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Avances en Enfermería

Print version ISSN 0121-4500

av.enferm. vol.40 no.3 Bogotá Sept./Dec. 2022  Epub Jan 20, 2024

https://doi.org/10.15446/av.enferm.v40n3.93397 

ARTIGOS DE PESQUISA

Infecções de sítio cirúrgico em cirurgias ortopédicas de um hospital do estado do Pará, Brasil

Infecciones del sitio quirúrgico de cirugía ortopédica en un hospital del estado de Pará, Brasil

Infections at the surgical site for orthopedic surgery in a hospital in the state of Pará, Brazil

Brenda dos Santos Coutinho1 
http://orcid.org/0000-0001-5449-6003

Andreza Dantas Ribeiro2 
http://orcid.org/0000-0002-0017-8488

Sheila Mara Bezerra de Oliveira3 
http://orcid.org/0000-0002-3388-1428

Monica Karla Vojta Miranda4 
http://orcid.org/0000-0001-9610-0468

Luiz Fernando Gouvêa-e-Silva5 
http://orcid.org/0000-0002-1953-9175

1 Universidade do Estado do Pará (Santarém, Pará, Brasil). ORCID: http://orcid.org/0000-0001-5449-6003 Correio eletrônico: brendacoutinho@usp.br Contribuição: contribuição intelectual substancial, análise e interpretação dos dados, desenho e elaboração do artigo, responsável pela exatidão e integridade de todo o trabalho.

2 Unidade Básica de Saúde Estrela do Norte (Ruròpolis, Pará, Brasil). ORCID: http://orcid.org/0000-0002-0017-8488 Correio eletrônico: andrezadants@gmail.com Contribuição: contribuição intelectual substancial, análise e interpretação dos dados, desenho e elaboração do artigo, responsável pela exatidão e integridade de todo o trabalho.

3 Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (Santarém, Pará, Brasil). ORCID: http://orcid.org/0000-0002-3388-1428 Correio eletrônico: sheilamboliveira@gmail.com Contribuição: contribuição intelectual substancial, análise e interpretação dos dados, desenho e elaboração do artigo, revisão crítica do conteúdo e aprovação da versão final, responsável pela exatidão e integridade de todo o trabalho.

4 Universidade do Estado do Pará (Santarém, Pará, Brasil). ORCID: http://orcid.org/0000-0001-9610-0468 Correio eletrônico: monicavojta@hotmail.com Contribuição: contribuição intelectual substancial, análise e interpretação dos dados, desenho e elaboração do artigo, revisão crítica do conteúdo e aprovação da versão final, responsável pela exatidão e integridade de todo o trabalho.

5 Universidade Federal de Jataí (Jataí, Goiás, Brasil). ORCID: http://orcid.org/0000-0002-1953-9175 Correio eletrônico: lfgouvea@yahoo.com.br Contribuição: contribuição intelectual substancial, análise e interpretação dos dados, desenho e elaboração do artigo, revisão crítica do conteúdo e aprovação da versão final, responsável pela exatidão e integridade de todo o trabalho.


Resumo

Objetivo:

avaliar as infecções de sítio cirúrgico em cirurgias ortopédicas de um hospital público de referência.

Materiais e métodos:

estudo descritivo, quantitativo e retrospectivo, com dados de 2.870 pacientes que realizaram cirurgia ortopédica e 60 prontuários de pacientes que desenvolveram infecção de sítio cirúrgico. A coleta ocorreu de janeiro de 2015 a dezembro de 2019 em um hospital de referência localizado no município de Santarém, Pará, Brasil. Os dados foram analisados por estatística descritiva e inferencial.

Resultados:

o sexo masculino predominou na amostra (65,7%) e nos pacientes com infecções de sítio cirúrgico (70%). A idade média da amostra foi de 44,6 ± 19,1 anos e dos pacientes com infecções de sítio cirúrgico de 46,2 ± 19,7 anos. Foi identificada frequência de infecções de sítio cirúrgico de 2,1%. Os fatores de risco associados às infecções de sítio cirúrgico foram duração da cirurgia, uso de implante, número de fraturas e uso de prótese de quadril ou outras. O perfil microbiològico foi composto de Staphylococcus aureus (35,1%), Klebsiella pneumoniae (13,5%) e Pseudomonas aeruginosa (13,5%).

Conclusões:

nas cirurgias ortopédicas, a equipe de saúde deve ficar atenta com as infecções de sítio cirúrgico em pacientes do sexo masculino, idosos, solteiros, com o ensino fundamental, bem como em cirurgias com longo tempo de duração, na presença de implante, com elevado número de fraturas e com o uso de próteses.

Descritores: Infecção da Ferida Cirúrgica; Procedimentos Ortopédicos; Fatores de Risco; Assistência Perioperatória (fonte: Dees, BIREME)

Resumen

Objetivo:

evaluar las infecciones del sitio quirúrgico para cirugías ortopédicas en un hospital público de referencia.

Materiales y método:

estudio descriptivo, cuantitativo y retrospectivo, con datos de 2.870 pacientes que se sometieron a cirugía ortopédica, donde 60 registros muestran que los pacientes desarrollaron infección del sitio quirúrgico. La recolección de datos ocurrió de enero de 2015 a diciembre de 2019 en un hospital de referencia en la ciudad de Santarém, Pará, Brasil. Los datos fueron analizados mediante estadística descriptiva e inferencial.

Resultados:

el sexo masculino predominó en la muestra (65,7 %) y en pacientes con infecciones del sitio quirúrgico (70 %). La edad media de la muestra fue de 44,6 ± 19,1 años, mientras que para los pacientes con infecciones del sitio quirúrgico fue de 46,2 ± 19,7 años. Se identificó una frecuencia de 2,1 % de infecciones del sitio quirúrgico. Los factores de riesgo asociados con esta afectación son: duración de la cirugía, el uso de un implante, el número de fracturas y el uso de prótesis de cadera (u otras). El perfil microbiológico estuvo compuesto por Staphylococcus aureus (35,1 %), Klebsiella pneumoniae (13,5 %) y Pseudomonas aeruginosa (13,5 %).

Conclusiones:

en cirugías ortopédicas, el equipo de salud debe estar atento a las infecciones del sitio quirúrgico en pacientes de sexo masculino, adultos mayores, solteros y con educación básica. Así mismo, deben monitorear este tipo de infecciones en cirugías de larga duración, en presencia de implante, con un alto número de fracturas en el paciente y el uso de prótesis.

Descriptores: Infección de la Herida Quirúrgica; Procedimientos Ortopédicos; Factores de Riesgo; Atención Perioperativa (fuente: DeCS, BIREME)

Abstract

Objective:

To assess surgical site infections in orthopedic surgeries at a public reference hospital.

Materials and method:

Descriptive, quantitative and retrospective study, with data from 2,870 patients who underwent orthopedic surgery, where 60 patient records showed the development of surgical site infection. Data collection took place from January 2015 to December 2019 in a reference hospital in the city of Santarém, Pará, Brazil. Data were analyzed using descriptive and inferential statistics.

Results:

The male gender prevailed among the individuals in the sample (65.7%) and in the patients with surgical site infections (70%). The mean age of the sample was 44.6 ± 19.1 years and for patients with surgical site infections 46.2 ± 19.7 years. A 2.1% frequency of surgical site infection was identified. The risk factors associated with surgical site infection were: surgery duration, the use of an implant, the number of fractures, and the use of hip prostheses or others. The microbiological profile was composed by Staphylococcus aureus (35.1%), Klebsiella pneumoniae (13.5%), and Pseudomonas aeruginosa (13.5%).

Conclusions:

In orthopedic surgeries, the health team must be aware of surgical site infections in male, elderly and single patients, with elementary education, as well as in surgeries with a long duration, in the presence of an implant, a high number of fractures, and with the use of prostheses.

Descriptors: Surgical Wound Infection; Orthopedic Procedures; Risk Factors; Perioperative Care (source: Decs, BIREME)

Introdução

As infecções de sítio cirúrgico (ISC) podem ocorrer em locais onde foi realizada alguma cirurgia e podem ser classificadas em superficiais, profundas ou de órgãos/cavidades, cujo diagnóstico pode ser feito em até 30 dias após o procedimento ou até um ano, se envolver implantes 1. Além disso, as ISC estão associadas a altas taxas de morbimortalidade e sobrecarga financeira para o sistema de saúde, pois ocupam o terceiro lugar entre as infecções relacionadas à assistência à saúde e afetam cerca de 15% dos pacientes submetidos a algum procedimento cirúrgico no Brasil 2,3.

Contudo, esse evento adverso à saúde é mais frequente em determinadas áreas cirúrgicas, a exemplo da ortopedia e traumatologia, em que se desponta como a primeira ou segunda área cirúrgica mais envolvida nos casos de ISC 3,4. Além disso, a ISC na área de ortopedia e traumatologia se destaca por sua gravidade, dada a vasta utilização de implantes em seus procedimentos, o que torna difícil o tratamento, aumenta o tempo de internação, das taxas de reinternação, do custo para o indivíduo e para o sistema de saúde 4,5. Ademais, é relevante destacar que o fenômeno mundial e crescente do envelhecimento populacional tende a aumentar os agravos à saúde, o que pode levar à necessidade de tratamentos cirúrgicos, inclusive os relacionados à ortopedia e, logo, traz a problemática da ISC 6.

Há vários fatores de risco apontados como facilitadores para a ocorrência de uma ISC, de cunho intrínseco e extrínseco ao indivíduo, tais como sexo masculino, idade avançada, tabagismo, presença de comorbidades, hiperglicemia perioperatória, escore da American Society of Anesthesiologists (ASA) ≥ II, potencial de contaminação da ferida operatória (PCFO), internação ≥ 24 horas, tempo e escolha da profilaxia cirúrgica, duração da cirurgia e técnica operatória 1,2,7. Além dos fatores de risco gerais elencados, um elemento que aumenta o risco da ocorrência de ISC na ortopedia, próprio da especialidade, é o uso recorrente de implantes. Outros fatores incluem a existência de múltiplas fraturas, a topografia da cirurgia, a utilização de drenos, a transfusão sanguínea, os pacientes carreadores nasais da bactéria Staphylococcus aureus, a tricotomia no modo "barbear" e o índice de massa corporal (IMC) ≥ 25 kg/m2 (8-10.

Baseado nisso, a enfermagem como prestadora da assistência direta ao paciente, embasada em evidências, pode identificar a predisposição do indivíduo para esse evento adverso e adotar estratégias, como as medidas-padrão de precaução (lavagem das mãos e utilização de equipamentos de proteção individual para evitar a proliferação de microrganismos); manejo adequado de curativos e drenos; controle de comorbidades preexistentes no paciente; participação na equipe de controle de infecção hospitalar para a instituição de normas e rotinas (como os bundles ou pacotes de cuidados) e desenvolvimento de métodos educacionais com a equipe 11,12.

Além disso, conhecer os diagnósticos de enfermagem na área ortopédica é fundamental para que os cuidados de enfermagem sejam implementados, inclusive no pós-operatório das cirurgias ortopédicas. A educação em saúde do paciente e de seus familiares pode ser uma estratégia para utilizar do saber adquirido, a fim de promover cuidados no local da incisão cirúrgica e de prevenir complicações, como a ISC. Ressalta-se que a enfermagem pode utilizar a tecnologia a seu favor para a educação de seus pacientes cirúrgicos, com o uso de mensagens, vídeos, imagens e animações inseridos em aplicativos para os smartphones ou tablets 13,14.

Logo, considera-se que até 56% dos eventos adversos na ortopedia podem ser evitados 15, o enfermeiro e sua equipe têm função significativa na garantia da segurança do paciente através da assistência preventiva embasada em recomendações com evidências científicas 16,17.

Desse modo, salienta-se que a ISC em ortopedia não é uma complicação rara, sendo um evento debilitante para o paciente e que deve ser investigada em hospitais de referência. Nesse sentido, não se localizaram estudos no estado do Pará, Brasil, que abordassem ISC em cirurgias ortopédicas. Assim, o objetivo do estudo foi avaliar as ISC em cirurgias ortopédicas de um hospital público de referência.

Materiais e métodos

Trata-se de um estudo descritivo, retrospectivo com abordagem quantitativa 18 e com amostragem não probabilística. O estudo foi realizado no Hospital Regional do Baixo Amazonas do Pará - Dr. Waldemar Penna, um hospital público de média e alta complexidade, referência no atendimento em ortopedia e traumatologia, localizado no município de Santarém, Pará, Brasil.

Dado o número restrito de variáveis disponíveis na planilha de notificações do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) do hospital, as informações do estudo foram provenientes de três fontes: a) planilha do centro cirúrgico do hospital, representada pelo quantitativo de cirurgias ortopédicas realizadas de janeiro de 2015 a dezembro de 2019 (n = 2.870), a fim de verificar a frequência do evento e identificar os pacientes; b) depois se verificaram as informações dos pacientes que evoluíram com ISC após a realização de uma cirurgia ortopédica no serviço, de acordo com as notificações do SCIH do hospital, de janeiro de 2015 a dezembro de 2019 (n = 60); c) por fim, e para obter de forma mais detalhada informações clínicas e sociodemográficas, analisaram-se os prontuários dos pacientes que apresentaram a ISC (n = 60).

Os critérios de inclusão adotados foram informações do SCIH e dos prontuários de pacientes que tenham evoluído com ISC no período citado, de ambos os sexos e maiores de idade. Já o critério de exclusão observado foi o prontuário do paciente que tivesse dados incompletos e/ou ilegíveis, contudo não houve nenhum prontuário para ser excluído.

A coleta de dados ocorreu de agosto a outubro de 2020, em que se buscaram, no SCIH, informações (sexo, idade, diagnóstico, tipo de procedimento cirúrgico, o escore da ASA, antibioticoprofilaxia [ATB] e microbiologia) dos pacientes que evoluíram com ISC. Já nos prontuários a coleta envolveu informações sociodemográficas (estado civil, cor de pele, município e zona de residência, escolaridade, atividade laboral), clínicas (diagnóstico, IMC, presença de comorbidades, tabagismo e/ou etilismo e duração da internação) e da cirurgia (data, tipo de cirurgia e de anestesia, duração, PCFO, utilização de implante, banho pré-operatório, tricotomia, ATB e momento de aplicação).

Os dados foram organizados e analisados mediante estatística descritiva. Foi utilizado o teste MannWhitney, devido ao perfil não paramétrico dos dados (Teste D'Agostino-Pearson) para comparar as idades e o tempo de cirurgia entre os pacientes que apresentaram e não apresentaram ISC. Além disso, foi utilizado o teste Qui-quadrado para fazer a associação e o Odds Ratio (OR) para verificar a chance de ocorrência do evento entre a variável dependente (presença ou ausência de ISC) e as variáveis independentes consideradas como fatores de risco para a ISC: sexo (masculino e feminino); idade (menor e maior que 45 anos, de acordo com a média amostral); duração da cirurgia (menor ou maior que 120 minutos); implante (sim ou não); anestesia-geral (sim ou não); PCFO (limpa, potencialmente contaminada e contaminada); cirurgias com prótese de quadril, joelho ou ombro (sim ou não); número de fraturas (menor ou maior que duas) e fêmur como sítio cirúrgico (sim ou não). Tanto para a estatística descritiva como inferencial, foi utilizado o programa BioEstat 5.3, adotando-se p < 0,05.

O estudo contou com a assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido pelo participante, que foi localizado via contato telefônico. Já para os participantes que não foram localizados, o hospital recebeu dos pesquisadores o termo de compromisso de utilização de dados e o termo de fiel depositário para terem acesso aos documentos/dados necessários para o estudo. Ressalta-se que o estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa com Seres Humanos do Centro de Saúde Escola do Marco Teodorico da Universidade do Estado do Pará, sob o Certificado de Apresentação de Apreciação Ética 28815720.1.0000.8767.

Resultados

Durante o período analisado, 2.870 pacientes foram submetidos aos procedimentos cirúrgicos ortopédicos, dos quais 65,7% (n = 1.885) foram realizados em pacientes do sexo masculino. A média de idade foi de 44,6 ± 19,1 anos (mínima = 18 anos; máxima = 98 anos; mediana = 41 anos; intervalo interquartil - IIQ = 29-57). Já o tempo médio de duração das cirurgias foi de 80,1 ± 47,5 minutos (mínimo = 5 minutos; máximo = 620 minutos; mediana = 70 minutos; IIQ = 45-110 minutos).

Quanto ao tipo de anestesia, a raquianestesia foi utilizada em 74,6% (n = 2.142) dos casos, seguido pelo bloqueio do plexo braquial com 13% (n = 375), a geral ocorreu em 3,8% (n = 109), a peridural e a local representaram 0,35% (n = 10) cada e, em 7,8% (n = 224) dos casos, foram associados dois tipos de anestesia. Os procedimentos foram considerados limpos em 92,9% (n = 2.666) das cirurgias ortopédicas e foram colocados implantes em 70,1% (n = 2.012) dos casos.

Dos pacientes que foram submetidos a alguma cirurgia ortopédica (n = 2.870), 60 desenvolveram ISC, portanto a frequência global de infecção foi de 2,1%. Ademais, a frequência em cirurgias limpas foi de 2,2%.

As frequências anuais foram de 1,7% em 2015 (n = 602); 1,3% em 2016 (n = 617); 3% em 2017 (n = 599); 1,6% em 2018 (n = 498) e 2,9% em 2019 (n = 554). Os anos de 2017 e 2019 apresentaram as maiores taxas e foram os anos com os maiores quantitativos de cirurgias em potencial para a contaminação (24,8%; n = 50) ou contaminadas (23,3%; n = 47).

Ressalta-se que a mediana da idade dos pacientes que apresentaram ISC foi semelhante (mínimo = 18 anos; máximo = 96 anos; média = 46,2 ± 19,7 anos; mediana = 42,5 anos; IIQ = 31,5-60,5 anos) a dos que não desenvolveram ISC (mínimo = 18 anos; máximo = 98 anos; média = 44,5 ± 19,1 anos; mediana = 41 anos; IIQ = 29-57 anos; p = 0,5102).

Por sua vez, a mediana do tempo de cirurgia dos pacientes que tiveram ISC foi superior (mínimo = 35 minutos; máximo = 210 minutos; média = 104,2 ± 45,8 minutos; mediana = 100 minutos; IIQ = 60131,3 minutos) à dos pacientes que não a desenvolveram (mínimo = 5 minutos; máximo = 620 minutos; média = 79,8 ± 47,3 minutos; mediana = 70 minutos; IIQ = 45-108,8 minutos) (p < 0,0001).

Na Tabela 1, estão expostas as informações sociodemográficas e clínicas apresentadas pelos prontuários dos pacientes que desenvolveram ISC. Além disso, destaca-se que a média do tempo de internação pré-operatória foi de 4,6 ± 7,1 dias (mínimo = 1 dia; máximo = 40 dias; mediana = 2,5 dias; IIQ = 1-5 dias), bem como a média de internação total foi de 8,8 ± 10,1 dias (mínimo = 3 dias; máximo = 45 dias; mediana = 4,5 dias; IIQ = 3-9 dias).

Tabela 1 Características sociodemográficas e clínicas dos pacientes com infecção de sítio cirúrgico notificados pelo hospital. Santarém, Pará, Brasil, 2015-2019 

Nota: IMC: índice de massa corporal; *queda ao mesmo nível (n = 10) e a diferente nível (n = 6); **ferimento por arma de fogo (n = 2), ferimento por arma branca (n = 2); ***artrose crônica (n = 5), neoplasia (n = 2), entorse (n = 2), deformidade congênita (n = 1).

Fonte: dados da pesquisa.

Outra variável analisada foi o uso do garrote e do dreno, em que, no primeiro caso, seu uso ocorreu em 45% (n = 27) e, no segundo, em 15% (n = 9) dos pacientes.

Os pacientes com ISC foram submetidos a diferentes procedimentos cirúrgicos, em que o mais frequente foi a osteossíntese com 61,6% (n = 37), em que a de fêmur foi a mais comum (48,6%; n = 18), seguida pela tíbia (27%; n = 10). O outro procedimento realizado foi a artroplastia com 15% (n = 9), da qual a artroplastia de quadril foi a mais frequente (55,6%; n = 5). As outras cirurgias foram a reconstrução ligamentar do joelho (6,7%; n = 4), a tenoplastia e a artrodese de médias articulações (5,0%; n = 3, cada), a fixação de luxação acromioclavicular (3,3%; n = 2) e a amputação e ressecção de tumor (1,7%; n = 1, cada).

Os implantes foram utilizados em 93,3% (n = 56) dos procedimentos, em que o mais frequente foi o uso de placa + parafusos com 48,2% (n = 27), seguido por fios de Kirschner (19,6%; n = 11), próteses (16,1%; n = 9), haste intramedular (7,1%; n = 4), parafusos (7,1%; n = 4) e fixador externo (1,8%; n = 1).

A transfusão sanguínea durante o ato operatório representou 28,3% (n = 17), o banho pré-operatório foi realizado por todos e a tricotomia em 35% (n = 21). Cabe salientar que a tricotomia na instituição é realizada com o instrumental específico, o tricotomizador elétrico.

A ATB foi realizada em todos os pacientes com o uso da cefazolina, na dose de duas gramas, antibiótico da classe das cefalosporinas de primeira geração. Já o tempo de administração, em 76,7% (n = 46) dos casos foi de até uma hora antes da incisão cirúrgica, em 20% (n = 12) de 1-2 horas antes da incisão cirúrgica, em 1,7% (n = 1) foi em um período maior que duas horas antes da incisão e em 1,7% (n = 1) foi no momento da incisão; ademais, não houve reaplicação do antibiótico em nenhum dos pacientes.

Na Tabela 2, é possível observar a associação da presença da ISC com seus possíveis fatores de risco. Ressalta-se que a ISC tem 1,98 vezes mais chance de estar presente em cirurgias com duração > 2 horas (p = 0,0256), bem como 6,02 vezes mais chance de acontecer em cirurgias com uso de implante (p = 0,0002). Além disso, o número de fraturas (≥ 2) aumenta em 3,26 vezes a chance de ISC (p = 0,0009) e o uso de prótese eleva chance para ISC em 2,24 vezes (p = 0,0455).

Tabela 2 Associação da infecção de sítio cirúrgico com as variáveis sociodemográficas e clínicas. Santarém, Pará, Brasil, 2015-2019 

Nota: PCFO: potencial de contaminação da ferida operatória; PC: potencialmente contaminada; c: contaminada; * prótese de joelho e ombro.

Fonte: dados da pesquisa.

Dos 60 pacientes notificados com ISC pelo SCIH, foram realizadas culturas em 50 pacientes, dos quais 14 (28%) tiveram resultado negativo. Já 36 (72%) pacientes apresentaram algum tipo de microrganismo (Tabela 3) e, em um paciente, foi encontrado dois tipos de patógenos.

Tabela 3 Distribuição dos microrganismos isolados dos pacientes com infecção de sítio cirúrgico notificados pelo hospital. Santarém, Pará, Brasil, 2015-2019 

Fonte: dados da pesquisa.

Discussão

A frequência global de ISC traumato-ortopédica de 2,1% encontrada no estudo foi superior à de estudos realizados em hospitais/centros de países desenvolvidos, como os Estados Unidos da América (0,7% [19]), Canadá (1,22% [20]) e na Finlândia (0,34%-6,83% [21]). Contudo, a frequência do estudo mostrou-se menor que dados reportados em outros países, a exemplo da Índia (6,5% [9]), do Senegal (9% [22]) e da Etiópia (21,1% [23]). No Brasil, dois estudos que avaliaram a ISE em cirurgias ortopédicas apresentaram taxas superiores (4,8% e 6%) à frequência identificada no estudo e em comparação à maior parte das pesquisas internacionais citadas 24,25. Essa variação entre a taxa de frequência do estudo e as dos demais pode estar relacionada ao perfil de atendimento das instituições e dos pacientes, bem como aos critérios diagnósticos adotados e à ocorrência de subnotificação das ISE 7,26.

Quanto ao perfil dos pacientes, no grupo sem e com ISC, o sexo masculino e a idade economicamente ativa foram predominantes. Em estudos epidemiológicos do trauma ortopédico, pessoas do sexo masculino e em uma idade jovem são as mais envolvidas, devido à maior exposição desse grupo a situações de risco (impericia e/ou negligência no trânsito, consumo de álcool e outras drogas, uso frequente de motocicletas, faixa etária mais jovem é mais impulsiva, entre outros [(27,28]).

Alguns estudos apontam que o sexo masculino e a idade avançada são fatores de risco para a ISC ortopédica 8,29,30; contudo, não houve associação significativa no presente estudo. Quanto ao tempo de internação, o pré-operatório superior a um dia aumenta o risco de ISC 1,8, bem como os extremos do IMC são outro agravante, em que valores altos contribuem e exigem ajustes da dose da ATB 2,20,29, e a desnutrição atrasa a cicatrização da ferida operatória e requer dietas proteicas para a prevenção 31. Ressalta-se que, no presente estudo, apenas 41,7% dos pacientes com ISC estavam com IMC classificado como normal.

Na pesquisa, 36,7% dos pacientes com ISC apresentaram alguma comorbidade, o que colabora para a infecção, sobretudo o diabetes mellitus29,32. Ressalta-se que esta doença e a hiperglicemia perioperatória contribuem para a isc 31,33,34.

Outras informações observadas, e somente disponíveis no grupo com ISC, foram os hábitos (tabagismo e etilismo), a transfusão sanguínea perioperatória, o banho pré-operatório, a realização de tricotomia e a ATB. O hábito de fumar e ingerir álcool são considerados variáveis de risco para a ISC 8,29,35, sobretudo o tabagismo, pois prejudica a cicatrização da ferida operatória, devido à vasoconstrição mediada pela nicotina 35.

Alguns estudos identificaram a transfusão sanguínea perioperatória como facilitadora da ISC, inclusive sugerindo o uso do ácido tranexâmico para minimizar a perda sanguínea 8,9,35,36. Contudo, em dois estudos, essa variável não se mostrou significativa 29,37.

Quanto ao banho pré-operatório, esta é uma medida fortemente recomendada pela Organização Mundial da Saúde na prevenção da ISC 4 e a tricotomia só deve ser realizada se estritamente necessária, sem o uso de lâminas e pouco antes da cirurgia 1,2. No estudo, em 23,4% dos pacientes com ISC, a ATB foi administrada em um tempo inadequado, o que afeta a eficácia dessa medida de prevenção 4,24,38.

Neste estudo, observou-se que os fatores de risco para ISC foram o quantitativo de fraturas, a duração da cirurgia, o uso de implantes ortopédicos e o uso de próteses ortopédicas. Um quantitativo de fraturas maior do que duas aumentou em 3,26 vezes o risco de ISC. Um estudo realizado em um hospital no sul da Índia também encontrou essa associação (p < 0,01 [9]).

Outra variável com associação significativa e considerada fator de risco para a ISC, independentemente da especialidade, é o tempo cirúrgico 1,3,7. Um estudo que envolveu mais de 600 hospitais do Programa Nacional de Melhoria da Qualidade Cirúrgica do Colégio Americano de Cirurgiões concluiu que a cada 15 minutos no tempo cirúrgico de cirurgias abertas com fixação interna do tornozelo, o risco aumentou em 11%. Assim, recomendam que a equipe deva reduzir o tempo sem prejuízo da segurança e técnica operatória 36.

O emprego de implantes na cirurgia também foi associado à ISC. Os implantes estão associados a altas taxas de ISC e dificultam a vigilância desse evento adverso sem a vigilância pós-alta 1,12. Uma infecção que envolve implantes exige abordagem cirúrgica e ATB com altas doses devido ao biofilme no material 31.

O uso de próteses ortopédicas também apresentou associação significante no presente estudo. Cerca de 25% das revisões de artroplastias ocorrem devido a uma ISC, e esse evento é relativamente comum em pacientes que realizam esse procedimento, devido a outros fatores de risco que favorecem a infecção da ferida operatória já presentes nesses pacientes 35,37. Além disso, alguns estudos pontuaram que o tempo cirúrgico prolongado das artroplastias e a anemia pré ou pós-operatória nos pacientes facilitam a ISC nos procedimentos com o uso de prótese 8,39,40.

O perfil microbiológico encontrado demostrou que as bactérias Staphylococcus aureus (35,1%), Klebsiella pneumoniae (13,5%) e Pseudomonas aeruginosa (13,5%) foram as mais envolvidas nos casos. A prevalência do s. aureus também foi notada em outros estudos de pacientes submetidos às cirurgias ortopédicas 15,19,21, bem como a p. aeruginosa37.

Dessa forma, com o domínio dos fatores de risco para a ISC, a enfermagem pode realizar atividades preventivas 16,17. Entre essas atividades preventivas, destaca-se o auxílio na identificação de infecções preexistentes; orientar e/ou realizar o banho pré-operatório; administrar a ATB, conforme protocolos; controlar fatores ambientais em sala cirúrgica; aplicar protocolos para a prevenção da ISC e participar da equipe na vigilância das infecções 41.

As principais limitações do estudo foram as inerentes à utilização de informações contidas em bancos de dados, o que pode diminuir a precisão dos resultados pela possibilidade de perda de informação, de seguimento ou registro incorreto. Outro ponto é que a pesquisa foi realizada com o número restrito de variáveis no grupo que não desenvolveu a ISC, pois os dados dessa amostra foram obtidos de variáveis preexistentes do banco de dados do hospital, o que impossibilitou a análise comparativa de outros elementos considerados fatores de risco para a ISC.

Conclusões

De acordo com as atribuições do profissional de enfermagem e com os achados do presente estudo, destaca-se que, nas cirurgias ortopédicas, a enfermagem deve ficar atenta com as ISC em pacientes do sexo masculino, idosos, solteiros, com o ensino fundamental, bem como em cirurgias com longo tempo de duração, na presença de implante, com elevado número de fraturas e com o uso de próteses.

Agradecimentos

Ao Hospital Regional do Baixo Amazonas do Pará - Dr. Waldemar Penna o apoio ao ensino e à pesquisa.

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Como citar: Coutinho BS; Ribeiro AD; Oliveira SMB; Miranda MKV; Gouvêa-e-Silva LF. Infecções de sítio cirúrgico em cirurgias ortopédicas de um hospital do estado do Pará, Brasil. Av Enferm. 2022;40(3):395-407. https://doi.org/10.15446/av.enferm.v40n3.93397

Apoio financeiro Estudo realizado graças ao Ministério da Saúde do Brasil, por meio da bolsa dada à Brenda dos Santos Coutinho, discente do Programa de Residência Multiprofissional na Atenção Integral em Ortopedia e Traumatologia.

Recebido: 05 de Fevereiro de 2021; Revisado: 01 de Julho de 2022; Aceito: 22 de Julho de 2022

Conflito de interesses

Os autores declaram não ter conflito de interesses.

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