Objetivo:

Este artigo procura caracterizar a gênese e a trajetória atravessada pela celebração da festa da Candelaria na vila de Medellín, a partir da revisão e contraste de fontes manuscritas e bibliográficas. A gênese da devoção e celebração da festa à Virgen de la Candelaria tem suas raízes no século XVII. Este texto analisa como essa festa foi o eixo coeso do bairro e seus rituais e crenças, uma vez que, na vila, a festa estava relacionada ao povoamento do vale de Aburrá e à vida política local. Depois da crise de 1741 -causada pela recusa dos corpos e privilégios para festejá-la, dificuldades econômicas, a praga de gafanhotos e a escassez de alimentos-, a coesão social, a cooperação e as relações interdependentes entre lobistas, clérigos, artesãos e forasteiros foram essenciais para superar os obstáculos e continuar a festa.

Metodologia:

O método, apoiado na cinegética, consistiu no cruzamento de indícios e vestígios, aparentemente desconexos, para perceber a coesão social que articulam a devoção e as festividades no bairro.

Originalidade:

Trata-se de um artigo original pela revisão de fontes manuscritas e das descobertas e explicações que enriquecem a pesquisa sobre o festival da Candelaria.

Conclusões:

A devoção e a festa da Candelaria foram a matriz cultural para estabelecer o povoamento do vale de Aburrá e da zona urbana da vila de Medellín. De fato, equilibrando a cooperação e a competição, os participantes da festa conseguiram ultrapassar as dificuldades que se apresentaram e mantiveram a celebração até ao início do século XIX.