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Avances en Enfermería

Print version ISSN 0121-4500

av.enferm. vol.36 no.1 Bogotá Jan./Apr. 2018

https://doi.org/10.15446/av.enferm.v36n1.61488 

Artículos de Reflexión

Presenteismo, fatores de risco e repercussões na saúde do trabalhador de enfermagem

Presentísimo, factores de riesgo y repercusiones en la salud de los trabajadores de enfermería

Presenteeism: factors of risk and repercussions on the health of nursing workers

Ana Lívia Castelo Branco de Oliveira1 

Girlene Ribeiro da Costa2 

Márcia Astrês Fernandes3 

Márcia Teles de Oliveira Gouveia4 

Silvana Santiago Rocha5 

1 Doutoranda em enfermagem pela Universidade Federal do Piauí, UFPI-Teresina, e professora da UFPI-Floriano, Piauí, Brasil. E-mail: analiviacbranco@hotmail.com

2 Mestra em enfermagem. Professora da Universidade Federal do Piauí, UFPI- Floriano, Piauí, Brasil. E-mail: gigiribeirocosta@hotmail.com

3 Doutora em ciências. Professora adjunta na Universidade Federal do Piauí, Brasil. E-mail: m.astres@ufpi.edu.br

4 Doutora em ciências. Professora adjunta na Universidade Federal do Piauí,Teresina, Piauí, Brasil. E-mail: marcia06@gmail.com

5 Pós-doutora em enfermagem. Professora adjunta na Universidade Federal do Piauí, Teresina, Piauí, Brasil. E-mail: silvanasantiago27@gmail.com


Resumo

Objetivo:

contextualizar e refletir sobre o modelo dos sistemas de Betty Neuman na interface entre o presente-ísmo, os fatores estressores e a saúde do trabalhador de enfermagem.

Síntese de conteúdo:

trata-se de um estudo qualitativo, teórico-reflexivo, à luz do referencial de Betty Neuman. As reflexões foram embasadas em estudos publicados de 2009 a 2017, na literatura nacional e internacional.

Conclusões:

observou-se que o presenteísmo traz malefícios aos trabalhadores de enfermagem na esfera física, psíquica, sociocultural, desenvolvimentista e espiritual a partir de estressores favorecidos pelo ambiente de trabalho, como: carga horária excessiva, riscos físicos e ergonômicos. Logo, combater o presenteísmo depende da interação saudável entre o indivíduo e o meio em que vive e trabalha, e deve considerar aspectos de prevenção e promoção a partir da minimização de estímulos estressores.

Descritores: Qualidade de Vida; Enfermagem; Saúde do Trabalhador; Condições de Trabalho (fonte: DeCS, BIREME)

Resumen

Objetivo:

contextualizar y reflexionar sobre el modelo de los sistemas de Betty Neuman en la relación entre el presentismo, el ambiente de trabajo y la salud del trabajador de enfermería.

Síntesis del contenido:

se trata de un estudio cualitativo teórico y reflexivo basado en el marco teórico de Betty Neuman. Las reflexiones se basan en estudios publicados entre el 2009 y el 2017, en la literatura nacional e internacional.

Conclusiones:

se observó que el presentismo trae daños a los trabajadores de enfermería en los ámbitos físico, psicológico, socio-cultural, desarrollista y espiritual por los agentes estresantes favorecidos en el ambiente de trabajo, tales como excesiva carga de trabajo, mala salud, peligros físicos y ergonómicos. Por lo tanto, combatir el presentismo depende de la sana interacción entre el individuo y el entorno en el que vive y trabaja, y debe considerar aspectos de prevención y promoción a partir de la disminución de los factores estresores.

Descriptores: Calidad de Vida; Enfermería; Salud Laboral; Condiciones de Trabajo (fuente: DeCS, BIREME)

Abstract

Objective:

to contextualize and reflect on the Betty Neuman model of systems at the interface between presenteeism and the work environment and health of the nursing worker.

Synthesis of Contents:

this is a qualitative, theoretical and reflective study, based on the theoretical framework of Betty Neuman, in the light of national and foreign studies published between 2009 to 2017.

Conclusions:

the study found that presenteeism physical, psychological, sociocultural, developmental and spiritual harms to nursing workers due to the stressors of their working environment, such as an excessive workload and health, physical and ergonomic risks. Thus, combating presenteeism depends on a healthy interaction between the individuals and the environment in which they live and work and it should consider aspects which minimize such stressors and prevent such harms.

Descriptors: Quality of Life; Nursing; Occupational Health; Working Conditions (source: DeCS, BIREME)

Introdução

O contexto em que os trabalhadores de enfermagem desenvolvem suas atividades laborais pode favorecer o adoecimento e, na maioria das vezes, interferir na eficácia da assistência ao paciente. Por isso, os profissionais de enfermagem necessitam de cuidados em saúde, uma vez que estar saudável é pré-requisito para o exercício da profissão. A preocupação deve partir do próprio profissional junto à equipe e gestão do serviço de saúde.

Na Enfermagem, o adoecimento vem de elementos como estresse ocupacional, sobrecargas físicas e emocionais, responsabilidades e tempo insuficiente para o repouso. Esses elementos ainda recebem influência do perfil institucional, da categoria profissional e de características da jornada de trabalho, como o duplo vínculo empregatício 1. Em longo prazo, ocorre evolução do processo saúde-doença para esses profissionais, e o reconhecimento de "estar doente" tem impacto ético, técnico e legal, com repercussões na organização e na qualidade da assistência prestada 2.

O cenário em geral no trabalho de enfermagem apresenta agentes estressores e tensões da vida diária, ocorrem problemas de saúde e doenças que, com frequência, aumentam o estresse. Lidar com o estresse e com as altas demandas de cuidados geram tensão e preocupação que se manifestam inclusive fora do trabalho, principalmente quando coexistem relações de trabalho frágeis e pouco potencializadoras, limitações de recursos humanos e materiais, situações que podem levar ao adoecimento do trabalhador 3.

Outras características do ambiente impulsionam fatores de risco e proteção em relação à saúde do trabalhador, como a exaustão emocional e a motivação para o engajamento. Enfrentar adequadamente uma situação de exaustão requer resiliên-cia, além de capacidade de adaptação a uma situação adversa. Esses desafios permitem que o profissional incorpore novos cuidados com a saúde e consiga lidar com os problemas 4.

As Lesões por Esforço Repetitivo ou os Distúrbios Osteomusculares Relacionados com o Trabalho (LER/DORT) constituem outro achado frequente entre trabalhadores de enfermagem e implicam redução do desempenho físico profissional, despesas previdenciárias e custo organizacional, além de proporcionarem ao trabalhador sofrimento psíquico e insatisfação com o trabalho 3,5,6. Logo, os problemas físicos também resultam em sobrecarga psíquica, uma vez que trazem limitações para a vida diária do trabalhador.

Além da dinâmica de fatores trazidos pelo ambiente interno de trabalho, o mercado capitalista vem sofrendo constantes atualizações com mais exigências de competitividade e dinamismo, o que exige dos trabalhadores de enfermagem capacitação e aceleração do crescimento. Tais exigências podem influenciar de forma negativa o desempenho individual, que passa a manifestar novas necessidades em saúde e adoecimento, culminando em absenteísmo ou evasão do serviço.

Nesse contexto da saúde-trabalho-adoecimen-to, surge um fenómeno chamado "presenteísmo", caracterizado pela presença física do profissional no ambiente de trabalho em condições biológicas e psíquicas inoperantes para o exercício eficaz de sua atividade 2. A repetição do ato implica malefícios à saúde do trabalhador e gera sobrecarga de trabalho para a equipe.

O adoecimento disfarçado, a impressão de estar trabalhando fisicamente, porém sem eficácia, levam ao desapontamento do profissional em relação a si e à redução da qualidade dos cuidados. Na temática, tais variáveis encontram princípio na carga de trabalho, na falta de preparo do profissional e em estressores ambientais 7,8.

Por ser um tema novo e pouco percebido na prática profissional, observa-se escassez na literatura científica. Além disso, a difícil abordagem do fenómeno fomenta a necessidade de ampliar sua discussão. Assim, o presente estudo traz como objetivo refletir sobre o presenteísmo no contexto da saúde do trabalhador de enfermagem e na interface com o modelo dos sistemas de Betty Neuman.

Método

Trata-se de um estudo qualitativo de caráter reflexivo, cujo percurso metodológico se dá por meio de um ensaio teórico-reflexivo sobre o presenteísmo na perspectiva da saúde do trabalhador de enfermagem.

As reflexões realizadas à luz do modelo de sistemas de Neuman (9) permitiram a contextualização do presenteísmo no trabalho de enfermagem a partir das seguintes categorias de análise: Presenteísmo e relação individuo-ambiente: estudo dos fatores estressores e Presenteísmo, repercussões e linhas de defesa no contexto do adoecimento do trabalhador de enfermagem.

O levantamento do estudo para a discussão da temática ocorreu entre julho de 2015 e agosto de 2017, sendo selecionados artigos publicados na literatura científica nacional e internacional nas seguintes bases de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs), Scopus e Web of Science, sendo alguns artigos alcançados por meio do indexador SciELO.

Os descritores do banco Descritores em Ciências da Saúde (DECs) utilizados para a busca foram: "qualidade de vida", "enfermagem", "saúde do trabalhador", "condições de trabalho" e seus correspondentes no Medical Subject Headings (Mesh), além do descritor "presenteeism", sem similar no DECs. Primeiramente, foi realizada a pesquisa de forma individual, em seguida foi utilizado o conectivo boleano "AND".

Após a busca por descritores, aplicaram-se critérios de inclusão: estudos que abrangessem a temática, publicados no período de 2009 a 2017, nos idiomas português, inglês e espanhol, que respondessem à questão de pesquisa: como os fatores estressores vividos pelo trabalhador de enfermagem interferem na prática do presenteísmo e na qualidade de vida do mesmo? Já os critérios de exclusão foram: artigos repetidos nas bases de dados selecionadas, que não abrangessem a temática, além das teses, monografias, conferências e projetos.

Dessa forma, após os critérios empregados, foram identificados 20 artigos que predominaram na abordagem quantitativa (13 estudos), na Revista Brasileira de Enfermagem (3 estudos), publicados principalmente em português (13 estudos) e no ano de 2013 (4 estudos).

O modelo de sistemas de Neuman 10 traz a interação entre indivíduo e ambiente que visa ao equilíbrio e à harmonia, entretanto gera reflexão sobre a resposta ao estresse e os fatores de reconstituição ou adaptação. Ocorre interação entre indivíduo e ambiente, que se afetam um ao outro de forma positiva ou negativa. Esse processo de troca flui de variáveis contextualizadas: fisiológicas, psicológicas, socioculturais, desenvolvimentistas, espirituais, estrutura básica e recursos de energia, linhas de resistência, linha normal de defesa, linha flexível de defesa, estressores, fator interpessoal, reconstituição com o ambiente, saúde e enfermagem incluídas no processo 10.

Resultados e discussão

A partir da busca sistematizada de artigos sobre o tema e a interface com os pressupostos de Neuman sobre a reação do trabalhador de enfermagem ao estresse e os fatores de reconstituição ou adaptação 10, emergiu a necessidade de discussão de duas categorias: Presenteísmo e relação indivíduo-ambiente: estudo dos fatores estressores e Presen-teísmo, repercussões e linhas de defesa no contexto do adoecimento do trabalhador de enfermagem.

Presenteísmo e relação individuo-ambiente: estudo dos fatores estressores

O processo de globalização trouxe consigo transformações sociais, econômicas, políticas, científicas, tecnológicas e culturais, especialmente para o mercado de trabalho, em que impera a competitividade e exigências de competências, habilidades, inciativa e clareza no exercício do trabalho 11. Essa demanda psíquica pode afetar o processo cíclico e retroativo de aprendizagem, crescimento profissional e pessoal, natural do ser humano.

A desmotivação para o trabalho também resulta em exercício falho ou ineficiente da atividade, com espaço para a prática do presenteísmo que pode ser entendido como "absenteísmo" de corpo presente 12. O fenômeno implica a redução oculta da produtividade, pela queda no desempenho do profissional, que se encontra debilitado física e psicologicamente 12.

Nesse sentido, Betty Neuman, estudiosa da enfermagem reconhecida em âmbito internacional, trouxe grandes contribuições para a saúde do trabalhador, uma vez que compreende o indivíduo como sistema aberto a interações com o meio em que vive, em busca da estabilidade física e mental, e utiliza a promoção da saúde como intervenção 10.

O Modelo de Sistemas de Cuidados em Saúde de Neuman propõe a existência de "fatores estressores" oriundos do ambiente de trabalho sob aspectos intrapessoais, interpessoais, extrapessoais 9. Considera a presença de linhas flexíveis de defesa, cuja energia influenciada pelas variáveis intrínsecas e extrínsecas estabelece relação com os estressores, para suportar o equilíbrio e a estabilidade do sistema 10. Logo, novas perspectivas em saúde do trabalhador e redução de riscos ocupacionais devem estar direcionadas à manutenção do equilíbrio biológico e psicossocial do indivíduo.

Os fatores estressores podem ser de forma: socio-cultural, psicológica, biológica, desenvolvimentista e/ou espiritual. Logo, é valido refletir sobre as demandas nesse aspecto a fim de compreender a dinâmica do adoecimento do trabalhador de enfermagem, que, além de exercer a atividade, faz parte de uma família, comunidade e sociedade 10. O primeiro passo é entender o trabalhador como ser individual e pessoal, composto por sentimentos, emoções e desejos, derivados de contextos vividos na família e em outros espaços sociais do nascimento ao envelhecimento.

Com frequência, dentro de suas relações interpessoais externas ao ambiente de trabalho, o homem possui vínculos geradores de estresse ou tensão e carregam experiências prévias desgastantes, internalizadas e passíveis de serem retomadas a partir de estímulos futuros. Corroborando a afirmativa, estudo realizado com trabalhadores de saúde de 52 instituições holandesas encontrou forte repercussão dos conflitos familiares para a insegurança no trabalho, bem como destacou a importância do apoio dos colegas trabalhadores como recurso ocupacional positivo 13,14,15.

Neuman destaca ainda, as respostas emocionais ao estresse gerado a partir dos fatores estressores e das interpessoalidades do trabalhador, observadas, por exemplo, em estudo realizado com enfermeiros em Unidade de Terapia Intensiva em que a relação com a equipe e outros profissionais afetou aspectos emocionais e a rotina de trabalho 16. Essa relação pode contextualizar o presenteísmo, uma vez que o fenômeno gera sobrecarga de trabalho, e insatisfação relacionada pelo desequilíbrio indivíduo-ambiente 2.

Outro aspecto negativo nas relações de trabalho é exemplificado pelo desvio de conduta, falta ética, abuso de poder e assédio moral, e é realidade dentro dos ambientes hospitalares e demais níveis de atenção à saúde. A vivência do assédio moral, por exemplo, envolve a ética individual e coletiva, e repercute na qualidade de vida e em doenças ocupacionais, de ordem física e psíquica, para o trabalhador que vive o sofrimento no seu ambiente de trabalho 17.

Outros estressores dentro do ambiente de trabalho estão representados pelos fatores organizacionais e administrativos, os quais podem gerar tensão emocional, desgaste físico e psíquico, tornando a prática complexa e de difícil exercício 1. A intensificação gera instabilidade psíquica do trabalhador, culminando no adoecimento e na queda da produtividade associada ao presenteísmo. Assim, as variáveis levantadas constituem parte do cotidiano do profissional de enfermagem 8.

Estudo realizado por Umann, Guido e Grazziano 18 com enfermeiros no sul do Brasil constatou que 75 % destes apresentavam produtividade perdida em até 4,84 %, principalmente por demanda física, demonstrando alto índice de presenteísmo 2. Observa-se que o presenteísmo traz malefícios para os trabalhadores de saúde, em especial os profissionais de enfermagem, que rotineiramente estão condicionados a cargas horárias excessivas, contextos de insalubridade, riscos físicos, ergo-nômicos, biológicos e químicos que se associam a comorbidades 18.

Além disso, a carga de trabalho e o tempo de serviço têm sido apontados como fatores para o adoecimento, a exemplo de estudo realizado com enfermeiros intensivistas portugueses, que referiram o elevado grau de dependência dos pacientes e a lotação das unidades de terapia intensiva como fatores estressores 15.

A partir da proposta de Neuman, faz-se necessário intervir junto a esses fatores estressores apresentados 10, combatendo a natureza destes, a fim de promover interação saudável entre o indivíduo e o meio em que vive e trabalha. Isso implicará a prevenção de agravos e doenças, bem como a qualidade de vida para o trabalhador.

Conhecer as limitações do trabalhador permite o levantamento de recursos que o auxilie no enfren-tamento das suas dificuldades e dos fatores estressores, considerando que, além da doença ocupacional, coexistem suas necessidades pessoais 2. Logo, a iniciativa para o combate ao estresse e adoecimento ocupacional que geram o presenteísmo deve partir do próprio profissional, fomentada por sua instituição de trabalho.

A Figura 1, elaborada pelas autoras a partir dos conceitos estudados, representa o presenteísmo pelo modelo de Betty Neuman, em que são destacados os fatores estressores ambientais apresentados, que interferem direta e indiretamente na saúde do trabalhador e, logo, na prática laboral ineficaz. Consideram-se as variáveis individuais como inseridas e influenciadoras desse processo, haja vista para se galgar o equilíbrio holístico do profissional de enfermagem, estão envolvidas as necessidades individuais e interrelacionamentos. As variáveis que foram refletidas neste estudo estão relacionadas a aspectos fisiológicos, psicológicos, sociocultu-rais, desenvolvimentistas e espirituais.

Fonte: elaborado pelas autoras, baseada na Teoria Betty Neuman 10.

Figura 1 Estímulos estressores intrínsecos e ambientais para a prática do presenteísmo (Teresina-PI, 2017) 

Presenteísmo, repercussões e linhas de defesa no contexto do adoecimento do trabalhador de enfermagem

A reconstituição após eventos estressantes é outro tópico estudado na teoria de Betty Neuman e é observada na prática profissional de enfermagem em seus diversos espaços. O trabalhador atua reconstituindo o ambiente para desenvolver seu conforto e saúde psíquica; caso contrário, o indivíduo se sentirá desmotivado para desempenhar seu papel, cumprindo-o de forma superficial e desacreditada, o que indiretamente repercute em baixa autoestima e presenteísmo 10,19.

Isso ocorreu em estudo realizado de Silva, Lima e Marziale 19 com enfermeiros da saúde comunitária que, influenciados por fatores organizacionais do trabalho, sofreram adoecimento emocional que desencadeou comportamentos de retirada como estresse, negligência e insatisfação no trabalho, características do presenteísmo 19.

Nessa perspectiva, estudo realizado com profissionais de enfermagem cuidadores em lares de idosos na Dinamarca e Noruega trouxe reflexões acerca de padrões situacionais de relações morais como motivadores do presenteísmo e adoecimento ocupacional, como também destacou a dificuldade dos trabalhadores em assumirem tarefas extras por repercussão do presenteísmo de seus companheiros de trabalho 20.

Por outro lado, estar em condições de trabalho insalubres, com sobrecarga física e psíquica, produz contexto de adoecimento do indivíduo-pes-soa quanto aos aspectos fisiológicos e psicológicos, como traz o modelo de Neuman 10. O acúmulo destes, em longo prazo, traz, além do adoecimento psíquico, a possibilidade de somatização orgânica e fisiológica do estresse ocupacional, e isso predispõe outras patologias. Estudo realizado com enfermeiros alemães evidenciou que padrões não saudáveis de comportamento e experiências relacionadas ao trabalho (excesso e resignação) associavam-se à redução da saúde física e mental (estresse, depressão e ansiedade) desses profissionais 21.

Estudo realizado por Negromonte e Araújo 22 com profissionais da saúde que prestam cuidados a pacientes terminais e pacientes com queimaduras extensas identificou fortes demandas psicológicas, especialmente em profissionais técnicos de enfermagem, relacionadas a sentimentos de frustração pela não recuperação total do paciente. Dentre as estratégias de enfrentamento/reconstituição/adaptação mais utilizadas, estavam o confronto, o desenvolvimento do autocontrole, o afastamento do foco e a reavaliação positiva 22.

Outro estudo realizado por Ramos 14 com profissionais de enfermagem que assistem pacientes críticos demonstrou a preocupação desses profissionais com a saúde e bem-estar profissional, por meio de técnicas de enfrentamento, entendidas como ação intencional, física ou mental, que tiveram início em resposta a uma situação avaliada como estressora e dirigida para circunstâncias externa ou estados internos 14.

A partir do exposto, observa-se que abordagem da saúde do trabalhador de enfermagem é indispensável, considerando os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), que envolvem pensar na saúde dos profissionais e nas condições em que desempenham suas atividades. Compreende-se que os contextos de trabalho proporcionados interferem na qualidade de vida, na saúde, no bem-estar físico, psicológico, social e espiritual 23.

Em relação à qualidade de vida e ao bem-estar no trabalho, as dimensões pessoais e subjetivas devem ser consideradas na avaliação desses fenômenos, e o trabalhador deve ser visto como um sujeito de vontades e desejos 24. Logo, o contexto em que o trabalhador vive sofre transição, seja no seu ambiente de trabalho, seja no social em geral; isso ressignifica rotineiramente suas necessidades em saúde para a promoção da qualidade de vida no trabalho.

No contexto dessa transição, emerge o presenteísmo, com a possibilidade de desencadeamento de doenças físicas e até de um quadro de esgotamento emocional, caracterizado por sentimentos negativos como pessimismo, atitudes desfavoráveis em relação ao trabalho, mudança de comportamento e não aceitação de novas tecnologias 25. Estudo realizado em hospital italiano constatou a dor lombar como responsável por 58 % dos relatos de presenteísmo, considerando a percepção de enfermeiros e auxiliares de enfermagem 26.

O conceito de saúde proposto por Neuman, centrado no ser humano, traz o bem-estar como objetivo atingido pela integração do indivíduo com variáveis do ambiente, a fim de fortalecer as linhas de defesa 10. Em estudo realizado em um hospital de Teresina (Piauí), mostrou alterações no bem-estar psicológico de enfermeiros intensivistas, relacionado às dificuldades dentro das rotinas do serviço diante da interface atividades-estado emocional recente e da disponibilidade de recursos 16. A possibilidade de erros foi outra relação encontrada em hospitais, apontando os riscos do presenteísmo, em processo cumulativo, como causadores de eventos adversos e acidentes ocupacionais 14.

No combate ao adoecimento do trabalhador de enfermagem, é importante considerar a multidi-mensionalidade relacionada à perda de produtividade no contexto hospitalar e enfatizar a interação entre pessoa e ambiente e sua interferência na saúde, como destacado por Neuman 10. A autora considera que a percepção do trabalhador sobre seu ambiente, determinada por aspectos culturais, sociais e individuais, pode afetar seu desempenho físico, cognitivo e, assim, exercer influência sobre sua saúde 10.

Nesse sentido, investigação sobre os efeitos do tempo no trabalho e no cumprimento eficiente das demandas ocupacionais demonstrou a prevalência do absenteísmo e do presenteísmo. Os trabalhadores que percebiam como bom seu estado de saúde apresentavam maiores níveis de absenteísmo; aqueles que avaliavam como regular, alta prevalência de presenteísmo 27.

No que tange aos trabalhadores das instituições hospitalares, alguns autores ressaltam que, embora existam iniciativas importantes de investimentos na gestão do trabalho na saúde e na melhoria da qualidade dos processos de trabalho, sinais e sintomas do adoecimento têm sido frequentemente observados e verbalizados pelos profissionais 28. Assim, observa-se que as ações voltadas para a promoção da saúde dos trabalhadores não são tratadas como fundamentais nesse processo.

A Figura 2 expressa as respostas do profissional aos estímulos estressores ambientais e intrínsecos. Dentre elas, destaca-se a reação de elementos da linha de defesa normal, como o confronto à situação estressante e o afastamento intencional do foco de estresse. Conforme encontrado nos estudos, observou-se que o trabalhador de enfermagem que recebia fatores estressores ambientais apresentou respostas positivas de reação, como tentar contornar o fator estressante; entretanto, em momentos seguintes ao estímulo, evoluía com reações de reconstituição e resignação.

Fonte: elaborado pelas autoras, baseada na Teoria Betty Neuman (10) e na literatura.

Figura 2 Presenteísmo: resposta do indivíduo aos estímulos estressores (Teresina-PI, 2017) 

Após o impacto inicial com o afastamento ou confronto do foco, a reconstituição foi percebida a partir da linha de defesa flexível, em que o profissional busca o desenvolvimento do autocontrole; essa atitude é mais difícil de ser desenvolvida e favorecida pelo ambiente. Já quando o profissional age com resignação, é comum o adoecimento; essa resposta é a mais comum e a que mais gera percalços, como depressão, ansiedade e sentimentos de frustração relacionados à prática do presenteísmo.

Consideram-se também achados acerca da prevenção em níveis primário, secundário e terciário que contam com a corresponsabilização do serviço, dos gestores e do próprio indivíduo que vive o adoecimento e o presente ismo, a fim de identificar, o mais precoce possível, o diagnóstico de adoecimento e a raiz dos fatores estressores.

Emerge que a prevenção e o tratamento, em geral motivados pela minimização ou mesmo pela precaução quanto aos estímulos estressores, que ofereçam aos profissionais de enfermagem ambientação para a potencialização de suas habilidades e relacionamentos.

Considerações finais

A prática do presenteísmo apresenta relação direta com os fatores estressores presentes no ambiente de trabalho. Estes geram o adoecimento sob influências ambientais que se relacionam com o indivíduo e culminam no desequilíbrio em muitos aspectos. Ainda que o próprio trabalhador de enfermagem elabore fatores de reconstituição e flexibilize suas linhas de defesa ao estresse ocupacional, na maioria das vezes, esse conflito não é percebido por ele, tampouco por seus gestores e pela equipe de trabalho, o que interfere no bem-es-tar e na qualidade de vida do trabalhador, bem como gera a desqualificação da assistência.

Entende-se que o presenteísmo ainda figura como ato subjetivo e implícito ao contexto da enfermagem em seus diversos ambientes de trabalho, e que, pela pouca visibilidade que lhe é conferida, tornase difícil avançar para aspectos como saúde do trabalhador e assistência qualificada. Isso porque, muitas vezes, não estão sendo percebidos, tratados ou prevenidos os problemas-base centrados nos estressores ambientais. Desse modo, espera-se que este estudo contribua para o direcionamento de políticas e práticas reflexivas que atuem na prevenção de eventos estressores e na promoção da qualidade de vida no trabalho da enfermagem.

Recursos materiais podem contribuir para a melhoria do serviço de saúde, porém a prevenção de agravos ao trabalhador de enfermagem, o incentivo ao seu crescimento e a valorização das suas potencialidades e habilidades são o caminho certo para a qualificação da assistência de enfermagem.

Assim, para o combate ao presenteísmo, emerge que as instituições busquem, cada vez mais, propiciarem contextos de jornada de trabalho saudável, que se preocupem com o bem-estar dos profissionais. Isso produzirá qualidade de vida para si e para as pessoas assistidas.

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Recebido: 09 de Dezembro de 2016; Aceito: 02 de Novembro de 2017

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