Introdução:

As tentativas de suicídio são um problema de saúde pública em que a família dos sobreviventes desempenha papel fundamental antes e depois do evento. A presente pesquisa buscou abordar uma população que vivenciou o comportamento suicida, atendida em ambiente hospitalar, com o objetivo de identificar, a partir de seus relatos, a percepção que têm sobre o enfrentamento e a dinâmica familiar após a ocorrência desse comportamento.

Materiais e métodos:

Estudo qualitativo de corte fenomenológico hermenêutico que coleta narrativas de sete pacientes que receberam atendimento hospitalar. A entrevista semiestruturada foi utilizada como o principal instrumento de coleta de informações.

Resultados:

O enfrentamento familiar mostra como as reações iniciais das famílias são baseadas em um forte componente emocional, enquanto surgem estratégias de enfrentamento como apoio emocional familiar, busca de apoio externo, vigilância e evitação. O enfrentamento familiar é facilitado pelo acesso oportuno aos serviços de saúde, o que mostra que ele não se reduz a mecanismos internos. A dinâmica familiar subsequente geralmente se concentra na prática do cuidado e na reorganização de papéis.

Conclusões:

A percepção do coping familiar é um fenômeno em que os significados atribuídos pelo sobrevivente e pela família surgem a partir do processamento de emoções, do desdobramento de comportamentos e da presença de recursos sociais que facilitam o diálogo com a capacidade ou não de construir um cenário resiliente que reconfigura a crise e favorece um rearranjo do ambiente doméstico, fundamental na restauração da saúde individual e familiar.

        · abstract in English | Spanish     · text in Spanish     · Spanish ( pdf )