Objetivo/contexto:

quais consequências o conflito intrapartidário tem para as reformas redistributivas de governos de esquerda? O objetivo deste artigo é analisar os efeitos do conflito intrapartidário sobre a reforma das políticas redistributivas, destacando o caráter das frações - sua ideologia e vinculação com as bases sociais - e seu papel na negociação das reformas.

Metodologia:

consiste num estudo de caso que permite caracterizar os atores partidários e sua atuação em quatro reformas dos governos do Frente Amplio de Uruguay, um partido fracionalista. Conclusões: o conflito interno foi relevante e teve um efeito radicalizador ou moderador, dependendo do papel que as frações de esquerda e centro-esquerda desempenharam nos processos de reforma. A tensão surgiu da necessidade de compatibilizar a adoção de políticas que reduzissem a desigualdade e garantissem o dinamismo da economia.

Originalidade:

neste artigo, é mostrado que as frações partidárias, em certos casos, buscam atender interesses de suas bases sociais independentemente de - e em contradição com - sua posição ideológica. A política pública resultante não foi estritamente a preferida pela fração protagonista, mas sim que inclui concessões à fração consentidora quando existe certo equilíbrio de poder entre ambas.