Objetivo/Contexto:

Neste artigo, é analisado o modo no qual o trabalho foi valorizado como um recurso socializador, adaptativo e objetivado por um conjunto de discursos e práticas psicológicos, em Medellín, Colômbia, entre 1928 e 1975. A partir disso, surge o propósito de evidenciar o paulatino processo de psicologização do contexto trabalhista naquela cidade e durante o período proposto.

Metodologia:

Para isso, são feitas uma detalhada revisão bibliográfica e coleta de fontes escritas, particularmente teses, jornais e revistas. A análise e a sistematização dessas informações revelam como a emocionalidade do trabalhador foi objeto de um conjunto de terapias psicológicas e de observações sobre as condições psicossomáticas, como parte de um exercício de crescente responsabilidade sobre si mesmo.

Originalidade:

Existe uma escassa preocupação por parte da historiografia nacional no momento de analisar a fundo as formas de gestão do desempenho no trabalho mediante os discursos e as práticas pedagógicos. Portanto, este artigo é inovador e relevante devido a que são examinadas as relações históricas entre poder e saber, entre discursos e práticas “psi” com produtividade no trabalho. Em outras palavras, o artigo apresentado é pertinente por explorar como a realidade do mundo do trabalho foi sendo incorporada aos imperativos contemporâneos de desempenho.

Conclusões:

É evidenciada a progressiva intervenção emocional que otimizou os comportamentos e suscitou uma nova ética laboral. O entusiasmo pelo trabalho produtivo foi constituído sob critérios de conhecimento da personalidade, da valorização social, da crescente gestão emocional e da reivindicação de um descanso regularizado. A paulatina psicologização do contexto trabalhista também busca estabelecer um dispositivo de detecção e calibração de doenças emocionais desencadeadas por seus próprios excessos e pelo entorno social circundante.

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