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Revista Interamericana de Bibliotecología

versão impressa ISSN 0120-0976

Rev. Interam. Bibliot v.34 n.3 Medellín jul./dez. 2011

 

REVISIONES Y REFLEXIONES

 

A profissão de bibliotecário: competências demandadas por um mercado em transformação

 

The librarian profession: competences required in the labour market

 

 

Julia Miranda Bressane*; Miriam Vieira da Cunha**

*Bibliotecária, Fundação Universidade Regional de Blumenau, Blumenau, Brasil julia.bressane@gmail.com

**Professora, Departamento de Ciência da Informação Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Brasil vieiradacunha.miriam@gmail.com

 

Artículo recibido: 8 de diciembre de 2011 / Aprobado: 2 de marzo de 2012

 


Resumo

A Sociedade da Informação, as transformações ocorridas no mundo do trabalho e o desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação demandam profissionais com novas habilidades e competências. Este artigo discute as profissões da informação e a jurisdição profissional. Busca ainda conhecer as transformações ocorridas nos perfis destes profissionais frente às recentes mudanças de paradigma e às competências demandadas pelo mercado de trabalho.

Palabras clave: competências profissionais, profissões da Informação, bibliotecários.

Cómo citar este artículo: BRESSANE, Julia Miranda, CUNHA, Miriam Vieira da. A profissão de bibliotecário: competências demandadas por um mercado em transformação. Revista Interamericana de Bibliotecología, 2011, vol. 34, no. 3, p. 329-333.


Abstract

The Information Society and the changes occurred in the job market within the development of the information technologies demand new skills and qualifications. This article discusses the information professions, the professional jurisdictions and the professional skills. It also seeks to know the transformations in the professional profiles due to the recent changes of paradigm and the qualifications demanded by the labour market.

Keywords: professional competences, Information professions, librarians.

How to cite this article: BRESSANE, Julia Miranda, CUNHA, Miriam Vieira da. The librarian profession: competences required in the labour market. Revista Interamericana de Bibliotecología, 2011, vol. 34, no. 3, p. 329-333.


 

 

1. Introdução

No ambiente atual de mudanças, a informação é vital. Segundo Ferreira (2005, p. 18), ''o domínio econômico mundial será das organizações baseadas em informação e conhecimento, e a estrutura das organizações e profissões precisa mudar para adaptar-se a essa nova ordem''.

A sociedade da informação, com suas demandas oriundas da inserção de uma vasta gama de aparatos tecnológicos, permitiu o surgimento de uma nova terminologia para designar as profissões da informação. Segundo Mueller (2004, p. 24):

(...) o uso dos termos profissões da informação e profissionais da informação se tornou comum nas últimas décadas na literatura especializada, refletindo a compreensão de que, na realidade atual, os serviços de informação apresentam enorme complexidade, demandando mais que o trabalho isolado de qualquer profissão.

As tecnologias provocam alterações na organização dos processos de trabalho, viabilizam novas oportunidades de atuação profissional e transformam as funções desses profissionais.

O objetivo desse artigo é caracterizar as competências do profissional da informação. Apresenta, primeiramente, uma abordagem conceitual das profissões da informação, seguida de uma discussão acerca da jurisdição profissional. Depois, discute os perfis do bibliotecário. Na seqüência, aborda o conceito de competência relacionando-o às atividades de informação.

 

2. Profissionais da Informação

São muitas as denominações utilizadas para os profissionais que lidam com a informação: agente de informação, profissional do conhecimento, trabalhador do conhecimento, bibliotecário, arquivista, gestor de informação, museólogo, analista de sistemas, comunicador e informático, entre outras.

Ponjuán Dante (2000, p. 93) considera que:

(...) os profissionais da informação são aqueles que estão vinculados profissional e intensivamente a qualquer etapa do ciclo de vida da informação e, portanto devem ser capazes de operar eficiente e eficazmente tudo que se relaciona com o manejo da informação em organizações de qualquer tipo ou em unidades especializadas de informação.

Para Cunha e Crivellari (2004) o termo profissional da informação corresponde a um grupo bastante diversificado de profissionais com diferentes competências e habilidades. Para Ribeiro (2004), o problema não se refere apenas à diversidade de nomenclatura, mas ao reconhecimento social do profissional e à identificação de sua área de formação. A autora argumenta que, diferentemente das profissões cuja identidade é facilmente relacionada a um curso superior, no campo da Informação não há um consenso sobre que formação permite aos seus egressos se autodenominarem ''profissionais da informação''.

No Brasil, a Classificação Brasileira de Ocupações do Ministério do Trabalho e Emprego, ''(...) reconhece, nomeia e codifica os títulos e descreve as características das ocupações do mercado de trabalho brasileiro'' (BRASIL, 2002). Esse documento classifica, na categoria profissional da informação ao bibliotecário, ao documentalista e ao analista de informação. Estes profissionais

(...) disponibilizam informação em qualquer suporte; gerenciam unidades como bibliotecas, centros de documentação, centros de informação e correlatos, além de redes e sistemas de informação. Tratam tecnicamente e desenvolvem recursos informacionais; disseminam informação com o objetivo de facilitar o acesso e geração do conhecimento; desenvolvem estudos e pesquisas; realizam difusão cultural; desenvolvem ações educativas. Podem prestar serviços de assessoria e consultoria (BRASIL, 2002).

O bibliotecário, um desses profissionais, traz na sua formação competências ligadas ao processo de geração, disseminação, recuperação, gerenciamento e utilização da informação.

Almeida Junior (2000, p. 42), é enfático ao expor que ''a idéia de profissional da informação não é específica nem prerrogativa do bibliotecário, ao contrário, ela identifica uma gama de profissionais que lidam com a informação em seus vários aspectos, abordagens, suportes e momentos''.

2.1 Jurisdição profissional

A despeito de pontos de vista divergentes acerca de quais são profissões podem fazer parte do grupo das profissões da informação, ''há um consenso de que certas características mínimas são comuns a todos os chamados profissionais da informação'' (Mueller, 2004, p. 23-24).

Segundo Abbott (1988), as profissões não existem isoladamente, mas em um sistema, onde são interdependentes e competem entre si por uma jurisdição, ou seja, um espaço de trabalho exclusivo. Partindo-se deste pressuposto, é adequado afirmar que o domínio de uma jurisdição só pode ser exercido por um grupo profissional, o que significa dizer que, na maioria dos casos, nenhuma profissão consegue exercer domínio sobre mais de uma jurisdição.

Este domínio é produto do que Freidson (1998) considera como características das profissões: a expertise, que compreende um corpo de conhecimentos especializados; o credencialismo, relacionado à certificação e à titulação dos profissionais, sendo precedido por uma formação superior que lhes fornece um corpo teórico de conhecimentos exclusivos; e a autonomia, que permite às profissões ter autocontrole e auto-regulamentação sem interferências externas sobre suas práticas. É possível afirmar que a expertise, ou seja, o conhecimento especializado, por si só não garante a conquista de uma jurisdição profissional. O credencialismo – legitimado pela expertise – determina as atividades exclusivas de uma categoria profissional. Em consequência desta certificação, as profissões defendem seu espaço de trabalho.

Faz-se necessário salientar, ainda, que o conceito de profissão tem passado por diferentes abordagens críticas, a partir das várias correntes teóricas da Sociologia das Profissões. Nesse sentido, é possível afirmar que a idéia de profissionalização é um conceito aberto e plural, sujeito a várias interpretações, dependendo do autor ou da corrente teórica estudada. (Almeida, 2010).

 

3. Novas competências para novos perfis profissionais

O fazer profissional pressupõe dois elementos básicos do profissionalismo: um corpo de conhecimentos e competências específicas e a manutenção de uma relação fiduciária com os clientes, com base na confiança dos seus serviços (Freidson, 1998).

As transformações ocorridas no mundo do trabalho recolocaram o ser humano no centro da produção. Passa-se a ''falar de competências, e não mais de qualificação para um emprego ou um determinado posto de trabalho'' (Miranda, 2004, p. 113).

Segundo Miranda (2004, p. 115), competência é um ''conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes correlacionados que afeta parte considerável da atividade de alguém; se relaciona com o desempenho, pode ser medida segundo padrões preestabelecidos''. Além do conceito de competência, existe a noção de entrega. De acordo com Dutra (2001), a instituição só fará uso das competências profissionais se cada pessoa incorporar a noção de entrega, que significa aquilo que disponibiliza à instituição. O conhecimento existe no ser humano e somente pode ser mobilizado pelas pessoas. O mesmo acontece com a competência.

Para Le Boterf (2008) ser competente significa ''ser capaz de agir e realizar com competência uma situação de trabalho (atividade, problema a resolver, projeto a ser realizado)''. Ou ainda ''ter uma prática profissional pertinente, mobilizando uma combinação de recursos (saberes, comportamentos, formas de raciocínio)''.

Rey (2010a) tem uma visão mais pragmática da idéia de competência, um atributo exclusivo de cada pessoa que acontece em um contexto profissional bem preciso. Nesse sentido, cada um é competente em relação a um meio e a uma atividade específicos.

Para este autor, a definição de competência é mais subjetiva do que a definição de qualificação. A competência existe em função de um ambiente profissional onde é exercida. Assim, é possível afirmar que existem tantas formas de identificar uma competência do que locais para seu exercício.

As competências podem ser técnicas, interpessoais e conceituais. As técnicas são relacionadas a métodos e processos para realizar uma atividade específica e habilidades para utilizar ferramentas e operar equipamentos. As competências interpessoais são os comportamentos humanos e os processos interpessoais, a empatia e a sensibilidade social, a habilidade de comunicação e a capacidade de cooperação. As competências conceituais são a capacidade analítica, a criatividade, a eficiência para resolver problemas e a habilidade de reconhecer oportunidades ou problemas potenciais (Miranda, 2004).

Le Boterf ressalta a concomitância de duas práticas de competência que intervêm nas organizações. No primeiro modelo, ''o sujeito é considerado como um operador, cuja competência se limita a saber executar operações de acordo com a prescrição. A competência se limita a um saber fazer descritível em termos de comportamento esperado e observável (Le Boterf, 2003, p. 90). Trata-se de um modelo com parâmetros operacionais. O segundo modelo leva em conta aspectos cognitivos. Nesse modelo ''o sujeito é considerado mais como um ator do que como um operador. O profissional competente é aquele que sabe ir além do prescrito, que sabe agir e, portanto, tomar iniciativas. (...) A conduta não se reduz a um comportamento'' (Le Boterf, 2003, p. 90).

Os bibliotecários, conforme a Classificação Brasileira de Ocupações necessitam de uma grande variedade de competências pessoais:

  • Manter-se atualizado;
  • Liderar equipes;
  • Trabalhar em equipe e em rede;
  • Demonstrar capacidade de análise e síntese;
  • Demonstrar conhecimento de outros idiomas;
  • Demonstrar capacidade de comunicação;
  • Demonstrar capacidade de negociação;
  • Agir com ética;
  • Demonstrar senso de organização;
  • Demonstrar capacidade empreendedora;
  • Demonstrar raciocínio lógico;
  • Demonstrar capacidade de concentração;
  • Demonstrar pró-atividade;
  • Demonstrar criatividade (BRASIL, 2002).

De acordo com Silveira (2008), o mercado e o ambiente informacional passaram a exigir dos bibliotecários competências e habilidades que os capacitem para entender a informação, dominar as TIC, organizar o conhecimento e interpretar criticamente a informação. Isso significa ainda, aprender a trabalhar em equipes multidisciplinares e com inteligência coletiva, ter capacidade de julgamento e desempenhar várias atividades ao mesmo tempo (Dudziak, 2011). Essas competências, somadas às citadas acima, significam grandes desafios para o bibliotecário.

 

4. Conclusão

A Sociedade da Informação modificou sobremaneira as relações de trabalho dos profissionais da informação. No que se refere à denominação ''profissional da informação'', existe uma significativa falta de consenso entre os pesquisadores a respeito das profissões que fazem parte deste grupo. Apesar disto, todos são unânimes em apontar aos bibliotecários como parte da categoria. O bibliotecário teve que adaptar-se à nova realidade, realidade esta que se alterou a partir do desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação, que modificaram as formas de acesso à informação. Num contexto em que a virtualidade impera e o ''instantâneo'' predomina, as profissões que trabalham com a informação não poderiam deixar de acompanhar essa tendência. Desta forma, surge a necessidade de desenvolver novas competências para atender aos novos tipos de demanda.

Segundo Rey (2010b) os bibliotecários parecem ter entrado em uma ''corrida para aquisição de competências'' de forma a responder às novas necessidades dos usuários. Dessa forma, e ainda de acordo com o pensamento de Rey, é preciso ter o recuo necessário para utilizar as ferramentas tecnológicas que permitem ao profissional oferecer novos serviços.

A quantidade de informação disponível no ambiente da rede, segundo Cunha (2011), pressupõe ''a necessidade de esses profissionais serem intermediários, analisando e avaliando as fontes, de forma a harmonizar necessidades com recursos''.

Mais do que novos conhecimentos ou habilidades demandadas pela sociedade e relacionadas ao bibliotecário, o que se espera do bibliotecário é a adoção de novas posturas frente às mudanças que vêm ocorrendo em seu domínio de atuação.

 

Referencias bibliográficas

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