Objetivo/Contexto:

Neste artigo, a natureza e o funcionamento das solturas por fiança para presos políticos durante a Guerra dos Mil Dias (Colômbia, 1899-1902) são analisados bem como os usos que tanto detidos como autoridades fizeram destas.

Metodologia:

É revisado material procedente do Arquivo Central do Cauca, em Popayán, e do Arquivo Histórico de Medellín (ambos na Colômbia). É realizada uma análise quantitativa e qualitativa de índices de fianças políticas registradas em ambas as cidades, acompanhada de uma revisão de petições e resoluções administrativas associadas a esses recursos.

Originalidade:

No artigo, é explorado um mecanismo político-jurídico pouco estudado no contexto das guerras civis colombianas do século xix: as fianças ou cauções judiciais. Além disso, é realizada uma contribuição para a pesquisa de um problema que apenas recentemente vem chamando atenção dos historiadores: o tratamento do opositor político em matéria de administração de clemência.

Conclusões:

Essas fianças, embora tenham representado uma forma de ter acesso ao perdão estatal, também ofereceram ao Governo um mecanismo para reforçar a submissão da dissidência e produzir opositores política e militarmente inofensivos. Seu funcionamento, de fato, esteve permanentemente permeado por lógicas simultâneas de graça, prevenção e castigo.

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