Objetivo/Contexto:

Este artigo analisa e compara a dimensão ideológica dos discursos e das políticas de anticorrupção na Colômbia durante as campanhas presidenciais de Álvaro Uribe (2002-2010) e Juan Manuel Santos (2010-2018), e, no Equador, durante a presidência de Rafael Correa (2007-2017).

Metodologia:

Desenvolve-se uma análise ideológica dos discursos de anticorrupção que combina o referencial teórico de Laclau e Mouffe sobre a análise de discurso com a análise morfológica das ideologias desenvolvida por Michael Freeden. Utilizamos esse referencial teórico para analisar, de maneira qualitativa e quantitativa, os discursos e as políticas de anticorrupção.

Conclusões:

No caso da Colômbia, o discurso de anticorrupção dos então presidentes Uribe e Santos (2002-2018) legitimou uma ordem neoliberal por meio da articulação da corrupção como um fenômeno que pertence, principalmente, à esfera pública. O governo Correa (2007-2017), por sua vez, posicionou a corrupção, sobretudo, no setor privado. Portanto, seu discurso de anticorrupção serviu para resistir ao regime neoliberal e legitimar a ideologia do socialismo do século XXI.

Originalidade:

Há poucos estudos que “desentranham” a dimensão ideológica dos discursos e das políticas de anticorrupção. Nesse sentido, este artigo pretende preencher essa lacuna a partir de um referencial inovador que permite identificar como as políticas e discursos de anticorrupção servem para legitimar e implantar uma ideologia política.