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Historia Crítica

versão impressa ISSN 0121-1617

Resumo

PEDROSA COSTA, Robson. “Doces amos”: a Ordem de São Bento e o “bom tratamento” dos escravos, Brasil, século xviii e xix. hist.crit. [online]. 2021, n.81, pp.21-47.  Epub 11-Ago-2021. ISSN 0121-1617.  https://doi.org/10.7440/histcrit81.2021.02.

Objetivo/Contexto:

O objetivo deste artigo é discutir a ideia de “bom tratamento” dado aos escravos, bem como os conceitos de “benevolência” e “paternalismo” nas propriedades rurais brasileiras, a partir de informações sobre a Congregação Beneditina do Brasil, por ser a ordem religiosa mais rica e influente no país no século xix.

Metodologia:

A documentação foi analisada com base no conceito de “antidisciplina” acunhado por Michel de Certeau. Contudo, é necessário avaliar esses documentos (elaborados pelos próprios monges) sob uma perspectiva diferente, já que a vida cotidiana dos escravos esteve marcada por apropriações, táticas, estratégias e outras formas ocultas desenvolvidas pelos subordinados. Esse conceito ajuda a repensar as manobras senhoriais dos beneditinos, que chamaram a atenção de muitos autores.

Originalidade:

Embora a historiografia já tenha demonstrado que não existia uma escravidão “leve”, vários autores destacam o tratamento “ameno” que era posto em prática nas propriedades beneditinas. Nesse contexto, neste artigo, é analisado como e por que uma instituição religiosa utilizou discursos e práticas que tinham como objetivo melhorar as condições de vida dos escravos em suas fazendas e destaca o papel do paternalismo e dos ideais cristãos na construção de um “modelo” eficiente e duradouro de administração de escravos, o qual foi descrito por muitos como “benevolência” e “bom tratamento”.

Conclusões:

ainda que os autores dos séculos xix e xx tenham destacado e valorizado o bom tratamento recebido pelos escravos dos beneditinos, neste estudo, constatou-se que o tratamento “mais doce” fazia parte de sua estratégia de administração de população escravizada, que garantia um crescimento vegetativo e a operatividade do trabalho, com a expectativa de produzir escravos obedientes, disciplinados e leais. De alguma forma, contribuíram para perpetuar a imagem de uma escravidão “mais leve” nas terras brasileiras.

Palavras-chave : bom tratamento; Brasil; cristianismo; escravidão; Ordem de São Bento; paternalismo.

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