SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.31 issue3Using the internet to exchange information and experience on cystic fibrosis''Learning to learn'' in Nursing Higher Education author indexsubject indexarticles search
Home Pagealphabetic serial listing  

Services on Demand

Journal

Article

Indicators

Related links

  • On index processCited by Google
  • Have no similar articlesSimilars in SciELO
  • On index processSimilars in Google

Share


Investigación y Educación en Enfermería

Print version ISSN 0120-5307

Invest. educ. enferm vol.31 no.3 Medellín Sept./Dec. 2013

 

ARTÍCULO ORIGINAL / ORIGINAL ARTICLE/ ARTIGO ORIGINAL

 

Conhecimento dos graduandos em enfermagem acerca do uso das medidas de precauções de contato

 

Knowledge of nursing undergraduate students about the use of contact precautions measures

 

Conocimiento de los graduandos en enfermería acerca del uso de las medidas de precaución de contacto

 

 

Julielen Salvador dos Santos1; Ione Corrêa2; Manoel Henrique Salgado3

 

1Enfermeira, Mestranda. Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho UNESP, Brasil. email: Jsalvadordosantos@yahoo.com.br.

2Enfermeira, Doutora. Professora UNESP, Brasil. email: icorrea@fmb.unesp.br.

3Matemático, Doutor. Professor UNESP, Brasil. email: henri@feb.unesp.br.

 

Fecha de Recibido: Enero 30, 2012. Fecha de Aprobado: Mayo 8, 2013.

 

Artículo vinculado a investigación: Proposta de protocolo admissional à equipe de enfermagem sobre uso de medidas de precaução de contato.

Subvenciones: ninguna.

Conflicto de intereses: ninguno.

Cómo citar este artículo: Santos JS, Corrêa I, Salgado ME. Knowledge of nursing undergraduate students about the use of contact precautions measures. Invest Educ Enferm. 2014;32(1): 464-472.

 


RESUMO

Objetivo. Avaliar o conhecimento dos graduandos em enfermaria a respeito do uso das medidas de precaução de contato. Metodologia. 106 graduandos da pré-graduação de enfermagem de três universidades do interior do estado de São Paulo. A recolha da informação se fez entre abril e maio de 2012; elaborou-se um formulário com perguntas que avaliavam conhecimento a respeito das precauções de contato. Os dados foram submetidos a procedimentos estatísticos no pacote MINITAB versão 16. Os conhecimentos foram qualificados como adequados, parcialmente adequados, e inadequados. Resultados. Teve predomínio do sexo feminino (86%) e do grupo etário entre 20 e 29 anos (70%). Quanto à definição de precaução de contato e das doenças nas que se utilizam estas medidas o conhecimento dos graduandos foi parcialmente adequado (92% e 44%, respectivamente). O conhecimento foi adequado nas medidas preventivas a ser utilizadas durante à assistência (86%). Como dificuldades na utilização destas medidas foram citadas a incomodidade, a falta de material, pessoal e tempo. Conclusão. Apesar de que os graduandos conhecem quais são as medidas a ser utilizadas na precaução de contato, não têm um conhecimento adequado sobre as doenças em que devem utilizá-las. Nas três universidades participantes deve reflexionar-se sobre a qualidade da formação aos estudantes de enfermagem em biossegurança e precauções de contato.

Palavras chaves: infecção hospitalar; isolamento de pacientes; estudantes de enfermagem.


ABSTRACT

Objective. To assess knowledge of nursing undergraduate students about the use of contact precautions. Methodology. There were 106 nursing undergraduate students from three universities within the state of Sao Paulo. The data collection was done between April and May 2012. A questionnaire was elaborated with questions assessing knowledge regarding contact precautions. The data were submitted to statistical procedures in the package MINITAB version 16. The knowledge were rated as adequate, partially adequate and inadequate. Results. There was a predominance of females (86%) and age group between 20 and 29 years (70%). Regarding the definition of contact precaution of diseases in which these measures are used, undergraduate s knowledge was partially adequate (92% and 44%, respectively). The knowledge was considered adequate for the preventive measures used during assistance (86%). As difficulties mentioned in the use of these measures were discomfort, lack of material, personnel and time. Conclusion. Although undergraduate students know what measures to be used in contact precaution, they do not have adequate knowledge about which diseases they should use them. The three participating universities should reflect on the quality of training for nursing students regarding biosecurity and contact precautions.

Key words: cross infection; patient isolation; students; nursing.


RESUMEN

Objetivo. Evaluar el conocimiento de los graduandos en enfermería acerca del uso de las medidas de precaución de contacto. Metodología. Entrevista a 106 graduandos del pregrado de enfermería de tres universidades del interior del estado de São Paulo. La recolección de la información se hizo entre abril y mayo de 2012; se elaboró un formulario con preguntas que evaluaban conocimiento acerca de las precauciones de contacto. Los datos fueron sometidos a procedimientos estadísticos en el paquete MINITAB, versión 16. Los conocimientos fueron calificados como adecuados, parcialmente adecuados e inadecuados. Resultados. Hubo predominio del sexo femenino (86%) y del grupo etario entre 20 y 29 años (70%). En cuanto a la definición de precaución de contacto y de las enfermedades en las que se utilizan estas medidas el conocimiento de los graduandos fue parcialmente adecuado (92% y 44%, respectivamente). El conocimiento fue adecuado en las medidas preventivas a ser utilizadas durante la asistencia (86%). Como dificultades en la utilización de estas medidas citaron la incomodidad, la falta de material, personal y tiempo. Conclusión. Aunque los graduandos conocen cuáles son las medidas a ser implementadas en la precaución de contacto, no tienen un conocimiento adecuado sobre las enfermedades en las cuales deben utilizarlas. En las tres universidades participantes debe reflexionarse sobre la calidad de la formación a los estudiantes de enfermería en bioseguridad y precauciones de contacto.

Palabras clave: infección hospitalaria; aislamiento de pacientes; estudiantes de enfermería.


 

 

INTRODUÇÃO

A não utilização das medidas das precauções padrão e precauções de isolamentos, favorece a disseminação de microrganismos no ambiente hospitalário e comunitário. O principal desafio para a prevenção dessa disseminação é a implementação eficiente e contínua dessas práticas recomendadas.1 As primeiras recomendações de isolamento foram publicadas em 1877 nos EUA em forma de manual. As recomendações referiam-se ao alojamento de pacientes portadores de doenças infecciosas separados dos não portadores. Apesar das recomendações, a transmissão de infecção manteve-se alta, pois não havia o cumprimento dessas medidas e poucos procedimentos assépticos eram adotados.2

Com o surgimento da epidemia da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), nos anos 80, a Organização Pan-Americana de Saúde introduziu as precauções universais que incluíam o uso de barreiras (luvas, avental, óculos e máscara) e lavagem das mãos logo após a retirada das luvas. As aplicações das precações universais foram ampliadas a todos os pacientes, independente do diagnóstico médico, pois consideravam que todos os pacientes eram potenciais fontes de infecção, no entanto, elas não eram abrangentes, não incluíam alguns fluidos corporais como fezes, urina, secreções nasais, escarro, suor, lágrimas e vômito, exceto quando apresentavam sangue visível.2 Apenas em 1996 é que surgiu o termo ''precauções padrão'', sendo então construído um novo manual sintetizando as precauções universais e o isolamento de substâncias corporais visando à redução das infecções hospitalares, do risco de transmissão de micro-organismos resistentes e das doenças ocupacionais.2

As medidas estabelecidas pelo Centers for Disease Control and Prevention (CDC) a serem utilizadas nas precauções padrão são: higiene das mãos, uso de luvas, uso de avental, uso de máscara e óculos de proteção, descontaminação de superfícies, artigos e equipamentos e descarte de material perfurocortante.3 Em conjunto com as precauções padrão, foram estabelecidas as precauções baseadas na transmissão, indicadas para pacientes comprovadamente infectados, ou com suspeitas, apresentando patógenos altamente transmissíveis ou epidemiologicamente importantes para os quais outras medidas associadas às precauções padrão eram necessárias para interromper a transmissão. Há três tipos de precauções baseadas na transmissão: Precauções aéreas, Precauções por gotículas e Precauções por contato. Usadas isoladamente ou combinadas, sempre se faz necessário o uso simultâneo das precauções padrão.4

As precauções por contato visam impedir o risco de transmissão de agentes epidemiologicamente importantes por contato direto ou indireto. Esse tipo de transmissão envolve o contato pele a pele e a transferência física de indivíduos infectados ou colonizados por microrganismos para o hospedeiro suscetível.5 Para o CDC as medidas a serem utilizadas nas precauções de contato são: quarto privativo ou coorte de pacientes com a mesma doença ou microrganismo; uso de luvas para qualquer contato com o paciente; uso de avental, se houver possibilidade de contato das roupas do profissional com área ou material infectante, sendo obrigatório para higienização de paciente com diarreia, incontinência fecal ou urinária e ferida com secreção abundante não contida pelo curativo; retirar o avental logo após o contato; artigos de cuidado do paciente tais como termômetros e estetoscópios devem ser de uso individual e adequadamente processados; manter as precauções padrão; visitas restritas e orientadas; higienização das mãos antes e após os procedimentos; logística de informação: colocação de placas com a descrição do tipo de precaução e medidas a serem adotadas; realizar o transporte do paciente com luva.3

Existe uma deficiência na formação profissional do enfermeiro, quanto à sua sensibilização para medidas em biossegurança na prática. Isso se deve a deficiência na abordagem deste conteúdo nos cursos de graduação em enfermagem, pois é comum o assunto ser abordado de forma sucinta, em programas e cargas horárias diferentes, resultando em conhecimento insuficiente.6 Assim, o grande desafio na formação do enfermeiro é transpor o que é determinado pela nova Lei de Diretrizes e Bases e pelas Novas Diretrizes Curriculares ao formar profissionais que superem o domínio teórico-prático exigido pelo mercado de trabalho, enquanto agentes inovadores e transformadores da realidade. O novo currículo prevê a formação do enfermeiro em quatro áreas: assistência, gerência, ensino e pesquisa e tem como desígnio a educação como possibilidade de transformação, levando o enfermeiro à reflexão sobre a prática profissional e ao compromisso com a sociedade.7

Tendo em vista a relevância do tema acerca da utilização das medidas nas precauções de contato com o intuito de prevenir a disseminação de microrganismos resistentes a outros pacientes e aos profissionais esta pesquisa trabalhou com alunos do último ano do curso de graduação em enfermagem com o objetivo de saber qual o conhecimento dos graduandos de enfermagem sobre precauções de contato. O objetivo deste estudo foi avaliar o conhecimento dos graduandos em enfermagem acerca do uso das medidas de precauções de contato.

 

METODOLOGIA

Foi desenvolvida uma pesquisa de caráter quantitativo através de um estudo descritivo. O método quantitativo é utilizado para determinar um perfil de um grupo de pessoas e utiliza a análise estatística para o tratamento dos dados.8

Participaram do estudo três Universidades do interior do Estado de São Paulo (Brasil) que possuem o Curso de Graduação em Enfermagem, sendo duas privadas (identificadas nos resultados como B e C) e uma pública (identificada nos resultados como A). Universidades estas credenciadas/autorizadas pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) do Estado de São Paulo. Os participantes foram todos os alunos que estavam cursando o último ano do Curso de Graduação em Enfermagem e concordaram em participar da pesquisa assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. O número total de participantes da pesquisa foram 106 graduandos. Foram excluídos 26 graduandos que se recusaram a assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Para a coleta dos dados, foi elaborado um instrumento composto por questões abertas e fechadas. Subdivido em duas partes: Parte I: composta pela caracterização do graduando: sexo, idade, faculdade/universidade em que estuda, e Parte II: composta por questões abertas e fechadas a respeito do conhecimento do graduando sobre as medidas de precaução de contato. A responsabilidade pela coleta dos dados foi da pesquisadora. Essa coleta se deu em sala de aula, com agendamento prévio e no período de abril e maio de 2012. As informações coletadas foram transcritas para a planilha do software Microsoft Office Excel na qual foram organizadas e categorizadas e posteriormente submetidas a procedimentos estatísticos no software MINITAB versão 16.

Os dados das respostas referentes à definição de precauções de contato foram classificados tendo como referência a definição de Precauções de contato: métodos utilizados para se evitar a transmissão de microrganismos passíveis de transmissão por contato direto ou indireto.9 Após ter definido Precauções de contato as respostas foram categorizadas como completa (adequada), incompleta (parcialmente adequada) ou incorreta (inadequada). Os dados das respostas referentes às doenças que necessitam das medidas de precauções de contato foram classificados em certo e errado, conforme a relação adotada pelo CDC,3 sendo que cada graduando poderia relacionar uma ou mais doenças que necessitavam destas medidas.

Neste estudo, considerou-se como corretas as respostas das doenças que necessitam apenas das medidas de precaução de contato, sendo excluídas todas as que necessitam de mais de uma precaução durante a assistência, como por exemplo, contato e aerossóis ou contato e gotículas, bem como as que só se enquadram como precaução de contato sob condições específicas (p.ex.: Varicela). As respostas relacionadas às medidas que devem ser utilizadas na assistência a indivíduos em precaução de contato foram consideradas corretas aquelas que atendiam às recomendações de precauções de contato padronizadas pela APECIH10 e CDC,3 a fim de diferenciação dos acertos e erros. Cada graduando poderia citar uma ou mais medidas recomendada.

Após as respostas serem diferenciadas em certas e erradas foram categorizadas conforme a quantidade dos acertos e erros em adequada (duas ou mais corretas); parcialmente adequada (apenas uma correta) e inadequada (todas incorretas). O projeto de pesquisa foi fundamentado na Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde e seu respectivo Termo de Consentimento Livre e Esclarecido foram analisados e aprovados pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina de Botucatu/UNESP, em 07/11/2011 com protocolo: 4061-2011.

 

RESULTADOS

Participaram desta pesquisa 80 alunos do curso de enfermagem que estavam cursando o último ano da graduação. Ao caracterizar esses participantes, encontramos 86.3% do sexo feminino. A faixa etária predominante varia de 20 a 29 anos com 70%, sendo a idade mínima entre os graduandos de 20 anos e máxima 55 anos. Em relação a realização do curso de auxiliar ou técnico de enfermagem prévio a graduação, nota-se o predomínio de graduandos que não realizaram nenhum dos dois cursos antes da graduação (43.8%), conforme Tabela 1.

Tabela 1. Caracterização dos 80 entrevistados quanto ao perfil demográfico

Em relação à definição de precauções de contato 32.5% dos graduandos define como sendo medidas para proteger o profissional e 26.3% como método para se evitar a disseminação de doenças, seguido por outras definições (Tabela 2).

Tabela 2. Caracterização das respostas dos 80 entrevistados quanto à definição de precauções de contato

Quanto à correta definição de precauções de contato considerando a definição do CDC, percebe-se que entre os participantes não obtivemos nenhuma resposta adequada, 92.5% definiram o tema parcialmente e 6.3% responderam inadequadamente. Um aluno não respondeu.

Em relação às respostas dos graduandos quanto às doenças que se utilizam as medidas de precaução de contato, a Tuberculose foi a mais mencionada pelos participantes do estudo, em 14.8% das respostas, seguida de bactérias multirresistentes em 12.9%, meningite em 10.1% e outras doenças, conforme Tabela 3.

Tabela 3. Distribuição das respostas dadas quanto às doenças em que se utiliza o isolamento por precauções de contato (n=209).

Em relação às doenças em que se utilizam as medidas de precauções de contato, considerando as respostas certas e erradas, a maioria dos graduandos (43.8%) responderam parcialmente adequada, ou seja, eles relacionaram apenas 1 ou 2 doenças corretas, sendo que apenas 31.3% dos graduandos relacionaram mais de 2 doenças corretas que se utilizam as medidas de precaução de contato e 22.5% das respostas foram inadequadas, ou seja, eles não souberam relacionar nenhuma doença. Dois alunos não responderam.

Em relação às respostas dadas pelos graduandos quanto às medidas a serem utilizadas durante a assistência ao paciente em isolamento de precauções de contato, encontramos a necessidade de utilização de luvas com 22.64%, seguida do uso de avental com 20.75% e outras medidas, conforme Tabela 4.

Tabela 4. Distribuição das respostas quanto às medidas preventivas utilizadas durante a assistência ao paciente em isolamento de precauções de contato (n=318)

Considerando as respostas certas e erradas dos graduandos em relação às medidas utilizadas na assistência ao paciente em isolamento de precauções de contato, encontramos 88.8% das respostas como adequada, ou seja os graduandos relacionaram mais de 2 medidas corretas a serem utilizadas durante a assistência ao paciente em precaução de contato, apenas 8.8% dos graduandos responderam parcialmente adequada, relacionando somente 1 ou 2 medidas corretas e nenhum graduando respondeu inadequadamente. Dois alunos não responderam.

 

DISCUSSÃO

Ao caracterizar os participantes ficou evidente que a maioria é do sexo feminino (86.25%). Em outro estudo que relaciona o conhecimento dos graduandos de enfermagem sobre equipamentos de proteção individual, a maioria dos participantes também eram do sexo feminino.11 Esses dados corroboram com os registros do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) onde 87.2% dos profissionais de enfermagem são do sexo feminino e entre a categoria de enfermeiros tem-se 88.0% de mulheres trabalhando na área.12 Considerando a História da Enfermagem encontramos uma profissão feminina onde as responsáveis pela prática da assistência à saúde eram as religiosas confirmando os achados.

Houve predomínio na faixa etária dos participantes entre 21 a 23 anos. Isso nos mostra que os alunos, em sua maioria, ingressam na faculdade entre 18 e 20 anos e, portanto estarão cursando o quarto ano da graduação nesta faixa etária. Segundo registros do COFEN a maioria dos profissionais enfermeiros (43.79%) estão entre 26 e 35 anos.12 Pesquisa realizada na Universidade Federal de Goiás também demonstra resultados semelhantes, onde a maioria dos graduandos encontram-se na faixa etária 22 e 29 anos, 70.9%.10 Isso nos mostra que independente do estado brasileiro, São Paulo ou Goiás, respectivamente, os jovens estão decidindo seu futuro profissional e ingressando na faculdade cada vez mais cedo.

Em análise sobre a definição do tema sobre o uso das medidas de precaução de contato, obtivemos a maioria das respostas como sendo parcialmente adequadas. Esse estudo vem de encontro com pesquisa realizada em diversas Instituições de Ensino Superior de Enfermagem do Estado de Goiás, onde a maioria dos graduandos em enfermagem sabe descrever quais são os equipamentos de proteção individual mas, não sabem definir qual a finalidade deles.13 Em pesquisa realizada com graduandos do curso de medicina foi demonstrado que a maioria deles não conhecem as precauções padrão.14 Esses resultados evidenciam que os graduandos da área da saúde conhecem parcialmente, ou às vezes desconhecem, as precaução de contato, precauções padrão e medidas de proteção individual, podendo assim disseminar microrganismos a outros pacientes e até mesmo proporcionar acidentes biológicos.

Ao analisarmos sobre as doenças que necessitam de precauções de contato a maioria dos graduandos não souberam relatar mais de duas doenças que necessitam de precaução de contato. Esses dados corroboram com achados na literatura em que a maioria dos profissionais de saúde que atuam em UTI, também não souberam relacionar sobre o esta questão.15 Isso nos sugere que durante a assistência, os profissionais em exercício deixam podem utilizar as medidas necessárias na precaução de contato por desconhecerem em que doenças utilizá-las e portanto há o risco da disseminação a outros pacientes e até mesmo levam a sua residência microrganismos que deveriam ficar restritos ao ambiente hospitalar.

Quanto ao conhecimento da necessidade da utilização das medidas de precauções de contato houve o predomínio das respostas dos graduandos referindo corretamente as medidas recomendadas pela ANVISA, dados esses que vem de encontro com pesquisa realizada no Estado de Goiás, porém com diversos cursos da área da saúde,16 que relata que 98.6% dos graduandos utilizam EPIs durante suas atividades práticas. Esses dados nos sugerem que apesar dos graduandos saberem quais as medidas a serem adotadas na precaução de contato eles não as utilizarão adequadamente visto que não sabem em quais doenças utilizar.

Conclusão. Pelos resultados encontrados percebemos que os alunos de graduação apesar de conhecerem as medidas a serem adotadas na precaução de contato conhecem parcialmente as doenças que necessitam destas medidas. Esses dados sugerem ainda a necessidade de reflexão sobre o ensino da biossegurança e precaução de contato aos alunos de graduação, além do desenvolvimento de pesquisa acerca de como vem sendo ministrado este conteúdo a fim de garantir ao futuro profissional condições segura de trabalho. O uso da precaução de contato previne a disseminação de microrganismos a outros pacientes além de resultar em uma assistência segura e de qualidade.

 

REFERÊCIAS

1.Yokoe DS, Mermel LA, Anderson DJ. A compendium of strategies to prevent healthcare-associated infections in acute care hospitals. Infect Control Hosp Epidemiol. 2008; 29:901-94.         [ Links ]

2. Nichiata LYI, Gir E, Takahashi RF, Ciosak SI. Evolução dos isolamentos em doenças transmissíveis: os saberes na prática contemporânea. Rev Esc Enferm USP 2004; 38(1):61-70.         [ Links ]

3. Siegel ID, Rhinehart E, Jackson H, Chiarello L. The Healthcare Infection Central Practic. Advisory Committee. 2007. Guideline for Isolation Precautions: Preventing Transmission of Infectious Agents in Healthcare Settings. [Internet] Atlanta: CDC; 2007.         [ Links ]

4. Silva MFI, Santos BMO. Estudo histórico - organizacional da comissão de controle de infecção hospitalar de um hospital universitário. Medicina (Ribeirão Preto), 2001; 34:170-6.         [ Links ]

5. Garner JS. Guideline for isolation precautions in hospitals. Infect Control Hospital Epidemiol. 1996;17:53-80.         [ Links ]

6. Andrade AC, Sanna MC. Ensino de Biossegurança na Graduação em Enfermagem: uma revisão da literatura. Rev. Bras Enferm. 2007; 60(5):569-72.         [ Links ]

7. Ito EE, Peres AM, Takahashi RT, Leite MMJ. O ensino de enfermagem e as diretrizes curriculares nacionais: utopia x realidade. RevEsc Enfermagem USP. 2006; 40(4):570-5.         [ Links ]

8. Moresi E. Metodologia da Pesquisa. Brasília: Universidade Católica de Brasília; 2003.         [ Links ]

9. ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Informes Técnicos Institucionais. ANVISA intensifica controle de infecção em serviços de Saúde. Rev Saúde Pública. 2004; 38(3):475-8.         [ Links ]

10. Associação Paulista de Estudos e Controle de Infecção Hospitalar - APECIH. Precauções e isolamento. São Paulo; 1999.         [ Links ]

11. Souza ACS, Neves HCC, Tipple AFV, Santos SLV, Silva CF, Barreto RAS. Conhecimento dos graduandos de enfermagem sobre equipamentos de proteção individual: a contribuição das instituições formadoras. Rev Eletr Enfermagem. 2008; 10(2):428-37.         [ Links ]

12. Conselho Federal de Enfermagem - COFEN. Comissão de Business Intelligence Produto 2: Análise de dados dos profissionais de enfermagem existentes nos Conselhos Regionais. Brasília: COFEN; 2011.         [ Links ]

13. Oliveira AC, Cardoso CS, Mascarenhas D. Conhecimento e comportamento dos profissionais de um centro de terapia intensiva em relação à adoção das precauções de contato. Rev Latino-Am Enfermagem. 2009; 17(5):625-31.         [ Links ]

14. Antunes HM, Cardoso LO, Antunes RPG, Gonçalves SP, Oliveira H. Biossegurança e Ensino de Medicina na Universidade Federal de Juiz de Fora, (MG). Rev Bras Educ Méda. 2010; 34(3):335-45.         [ Links ]

15. Garcia PN. Adesão dos profissionais de saúde às precauções de contato em unidade de terapia intensiva. [Dissertation]. Botucatu: UNESP; 2011.         [ Links ]

16. Souza ACS, Silva CF, Tipple AFV, Santos SLV, Neves HCC. O uso de equipamentos de proteção individual entre Graduandos de cursos da área da saúde e a contribuição das instituições formadoras. Rev Cienc Cuid Saude. 2008; 7(1):27-36.         [ Links ]