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Tabula Rasa

versão impressa ISSN 1794-2489

Resumo

MERALI, Arzu. A cooptação do feminismo islâmico no Euro-Islã e a perda da libertação. Tabula Rasa [online]. 2014, n.21, pp.91-109. ISSN 1794-2489.

Este artigo sustenta que houve uma mudança definitiva e negativa na trajetória do chamado feminismo islâmico. Essa mudança foi realizada, em larga medida, em lugares ocidentalizados e como parte do crescente discurso do euro-islã, do islamismo europeu e da indigenização do islã, etc., que é um discurso que não vem dos governos (embora seja espelhado, aplaudido e recompensado pelos governos da região), mas da sociedade civil muçulmana, de ativistas e intelectuais. O artigo estabelece alguns parâmetros para o uso do termo «feminismo islâmico» embora reconhecendo que ele é um termo problemático. As características desta mudança incluem: a passagem da expressão de uma forma universal, mas cooperativa de «feminismo», para uma forma particularista; o aspecto incomum deste particularismo como expressão de mutismo se opõe ao empoderamento considerado, por sua parte, como uma forma de encapsulamento e encerramento em vez de uma expressão de solidariedade ou como uma tentativa de trabalhar/falar/entender de uma forma cooperativa; o posicionamento deste «feminismo» dentro do iluminismo em vez de um quadro crítico ou normativo decolonial; uma rejeição implícita da libertação em favor da assimilação; a expressão como uma interação peculiar entre o islã e o Ocidente; uma aspiração para a inclusão em uma noção pouco sofisticada e idealizada do Ocidente e uma percebida teleologia do progresso; uma nítida falta de solidariedade com outros grupos oprimidos, sejam de gênero ou com bases étnicas ou religiosas ou de classe; a cooptação e cumplicidade com projetos e políticas neocoloniais. O artigo termina com uma reavaliação de determinadas formas do projeto feminista islâmico que, em alguns casos, foi sequestrado e utilizado para subverter a meta de libertação das mulheres per se e das mulheres muçulmanas, em particular, ao negar as mulheres muçulmanas e, por extensão, a todas as mulheres de cor ou àquelas que expressam, em oposição política às normas ocidentais e/ou políticas nacionais e estrangeiras, o direito de definir seus próprios termos para a libertação.

Palavras-chave : feminismo islâmico; assimilação; teologias da libertação.

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