Objetivo/Contexto:

O objetivo deste artigo é demonstrar como, apesar dos altos preços das caixas de som para o bolso das classes trabalhadoras mexicanas, esses setores utilizaram diversas práticas e mecanismos para entrar no mundo dos sons gravados. Essa história é desenvolvida num contexto concreto dos usos sociais das caixas de som no México, marcado pelo interesse de diversas empresas estadunidenses, como Victor Talking Machine Company, National Phonograph e Columbia Record, no mercado sonoro do país, cujos diretores enviaram técnicos para gravar centenas de discos e cilindros com obras interpretadas por artistas cultos e populares.

Metodologia:

Recorre-se às ferramentas da história cultural e a um amplo número de fontes jornalísticas, em menor medida, de petições governamentais para capturar segmentos do funcionamento da economia cotidiana e das estratégias de consumo de caixas de som.

Originalidade:

Trata-se de um tema escassamente abordado pelos estudos fonográficos no México, que se concentram na análise das gravações musicais, e não em entender o consumo desses produtos. Ao considerar o ingresso, a capacidade de gasto dos consumidores e as estratégias dos negócios no comércio, este texto revela diferentes aplicações das caixas de som no plano educacional, doméstico e profissional para explicar como se transformaram em cobiçados bens de consumo.

Conclusões:

após evidenciar o custo de vida da época e o salário de operários, artesãos e camponeses, esta pesquisa conclui que práticas como a rifa, o roubo, a oferta de fonógrafos ambulantes, a escuta em negócios comerciais e a compra a prazo, entre outras, permitiram aos menos favorecidos ter acesso aos aparentemente inatingíveis aparelhos importantes entre 1903 e 1910.

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