Resumo

MAZZETTI-LATINI, Carolina. A aporia da morte: comunicação entre vivos e mortos. Palabra Clave [online]. 2019, vol.22, n.3, e2236. ISSN 0122-8285.  https://doi.org/10.5294/pacla.2019.22.3.6.

O propósito deste artigo consiste em fazer uma aproximação da construção social da morte a partir de algumas contribuições de quem instalou a desconstrução como estratégia de escrita e análise: Jacques Derrida. O objetivo central não consiste em recorrer com exaustão a obra do autor (exaustividade que iria contra sua proposta ontológica), mas em tomar algumas categorias analíticas e colocá-las a serviço da comunicação entre vivos e mortos. A estratégia teórico-metodológica está apoiada em um desenho de pesquisa qualitativa, baseado na análise de relatos a partir de um referencial biográfico interpretativo. Parte-se de relatos de entrevistas que narram experiências pessoais de algum tipo de comunicação com pessoas falecidas ou de reflexões sobre a crença na possibilidade desse contato, para problematizar o registro comunicacional vida-morte e demonstrar a operatividade da lógica derridiana. Este trabalho está delimitado em um processo de pesquisa sobre os principais pressupostos que marcam o sentido social da morte, cujos resultados preliminares evidenciam a necessidade de transcender os binarismos e as dicotomias para apoiar a contradição e o paradoxo em torno da vida e da morte. A conclusão, e dela a contribuição desta abordagem que defende o devir espectral, está em que a polarização vida-morte contribui elementos substanciais para retomar a reflexão sobre a comunicação entendida como dispositivo hermenêutico. Isto é, a morte se constitui em metáfora para pensar a comunicação.

Palavras-chave : Morte; comunicação; vivos; mortos; desconstrução; Jacques Derrida.

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