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Antipoda. Revista de Antropología y Arqueología

versão impressa ISSN 1900-5407

Resumo

SARRA, Sonia Elizabeth. Da predação do diabo ao fim desta humanidade: cosmopolítica na safra do Nordeste argentino. Antipod. Rev. Antropol. Arqueol. [online]. 2020, n.41, pp.79-102. ISSN 1900-5407.  https://doi.org/10.7440/antipoda41.2020.04.

Este texto explora a dimensão cosmopolítica do capitalismo no Nordeste argentino. Durante a colheita do açúcar, o diabo (dono não humano dos brancos) deve se alimentar de trabalhadores humanos para começar a produção agroindustrial da empresa Ledesma. Esse extrativismo mais-que-humano acelerará a intervenção das entidades demoníacas (morcegos-demônios ou um jaguar azul) que, no início do fim deste mundo, devorarão a espécie humana. Este artigo se encontra no âmbito de uma pesquisa etnográfica de longa duração, realizada com guaranis - e povos locais não guaranis - de Jujuy, entre 2015 e 2019, e continua o diálogo estabelecido com Jacinto Pïkïtü Aceri, pensador guarani, que me conduziu do extrativismo à rebelião dos objetos e ao fim desta humanidade. A predação do diabo contém profundas reflexões sobre a alteridade e o destino da humanidade; nos mundos indígenas, habitados por múltiplas pessoas, a não humanidade de algumas delas - como o diabo, empresários desumanizados e demônios míticos - não as exclui das negociações cosmopolíticas. Mais do que evocações metafóricas ou apropriação simbólica da exploração capitalista, a predação do diabo e as consequências sociocosmológicas do extrativismo são tão reais, evidentes e evidenciáveis em termos nativos, quanto a dimensão material do capitalismo. Em consonância com os lineamentos da antropologia ameríndia contemporânea, levar a sério a dimensão não humana do extrativismo indica a pluralização da política.

Palavras-chave : Cosmopolítica; diabo; etnografia; guaranis; predação; safra açucareira.

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