Resumen

GANITSKY, Tania. Mudança de incentivo: uma leitura de O Meridiano de Paúl Celan. Hallazgos [online]. 2015, vol.12, n.23, pp.93-115. ISSN 1794-3841.  https://doi.org/10.15332/s1794-3841.2015.0023.005.

Este artigo apresenta uma leitura do discurso de Paúl Celan em O Meridiano (1960), a fim de examinar, a partir de uma visão ética, o que o poeta chama de poesia. Para este fim, rastreiam-se e analisam as referências às obras de Georg Büchner nas quais se estrutura o discurso. Em primeiro lugar, analisa-se a noção de arte com a qual Celan começa sua exegese da obra de Büchner, onde se descrevem as características estetizantes e alienantes que o poeta tem-lhe atribuído para uma existência humana que se tornou artística. Posteriormente, se relacionam arte e mito de acordo com a forma como com o filósofo Jean-Luc Nancy aborda este último em no Mito interrompido. Aqui, ele reflete sobre a qualidade discursiva da arte, do mito, a literatura e a comunidade. Assim, procura destacar e fortalecer o perigo que o poeta adverte no uso da linguagem e na individualidade a partir da perspectiva da arte, onde a artificialidade e a posta na cena de discursos põem ao ser humano longe do outro e de sua singularidade. A última seção aprofunda na proposta de poesia que Celan oferece em seu discurso a partir de duas figuras de Büchner: Lucile (A Morte de Danton) e Lenz (Lenz). Apresentam-se noções chave para apreender o que significa para o poeta a poesia. Espera-se para fazer uma breve apresentação do pensamento poético de Paúl Celan, para quem a poesia é um espaço ético onde é contatado com o outro.

Palabras clave : Celan; poesia; ética; O meridiano; Büchner; mito.

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