Objetivo/contexto:

o presente artigo analisa dez casos de violência política contra mulheres eleitas e candidatas a cargos nos órgãos executivos e legislativos no México e no Equador a partir de sua vinculação a uma ordem hierárquica de gênero.

Metodologia:

o estudo de caso explicativo e múltiplo é composto por cinco casos de violência política contra as mulheres no México e cinco casos no Equador. Aplicou-se a análise crítica do discurso, em sua vertente política, para abarcar os papéis e estereótipos de gênero que sustentam essa violência e a articulam em uma ordem de gênero que subordina as mulheres na política.

Conclusões:

a violência política contra as mulheres se enquadra em disputas específicas dos sistemas político-eleitorais em que se desenvolve, o que facilita que se perca de vista sua especificidade. Apesar disso, e da natureza diversa de suas manifestações, que determina sua visibilidade, o núcleo articulador é uma ordem dicotômica de gênero como parte no qual as mulheres continuam sendo representadas como sujeitos incapazes de se desempenharem no âmbito político.

Originalidade:

foram reconstruídos casos de violência política contra as mulheres em dois países, como colaboração a um conceito discutido recentemente, cuja pertinência continua em debate. O artigo revisa tais debates e contribui para situá-los na prática política das mulheres latino-americanas, onde foi gerada precisamente a necessidade de reconhecer uma violência específica e atual que atenta contra seus direitos.