Resumo

VILLAMIZAR, JUAN CARLOS. A reforma agrária: a paz com as FARC, um compromisso adiado de novo. Anu. colomb. hist. soc. cult. [online]. 2020, vol.47, n.1, pp.231-263.  Epub 08-Mar-2020. ISSN 0120-2456.  https://doi.org/10.15446/achsc.v47n1.83151.

O acordo de paz entre o governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARO) deixou de novo adiada, por terceira vez em oitenta anos (1936, 1960-1968, 2016), a reforma agrária. No acordo de 2016, as partes acordaram um lacónico processo de formalização da propriedade privada mediante a designação de títulos para os que têm posse sobre a terra. Também foi acordado restituir e reparar os que perderam a terra na guerra de 25 anos, e voltou a deixar para depois a redistribuição da propriedade. Esse assunto é de especial importância, pois o coeficiente de Gini de terras na Colômbia chega a 0,8 %, um dos mais desiguais do mundo. Com isso, neste artigo, revisa-se como o tema agrário na Colômbia continua sendo um processo de acumulação originária permanente -com o latifúndio como sua forma dominante-, e defende-se que a paz acordada é somente uma maneira de preparar o mundo agrário colombiano para o grande capitalismo, criando direitos de propriedade necessários na agroindústria e fazendo dos camponeses uma força de trabalho disponível para a produção, agora que estes ficaram livres da guerra.

Palavras-chave : Colômbia; FARO; desigualdade; guerrilha; latifúndio; paz; propriedade; reforma agrária; trabalho; terra; uso do solo.

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