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Revista Colombiana de Sociología

versão impressa ISSN 0120-159X

Resumo

GARCES CORREA, Santiago; APONTE MORENO, Oscar; MOSQUERA VERA, Carolina  e  LOPEZ ZULUAGA, Santiago. Trabalhadores, recuperação de fábricas e neoliberalismo na Colômbia (1995-2013). Rev. colomb. soc. [online]. 2017, vol.40, n.2, pp.239-256. ISSN 0120-159X.  https://doi.org/10.15446/rcs.v40n2.66394.

Neste artigo, exploram-se as experiências de fábricas na Colômbia que passaram por diversos processos de recuperação. Durante a década de noventa, a América Latina atravessou um difícil período de transição ao neoliberalismo caracterizado pela implantação de mudanças econômicas cujo objetivo fundamental era atingir a abertura econômica. Na Colômbia, os grandes grupos econômicos aproveitaram o processo de diversificação econômica agenciado no período da industrialização substitutiva e retiraram-se parcialmente do setor manufatureiro. Como consequência, o tecido industrial sofreu uma profunda reorganização, e muitas empresas industriais tiveram que cessar suas atividades produtivas. Nesse contexto, trabalhadores de algumas dessas empresas empreenderam processos de recuperação produtiva a fim de proteger seus empregos, as dívidas trabalhistas e seus salários. Neste artigo, pretende-se ampliar a compreensão sobre por que e como essas fábricas empreenderam essa tarefa de recuperação, com vistas a resgatar teórica e politicamente o legado das experiências de trabalhadores e trabalhadoras, para tirar lições que possam servir em suas lutas presentes e futuras. Em específico, tomaram-se três casos de fábricas recuperadas: Croyfast, da indústria do calçado; Comdistral, que produzia bens de capital metalmecânicos, e Empaques del Cauca, dedicada à produção de sacos de juta para o setor cafeeiro. Para cada uma delas, fizeram-se entrevistas semiestruturadas a lideres sindicais e trabalhadores de base; além disso, realizou-se uma visita a Empaques del Cauca. Sob uma perspectiva teórico-metodológica configuracionista, apoiada na sociologia do trabalho, recorreu-se aos conceitos de configuração sociotécnica e configuração de negócios para evidenciar o processo de trabalho das empresas estudadas bem como sua relação com o ambiente. Dessa maneira, pôde-se aprofundar na compreensão do fenômeno das fábricas recuperadas a partir da ótica da disputa do controle do processo de produção. A respeito das fábricas estudadas, chegou-se à conclusão de que nas três foi apresentada uma configuração sociotécnica taylorista, polivalente e "maquiladora", bem como uma configuração de negócios determinada por uma subcontratação de caráter subordinante. Ainda, evidenciou-se que as principais dificuldades enfrentadas pelas fábricas foram a resistência de um taylorismo precário, a subcontratação subordinante e a falta de capacidades gerenciais dos coletivos de trabalhadores.

Palavras-chave : abertura econômica; configuracionismo; desindustrialização; fabricas recuperadas; movimento operário; neoliberalismo.

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