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Investigación y Educación en Enfermería

versão impressa ISSN 0120-5307

Invest. educ. enferm vol.32 no.2 Medellín maio/ago. 2014

 

ARTIGO ORIGINAL/ ORIGINAL ARTICLE/ ARTÍCULO ORIGINAL

Fatores de risco cardiovascular em professores de uma universidade pública

Risk factors for cardiovascular disease in professors from a public university

Factores de riesgo para enfermedad cardiovascular en profesores de una universidad pública

Osvaldo Costa Moreira1; Renata Aparecida Rodrigues de Oliveira2; Cláudia Eliza Patrocínio Oliveira3; Leonice Aparecida Doimo4; Paulo Roberto dos Santos Amorim5; Mateus Camaroti Laterza6; Walace David Monteiro7; João Carlos Bouzas Marins8

1Educador Físico, Mestre. Professor, Universidade Federal de Viçosa -UFV-, Florestal/MG - Brasil, e-mail: osvaldo.moreira@ufv.br.

2Educadora Física, Mestranda. UFV, Viçosa/MG - Brasil. e-mail: renata.oliveira@ufv.br.

3Educadora Física, Mestre. Professora, UFV, Viçosa/MG - Brasil. e-mail: cpatrocinio@ufv.br.

4Educadora Física, Doutora. Professora, UFV, Viçosa/MG - Brasil. e-mail: ladoimo@ufv.br.

5Educador Físico, Doutor. Professor, UFV, Viçosa/MG - Brasil. e-mail: pramorim@ufv.br.

6Educador Físico, Doutor. Professor, Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora/MG - Brasil. e-mail: mateus.laterza@ufjf.edu.br.

7Educador Físico, Doutor. Professor, Universidade Estadual do rio de Janeiro, Rio de Janeiro/MG - Brasil. e-mail: wdm@uerj.br.

8Educador Físico, Doutor. Professor, UFV, Viçosa/MG - Brasil. e-mail: jcbouzas@ufv.br.

Fecha de Recibido: Junio 12, 2013 Fecha de Aprobado: Octubre 7, 2013.

Investigação associada ao artigo: Prevalência dos fatores de risco coronariano em professores da Universidade Federal de Viçosa

Subvenciones: ninguna.

Conflicto de intereses: ninguno.

Cómo citar este artículo: Moreira OC, Oliveira RAR, Oliveira CEP, Doimo LA, Amorim PRS, Laterza MC, et al. Risk factors for cardiovascular disease in professors from a public university. Invest Educ Enferm. 2014;32(2): 280-290.


RESUMO

Objetivo.Determinar a prevalência de fatores de risco para doença cardiovascular em professores de uma universidade pública. Metodologia.Estudo de corte transversal. Avaliaram-se 145 professores da Universidade Federal de Viçosa-MG (UFV), em 2010. As variáveis analisas foram idade, peso, medida, circunferência de cintura, quadril e abdominal, além do colesterol total, triglicérides, glucose e tensão arterial sistólica e diastólica em repouso. Resultados. 71% eram homens, a idade média das homens foi maior que a das mulheres (46.9 contra 43.2 anos), um de cada dois participante tinha estava passado de importância (46.9% sobrepeso e 9.0% obesidade). Outros fatores observados foram: 17.2% tinha um índice cintura/quadril de risco, 46.9% com alta circunferência abdominal, 4.0% com colesterol total alto, 20.2% de triglicérides altos, um 4.8% com metabolismo anormal de glucose e 16.6% foram hipertensos. Em comparação com os homens, as mulheres tinham valores mais baixos para a pressão arterial sistólica, pressão arterial diastólica, índice de massa corporal, circunferência abdominal e a relação cintura/quadril. Teve uma tendência ao aumento dos valores das variáveis da relação cintura/quadril, circunferência abdominal, o colesterol total, os triglicérides e a pressão arterial sistólica, com o aumento de idade. Conclusão.Os professores universitários deste estudo têm importantes frequências de exposição a fatores de risco para doença cardiovascular. É necessário implementar medidas de prevenção e controle para a redução desta problemática, nas quais Enfermagem é importante para seu sucesso.

Palavras chaves: docentes; doença crônica; pesos e medidas corporais; fatores de risco.


ABSTRACT

Objective. To determine the prevalence of risk factors for cardiovascular disease among professors of a public university. Methodology. This cross-sectional study included 145 professors from the Federal University of Viçosa (UFV), MG, Brazil, in 2010. Analyzed variables included age, weight, height, waist, hip and abdominal circumferences, in addition to total cholesterol, triglycerides, glucose, and resting systolic and diastolic blood pressures. Results. A total of 71% were men, the average age of the men was higher than that of the women (46.9 versus 43.2 years old); half of the participants were overweight (46.9% were overweight and 9.0% were obese). Other factors were: 17.2% presented a waist-hip ratio at risk; 46.9% had greater than normal abdominal circumference; 4.0% presented high total cholesterol, 20.2% high triglycerides, 4.8% of the individuals presented abnormal glucose metabolism; and 16.6% were hypertensive. In comparison with men, women presented lower systolic blood pressure, diastolic blood pressure, body mass index, and abdominal, hip and waist circumferences. There was a trend of increased waist/hip and abdominal circumferences, total cholesterol, triglycerides, and systolic blood pressure as individuals aged. Conclusion. The college professors addressed in this study present important risk factors for cardiovascular disease. Hence, prevention and control measures need to be implemented in order to reduce the problem, a process in which nursing professionals play a key role in the achievement of success.

Key words: faculty; chronic disease; body weights and measures; risk factors.


RESUMEN

Objetivo. Determinar la prevalencia de factores de riesgo para enfermedad cardiovascular en profesores de una universidad pública. Metodología. Estudio de corte transversal. Se evaluaron 145 profesores de la Universidad Federal de Viçosa-MG (UFV), en 2010. Las variables analizas fueron edad, peso, talla, circunferencia de cintura, cadera y abdominal, además del colesterol total, triglicéridos, glucosa y tensión arterial sistólica y diastólica en reposo. Resultados.71%, hombres; la edad promedio de estos fue mayor que la de las mujeres (46.9 versus 43.2 años), uno de cada dos participantes estaba pasado de peso (46.9% sobrepeso y 9.0% obesidad). Otros factores observados fueron: un 17.2% tenía un índice cintura/cadera de riesgo; el 46.9%, alta circunferencia abdominal; el 4.0%, colesterol total alto; el 20.2%, triglicéridos altos; un 4.8%, con metabolismo anormal de glucosa y 16.6% hipertensos. En comparación con los hombres, las mujeres tenían valores más bajos para la presión arterial sistólica, presión arterial diastólica, índice de masa corporal, circunferencia abdominal y la relación cintura/cadera. Hubo una tendencia al aumento de los valores de las variables de la relación cintura/cadera, circunferencia abdominal, el colesterol total, los triglicéridos y la presión arterial sistólica, con el aumento de edad. Conclusión. Los profesores universitarios participantes en este estudio tienen importantes frecuencias de exposición a factores de riesgo para enfermedad cardiovascular. Es necesario implementar medidas de prevención y control para la reducción de esta problemática, en las cuales Enfermería es clave para su éxito.

Palabras clave: docentes; enfermedad crónica; pesos y medidas corporales; factores de riesgo.


INTRODUÇÃO

As doenças cardiovasculares destacam-se como a principal causa de morbidade e mortalidade no Brasil desde 1970, respondendo, por cerca de um terço do total de óbitos na população adulta.1 Entretanto, alguns levantamentos epidemiológicos têm encontrado padrões regionais distintos1-3 na prevalência de fatores de risco cardiovascular (FRC). No Brasil, os dados relativos ao risco cardiovascular se mostram consistentes, mas ficam restritos a algumas regiões e alguns estratos populacionais.4 Assim, a análise sobre a prevalência de FRC em diferentes regiões e populações, pode gerar informações, contribuindo com a elaboração de diretrizes nacionais, buscando atender as características específicas de cada população5, bem como fornecendo informações para profissionais da saúde, como enfermeiros, médicos, educadores físicos e nutricionistas, para que estes profissionais possam dimensionar o risco de desenvolvimento de doenças e, a partir daí, aplicar medidas adequadas à magnitude do risco.

Além disso, após caracterizar os FRC em populações específicas, os profissionais envolvidos com a área da saúde podem elaborar e implantar estratégias educativas e protocolos de intervenção que aperfeiçoem a aplicação dos recursos existentes. Desta forma, ao discutir os FRC em populações específicas, deve-se considerar a relação entre o indivíduo e o ambiente, bem como sua ocupação profissional.6 Além disso, o sexo e a idade influenciam o comportamento do risco cardiovascular, ocasionando a necessidade do conhecimento desse risco, em homens e mulheres de diferentes faixas etárias, no intuito de estabelecer medidas preventivas ou terapêuticas específicas que acompanhem o processo de envelhecimento em cada sexo. Diversos estudos sobre FRC têm sido realizados com estratos populacionais específicos, como os de trabalhadores de indústria alimentícia3, servidores universitários7-11 e de adultos de regiões metropolitanas4,5 e cidades do interior2,12 do Brasil, tornando claro que, além de características regionais, determinados grupos populacionais apresentam características específicas que podem influenciar na prevalência dos FRC.

Assim, o conhecimento sobre a prevalência dos FRC em um estrato populacional como o de professores universitários, em que seja estabelecida a magnitude desse risco entre os sexos e em diferentes faixas etárias, pode auxiliar os profissionais da saúde envolvidos com esses professores universitários no dimensionamento de medidas preventivas e/ou terapêuticas que auxiliem na redução da participação dos FRC sobre a morbidade e a mortalidade nessa população. Nesse sentido, o presente estudo objetivou determinar a prevalência de FRC em professores de uma universidade pública e comparar a diferença entre sexo e entre faixas etárias.

METODOLOGIA

Realizou-se um estudo epidemiológico de delineamento transversal em população de professores da Universidade Federal de Viçosa-MG (UFV), no ano de 2010, independentemente do sexo, etnia e faixa etária. O tamanho amostral foi calculado pela equação de Lwanga e Lemeshow13 e, para comprovação probabilística foi necessária uma amostra de 138 professores, considerando o número total de professores da instituição (N=767), um erro padrão de 5% e um intervalo de confiança de 98%. Participaram desse estudo 103 homens (71.03%) e 42 mulheres (28.97%), correspondendo a 18.9% dos professores da UFV. Após aprovação pelo comitê de ética para pesquisas com seres humanos (Of. Ref. N°. 009/2009/Comitê de Ética), todos os professores da UFV foram informados e convidados a participar deste estudo. Mediante confirmação do interesse em participar e preenchimento do termo de consentimento livre e esclarecido, realizou-se agendamento da avaliação individualizada.

As avaliações aconteceram no Laboratório de Performance Humana do Departamento de Educação Física da UFV, em uma sala climatizada (em torno de 22° C e 55% de umidade). Um avaliador experiente e treinado previamente para a rotina do estudo executou o procedimento padrão, consistindo em: manutenção do avaliado em repouso para aferição dos parâmetros de repouso, antropometria, coleta de amostra de sangue capilar e estimativa do componente cardiorrespiratório, com posterior elaboração de relatórios individuais para cada avaliado. Analisaram-se as variáveis: idade, massa corporal, estatura, circunferência de cintura (CC), circunferência de quadril (CQ) e circunferência abdominal (CA). Além disso, foram medidos os níveis séricos de colesterol total (CT), triacilglicerol (TG) e glicose sanguínea (Glic). Foram aferidas as pressões arteriais, sistólica (PAS) e diastólica (PAD) de repouso.

A obtenção da massa corporal, estatura, CC, CQ e CA, bem como do índice de massa corporal (IMC) e da razão cintura-quadril (RCQ), foi realizada segundo critérios de medida e classificação da Organização Mundial da Saúde (WHO - World Health Organization),14,15 obedecendo os valores específicos para homens e mulheres. As coletas de CT, TG e glicose foram realizadas através de punção digital, com o avaliado em repouso e jejum prévio de, pelo menos, 4 horas. Os equipamentos utilizados para a análise sanguínea foram Accutrend PLUS, para CT e TG e Accu-Chek Go, para glicose. A classificação dos valores obtidos para CT e TG seguiu os critérios do NCEP.16 Já a classificação dos valores obtidos para glicose seguiu a proposta da ADA (American Diabetes Association).17

Todos os procedimentos de coleta e análise de sangue foram executados utilizando-se materiais descartáveis. As medidas e a classificação dos resultados da PAS e da PAD foram efetuadas segundo critérios da Sociedade Brasileira de Cardiologia.18 Os dados foram armazenados e analisados pelo programa estatístico Sigma Stat for Windows versão 2.03. A análise dos dados constituiu na exploração descritiva das variáveis. Analisou-se a correlação entre as variáveis por intermédio do coeficiente de correlação de Pearson. Verificou-se a existência de diferenças entre homens e mulheres, pelo teste t de Student, e entre as faixas etárias, por meio do teste de ANOVA one way, com post-hoc de Tukey. Para todos os tratamentos adotou-se um nível de significância de p<0.05.

RESULTADOS

O IMC médio dos professores foi de 25.14 ± 13.62 Kg/m2, apresentando uma prevalência global de sobrepeso de 46.89% e de obesidade de 8.96%. Não foram encontrados valores indicativos de baixo peso para nenhum dos sexos. Verificou-se RCQ média para os homens de 0.89±0.06, com prevalência de 19.42% de sujeitos tendo risco elevado e para as mulheres de 0.78±0.06, com 11.91% das avaliadas apresentando risco elevado. A prevalência de risco cardiovascular elevado, no total de avaliados, independentemente do gênero, foi de 17.24%. Já a CA média foi de 92.51±10.01 cm para os homens e 82.35±9.08 cm para as mulheres, com prevalência de risco cardiovascular elevado de 46.9% para todos os avaliados, independentemente do gênero. Nos homens obteve-se 43.69% de prevalência e nas mulheres 54.76%.

A média global de CT foi de 182.88±30.49 mg/dl, com prevalência de 25.39% dos indivíduos classificados como "limítrofe" e 3.97% como "alto". Em relação ao TG, obteve-se média de 154.19±71.14 mg/dl, com prevalência de 22.48% de indivíduos com valores "limítrofes" e 20.16% considerados como "alto". Não foram encontrados indivíduos qualificados como "muito alto". A média global de glicemia sanguínea dos avaliados foi de 86.06±12.05 mg/dl. Constatou-se prevalência de 3.45% dos indivíduos com intolerância à glicemia de jejum e 1.38% dos indivíduos com glicemia de jejum sugestiva de Diabetes Mellitus.

As médias da PAS e PAD foram 116.72±11.16 mmHg e 77.55±8.29 mmHg, respectivamente. Considerando somente a PAS, constatou-se prevalência global de 46.89% dos indivíduos em estágio de pré-hipertensão e 4.14% em hipertensão estágio 1. Não foram encontrados casos de hipertensão estágio 2. Em relação a PAD, 48.96% dos professores são classificados como pré-hipertensos, 13.1% como hipertensos estágio 1 e 0.7% como hipertenso estágio 2. Observando-se as alterações tanto na PAS, quanto na PAD, contata-se que 19.31% dos indivíduos com valores de pré-hipertensão e 16.55% de hipertensos. A análise descritiva das variáveis estudadas, bem como a comparação dessas, segundo gênero, encontra-se na Tabela 1.

Tabela 1. Análise descritiva das variáveis estudadas na amostra de professores da UFV e comparação dessas variáveis, segundo sexo

A Tabela 2 mostra a análise descritiva das variáveis estudadas, bem como a comparação dessas, segundo faixa etária, independentemente do sexo. Pode-se observar que variáveis indicadoras de risco cardiovascular como a RCQ, a CA, o CT, os TG e a PAS apresentaram aumento estatisticamente significante após os 50 anos de idade.

Tabela 2. Análise descritiva das variáveis estudadas na amostra de professores da UFV e comparação dessas variáveis, segundo faixa etária

Tabela 2.

* P-valor < 0.05 em comparação com grupo de 20-30 anos; †P-valor < 0.05 em comparação com grupo de 31-40 anos; ‡ P-valor < 0.05 em comparação com grupo de 41-50 anos; § P-valor < 0.05 em comparação com grupo de 51-60 anos;

A Tabela 3 apresenta a matriz de correlação de Pearson (r) para os sexos combinados, em todas as variáveis analisadas. É possível notar que o IMC apresentou forte correlação com a CA e moderada correlação com a RCQ e PAS. Além disso, foram encontradas correlações moderadas entre RCQ e CA, CA e PAS e PAS e PAD.

Tabela 3. Matriz de correlação de Pearson (r) para os sexos combinados

* P-valor < 0.05 (teste de correlação de Pearson); † P-valor < 0.01 (teste de correlação de Pearson)

DISCUSSÃO

Do total de avaliados, 46.89% apresentavam sobrepeso, enquanto 8.96% estavam obesos. Os achados referentes ao sobrepeso assemelham-se aos encontrados por Cassani et al.,3, em trabalhadores de uma indústria de refrigerantes, com prevalência de 46% de sobrepeso. Adicionalmente, Viebig et al.5 em estudo conduzido em um ambulatório geral do município de São Paulo-SP, encontrou prevalência de sobrepeso de 47.5%. Apesar da população estudada apresentar uma prevalência compatível com os dados nacionais para valores de sobrepeso, denota-se a necessidade de acompanhamento desses indivíduos por parte de profissionais da saúde como enfermeiros, no intuito de que esses profissionais promovam ações educativas e intervenções para que os casos de sobrepeso não evoluam para obesidade. Contudo, valores discrepantes são notados para a prevalência de obesidade quando comparados aos estudos de Cassani et al.3, com prevalência de 15% e de Nunes Filho et al.,2 com prevalência de 15.6%, em população adulta da cidade de Luzena-SC. Essa diferença em relação a outros estudos nacionais pode estar sendo influenciada por características regionais, como os hábitos alimentares,19 nível de escolaridade3 e renda familiar3 conferindo assim, menor risco cardiovascular, aos professores da UFV, visto que o IMC é indicador de mortalidade cardiovascular a longo prazo.14

Quando comparados a valores encontrados no estado de Minas Gerais,20 onde obteve-se 37.1% de sobrepeso e 8.7% de obesidade, os resultados do presente estudo foram semelhantes, com tendência de maior prevalência de casos de sobrepeso. Adicionalmente, Moreira et al.9 avaliando técnicos administrativos da UFV, encontraram prevalência de 53% de sobrepeso/obesidade. Moreira et al.10 também encontraram prevalência de 46.3% de sobrepeso, em professores e técnicos administrativos do Centro de Ciências Agrárias (CCA) da UFV. A média de IMC das mulheres foi inferior à dos homens, semelhantemente ao descrito em outros estudos.2,3 Quando comparados à trabalhos envolvendo diferentes grupos populacionais,5,7 nota-se variação nos resultados do IMC, entre os sexos. Assim, a maior média de IMC encontrada nos homens, pode ser explicada pelo maior componente de massa corporal magra, podendo conferir maior peso corporal a esses indivíduos.21

Quanto ao comportamento do IMC nas diferentes faixas etárias, embora não tenham sido encontradas diferenças estatisticamente significantes, o IMC associou-se com a idade (r=0.21; p<0.05), reforçando a tendência observada de aumento a partir dos 50 anos. Cassani et al.3 também não encontraram diferenças no IMC, para mulheres de diferentes faixas etárias. Contudo, nos homens, constataram tendência de aumento do IMC com o avançar etário. A elevação da gordura corporal e a diminuição da massa corporal magra, acompanhando o processo de envelhecimento, ocorrem devido à alterações genéticas oriundas desse processo,22 diminuição dos níveis de atividade física e modificações dos hábitos alimentares,19 que podem impactar o IMC e consequentemente, o risco cardiovascular. A RCQ apresentou média de 0.86, com prevalência de 17.24% dos avaliados com risco cardiovascular elevado.

Estudos nacionais revelam valores discrepantes para RCQ, onde Afonso e Sichieri23 avaliando moradores da cidade do Rio de Janeiro-RJ, encontraram 48.8% das mulheres e 22% dos homens com risco cardiovascular elevado, por conta da RCQ aumentada. Adicionalmente, Cabrera et al.11 também encontraram valores mais elevados para a RCQ, em mulheres atendidas no ambulatório de geriatria da Universidade Estadual de Londrina, com valor médio de 0.92. Esses dados sugerem que os professores da UFV, apresentam menor componente de gordura central quando comparados à indivíduos de outras regiões do Brasil. Tal constatação é importante, sobretudo por ser a adiposidade na região abdominal um fator preditor de doença cardiovascular e diabetes.34 Resultados semelhantes em população de servidores universitários foram encontrados por Rezende et al.,7 com RCQ médio de 0.89 para as mulheres e 0.87 para os homens e por Almeida, Almeida e Araújo,8 com valor médio de 0.85, sugerindo que a atividade laboral dos professores, que por si só é uma prática sedentária; certas características geográficas, visto que a cidade de Viçosa fica em uma região montanhosa de Minas Gerais, sendo escassas áreas planas, o que, aliado ao processo de urbanização não planejado sofrido pela cidade, não propicia espaços adequados à realização de exercícios físicos; ou comportamentais, como a cultura da utilização do automóvel para deslocar-se até o local de trabalho, podem estar influenciando a deposição de gordura na região abdominal.

Encontraram-se diferenças para RCQ, tanto entre os sexos, quanto entre as faixas etárias, com valores mais elevados sendo encontrados nos indivíduos com mais de 50 anos. Além disso, uma RCQ elevada associa-se a maior índice de internações hospitalares23 e mortalidade.11,16 A CA média foi de 89.57 cm, com prevalência de 46.9% de indivíduos com risco cardiovascular elevado. Em população da região metropolitana de São Paulo foi constatada prevalência de 58.95% de sujeitos com CA aumentada.5 Adicionalmente, Rezende et al.7 encontraram 64.07% de prevalência em servidores da UFV, valores estes que são mais elevados que os do presente estudo.

As mulheres apresentaram CA menor quando comparadas aos homens, fato que difere dos achados de Viebig et al.,5 que observou tendência contrária, com valores de CA maiores nas mulheres; e de Rezende et al.7 que não encontrou diferenças entre os sexos. A CA apresentou elevação nos grupos acima dos 50 anos, fato também observado em outros estudos.3,7 Além disso, ela associou-se ao IMC (r=0.86; p<0.01) e à RCQ (r=0.67; p<0.01), demonstrando que o acúmulo de gordura abdominal pode ser influenciado pelo envelhecimento, provocando aumento do risco cardiovascular. Esse acúmulo de gordura abdominal, sobretudo associado ao aumento da idade, predispõe os professores à maior risco de acidente cardiovascular34 e de morte.11,16 Tal fato, além de poder acarretar prejuízos de ordem social e intelectual, em virtude do afastamento da atividade laboral, visto que se trata de professores universitários, pode ainda ocasionar ônus financeiro para o estado.

A glicemia média foi de 86.06 mg/dl, com 4.83% dos avaliados apresentando alteração na glicemia capilar, sendo que, 3.45% dos indivíduos apresentaram intolerância à glicemia de jejum e 1.38% glicemia de jejum sugestiva de Diabetes Mellitus. Valores semelhantes para alteração glicêmica foram encontrados em Belém-PA (5.1%), Curitiba-PR (4.9%), Florianópolis (4.5%), Goiânia-GO (4.8%), Manaus-AM (4.5%), Natal-RN (4.5%), Porto Velho-RO (4.8%), Salvador-BA (4.7%), Vitória-ES (4.5%) e Brasília-DF (4.5%).20

Dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia25 apontam valores discrepantes para alterações glicêmicas na população brasileira, tanto para intolerância à glicemia de jejum (8%), quanto para glicemia de jejum sugestiva de Diabetes Mellitus (9%). Considerando apenas a região Sudeste, tem-se 7.5% de intolerância à glicemia de jejum e 9.7% glicemia de jejum sugestiva de Diabetes Mellitus.25 Esses valores demonstram que o nível glicêmico dos professores apresenta-se abaixo da realidade regional e nacional, conferindo à esse grupo populacional menor risco de desenvolvimento de microangiopatia diabética, comprometimento coronariano, nefropatia, retinopatias e hipertensão de forma crônica.17 Dados regionais revelam valores semelhantes em estudo com população de Teixeiras-MG atendida pelo Programa de Saúde da Família, com 5.79% de alteração na glicemia capilar.12 Sendo o Diabetes Mellitus FRC independente, esses achados reforçam a ideia de que os professores da UFV estão menos expostos ao risco cardíaco, quando considerado, apenas, o nível glicêmico.

A prevalência de CT classificado como limítrofe foi de 25.39% e como colesterol alto foi de 3.97%, para um valor médio de 182.88 mg/dl. Dados nacionais sobre esse FRC são reportados pela SBC25, relatando 21% de prevalência na região Sudeste; 21.5% na região Nordeste; 24.3% na região Sul; e 20% nas regiões Norte e Centro-Oeste. Já Cassani et al,.3 apresenta valores discrepantes de prevalência de alteração dos níveis lipídicos, com 5% de indivíduos na faixa limítrofe e 1% de hipercolesterolêmicos, que são valores inferiores aos achados no presente estudo. Especificamente em população universitária, em servidoras de uma universidade pública da Bahia,8 verificou-se média de CT de 205.98 mg/dl e em servidores da UFV7, verificou-se média de CT foi de 215.75 mg/dl em homens e 201.66 mg/dl nas mulheres. Apesar da semelhança na população, as discrepâncias no comportamento do CT podem ser explicadas pela forma de seleção da amostra, em que um estudo avaliou professores aparentemente saudáveis e outro estudo avaliou servidores encaminhados ao ambulatório médico da divisão de saúde da UFV. Adicionalmente, Moreira et al.,9 encontraram 30.5% de prevalência de CT elevado em técnicos administrativos da UFV e Moreira et al.10 observaram 42.7% de prevalência em professores e técnicos administrativos do CCA da UFV. A discrepância entre os valores encontrados no presente estudo e nos demais trabalhos que avaliaram populações universitárias, talvez se devam à diferenças de ordem metodológicas, principalmente no tocante à utilização de autorrelatos.

O valor médio de TG foi de 154.19 mg/dl, classificado como "limítrofe", com prevalência de 42.64% de indivíduos com níveis capilares alterados de TG, sendo que destes, 22.48% apresentaram valores "limítrofes" e 20.16% valores "altos". Os valores médios de TG são semelhantes aos encontrados em adultos colombianos participantes de um programa de promoção e prevenção de enfermidades cardiovasculares, que apresentaram média de 159.61 mg/dl.26 Adicionalmente, Monrreal et al.,27 que estudaram membros de uma população universitária do México, observaram 20% de prevalência de valores de TG altos nos professores. Contudo, valores discrepantes foram encontrados em estudos nacionais realizados por Viebig et al.5 , com 11.5% de alteração dos níveis de TG e por Cassani et al.3 com 16% de alteração dos TG. Além disso, Rezende et al.,7 observaram uma média de TG de 108.5 mg/dl para as mulheres e 144 mg/dl para os homens. Esses resultados revelam tanto um valor mais elevado de TG, quanto uma maior frequência de casos de alteração nos TG, na presente amostra. Hábitos dietéticos, nível de atividade física diária e o tabagismo podem estar interferindo nesses valores, visto sua associação positiva com a elevação dos TG.28

Alguns indicadores antropométricos demonstraram associação com os TG, sendo eles o IMC (r=0.21; p<0.05), a RCQ (r=0.2; p<0.05), a CA (r=0.27; p<0.01). Esse fato pode ser explicado pela influência da quantidade de tecido adiposo disponível na concentração de TG, visto que, os ácidos graxos livres liberados do tecido adiposo pela lipólise, são responsáveis pelo fornecimento de energia para o organismo e pela re-esterificação dos TG.29 Assim, indivíduos que possuem maior quantidade de tecido adiposo têm condições de liberar mais ácidos graxos e com isso promover elevação da concentração de TG sanguíneo, aumentando a probabilidade desse fator influenciar na gênese da doença cardiovascular. Recomenda-se, neste caso, um acompanhamento clínico dos indivíduos, com elevação dos TG, por parte de médicos e enfermeiros, no intuito de verificar o comportamento desse componente lipídico e propor a melhor forma de intervenção.

As médias da PAS e PAD foram 116.72 mmHg e 77.55 mmHg, respectivamente, sendo classificadas como "normal".18 Foram observadas prevalências de 19.31% de indivíduos "pré-hipertensos" e 16.55% de "hipertensos". Dados nacionais25 indicam que a hipertensão arterial (HA) atinge 28.5% dos brasileiros, sendo que na região Sudeste sua prevalência é de 29.1%. Outro estudo de caráter nacional que avaliou esse FRC em capitais brasileiras20 demonstrou que a HA varia de 15.1% (Palmas-TO) a 24.9% (Recife-PE). Na cidade de Belo Horizonte-MG, a HA atingiu 23.7% dos avaliados, sendo 22.7% nos homens e 24.5% nas mulheres. Tais dados permitem inferir que os professores avaliados apresentam níveis pressóricos menores quando comparados à realidade nacional e regional. Este achado pode ter sido influenciado pelo maior nível de escolaridade dos professores, o que pode refletir em maiores níveis de autocuidados com a saúde.4

Especificamente na UFV, alguns estudos sobre HA vêm sendo desenvolvidos ao longo dos anos, obtendo valores de 23.2% em professores e técnicos administrativos;10 e 20.3% em técnicos administrativos.9 Esses valores demonstram que existe uma tendência de diminuição da prevalência de HA, que pode ter sido ocasionada por ações de prevenção e tratamento dessa doença no campus da UFV. As mulheres apresentaram níveis pressóricos significativamente menores, quando comparadas aos homens, tanto para PAS, quanto para PAD, fato este reportado pela literatura científica.4 Entretanto ambos os sexos apresentaram médias de pressão arterial dentro dos níveis considerados "normais", representando um fator positivo para prevenção da doença cardiovascular.18

A PAS acompanha o aumento da idade, principalmente após os 50 anos, o que se assemelha a alguns estudos.4 O processo natural de envelhecimento vivenciado pelos professores torna importante a adoção de medidas preventivas, tais como elevação do nível de atividade física diária, melhora de seus hábitos nutricionais e aumento dos autocuidados com a saúde, a fim de atenuar o aumento pressórico natural. A PAS demonstrou associação positiva com o IMC (r=0.52; p<0.01) e com a CA (r=0.57; p<0.01), sugerindo que a obesidade, sobretudo a obesidade abdominal, pode influenciar os níveis pressóricos, contribuindo para o aumento do risco cardiovascular. Este resultado é corroborado por Jardim et al.4, que em pesquisa realizada em moradores de uma capital do Brasil, encontrou que indivíduos com excesso de peso possuem prevalência de hipertensão 1.44 vezes maior quando comparada a de seus congêneres eutróficos. Adicionalmente, Moreira et al.,30 em pesquisa com professores universitários também encontrou que os indivíduos com excesso de peso possuíam maiores chances de apresentarem quadros de hipertensão arterial (OR= 2.75; IC= 1.26 - 6.06; p<0.001). Tendo em vista que a população estudada apresenta elevada prevalência de sobrepeso, é necessário adotar medidas de controle e redução do peso corporal, pautadas na prática regular de exercícios físicos e na orientação nutricional, no intuito de prevenir que o sobrepeso/obesidade, que já é fator de risco independente para doenças coronarianas, associe-se com a HA, agravando o risco cardiovascular nos professores da UFV.

Observa-se pelos resultados encontrados, que alguns FRC possuem associação entre si, tais como IMC, CA, RCQ, PAS, PAD, glicemia e TG. Medidas de prevenção e controle que tem por objetivo atingir determinado fator, indiretamente poderão reduzir outro fator que seja associado com o primeiro. Assim, a elaboração e implantação de estratégias educativas e protocolos de intervenção deve se pautar em ações que atinjam mais de um FRC, no intuito de aperfeiçoar a aplicação dos recursos humanos e materiais, e com isso, potencializar os benefícios à saúde conseguidos por essas intervenções. Apesar de apresentarem resultados consoantes à realidade nacional e estadual, os professores avaliados necessitam de um acompanhamento, no intuito de prevenir possíveis aumentos dessas prevalências, com consequente elevação do risco cardíaco.

Conclusión. Os fatores de risco cardiovasculares mais prevalentes na população de professores universitários foram o excesso de peso, o acúmulo de gordura abdominal e a hipertrigliceridemia. Quando comparados homens e mulheres, estas apresentaram menor exposição aos fatores de risco, sugerindo que possuam menor risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Em relação à faixa etária, observou-se aumento da exposição aos fatores de risco à medida que os indivíduos envelhecem. Sendo assim, sugere-se a adoção de medidas de controle e acompanhamento dos casos de risco existentes, por parte de profissionais envolvidos na atenção primária, como enfermeiros, educadores físicos, médicos e nutricionistas, objetivando prevenir complicações, bem como rastrear e identificar novos casos. Desse modo, destaca-se a importância da inserção de políticas de promoção de saúde e do direcionamento das políticas já existentes, para que essas assumam caráter preventivo, com a finalidade de reduzir a incidência dos fatores de risco de doenças cardiovasculares. Acredita-se que em longo prazo ocorram benefícios significativos, tanto sociais como econômicos, pela da redução da prevalência dos fatores de risco modificáveis nessa população.

O presente estudo apresentou algumas limitações por não analisar outras variáveis, que podem associar-se aos FRC, como a etnia, o perfil socioeconômico e os hábitos alimentares de ingestão de sódio e gordura, comportamentos sociais e de lazer e os níveis de sedentarismo. Entretanto, nota-se uma convergência dos resultados obtidos com os dados relatados por vários estudos nacionais.

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