Objetivo /contexto:

este artigo surge de um estudo sobre a história do Bloco do Caribe das FARC-EP e busca enriquecer as explicações sobre a expansão territorial da guerrilha com elementos de uma ordem ideacional e cultural. Discutimos alguns hábitos de pensamento sobre essa expansão, examinando os tempos e as contribuições político-artísticas da “coorte” de militantes do Movimento União Patriótica que se juntaram ao grupo insurgente.

Metodologia:

realizamos uma revisão sistemática da historiografia e das fontes documentais das FARC-EP e entrevistamos ex-guerrilheiros e políticos locais entre 2018 e 2020.

Conclusões:

a história do processo de expansão territorial das FARC-EP deve incorporar as decisões de sua II Conferência. Além disso, a poderosa relação entre o “centro político” e o nível “descentralizado” da insurgência permitiu que a “coorte” de militantes da UP que ingressaram na organização a fortalecesse com projetos musicais e de rádio que acabaram sendo nacionalizados pelo Secretariado e se tornam elementos centrais de sua política cultural.

Originalidade:

oferecemos uma nova reflexão sobre os processos de expansão territorial dos guerrilheiros na Colômbia, incorporando novas questões sobre seus tempos, motivações e maneiras. Também arriscamos uma interpretação do encontro entre guerrilha e sociedade regional que rastreia elementos socioculturais, permite explorar as complexas interdependências entre os níveis de guerrilha nacional e regional, e a maneira pela qual a organização se apropriou de elementos da região -como vallenato- para acumular poder simbólico, legitimidade cultural e ganhar projeção nacional.