Objetivo/Contexto:

este artigo indaga os vínculos entre grupos de artistas plásticos e partidos comunistas no Cone Sul nos anos trinta do século xx. São consideradas as visitas de David Alfaro Siqueiros a Montevidéu e a Buenos Aires em 1933 como uma via de entrada para abordar um “momento intenso” do cruzamento entre arte e política. Esta pesquisa está inscrita em uma perspectiva de história intelectual. Por um lado, propõe-se a estudar os artistas enquanto intelectuais, devido a que formularam princípios estético-políticos tanto por meio de suas obras quanto de seus textos, que refletiram sobre a função social da arte. Por outro, analisam-se a rede de ideias, os contextos, as dinâmicas e as tensões próprios de grupos artístico-intelectuais.

Metodologia:

destacam-se a análise e a interpretação de fontes primárias, tanto de obras plásticas como de textos sobre arte, e dialoga-se com a bibliografia secundária sobre história da arte, história do comunismo e história cultural.

Originalidade:

este artigo situa os grupos comunistas em uma “zona” dos campos culturais do Cone Sul; desse modo, consegue perceber as articulações entre o pertencimento partidário e a inserção nos circuitos artísticos, além de formular uma visão sobre o vínculo entre comunismo e arte em regiões nas quais o comunismo não era um partido no governo.

Conclusões:

as visitas de Siqueiros às metrópoles rio-platenses geraram um cenário no qual se produziu uma convergência singular entre arte e política, que, à diferença da ocorrida nos anos sessenta e setenta na região, não negou nem rompeu os modos de funcionamento do campo artístico, mas sim contribuiu para transformá-lo a partir de dentro.

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