Objetivo/contexto:

Com base na pesquisa “Tierradentro: visões e tensões sobre o patrimônio arqueológico (San Andrés de Pisimbalá)”, este artigo busca compreender o papel do patrimônio arqueológico, algumas de suas significações e a forma como se insere nas perspectivas políticas, culturais e econômicas da região de Tierradentro (especificamente na vereda de San Andrés de Pisimbalá), nas comunidades que ali habitam e nos conflitos que se geram a partir disso. Detalham-se os processos que tem gerado no parque arqueológico o estabelecimento de uma visão monolítica amparada pelo Estado e pela arqueologia, bem como pela dificuldade, pero também pela necessidade, de criar um espaço em comum que permita o encontro das diferentes visões sobre o “arqueológico”.

Metodologia:

o artigo está baseado em uma pesquisa etnográfica sobre o patrimônio arqueológico que procurou evidenciar os diferentes posicionamentos políticos, culturais e econômicos dos agentes da região frente ao tema e frente ao Parque Arqueológico de Tierradentro (Patrimônio da Humanidade).

Conclusões:

As diferentes posições dos agentes envolvidos, camponeses, indígenas e Estado, frente ao patrimônio arqueológico e frente ao parque arqueológico, confluem em um cenário onde as aproximações para o diálogo não têm resultado positivo, enquanto se ignoram ou se esquivam os pontos de vista configurados histórica e culturalmente pelas comunidades locais e se pretende instaurar um único sentido do “arqueológico”, quando este representa bem mais que informação científica.

Originalidade:

A reflexão sobre este tipo de processos, que evidenciam a existência de conflitos não somente unidos ao tema patrimonial mas mais ancorados nas desigualdades e nas condições históricas de exclusão das comunidades locais, convida a continuar os esforços para abrir espaços comuns que possibilitem novos entendimentos sobre o “arqueológico”.

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