exclusão digital; inclusão digital.

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