Servicios Personalizados
Revista
Articulo
Indicadores
- Citado por SciELO
- Accesos
Links relacionados
- Citado por Google
- Similares en SciELO
- Similares en Google
Compartir
Revista de Estudios Sociales
versión impresa ISSN 0123-885X
Resumen
JONES, Lel y TIERNEY, Hannah. Esquecer para desperdoar. rev.estud.soc. [online]. 2023, n.86, pp.45-61. Epub 31-Oct-2023. ISSN 0123-885X. https://doi.org/10.7440/res86.2023.04.
Grande parte da literatura acadêmica sobre o perdão tem se concentrado em entender as razões para perdoar e as mudanças de atitude necessárias para alcançar isso. Entretanto, os filósofos têm dado menos atenção ao que acontece depois que o perdão ocorre. Essa é uma omissão grave, pois os motivos para o perdão podem se enfraquecer e nem sempre é possível ou aconselhável manter as mudanças de atitude que o perdão exige. Felizmente, Monique Wonderly começou a preencher essa lacuna na literatura com sua recente pesquisa sobre o desperdão. De acordo com a autora, isso envolve a alteração de nossas atitudes, seja adotando uma nova postura oposta à de um agente por causa de sua ofensa, seja no retorno do relacionamento com esse agente ao estado em que se encontrava antes do perdão. Embora a explicação de Wonderly sobre o desperdão seja nova e esclarecedora, ela ainda está incompleta. Neste artigo, argumentamos que também é possível desperdoar se a pessoa esquecer que o dano em questão aconteceu ou que o agente anteriormente perdoado é o responsável. Assim, argumentamos que o desperdão por meio do esquecimento não só é possível, mas também que fazê-lo é justificável e moralmente significativo. Para defender essa perspectiva, discutimos a posição que afirma que o desperdão pelo esquecimento pode afetar negativamente o relacionamento entre vítimas e perpetradores, bem como a posição que afirma que as pessoas não têm autonomia sobre suas memórias para desperdoar pelo esquecimento.
Palabras clave : desperdão; memória; perdão; relacionamentos.