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Investigación y Educación en Enfermería

Print version ISSN 0120-5307

Invest. educ. enferm vol.32 no.1 Medellín Jan./Apr. 2014

 

ARTÍCULO ORIGINAL / ORIGINAL ARTICLE / ARTIGO ORIGINAL

 

Vivência da equipe de enfermagem frente à hospitalização da criança queimada

 

Experience of nursing staff facing the hospitalization of burned children

 

Vivencia del equipo de enfermería frente a la hospitalización del niño quemado

 

 

Nataly Tsumura Inocencio Soares1; Mauren Teresa Grubisich Mendes Tacla2

 

1Enfermeira, Mestre. Universidade Estadual de Londrina UEL, Londrina, PR, Brasil. email: natytsoares@hotmail.com.

2Enfermeira, Doutora. Professora UEL, Londrina, PR, Brasil. email: maurentacla@gmail.com.

 

Fecha de Recibido: Octubre 9, 2012. Fecha de Aprobado: Mayo 8, 2013.

 

Artículo vinculado a investigación: O manejo da dor da criança pela equipe de enfermagem em uma Unidade de Queimados.

Subvenciones: ninguna.

Conflicto de intereses: ninguno.

Cómo citar este artículo: Soares NTI, Tacla MTGM. Experience of nursing staff facing the hospitalization of burned children. Invest Educ Enferm. 2014;32(1): 49-59.

 


RESUMO

Objetivo. Apresentar a vivência da equipe de enfermagem que trabalham com meninos queimados hospitalizados. Metodologia. Estudo qualitativo. Os dados se obtiveram a partir de entrevista semiestruturada aplicada a 16 pessoas da equipe de enfermagem (12 técnicos e 4 de profissionais) que trabalham num centro de tratamento de queimado. Utilizou-se para a análise de informação o Método de Interpretação dos Sentidos. A base teórica utilizada para apoiar a discussão do estudo foi a Antropologia interpretativa proposta por Geertz. Resultados. Os relatos mostraram que o processo de atendimento a crianças queimadas é estressante para os participantes porque se veem envolvidos psicologicamente com a trágica história do um paciente que sofreu queimaduras, e portanto com a situação clínica. Esta circunstância permite o desenvolvimento da empatia. Por outra parte, há envolvimento cultural ao enfrentar e aceitar as consequências do ocorrido ao paciente, devido à mudança da imagem corporal o menino sofrerá estigmas que dificultarão a ressocialização do menino depois do alta. Conclusão. A equipe de enfermagem se vê afetado de diversas formas durante o cuidado do menino queimado hospitalizado. Há necessidade de realizar programas educativos para sua preparação no atendimento destes pacientes.

Palavras chaves: criança; unidades de queimados; queimaduras; equipe de enfermagem


ABSTRACT

Objective. To present the experiences of nursing staff working with hospitalized burned children. Methodology. Qualitative study. Data were obtained from semi-structured interviews applied to 16 people of the nursing team (12 professional technicians and 4) working at a burn treatment center. For the analysis, the Method information Interpretation of the Senses was used. The theoretical basis used to support the discussion of the study was proposed by Geertz's interpretive anthropology. Results. The narratives showed that the process of care to burned children is stressful for the participants because they are psychologically involved with the tragic story of a patient who suffered burns, and therefore with the clinical situation. This allows for the development of empathy. On the other hand there cultural involvement facing and accepting the consequences of what happened to the patient, due to the change of body image stigma that the child will suffer hamper the re-socialization of the child after discharge. Conclusion. The nursing team is affected in various ways during the care of hospitalized burned children. There is need for educational programs for their preparation in the care of these patients.

Key words: child; burn units; burns; nursing team.


RESUMEN

Objetivo. Presentar la vivencia del equipo de enfermería que trabaja con niños quemados hospitalizados. Metodología. Estudio cualitativo. Los datos se obtuvieron a partir de entrevista semiestructurada aplicada a 16 personas del equipo de enfermería (12 técnicos y cuatro profesionales) quienes trabajan en un centro de tratamiento de quemados. Se utilizó para el análisis de información el Método de Interpretación de los Sentidos. La base teórica utilizada para apoyar la discusión del estudio fue la Antropología interpretativa propuesta por Geertz. Resultados. Los relatos mostraron que el proceso de atención a niños quemados es estresante para los participantes porque se encuentran inmersos dentro de la trágica historia del paciente y, por consiguiente, con su situación clínica, lo que los afecta sicológicamente. Esta circunstancia permite el desarrollo de la empatía. Por otra parte, se involucra culturalmente puesto que afronta y acepta las consecuencias de lo ocurrido al paciente. Debido al cambio de la imagen corporal, el niño sufrirá estigmas que dificultarán su resocialización después del alta. Conclusión. El equipo de enfermería se ve afectado de diversas formas durante el cuidado del niño quemado hospitalizado. Por esto, es necesario realizar programas educativos para la preparación en su atención.

Palabras clave: niño; unidades de quemados; quemaduras; grupo de enfermería.


 

 

INTRODUÇÃO

A ocorrência de acidentes na infância mantém uma forte correlação com o estilo de vida, os costumes da família, a rede social a que a criança pertence, as fases de crescimento e desenvolvimento infantil, além de outros fatores, como aspectos financeiros, culturais e educacionais.1 No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde (MS),2 as queimaduras, em suas variadas formas, são uma das principais causas de hospitalização de crianças, estando em 2° lugar entre os acidentes da infância e ocupando o 5° e 6° lugares nos casos de mortalidade em crianças até 4 anos e de 5 a 9 anos, respectivamente.

As queimaduras, consideradas um sério problema de saúde pública no Brasil,3 constituem um atentado à integridade física e psicológica da vítima, pois a submetem a experiência potencialmente dolorosa e traumática, com grave envolvimento dos tecidos, órgãos e membros e, consequentemente, com o comprometimento da imagem corporal e da autoestima.4,5 Além disso, os familiares, e até mesmo os próprios profissionais envolvidos diretamente no cuidado de crianças vítimas de queimaduras, sofrem ao se depararem com tão comovente situação de dor e sofrimento. O medo e a insegurança do desconhecido são transtornos que acompanham toda a trajetória da hospitalização infantil,6 principalmente, no momento inicial. A presença e participação dos pais7 e a humanização do cuidado são elementos essenciais para amenizar a condição assustadora e angustiante do ambiente hospitalar.

A recuperação total é lenta e demanda uma série de procedimentos clínicos e cirúrgicos, principalmente, nos casos das queimaduras de 2° e 3° graus, mais extensas, que envolvem regiões corporais consideradas mais críticas ou as chamadas áreas nobres, que são aquelas que refletem mal prognóstico, embutem elevado risco de sequelas e são inaptas para serem doadoras em casos de enxerto, como face e pescoço (principalmente olhos e vias aéreas superiores), locais de flexão, mãos, pés, couro cabeludo, mamas e genitália.8,9 Além disso, as queimaduras mais graves podem comprometer sistemas vitais como o cardiovascular, o imunológico, o nutricional, entre outros, o que reflete na evolução clínica, na resposta ao tratamento e na sobrevida da criança.8 É neste contexto que este estudo buscou desvelar a vivência da equipe de enfermagem ao trabalhar com a criança hospitalizada vítima de queimadura.

 

METODOLOGIA

O presente estudo, que se caracteriza como descritivo e exploratório com abordagem qualitativa, foi realizado em um Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) referência no norte do Paraná (Brasil). Participaram do estudo16 sujeitos alocados nos períodos da manhã, tarde e noite (par e ímpar), sendo 12 técnicos de enfermagem (três por turno) e quatro enfermeiros (um por turno). Vale ressaltar que auxiliares de enfermagem não são admitidos neste setor.

A escolha dos sujeitos foi aleatória, não havendo distinção de sexo ou idade, mas era imprescindível que fossem trabalhadores da área de enfermagem e que atuassem como funcionários do local de estudo. Não houve recusa em integrar a pesquisa. Para a coleta de dados, foram realizadas e gravadas, em junho de 2011, as entrevistas semiestruturadas, que ocorreram no próprio CTQ, ora em uma sala de reuniões ora na sala da enfermeira, conforme determinação do responsável pelo turno. A entrevista teve como base um formulário com seis questões sobre os dados de identificação pessoal e informações quanto à experiência profissional, além de seis questões abertas que questionaram o significado do cuidar de uma criança queimada, a compreensão do participante sobre dor na infância, suas atitudes em relação ao manejo da dor no paciente pediátrico e sugestões para auxiliar a equipe a lidar com a sensação álgica infantil dentro do setor de queimados.

Os participantes foram identificados numericamente, na ordem em que foram coletados os dados, independente do gênero ou categoria profissional, a fim de preservar sua identidade pessoal, já que há poucos enfermeiros e profissionais do sexo masculino. Foi realizada a correção ortográfica e retirados os vícios de linguagem, com o objetivo de facilitar a leitura e a compreensão dos dados. A análise dos dados foi realizada com base no Método de Interpretação dos Sentidos, que se caracterizam pela interpretação de palavras, ações, conjunto de inter-relações, dentre outros quesitos, descritos a partir da análise interpretativa que envolve a sistematização cultural, com o objetivo de avançar para além dos textos e se aproximar, cada vez mais, da fase compreensiva e crítica que permeia a dimensão subjetiva de um determinado contexto.10

A Antropologia Interpretativa, vinculada à corrente etnográfica formulada por Geertz, foi utilizada como referencial teórico para a discussão deste estudo. Este referencial possibilita que se adentre e compreenda o mundo desses profissionais por meio de seus próprios discursos, pois a estrutura da vivência humana, a singularidade de cada indivíduo e detalhes da vida e da cultura de experiências.11 Desta forma, os resultados e a discussão da pesquisa foram apresentados, após profunda análise e correlação dos dados coletados, com base nas categorias encontradas: Os sentimentos que afloram na vivência do cuidado à criança queimada e as estratégias de enfrentamento no cuidado à criança queimada. Todos os procedimentos ocorreram mediante aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da Universidade Estadual de Londrina, Parecer n° 010/2011, CAAE n° 0267.0.268.000-10.

 

RESULTADOS

Dos 16 participantes, dois eram do sexo masculino e 14 do feminino, tinham entre 27 e 51 anos de idade e de dois a quatro anos de atuação no setor pesquisado, sendo que oito já tinham experiência anterior com crianças. Dois deles trabalharam por 12 anos em unidades pediátricas.

Os sentimentos que afloram na vivência do cuidado à criança queimada

A questão cultural está diretamente envolvida com o processo de cuidar. Há profissionais que são mais emotivos e carinhosos, outros são mais racionais, conversam pouco. Assim, cada um tem características específicas, vivências e crenças que influenciam suas ações de enfrentamento. As reações de cada criança também podem influenciar a forma como se emprega o cuidado. As mais calmas e cooperativas tendem a ser atendidas com maior paciência e atenção, ao contrário, as mais agressivas e pouco colaborativas em geral causam reclamações por parte dos funcionários.

Ao cuidar dos pequenos pacientes, muitos dos entrevistados relataram imaginar seus filhos naquela situação, o que, por um lado, lhes causava sofrimento, mas, por outro, os tornava mais dedicados e o seu cuidado, mais humanizado: Você imagina como se fosse seu filho, você tem que imaginar como se fosse seu filho, como cuidar de seu filho. [...] eu, por exemplo, tenho duas crianças, [...], tudo que acontece aquele dia você fica preocupado com o seu filho (Participante 1).

Em alguns momentos, o profissional disse colocar-se no lugar da mãe e/ou da família que vivencia a delicada situação de saúde, marcada por sofrimento e ansiedade constantes e pela dependência do apoio de desconhecidos, para os quais entrega os cuidados do filho, conforme o relato a seguir:[...] eu me ponho no lugar da mãe, imagino a minha filha, então acho que o sofrimento para mim com a criança é maior [...] imagino minha filha no lugar, empatia, se por no lugar daquela mãe, por nosso filho no lugar daquela criança, é difícil, é difícil (Participante 3). Segundo alguns profissionais, não só os membros da família, mas, em alguns casos, a própria criança demonstra culpa, pois acredita que tudo ocorreu por desobediência aos pais ou por peraltice com os amigos. Tal fato torna a situação ainda mais angustiante, pois, além de conviver com a dor dos ferimentos, a criança precisa lidar com a culpa de ser hospitalizada e ver os pais entristecidos: [...] tem criança que fica extremamente ansiosa, porque ela se lembra muito da hora que aconteceu a queimadura, e muitas vezes é interessante, porque quando a criança se queima na peraltice dela, quando ela se lembra ela se sente culpada, ela pensa, ''porque eu não obedeci a minha mãe''. Então ela sofre muito com isso (Participante 4).

Há ainda os que culpam os responsáveis pelos cuidados, o que interfere, negativamente, na realização de procedimentos e no convívio com a equipe: [...] tem família que em vez de te ajudar, às vezes eles interferem até no seu trabalho, que às vezes você quer posicionar, alguma coisa, ''ah, mas se você mexer ela vai sentir mais, não mexe, não quero que mexe'', [...] acho que a maior dificuldade, é até a família aceitar o tratamento, porque eles veem que você provoca mais dor na criança, ele vê você como um inimigo, [...] às vezes a criança está chorando e a mãe não te deixa chegar perto [...] (Participante 5).

Ao imergir no mundo cultural do paciente e de sua família, o profissional, além de estabelecer um sistema de comunicação e convívio, o que é fundamental para a eficiência do tratamento, cria um envolvimento emocional capaz de influenciar seu modo de agir e pensar: [...] nos compadecemos muito [...] cada criança é muito especial, porque [...] temos as crianças que vem aqui e deixam aquela marca [...] outro dia mesmo [...] peguei uma criança, [...] ele estava com dor, você via que ele estava gemendo, ele falava assim ''tia muito obrigado viu'' [...] você fica tão agradecida, porque você fala puxa vida, coitadinho, está morrendo de dor, está tudo queimado e tia muito obrigado [...] fico emocionada mesmo (participante chora) (Participante 6).

No entanto, o convívio com o sofrimento alheio, principalmente quando envolve crianças, faz com que o cuidado se torne mais um desafio do que uma motivação para alguns membros da equipe, como se pode constatar no depoimento a seguir: [...] eu achei que para mim, que já tinha tido experiência de cuidar de criança antes, era mesmo uma questão de ter um treinamento para relembrar e eu não teria muita dificuldade, mas a questão não é um problema da técnica, mas para mim, cuidar de criança queimada, muitas vezes me traz um sofrimento muito grande [...] (Participante 4).

As estratégias de enfrentamento no cuidado à criança queimada

Um dos entrevistados relatou que, devido ao abalo emocional gerado pela hospitalização, especialmente no CTQ, o paciente infantil se torna vulnerável e frágil, mudando, inclusive, seu comportamento, de forma curiosa e regressiva: [...] percebemos até uma mudança de comportamento entre mães, pais e filhos [...] Às vezes ela até regride. Uma vez veio uma criança de 4 a 5 anos veio falando como se fosse um bebezinho, sabe, ela quer usar fralda de novo, ela quer chupeta de novo [...] teve criança que não tinha o costume de ter a mãe o tempo todo, e de repente tem [...], porque a mãe se vê obrigada a ficar do lado dela, percebemos que é onde ela regride, para chamar a atenção também (Participante 2).

Outra limitação é a dificuldade em estabelecer uma comunicação com a criança, pela pouca idade e, consequentemente, pela falta de domínio da fala, ou pela desconfiança e pelo medo que esta tem do desconhecido: É mais difícil [...] porque criança ela sente dor e às vezes [...] não fala, ela chora dependendo da idade, então é mais complicado para você ter assim acesso a criança mesmo, no começo ela fica muito distante de você, então é difícil você se comunicar com ela (Participante 7). Essa dificuldade da criança se reflete na equipe, principalmente porque o processo de hospitalização de queimados envolve sofrimento e ansiedade constantes, pois estes são submetidos a cuidados dolorosos durante uma fase da vida em que sair da rotina é assustador e estressante. O relato a seguir evidencia essa condição: E criança ter que ficar internada, acamada, os pacientes queimados tem que ficar em repouso, enxerto, desbridamento, então imagina para uma criança que está em plena atividade, correndo, brincando o dia inteiro, ter que ficar a maior parte do tempo sem poder se movimentar, às vezes, ou brincar, por causa do curativo ou sedação (Participante 5).

Olhar e se preocupar com a criança, um ser que tem um futuro pela frente, mas cuja imagem, marcada pelas sequelas, provavelmente influenciará seu caminho, suas decisões e suas amizades, não é sempre fácil para os profissionais que são elementos primordiais na assistência ao paciente pediátrico vítima de queimadura. Esta questão também pode influenciar a forma da criança ser e se ver como pessoa num mundo repleto de preconceitos e julgamentos: [...] precisamos que se dê o máximo de cuidado [...] como vai tratar, porque temos que pensar que essa criança vai crescer e como ela vai ficar depois, como vamos devolver essa criança para a sociedade, para sua família [...]acho que às vezes acabamos tendo mais cuidado com uma criança, também pelo fato dela ser jovem, pensamos em como vai ser o futuro dela, então para mim significa você redobrar, triplicar os cuidados (Participante 8). Para os entrevistados, muitas vezes, a criança sabe que será alvo de chacotas entre os colegas, assim, procura se isolar e evitar o convívio com outras pessoas: [...] o trauma que ela vai levar para a vida dela é muito grande, porque ela vai ficar com marcas, ela vai ficar com cicatrizes, então você se coloca no lugar. Já aconteceu de ter criança que saiu daqui dizendo que não ia voltar para a escola, porque os amiguinhos iam falar que ele virou gay porque ele estava rosa [...] (Participante 3).

É neste contexto que entra o cuidado humanizado, pois este, além de amenizar o sofrimento, se revela como oportunidade de aproximação e de conquista da confiança do pequeno paciente, como assinala um dos entrevistados: [...] você cuida da criança, você passa a ter um carinho por aquela criança [...] em termos de humanização eu acho até melhor cuidar de criança do que adulto. (Por que?) Porque criança, a partir do momento que você ganha ela, tem um carinho com ela, com certeza ela vai gostar de você, sempre vai querer que você cuide dela (Participante 1).

Atitudes de compaixão, porém, não beneficiam apenas as crianças, mas também os próprios profissionais. Para o Participante 1, o simples fato do profissional saber que o pequeno e receoso paciente confia nele e no seu trabalho já é motivo para que se sinta gratificado pelo esforço e dedicação destinados à recuperação do seu bem-estar. Já o Participante 4 foi além. Considera seu trabalho um misto de sofrimento e gratificação. Ao mesmo tempo em que é angustiante conviver com um pequeno paciente em situação lastimável, também é gratificante presenciar a forma admirável como a criança se recupera. Como se pode observar no relato a seguir, é importante para o profissional reconhecer que também contribuiu para um desfecho feliz, mesmo depois de uma difícil trajetória: [...] você ter um carinho com uma criança, [...] vai ter uma confiança em você, então é gratificante, eu gosto de criança (Participante 1); [...] ao mesmo tempo em que é uma coisa que mexe muito comigo, que me causa até sofrimento, também é um trabalho que me gratifica muito. Porque a criança ela realmente marca muito a gente [...] você vê elas te chamando, e dizendo ''tia, o doutor falou que eu vou embora'', tem aqueles que já conseguem escrever e deixam um bilhetinho e isso é muito gratificante. Quando acabamos aquele plantão cansado e falamos ''nossa não vejo a hora de ver a minha cama'', mas você chega ali no ambulatório e eles dizem ''oi tia você veio me ver!'' (Participante 4).

 

DISCUSSÃO

A infância é um período da vida em que a dependência gera momentos de insegurança quando o infante se encontra frente a situações que fogem da sua rotina habitual. A hospitalização é um cenário que exemplifica bem esta condição de distanciamento dos amigos, familiares, sua casa e aconchego daquilo que era cômodo e seguro. A maioria dos profissionais de saúde não está preparada para atender a clientela infantil em um ambiente hospitalar, pois nem sempre conseguem relacionar as manifestações de agressividade com sentimentos de medo e insegurança do desconhecido.12 Em geral, pacientes que apresentam queixas constantes, gritam ou choram mais intensamente são considerados como exagerados e escandalosos pela equipe.13 Tal interpretação pode ter relação com aspectos culturais dos profissionais envolvidos, o que influencia sua avaliação diante das manifestações do ser cuidado.13

Por outro lado, ao presenciar momentos de sofrimento da família e da criança, o profissional, imediatamente, lembra-se de seus filhos e demais familiares.14,15 A imagem de um ente querido numa situação semelhante, instintivamente, causa angústia e preocupação, pois, em hipótese alguma, se quer vê-lo vivenciando tamanho sofrimento. O sentimento de empatia que emerge, ao se vivenciar hipotética desventura, conduz a tomadas de decisões, por vezes, até mais cuidadosas. Para os familiares que vivenciam a situação, porém, o enfrentamento é ainda muito mais difícil, em consequência do convívio com o sentimento de culpa que emerge ao presenciarem cada lágrima de dor e desespero do filho, devido ao fato da maioria dos acidentes ocorrerem em ambiente doméstico, sob a supervisão de um adulto3,16, que, por um descuido, se depara com a criança em estado grave, com várias lesões e dores constantes, sendo submetida a procedimentos diários altamente traumáticos.

Como esses acidentes, na maioria das vezes, poderiam ser prevenidos, é comum o sentimento de culpa, mesmo que nem sempre este seja expresso claramente pelos envolvidos.17 Porém, para a maioria das famílias, pequenas quedas e leves escoriações fazem parte do cotidiano e do aprendizado da criança e não requerem maiores preocupações.

Nos casos que envolvem comprometimento da integridade física ou forte sensação de perda, porém, os sentimentos de culpa e vergonha vivenciados pelos pais aumentam o seu sofrimento não apenas porque consideram que contribuíram, inconscientemente, para a ocorrência do acidente, mas também por se sentirem, culturalmente, fora dos padrões estabelecidos pela sociedade de modo geral.18 Os pais devem ser, para a população de modo geral, os maiores protetores de seus filhos, de modo que, quando as queimaduras ocorrem na presença de um deles, os mesmos se sentem não cumprindo seu papel devidamente ou incapazes de tal função.

O período de internação da criança queimada é longo e intenso, dependendo do local e da área corporal atingida, o que implica em profundo conhecimento da história de vida, envolvimento emocional e apego aos pacientes, por parte dos profissionais. Os mesmos, normalmente, envolvem-se com os familiares e com a situação da criança internada, pois desejam oferecer apoio e conforto, porém, muitas vezes, são responsabilizados por causarem dor e sofrimento ao infante durante os cuidados básicos prestados14, fato que gera desconforto, já que sua intenção é ajudar e auxiliar na recuperação do paciente. Além das arguições sofridas pela equipe, períodos prolongados de internação, ansiedade e estresse provocados pela patologia e pelo cansaço físico também tendem a instigar desavenças entre familiares e profissionais, o que resulta em desgaste e acaba por interferir na qualidade da assistência prestada.6,19

Para os pais, enquanto maiores protetores de seus filhos, vê-los em situação tão vulnerável como em uma cama de hospital tende a instigá-los a ter o processo de observação e percepção mais aguçados e críticos, pois o instinto protetor está mais ativo. Os mesmos passam a reparar em cada atitude e comportamento do profissional que cuida da criança, a forma como agem e porque fazem, seus gestos, atenção aos familiares e, principalmente, ao paciente.20

Para desenvolver uma visão crítica positiva e de aceitabilidade diante de atitudes hostis dos acompanhantes, os profissionais devem conhecer o contexto cultural no qual a família está inserida. Entender seus costumes não só propicia o desenvolvimento de um elo de comunicação e conhecimento entre os indivíduos envolvidos, como facilita a compreensão e o convívio com as diferenças.13,18

Como a criança vítima de queimadura tende a permanecer mais tempo internada em comparação às outras patologias frequentes na infância, estudo propõe que a equipe de saúde use este tempo a seu favor para fortalecer a capacidade de cuidar e se inter-relacionar com o paciente e seus familiares.21 Para tanto, é necessário que o profissional busque conhecer as concepções do outro, não de uma maneira global, nem individual, ou seja, é preciso que conheça o indivíduo em seu mundo, em sua simplicidade, seu caráter, seu modo de ser, agir e interagir, com base nos aspectos físicos, psicológicos, sociais e culturais que compõem o ser e sua evolução genuína.11

O conhecimento dos aspectos culturais dos grupos com que trabalha auxilia a equipe na elaboração de estratégias educativas e de orientação, assim como, na assimilação do familiar quanto ao que precisa ser exposto, o que facilita o processo de cura e prevenção e evita que este atue como juiz da situação.4,18 Estudo13 revelou que, para a equipe de enfermagem que trabalha diariamente com pacientes queimados, cuidar da criança é muito mais difícil e estressante, principalmente, no momento dos procedimentos indispensáveis, como a troca de fralda e o curativo, devido ao alto grau de dor implicado nessas ocasiões. Para os autores, tal situação pode resultar em sensação de limitação, pois as circunstancias dificilmente se modificarão com o passar do tempo. No entanto, a equipe pode se apropriar e adotar alternativas que amenizem o sofrimento dos pacientes e, consequentemente, o seu.13

Neste sentido, uma estratégia a ser implantada seria a equipe multidisciplinar, que inclui o terapeuta ocupacional e o psicólogo, para atender e acompanhar os profissionais com o objetivo de aliviar a tensão que os sobrecarrega diariamente. No entanto, a inserção de ambos os profissionais no setor estudado limita-se apenas ao atendimento às crianças e suas famílias, reservando pouca ou nenhuma atenção aos profissionais envolvidos no cuidado diário desses pacientes. Porém, mesmo com o acompanhamento de um psicólogo, o processo da hospitalização, muitas vezes, continua incompreensível para a criança, pois gera medo, inabilidade e induz a uma série de comportamentos e à instabilidade emocional, devido à alteração de seus hábitos e rotinas, que se agravam na ausência de algum familiar.22

O desenvolvimento infantil depende não só dos aspectos biológicos, também sofre influencia do meio ambiente, de modo que, para se adaptar poderá reagir de diversas maneiras. Enquanto em situação de doença, a criança hospitalizada é submetida a cuidados invasivos, como acesso venoso e curativo, que limitam seus movimentos para brincar, andar ou correr.23 A adaptação fica mais difícil, quando a assistência prestada é realizada de forma impessoal, pouco considerando a fase de desenvolvimento em que a mesma se encontra.23 Essas situações exigem reflexões sobre as lacunas afetivas existentes na assistência ofertada à criança, que necessita de cuidados integrais, voltados também para questões emocionais e não unicamente para os padrões técnicos e biológicos, além de profissionais de enfermagem preparados para atender tais requisitos.19

O cuidado humanizado é um assunto muito abordado na área da saúde, porém tem um significado singular na assistência à criança hospitalizada, pois a infância possui circunstâncias peculiares, e o envolvimento é não só do paciente, mas também da sua família. O primeiro contato exige cautela e a conquista da confiança requer empenho e paciência. Para esses pacientes e acompanhantes gestos simples de parceria e atitudes de interesse em direcionar o cuidado de forma mais individualizada e pessoal se justificam como sendo atos respeitáveis, o que torna a hospitalização muito mais tolerável e a assistência menos traumática.20

Uma das barreiras mais difíceis de ser ultrapassada no cuidado ao paciente pediátrico é, portanto, o primeiro contato e dele depende o estabelecimento de uma relação de confiança permanente. Muitas vezes, para dialogar com a criança, é preciso adentrar seu mundo imaginário de ''faz-de-conta'',24 principalmente, por meio do brinquedo, método eficaz de comunicação e cooperação mútua4 que facilita a aproximação. Infelizmente, na unidade em estudo essa prática não é adotada, tampouco há um profissional habilitado que faça uso do brinquedo com a criança. Por ser um setor misto, com pacientes adultos e pediátricos, são poucos os funcionários especializados ou com alguma experiência na área infantil, o que inviabiliza uma assistência mais próxima, ou seja, uma assistência que tenha como base a compreensão mútua, profissional/paciente, em prol do cuidado mais integralizado.

Dentre os fatores identificados pelos pais durante a hospitalização do filho estão o conhecimento e a prática do profissional frente às necessidades do paciente pediátrico. Isto se justifica, além da superproteção dos pais, pelas inúmeras peculiaridades próprias da infância, tais como imaturidade fisiológica e emocional, e vulnerabilidade a diversas patologias e acidentes, como as queimaduras.20 Em suas formas mais agressivas, as queimaduras condicionam a criança, na maioria das vezes, a permanecer um longo período de tempo hospitalizada, afastando-a do convívio social e familiar, além de expô-la a um elevado sofrimento físico, caracterizado por dores intensas e procedimentos estressantes, realizados por pessoas desconhecidas num ambiente atípico.6 Além disso, ainda que a criança se recupere e sua pele seja revitalizada, cicatrizes e contraturas importantes poderão alterar sua imagem corporal, por vezes, de forma permanente, o que resulta em possível e frequente ''morte social'', com envolvimento de aspectos emocionais, sociais e financeiros danosos tanto para a família quanto para a sociedade.16 A comunidade nem sempre está preparada para receber um indivíduo culturalmente julgado por sua aparência, já que foge dos padrões convencionais de beleza externa.18

As pessoas, normalmente, tendem a estabelecer critérios considerados normais, a fim de criar um elo propicio de relação com o outro. Assim, quando um indivíduo se apresenta diferente do que deveria ser, este se torna menos desejável e passa a ser classificado como uma criatura defeituosa e inferior, o que se denomina estigma.25 Esse termo que surgiu na cultura grega, tem um sentido pejorativo e diz respeito a marcas físicas causadas por cortes ou fogo; na antiga Grécia, definia o status moral de um indivíduo, de acordo com a classe social em que estava inserido.25 Desse modo, a pessoa estigmatizada se configura em um ser desacreditado, quando o fator desviante é aparente e esperado, ou inacreditável, quando as características patológicas não são perceptíveis ou conhecidas. Diante disso, o indivíduo pode se esforçar e tentar melhorar, usar o problema como desculpa para seus fracassos, ou se esconder, transformando-se, neste caso, em um ser deprimido, ansioso e hostil.25

Existem três tipos de estigmas de acordo com o mesmo autor: a abominação do corpo, a culpa de caráter e os estigmas de raça, nação ou religião.24 No caso da criança queimada, as marcas permanentes em seu corpo representam o atributo não esperado pelos outros, que podem desenvolver reações com estigmas, ou seja, isolá-la, ignorá-la ou difamá-la. Desse modo, na presença dos ditos normais, a criança pode se sentir insegura e exposta de forma desrespeitosa. Em se tratando da criança, há outro aspecto a ser considerado, que é o fato do familiar estar sempre presente e acabar, assim, sendo vítima dos julgamentos instituídos pela sociedade, o que se denomina como estigma de cortesia.25 Por ainda estar no início da vida, a forma como a criança e sua família enfrentam os olhares e as atitudes maldosas dos demais irá definir as consequências para seu futuro. Lidar com o julgamento do próximo é difícil e penoso para o infante e seus familiares, pois aquilo que é visível aos olhos dos outros é objeto de avaliação e seleção para o convívio pleno, o que obriga, muitas vezes, os penalizados a ficarem permanentemente dentro de suas casas, bem como, a mudarem seus hábitos de vida. Neste contexto, as famílias passam a esconder a criança devido à vergonha e ao medo.18

Cuidar faz parte da vida. A equipe de saúde, enquanto fonte de cuidado, busca amenizar o sofrimento do paciente por meio de um atendimento mais humanizado. Filosoficamente, há dois tipos de cuidado: o que se faz para o outro crescer; e o que ordena e dá sentido à vida. Este último é o que organiza os demais valores e se torna central, já que auxilia as pessoas a se situarem no mundo.26 Para o profissional que cuida, presenciar o efeito da agressão à integridade física da criança, provocada pela queimadura, gera sofrimento e desconforto, além de preocupação e ansiedade perante a responsabilidade de aliviar essa dor e reconstruir sua imagem corporal e mental, mesmo diante das peculiaridades do tratamento. No entanto, esse sofrimento vivenciado pela equipe é substituído pelo sentimento de satisfação, quando, posteriormente, o profissional se depara com o resultado do seu empenho e dedicação, ao ver a criança recuperada e sorridente, retornando para casa.14

Muitas vezes, para tentar amenizar esse sofrimento, os profissionais podem ter atitudes passivas ou mesmo se alienar das queixas de seus pacientes, como forma de não presenciar situações que lhe causam estresse emocional, principalmente em um ambiente onde o vínculo com o paciente e seus familiares se torna inevitável pelo tempo de hospitalização e pelo sentimento de empatia criado.27 O desfecho, porém, nem sempre é positivo, pois os índices de óbito de crianças vítimas de queimadura são elevados. Neste contexto, vale destacar que campanhas de caráter preventivo têm papel fundamental na diminuição da incidência destes acidentes.3

Considerações finais. Foi possível perceber o quanto é assustador o processo da internação para o paciente vítima de queimadura. Tal situação se agrava quando a comunicação com a equipe de saúde é falha, como no caso da criança, pois poucos são capazes de compreender seu choro, suas feições ou seu comportamento. A equipe de enfermagem precisa ouvir constantemente os pais e acompanhantes, pois estes conhecem bem a criança, suas necessidades e características, e a forma como manifestam seus anseios. Isto irá colaborar significativamente para um atendimento de melhor qualidade e eficácia visto que a internação da criança queimada tende a ser prolongada e particularmente dolorosa.

Perceber-se como ''responsável'' pelas dores de crianças durante os cuidados produz sentimentos angustiantes na equipe. Em contrapartida, há a percepção de papel cumprido e da satisfação ao presenciar a recuperação tão esperada, num processo onde todos se dedicaram. Ainda assim, é importante que sejam criados espaços para que os profissionais possam expor seus próprios sentimentos, como forma de aliviar a tensão gerada durante seu trabalho. Para a criança queimada, o processo é extremamente estressante, devido aos procedimentos dolorosos e às sequelas físicas e emocionais que a acompanham após a alta e dificultam sua ressocialização. Os profissionais ligados aos cuidados, principalmente os da enfermagem, são responsáveis pela integralidade da assistência e pela forma como esses pacientes retornarão para sua vida social.

Não há dúvidas de que a melhor forma para evitar esses sofrimentos e angústia é a prevenção. As equipes de saúde devem estar envolvidas na disseminação de informações preventivas, por meio de orientações e campanhas, estratégias ainda com pouca visibilidade e pouco exploradas no Brasil, mesmo com os altos índices de vítimas de queimaduras, principalmente na infância.

 

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