Objetivo/contexto:

Este artigo analisa o politicídio do Partido Revolucionário dos Trabalhadores (PRT) ocorrido após a assinatura do acordo de paz entre esta guerrilha e o governo colombiano em 1991. Mostra como os estudos sobre genocídios e/ou politicídios se enquadram erro, o que chamamos neste artigo de “viés de quantidade”, em que apenas os extermínios em larga escala de grupos políticos são levados em consideração na análise, deixando de lado os extermínios realizados de forma mais seletiva e localizada. A partir de uma revisão crítica da literatura especializada, constrói-se uma tipologia das diferentes formas de assassinatos políticos, derivando daí o conceito de “politicídio de baixa intensidade”, que se propõe como a categoria de análise mais adequada para o estudo de caso PRT.

Metodologia:

Estudo de caso realizado a partir de revisão documental e entrevistas semiestruturadas com ex-integrantes do PRT, Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia-Exército do Povo e Autodefesas Unidas da Colômbia.

Conclusões:

Entre os principais achados, fica evidente como os politicídios de baixa intensidade, como o ocorrido com a PRT, caracterizam-se por serem realizados principalmente por meio de violência seletiva, têm abrangência geográfica local/regional e seus principais perpetradores tendem a ser grupos paramilitares em aliança com as elites locais e agentes do Estado.

Originalidade:

A contribuição teórica de uma nova categoria como o politicídio de baixa intensidade para a análise de outros casos de extermínio político, tendo realizado as primeiras pesquisas acadêmicas voltadas para o extermínio do PRT.