Objetivo/contexto:

A América do Sul atravessou por um processo de democratização e redução progressiva das disputas interestatais a partir das décadas dos 1980 e 1990. O desaparecimento das ameaças que tradicionalmente vários Estados da região enfrentaram ou sua gestão no âmbito de diferentes mecanismos de resolução de conflitos vem provocando um efeito não buscado que é denominado “déficit de ameaças”, um cenário estratégico no qual a percepção de ameaça externa de um Estado desaparece ou se enfraquece consideravelmente. A literatura justifica que a resolução de conflitos limítrofes e a democratização estão associadas a uma redução no tamanho do orçamento e organização militares.

Metodologia:

Este artigo é uma análise exploratória que compara os casos da Argentina, do Brasil, do Chile, da Colômbia, do Peru e da Venezuela de 1981 a 2020, e que identifica de que forma a chamada “política das bases” vem impactando a organização militar medida em termos do número das bases militares.

Conclusões:

Num contexto de democratização e de marcada redução da conflitividade interestatal na América do Sul, o número de bases não somente se mantém, mas também, na maioria dos casos, vem aumentando.

Originalidade:

Não existem trabalhos prévios que tenham analisado essa temática para a região sul-americana.