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Investigación y Educación en Enfermería

versão impressa ISSN 0120-5307

Invest. educ. enferm vol.34 no.2 Medellín jun. 2016

https://doi.org/10.17533/udea.iee.v34n2a04 

ARTÍCULO ORIGINAL / ORIGINAL ARTICLE / ARTIGO ORIGINAL

 

doi:10.17533/udea.iee.v34n2a04

 

Expectativas e satisfação de gestantes: desvelando o cuidado pré-natal na atenção primária

 

Expectations and satisfaction of pregnant women: revealing prenatal care in primary care

 

Expectativas y satisfacción de gestantes: revelando el cuidado prenatal en la atención primaria

 

Alexandrina Aparecida Maciel Cardelli1; Tai Li Marrero2; Rosângela Aparecida Pimenta Ferrari3; Júlia Trevisan Martins4; Deise Serafim5

 

1Enfermeira, Doutora Professora Associada. Departamento de Enfermagem da Universidade Estadual de Londrina-UEL, Londrina, Paraná, Brasil. email: macielalexandrina@gmail.com

2Enfermeira, Mestre em Enfermagem pelo Programa de Pós-Graduação do Departamento de Enfermagem da Universidade Estadual de Londrina-UEL, Londrina, Paraná, Brasil. email: taili_marrero@hotmail.com

3Enfermeira, Doutora Adjunta. Departamento de Enfermagem da Universidade Estadual de Londrina-UEL, Londrina, Paraná, Brasil. email: ropimentaferrari@uel.br

4Enfermeira, Doutora Adjunta. Departamento de Enfermagem da Universidade Estadual de Londrina-UEL, Londrina, Paraná, Brasil. email: jtmartins@uel.br

5Enfermeira, Doutora Adjunta. Departamento de Enfermagem da Universidade Estadual de Maringá-UEM, Maringá, Paraná, Brasil. email: dserafim@hotmail.com

 

Fecha de Recibido: Octubre 15, 2015. Fecha de Aprobado: Abril 28, 2016.

 

Artículo vinculado a investigación: Percepção da usuária sobre a consulta pré-natal no município de Londrina, PR.

Conflicto de intereses: Ninguno.

Cómo citar este artículo: Cardelli AAM, Marrero TL, Ferrari RAP, Martins JT, Serafim D. Expectations and satisfaction of pregnant women: revealing prenatal care in primary care. Invest. Educ. Enferm. 2016; 34(2):252-260.

 


RESUMO

Objetivo.Analisar a percepção de mulheres primíparas sobre o cuidado pré-natal em Unidades Básicas de Saúde, Londrina-PR, Brasil. Métodos. Pesquisa qualitativa sob o olhar da Teoria das Representações Sociais, a partir da seguinte questão norteadora: Como tem sido o cuidado pré-natal para você? Foram entrevistadas dezoito gestantes. Resultados. A análise resultou em três categorias: Representação da expectativa quanto ao cuidado pré-natal; Resgatando o cuidado ofertado na consulta de pré-natal; Desvelando a (in)satisfação em relação à consulta de pré-natal. Apreendeu-se o cuidado pré-natal como momento essencial para gravidez segura, embora centrado na figura do médico e; garantia de acesso a exames laboratoriais e de imagem precocemente. Por outro lado, revelou-se insatisfação a partir do acolhimento na entrada à unidade de saúde até o acesso às consultas e; orientações insuficientes, apesar de alguns discursos apontar necessidades e satisfação pontual. Conclusão. O cuidado pré-natal, não atendeu às expectativas específicas do grupo em estudo e desvelou que o enfermeiro não às supriu, enquanto membro da equipe multiprofissional. A organização do processo de trabalho do enfermeiro na atenção primária em relação à  assistência pré-natal precisa ser revisitada para favorecer a efetividade de suas ações.

Palavras chave: cuidado pré-natal; atenção primária à saúde; qualidade da assistência à saúde; enfermagem.


ABSTRACT

Objectives.To analyze the perception of primiparous women about prenatal care in Basic Health Units in a municipality in southern Brazil. Methods. This is a qualitative research from the perspective of Social Representation Theory, from the following question: How has been the pre-natal care for you? Eighteen pregnant women were interviewed. Results. The analysis resulted in three categories: Expectation representation about prenatal care; Rescuing the care offered in prenatal consultation; Unveiling the (dis) satisfaction with prenatal consultation. The prenatal care was apprehended as an essential moment for safe pregnancy, although centered on the doctor's figure and guarantee access to early laboratory and imaging tests. On the other hand, dissatisfaction was revealed from the reception at the entrance to the health unit to the consultations access, although some statements suggest timely satisfaction. Conclusion. Prenatal care did not meet the specific expectations of the study group and unveiled that the nurse did not supply it, as a member of the multidisciplinary team. The organization of the nursing work process in primary care, related to prenatal care, needs to be revisited to promote the effectiveness of its actions.

Key words: prenatal care; primary health care; quality of health care; nursing.


RESUMEN

Objetivo.Analizar la percepción de las mujeres primíparas sobre el cuidado prenatal en las Unidades Básicas de Salud en una ciudad del sur de Brasil. Métodos. Investigación cualitativa de la perspectiva de la Teoría de las Representaciones Sociales, de la pregunta norteadora: ¿Cómo ha sido el cuidado prenatal para usted? Para el presente estudio, se  entrevistaron 18 mujeres embarazadas. Resultados. Del análisis emergieron tres categorías: Representación de la expectativa del cuidado prenatal; Rescatando el cuidado ofrecido en la consulta prenatal; y Revelando la (in)satisfacción con la consulta prenatal. Se comprendió que el cuidado prenatal es un momento esencial para un embarazo seguro (aunque es enfocado en el médico) y garantiza el acceso a los exámenes de laboratorio e imagen temprana. Por otro lado, se reveló insatisfacción de la recepción en la entrada de la unidad de salud hasta el acceso a las consultas, aunque algunos discursos apuntaron satisfacción puntual. Conclusión. El cuidado prenatal, no cumplió con las expectativas específicas  del grupo en estudio y se desveló que el enfermero, como miembro del equipo multidisciplinario, no se dio cuenta. La organización del proceso de trabajo del enfermero en atención primaria en relación con la asistencia prenatal tiene que ser redirigido a favorecer la efectividad de sus acciones.

Palabras clave: cuidado prenatal; atención primaria de salud; calidad de la atención de salud; enfermería.


 

INTRODUÇÃO

A atenção à gestante é uma das prioridades das políticas públicas de saúde no Brasil e seu monitoramento se configura como um dos principais indicadores da efetividade da atenção primária, pois seus procedimentos seguem a mesma lógica de outras ações em saúde e podem ser utilizados na avaliação da qualidade do cuidado.1 Do mesmo modo, a satisfação do usuário é ferramenta fundamental por meio da qual é possível resgatar a opinião deste sobre o atendimento recebido.2

Atualmente, o Brasil, em um conjunto com mais de 190 países, deve cumprir os Objetivos para o Desenvolvimento do Milênio, sendo umas das prioridades a redução da taxa mortalidade materna que é elevada. Em 2010 a taxa foi de 60.1/100.000 nascidos vivos, proporção muito aquém à proposta pela Organização Mundial da Saúde de 20/100.000. Observa-se que as mortes ocorrem principalmente por causas evitáveis e detectáveis durante o pré-natal, refletindo as condições tecnológicas, decorrente de intervenções, omissões e tratamento incorreto; econômicas e culturais precárias.1,3

As principais causas de mortes maternas no Brasil são decorrentes das doenças hipertensivas (23%), septicemias (10%) e hemorragias (8%), todas causas preveníveis por meio de adequada assistência no pré-natal, parto e puerpério.1 Em relação às morbidades perinatais, atenção especial deve ser dada ao ganho de peso total da gestante que se associa ao peso da criança ao nascer e, se excessivo, pode determinar futura obesidade infantil.4 Neste contexto, o acesso aos serviços de saúde materna e a qualidade desses serviços, considerados eixos norteadores na análise da determinação de agravos à saúde,5 colocam a consulta pré-natal em lugar de destaque na lógica de atendimento integral à saúde da mulher na vivência do ciclo gravídico-puerperal. Neste sentido, em 2010, foi implementado o novo modelo em redes no país pelo Ministério da Saúde que visa favorecer a oferta de uma atenção contínua e integral mediante missão única, objetivos comuns e planejamento conjunto e, por conseguinte, impulsionou a criação da Rede Cegonha, em 2011, no intuito de garantir esta assistência à mulher.1,5,6

O avanço da qualidade da consulta pré-natal é evidenciado na literatura científica.6,7 Contudo, o diagnóstico da organização do processo de trabalho na atenção primária deixa claro que a infraestrutura, principalmente de recursos humanos, não é suficiente par atender à demanda real. Soma-se a este fato o número insuficiente de profissionais médicos e enfermeiros, capacitados e disponíveis para atuação neste nível da assistência.8

A implementação da consulta pré-natal neste contexto acaba por desviar-se das suas características de acolhimento e humanização, sendo centralizada no cuidado biológico/clínico, desfavorecendo o uso deste momento como espaço de escuta ativa para atender às necessidades individuais da mulher inerentes à gravidez.9

Este estudo teve como objetivo analisar a percepção de mulheres primíparas sobre o cuidado pré-natal em Unidades Básicas de Saúde em município do Sul do Brasil, tendo como pressuposto a Teoria das Representações Sociais que possibilita a análise da interação cognitiva, a interpretação da realidade e a orientação das condutas e das relações sociais em relação ao objeto em estudo. A importância deste estudo está no fato de revelar que o cuidado pré-natal, principalmente quando realizado pelo enfermeiro, além de cumprir os pré-requisitos propostos pelo Ministério da Saúde (nº mínimo de consultas igual a seis, inicio do pré-natal no 1º trimestre, atualização vacinal, exames laboratoriais e de imagem em cada trimestre, etc) também deve atender às expectativas e anseios das gestantes. Neste contexto, a ação do enfermeiro é um grande diferencial para o alcance das metas de cobertura pré-natal e para a efetivação da qualidade da assistência na atenção primária de saúde.

 

METODOLOGIA

Trata-se de pesquisa qualitativa, tendo como referencial teórico metodológico a Teoria das Representações Sociais e Análise de Conteúdo.11,12 Esta teoria visa integrar um fenômeno social não familiar que pode gerar medo e ansiedade no cotidiano dos indivíduos ou grupos. Para tanto, é factível assimilar ao referencial conceitual para que possa se tornar familiar à medida que é reelaborado, tornando-se uma nova forma de conhecimento denominado de consensual, decorrente das conversações e do consenso entre os membros.12 As representações sociais são uma forma de conhecimento socialmente organizado e partilhado, que tem objetivo prático e colabora para a constituição de uma realidade comum a um grupo social, podendo ser denominada como saber de senso comum ou ainda saber natural.11,12 São reconhecidas como sistemas de interpretação que dirigem nossa relação com o mundo e com os outros. Elas norteiam e estabelecem as condutas e as comunicações sociais. Da mesma forma, elas intervêm em processos variados, tais como difusão e a assimilação dos conhecimentos, o desenvolvimento individual e coletivo, a definição das identidades pessoais e sociais, a expressão de grupos e as transformações sociais.11

A população de estudo foi constituída por mulheres primíparas de risco habitual, com mais de 18 anos de idade que tinham frequentado no mínimo seis consultas de pré-natal em Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município em estudo, entre abril e junho de 2012. O sistema de atenção básica de saúde é constituído por 53 UBS, distribuídas em seis regiões (norte, sul, leste, oeste, centro e rural) que oferecem o programa de acompanhamento no pré-natal para gestação de baixo risco. Para a composição dos sujeitos do estudo, seguiram-se as seguintes etapas: seleção aleatória de uma gestante por região, no cadastro do SISPRENATAL, contato telefônico a fim de verificar o interesse em participar do estudo e agendar a data e horário da entrevista no domicílio.

A coleta de dados foi realizada após assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido, mediante instrumento com questões semiestruturadas. Inicialmente identificou-se as condições sociodemográficas quanto à: situação conjugal, escolaridade, idade e renda familiar. Após realizou-se a entrevista gravada a partir da seguinte questão norteadora para elucidar o objeto de pesquisa: Como tem sido o cuidado pré-natal pra você? Os sujeitos pesquisados totalizaram 18 gestantes, número de participantes considerado suficiente a partir do momento em que os depoimentos não trouxeram novas informações, caracterizando-se a saturação teórica dos dados. Para a análise dos dados, seguiram-se as seguintes etapas: pré-análise do material (organização); exploração do material e; tratamento dos resultados (interpretação e inferência). Os discursos das gestantes foram identificados com a inicial G de gestante seguida de número arábico conforme a ordem das entrevistas e, assim, manteve-se o sigilo dos sujeitos. Após transcrição, todas as entrevistas foram descartadas. A pesquisa foi autorizada pela Secretaria Municipal de Saúde e aprovada pelo Comitê de ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Londrina, parecer no. 240/2011, CAAE: 0222.0.268.000-11.

 

RESULTADOS

Tomando como pressuposto a Teoria das Representações Sociais, ao analisar as expectativas e satisfação destas mulheres, observa-se que estas organizam suas histórias e conhecimento de senso comum em um contexto situacional que lhes é comum, mas que também é constituído por suas características individuais. Neste caso, a vivência do cuidado pré-natal, que se caracteriza como momento de identificação do grupo e a história pessoal, balizam as explicações cognitivas de cada sujeito. A média de idade das gestantes participantes da pesquisa foi de 21 anos, sendo a idade mínima de 19 e máxima de 33 anos. Quanto à escolaridade, três cursaram apenas o ensino fundamental, três tinham nível superior e as demais o ensino médio. A renda familiar variou de um a três salários mínimos, considerando o salário em vigência no estado no ano de 2011 que era de R$783.20. Apenas uma das participantes do estudo encontrava-se separada do pai da criança, enquanto que as demais moravam com o companheiro.

Por meio da observação, primeiro processo formativo da representação social no qual se busca a objetivação de algo abstrato imprimindo-lhe um significado, bem como a ancoragem, segundo processo formativo, onde há a construção da rede de significados para o entendimento e descrição de um novo conhecimento12, estruturou-se um quadro de análise que resultou em três categorias que compuseram o núcleo central13 originado da análise do conteúdo dos discursos das gestantes, descritos a seguir:

Categoría I: Acompanhamento médico; Acesso a exames; Início precoce; Atividade em grupo; Orientações sobre; gravidez e cuidado com filho e; Identificação de agravos. 

Categoría II: Demora e falta de prioridade no atendimento; Ausência de médicos obstetras; Peregrinação para realização de exames; Peregrinação para consultas terceirizadas; Relacionamento interpessoal como barreira e; Orientações específicas insuficientes.

Categoría III: Presença de profissionais qualificados; Escuta ativa; Acesso a orientações inerentes à gestação e; Esclarecimento de dúvidas pessoais.

Núcleo Central: Segurança na gestação, parto e nascimento do filho; Manutenção de um estado de saúde em equilíbrio; Organização do processo de trabalho e do cuidado e; Qualificação profissional.

A partir da questão norteadora de pesquisa pôde-se desvelar o núcleo central das representações em análise, estruturado a partir das seguintes categorias: Representação da expectativa quanto ao cuidado pré-natal; Resgatando o cuidado ofertado na consulta pré-natal; Desvelando a (in)satisfação em relação à consulta pré-natal. Cada categoria possui seus respectivos elementos periféricos que nada mais são do que as características do objeto de representação.12

Representação da expectativa quanto ao cuidado pré-natal

Esta categoria revela que as mulheres consideram o cuidado pré-natal como um momento essencial na vivência da gestação. Têm expectativa de acompanhamento médico no serviço de saúde com garantia de acesso a exames laboratoriais e de imagem com início precoce. Este acompanhamento é representado pela consulta de pré-natal e momentos de atividade de grupo, onde devem ser fornecidas orientações sobre a gravidez e cuidados com seu filho, bem como a identificação de agravos materno-fetais. Esta idealização concretiza-se para estas mulheres em segurança na gestação, parto e nascimento do filho e manutenção de um estado de saúde em equilíbrio neste momento de vida: Decidi fazer o PN para me informar melhor, saber o que vai acontecer na minha gravidez, os riscos, ou quais os cuidados que eu tenho que ter para não prejudicar a criança no futuro, por mais que talvez não ocorresse nenhum risco, mas para eu estar sabendo que não estava correndo risco nenhum (G5); Ter consultas com o médico, tirar as dúvidas e fazer os exames (G7); Desde que eu descobri que estava grávida eu já fui no posto direto, acho importante fazer para ter um acompanhamento, por causa da saúde do neném, do tratamento, como é o meu primeiro filho... eu já tive um aborto e nossa, essa criança está sendo bem esperada (G11); ... eu acho que mais apoio e mais incentivo, até mesmo da amamentação, grupos, principalmente para mães de primeira viagem como eu, grupos que pudesse falar mais da gestação, explicar como que é um parto, que isso a gente não tem apoio... é só o pré-natal com o médico e mais nada, não tive palestra não tive nada (G17).

Resgatando o cuidado ofertado na consulta pré-natal

Esta categoria coloca em evidência um diagnóstico sobre a organização do processo de trabalho, o relacionamento interpessoal gestante-profissional e a prática da educação em saúde nas unidades básicas onde estas mulheres são acompanhadas. A demora e a falta de prioridade no atendimento à gestante, a ausência de médicos obstetras e a peregrinação para a realização de exames e consultas terceirizadas aparecem como fatores complicadores da organização do processo de trabalho e, consequentemente, do processo de cuidar. No contexto específico da consulta de pré-natal, o relacionamento interpessoal caracteriza-se como uma barreira para a resolução de dúvidas que estas mulheres consideram significativas. No mesmo sentido, o acesso a orientações específicas sobre as modificações da gestação, parto, puerpério e cuidados com seu filho, foram relatadas como insuficientes. Por outro lado, alguns discursos enaltecem os cuidados sobre a alimentação durante a gravidez: é muita gente que fica na fila esperando para o lado de fora, para ser atendido por enfermeira, mesmo quem não é gestante, não tem nenhum médico e a fila ainda continua grande e, não tem lugar para todo mundo sentar... água e banheiro tem (G1); Sobre parto ela não conversou nada comigo ainda, eu não sei onde eu vou ganhar... como é o andamento... para onde eu vou se tiver algumas coisa no final de semana ou de noite... eu não sei se ela vai falar alguma coisa nessa próxima consulta... eu sei que se tiver dor, a bolsa estourar... eu tenho que ir para Maternidade, mas sei por causa das minhas tias...(G4); .... principalmente coisas que a gente muda na alimentação... diminuir o sal da comida, eu colocava bastante sal. Comecei a comer mais frutas, menos pão, fazer caminhada... (G7); ... tem ficado muito a desejar. Ele (médico) poderia dar mais atenção, explicar mais, dar mais espaço, principalmente quando é o primeiro filho, a gente tem muitas dúvidas (G8); ...o tempo de espera para entrar na consulta que às vezes demora um pouquinho... a clínica também que eu estou fazendo ultrassonografia nossa...eu acho uma porcaria, porque eu chego ele (médico) coloca o aparelho... ah tá tudo bem, tchau - tipo assim nem vê nada, entendeu? Nem vê o nenê nem me mostra nada, só escuta o coração e pronto... podia... mais mostrando o nenê para gente ver, está mexendo coisa assim... é coisa de dois minutos e olhe lá. Atende de manhã... às vezes eu chego às 6:30h para ser atendida às 8h... (G9); Em primeiro lugar tinha que melhorar a acomodação no posto e depois a demora... por eu ser gestante e a minha consulta está marcada para dez horas... tinha que ser no horário marcado, porque é desconfortável você ficar lá horas... mal acomodada, esperando... a gestante tem prioridade, mas não está sendo assim, em muitos lugares... (G13); ... os exames fora é horrível que é pelo público, mas não tem muita hora para atender... às vezes marcam 7 horas e vão atender nove e meia, dez horas da manhã e para quem trabalha é complicado... perde a manhã inteira (G16).

Desvelando a (in)satisfação em relação à consulta pré-natal

Esta categoria apresenta que a presença de profissionais qualificados que saibam fazer escuta ativa, o acesso a orientações inerentes a este momento que esclareçam as dúvidas de senso comum das mulheres e às tecnologias do cuidado, são representações da satisfação de metade dos sujeitos pesquisados. Entretanto, a ausência ou inadequação dos mesmos fatores são relatadas como desencadeantes de insatisfação: ... no começo foi difícil, porque a médica do posto vive meio afastada... eu estava sendo atendida mais pela enfermagem, como é o meu primeiro bebê fiquei meio assustada, fiquei com medo porque não tinha acompanhamento médico... a gente vai sem ter consulta marcada, tem que ficar esperando todas passarem para ver se o médico pode encaixar a gente. Com a doutora mesmo eu tive que ficar esperando, era no começo que eu fiz os primeiros exames de urina deu infecção... Só que aí a enfermeira (auxiliar de enfermagem) falou pra mim, você volta daqui um mês... eu voltei, porque não tinha médico ninguém me deu remédio... eu voltei para perguntar e marcar consulta, a enfermeira foi até bruta comigo... só faltou me chamar de irresponsável... mandou eu procurar o 24 horas... cheguei lá fui atendida e o médico pediu outro exame, não deu nada dessa vez, eu fiz uns 4 exame de urina, um deu, outro não deu, a médica mandou eu fazer um particular, eu tive que pagar para poder ter um resultado garantido que eu não tinha a infecção (G2); ... Já teve dia de eu passar mal e procurar o posto e então foi a enfermeira chefe que me atendeu e ela fez os mesmos procedimentos da médica, foi muito bom, podia ter mais consulta com elas que elas também entendem bastante, ela pediu os exames tudo certinho (G4); Poderia ter mais consultas e mais exames, eles pedem exames no comecinho da gravidez e depois só pedem de novo no final, se acontece alguma coisa nesse tempo a gente quer saber, principalmente quando é o primeiro filho, tirar mais as dúvidas, eu que sou sozinha aqui tenho que ficar perguntando, adivinhando as coisas (G7); ... deveria ter um pouquinho mais de atenção, eu falei do corrimento ele poderia ter colhido, olhado... como meus exames não deram nada ele fala que é por nervosismo... mas não pergunta se tem cheiro, que cor que é... eu não entendo nada eu nunca fiquei grávida, as vezes pode ser alguma coisa grave, eu acabo perdendo um filho e nem sei que foi por causa daquele corrimento que estava desde o início da gestação (G9); ... foi mais do que eu esperava... o médico é bom, as enfermeiras que me atendem são boas, o pessoal do posto em si são bons... eu achei que ia ser ruim por ser público... mas ali eu me encontrei, tudo o que eu tenho de dúvidas eles tiram, se não sabem eles vão atrás, principalmente as enfermeiras, elas vão atrás e estão sempre tratando a gente bem (G16); ...mais orientações, palestras, mais dinamismo entre médico e paciente, tanto a gestante de primeira viagem como se diz, ele mesmo devia ter a noção de falar o que vai acontecer, a partir de hoje. Porque a mãe... que tem mais de um filho já conhece, a mãe que está grávida pela primeira vez ela não sabe o que vai acontecer... tem que ter mais orientação, companheirismo do médico, mais conversa. Só falta boa vontade deles... (G17).

 

DISCUSSÃO

As expectativas e consequente satisfação dos usuários podem traduzir-se em potentes informações para a análise da efetividade e resolubilidade das ações ofertadas pelo serviço de saúde.14 No Brasil, o primeiro movimento nesse sentido ocorreu por meio da pesquisa nacional de satisfação, que envolveu os serviços de educação, previdência e saúde em uma amostra de 8 000 domicílios e seu maior feito, em detrimento dos resultados específicos quanto à satisfação dos usuários, foi oficializar a avaliação da percepção do usuário sobre a qualidade do serviço recebido.15

Assim, a apreensão e entendimento das relações entre as necessidades do usuário com os profissionais e o serviço de saúde para a busca de respostas é fundamental.16 Para tanto, desvelar a dimensão subjetiva, utilizando-se a Teoria da Representação Social, permite reconhecer e valorizar o aspecto cognitivo do indivíduo, que segundo esta perspectiva interfere nas práticas sociais, nas atitudes e condutas relativas ao objeto da representação. Também focaliza sua atenção no conhecimento dos participantes para compreender o seu cotidiano, bem como esclarecer como se dá o processo de assimilação dos fatos e como são construídos e expressos por meio da comunicação e comportamentos.12 Este desvelamento permite ao enfermeiro que, em geral, coordenada os programas de atenção à saúde na atenção primária buscar estratégias compartilhadas, para a constituição de uma realidade comum a um grupo social (saber natural) e intervir para reorganizar o processo de trabalho no intuito de adequar e qualificar a assistência à mulher no período gravídico.

A adequação da assistência pré-natal é apontada como um desafio a ser superado no Brasil. Apesar de ser uma ação inerente à atividade do enfermeiro que atua em parceria com o médico intercalando as consultas nos casos de baixo risco, ainda há inefetividade e cumprimento mínimo dos componentes básicos preconizados pela Rede Cegonha, apresentando inúmeras falhas, tais como: limitação de exames laboratoriais e de imagem, orientações (em especial das gestantes primíparas ou a termo), persistindo resultados perinatais desfavoráveis, apesar do aumento da cobertura pré-natal.17

Em pesquisa que objetivou analisar a assistência pré-natal nos serviços de saúde públicos e privados por meio da auditoria de 500 cadernetas de gestantes, identificou que a frequência de seis ou mais consultas de pré-natal foi significativa e com predomínio no serviço privado (91.9%), houve diferenças da assistência segundo o local de atendimento, mostrando qualidade excelente e boa no serviço privado e regular no público para ultrassonografia e tipo sanguíneo/fator Rh; qualidade regular no privado e ruim no público para exames de urina e peso e, para os demais exames laboratoriais, obstétricos e esquema vacinal, qualidade ruim ou muito ruim nos dois sistemas, sendo necessária melhoria da assistência pré-natal prestada principalmente pelo serviço público.18 Tais falhas foram evidenciadas nos discursos dos sujeitos deste estudo, bem como, em outra pesquisa realizada no interior de São Paulo, com 169 puérperas atendidas em um hospital de ensino, para identificar os cuidados prestados às gestantes no pré-natal e suas opiniões sobre esse atendimento, evidenciando que embora a totalidade tenha realizado pré-natal, 78,0% não participaram de grupo de gestantes e não conseguiram sanar suas dúvidas, recomendando que à equipe de saúde a oferta de melhor atendimento. Este mesmo estudo aponta que as gestantes que tiveram acesso a um atendimento com profissionais, em especial com enfermeiros, que realizavam a escuta ativa e esclareciam suas dúvidas, bem como aos exames relataram satisfação com o atendimento pré-natal recebido.19

Em outra pesquisa de cunho qualitativo para apreender as representações sociais de puérperas sobre o atendimento pré-natal na atenção primária de saúde, desenvolvido em nove Centros de Saúde da Família, Fortaleza-Ceará, Brasil, revelou que as representações sociais das usuárias sobre o pré-natal estão ancoradas na dimensão protocolar e na dimensão socioeducativa, evidenciando lacunas na assistência, bem como insatisfação com o cuidado recebido, pois é quase inexistente o compartilhamento de saberes e de interação entre as usuárias e equipe de saúde.20 Resultados semelhantes também foram evidenciados em pesquisa qualitativa descritiva com onze mulheres atendidas em maternidade pública de grande porte na cidade de Porto Alegre, que buscou identificar de que modo as puérperas usuárias percebiam a assistência prestada pela equipe de saúde no pré-natal e o que pensam sobre o acesso, o acolhimento e o atendimento recebido durante esse período.21

Dessa maneira, a formação de gru­pos específicos desenvolvidos por enfermeiros para gestantes, vem sendo citada como uma ferramenta eficaz, que quando associada às consultas, constitui uma estratégia adequada para a assistência pré-natal de qualidade.17,20-22 Por outro lado, pesquisa realizada na cidade de Cajazeiras-PB, observou que a percepção e conhe­cimento das gestantes sobre as modificações prove­nientes da gravidez estavam relacionadas apenas ao aumento de peso, das mamas e do abdome, mas estas modificações não foram destacadas por cada mulher conforme o período gestacio­nal.24

O núcleo central das representações construídas pelas mulheres, sujeitos deste estudo,não difere dos achados de outras pesquisas, independentemente do recorte metodológico, fato este que torna-se bastante significativo em relação ao objeto em estudo. Esta consideração é possível, uma vez que seja por meio de análises com abordagem quantitativa, na qual as vulnerabilidades podem ser evidenciadas, ou qualitativas, as quais o sujeito é estudado em sua identidade pessoal e como parte de um grupo, as evidências são similares. Pode-se então afirmar que ‘Segurança na gestação, parto e nascimento do filho', ‘Manutenção de um estado de saúde em equilíbrio', ‘Organização do processo de trabalho e do cuidado' e ‘Qualificação profissional', foram imagens desenvolvidas e sustentadas por estas mulheres a partir das suas relações sociais, com e no espaço público. Diante disso, apesar de há muito tempo, na área da saúde, a satisfação relatada pelo usuário ser considerada com indiferença e até desconfiança,17,20 acredita-se que este novo conhecimento deva ser assumido para a compreensão desta realidade específica.

Salienta-se que a qualidade da assistência depende das ativida­des desenvolvidas entre os profissionais de saúde e as gestantes, levando em consideração as necessidades e expectativas individuais e grupais em um espaço de escuta ativa, esclarecendo suas dúvi­das, oferecendo informações e orientações pertinentes ao ciclo gravídico-puerperal, tal qual o novo modelo em redes preconiza. Este é um espaço que deve ser ocupado pelo enfermeiro, uma vez que tem como características: a permanência constante no serviço, a criação de vínculo com a usuária, a prática do acolhimento, a ausência de conflito de gênero e formação embasada para a promoção e prevenção em saúde.

Estas características somam-se ao fortalecimento de conhecimentos e autonomia da enfermagem enquanto disciplina que resultam em responsabilidades essenciais necessárias para a gestão do cuidado.25 A coesão entre profissional-gestante tem sido apontada como benéfica para o desenvolvimento da gestação, parto, puerpério e cuidado com seu filho seguro e tranquilo, diminuindo sentimentos de medo, tensão e ansiedade.2,6,7,19,21

A conclusão deste estudo é que, ao analisar a percepção de mulheres primíparas sobre o atendimento na consulta pré-natal, à luz da teoria das Representações Sociais, foi possível apreender que a vivência da gestação trouxe elementos do meio social que foram reproduzidos, elaborados e reconstruídos no cotidiano do cuidado pré-natal e revelou as necessidades peculiares que, em parte, não foram supridas pelos enfermeiros, embora sejam preconizadas nos protocolos. Este fato pode ser resultante da possível lacuna de atuação do enfermeiro, apesar da implementação de novos modelos assistenciais na atenção primária de saúde. Portanto, a reestruturação do processo de trabalho nas unidades se faz necessária. é imprescindível considerar a satisfação do usuário para subsidiar políticas de atenção à saúde, oferecendo infraestrutura e recursos humanos capacitados, visto que na atenção primária estes insumos são de baixo custo quando comparados aos níveis de maior complexidade. A atuação efetiva do enfermeiro pode mudar este contexto, revisitando a organização da sua prática, por meio da priorização do cuidado em saúde em detrimento de ações gerenciais inerentes ao seu processo de trabalho.

Como limitação do estudo aponta-se que a análise foi direcionada a um grupo de gestantes, não podendo ser generalizada para outros grupos ou populações, embora sua relevância seja inquestionável em função do diagnóstico específico que subsidiará a revisão de ações programáticas no município.

 

REFERÊNCIAS

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