SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.26 número1Adaptação do Inventário de Luto Complicado na População ColombianaProcrastinação em Estudantes Universitários: Sua Relação com a Idade e o Curso de Graduação índice de autoresíndice de assuntospesquisa de artigos
Home Pagelista alfabética de periódicos  

Serviços Personalizados

Journal

Artigo

Indicadores

Links relacionados

  • Em processo de indexaçãoCitado por Google
  • Não possue artigos similaresSimilares em SciELO
  • Em processo de indexaçãoSimilares em Google

Compartilhar


Revista Colombiana de Psicología

versão impressa ISSN 0121-5469

Rev. colomb. psicol. vol.26 no.1 Bogotá jan./jun. 2017

https://doi.org/10.15446/rcp.v26n1.53241 

Artigos

Rel@cionamentos.com: Diferenciando os Relacionamentos Amorosos Mediados e não Mediados pela Internet

Rel@tions.com: Differentiating Internet Mediated and Non-Mediated Love Relationships

Rel@ciones.com: Diferenciando las Relaciones Amorosas Mediadas y no Mediadas por Internet

KARLA RAFAELA HAACK1 

DENISE FALCKE-FALCKE1 

1Universidade do Vale do Rio dos Sinos - Unisinos, São Leopoldo, Brasil


Resumo

O objetivo deste estudo quantitativo foi descrever o perfil discriminante entre relacionamentos amorosos mediados pela internet e relacionamentos amorosos não mediados por esta de 86 participantes. As variáveis que discriminaram os grupos foram decisão/compromisso, paixão, intimidade, satisfação, tempo geral de uso diário de internet, tempo diário de uso de internet direcionado para manter contato social e problemas conjugais. A internet tem sido utilizada para contatos amorosos, porém os resultados deste estudo indicam que ela serve essencialmente como meio para aproximar pessoas que talvez nunca se encontrassem sem esse recurso; contudo, sugere-se que a continuidade do relacionamento depende do encontro presencial.

Palavras-chave: amor; casal; internet; relacionamentos; relacionamentos amorosos mediados pela internet.

Abstract

The aim of this study quantitative is to describe the discriminant profile between loving relationships mediated and unmediated by the Internet 86 participants. The variables that distinguished the groups were decision/commitment, passion, intimacy, satisfaction, overall time of daily Internet use, daily Internet time directed to maintain social contact and relationship problems. The Internet has been used for the development of relationships, however, the results suggest that it serves primarily as a way of bringing people who may never meet without the help of this technological tool together. Although the continuity of the relationship with higher levels of satisfaction depends on the personal meeting.

Keywords: loving relationships mediated by the internet; love; internet; relationships; couple.

Resumen

El objetivo de este estudio cuantitativo fue describir el perfil discriminante entre relaciones amorosas mediadas por internet y relaciones amorosas no mediadas por esta de 86 participantes. Las variables que discriminaron los grupos fueron decisión/compromiso, pasión, intimidad, satisfacción, tiempo general de uso diario de internet, tiempo diario de uso de internet para mantener contacto social y problemas conyugales. El internet se ha utilizado para contactos amorosos, pero los resultados del estudio señalan que ella sirve esencialmente como medio para acercar personas que tal vez nunca se hubieran encontrado sin este recurso; sin embargo, se sugiere que la continuidad de la relación depende del encuentro presencial.

Palabras clave :  amor; internet; pareja; relaciones; relaciones mediadas por internet.

Introdução

O ser humano interage socialmente com o intuito de estabelecer relações. Nesse sentido, sente necessidade de estar com o outro, pois parece possuir um desejo de união (Machado, 2007). Se, antigamente, para se relacionar e criar vínculos amorosos, era necessário se conhecer pessoalmente, hoje, esses encontros e vínculos ocorrem também por meio da internet. Os sites de relacionamentos e as redes sociais propiciam que indivíduos localizados em diferentes contextos sociais e culturais se encontrem (Freire et al., 2010; Gomes & Silva Junior, 2014; Hintz, Trindade, Halpern, Toschi, & Bronzatti, 2014).

Vivenciamos atualmente o que Bauman (2003) descreve como modernidade líquida, na qual os fracassos dos relacionamentos são vivenciados pela fragilidade de suas estruturas e laços sociais, sendo fluídos, instáveis, efêmeros e pouco duradouros. Assim, a modernidade descrita como sólida tenderia a estar desaparecendo e, assim, a quantidade passaria a ser prioridade em detrimento da qualidade. Segundo o autor, os relacionamentos tornam-se um produto a ser consumido, isto é, descartáveis.

A curta duração dos relacionamentos atuais faz com que as pessoas se sintam sozinhas, o que torna a internet uma ferramenta atrativa para comunicação (Prado, 2004). Silva Neto, Mosmann e Lomando (2009) mencionam que a rapidez com que os vínculos amorosos são construídos pode estar sendo proporcional ao tempo que levam para se desfazerem.

Dessa forma, as principais características da modernidade líquida seriam o desapego, a provisoriedade e o acelerado processo de individuação, que faz com que a liberdade caminhe lado a lado com a insegurança (Bauman, 2001). Prado (2004) descreve como ameaça aos relacionamentos a insegurança devido à violência, que existe nas ruas, nas praças, onde antes era possível habitar. Na atualidade, a violência social favorece o isolamento das pessoas e serve como estimulador para o uso da internet como forma de interagir com os demais.

A internet, cada vez mais, está derrubando estigmas negativos, pois as pessoas que buscam encontrar um(a) parceiro(a) não são mais aquelas tachadas por tímidas, com poucas habilidades sociais ou “desesperadas” por encontrar alguém. Ela tem sido vista como um meio para encontros como qualquer outro, um recurso para diversas finalidades. Assim, observa-se que os mitos e os preconceitos com relação a esse meio de comunicação têm diminuído significativamente (Silva Neto, Mosmann, & Lomando, 2009).

De acordo com o Comitê Gestor da Internet no Brasil (2016), o percentual de brasileiros de dez anos ou mais com acesso à internet no ano de 2014 correspondeu a 94.2 milhões de indivíduos. A pesquisa sobre o uso das tecnologias da informação e comunicação nos domicílios brasileiros descreveu como principal atividade realizada pelos usuários nos três meses anteriores à pesquisa o envio de mensagens instantâneas -chat do Facebook, chat do Skype ou WhatsApp- e aponta que a participação em redes sociais figura entre as ações mais citadas para o uso da internet, com 76%.

Atualmente, a internet não é somente um espaço no qual os jovens navegam, mas sim em que pessoas de diferentes perfis sociais, econômicos e culturais, de diferentes estilos e personalidades possuem oportunidade de interagir, inclusive buscando e desenvolvendo vínculos amorosos (Canezin & Almeida, 2015; Freire et al., 2010). McKenna, Greebe e Gleanson (2002) realizaram um estudo com 568 americanos, usuários de grupos on-lineon-line, de 13 a 70 anos, que apontou que 71% dos participantes desenvolveram relacionamentos amorosos pela internet, sendo que 63% haviam conversado também por telefone, 56% trocaram fotos entre si, 54% escreveram uma carta e enviaram pelo correio e 54% acabaram encontrando-se presencialmente.

Na transição para o relacionamento presencial, a comunicação profunda existente durante a relação on-line permaneceu inalterada, conforme material de entrevistas, e-mails e questionários de oito casais que se conheceram pela internet e que, no momento da pesquisa realizada por Baker (2002), estavam em uma relação presencial. O estudo concluiu que os casais estavam felizes com suas relações estáveis e que, para isso, foi necessário que ambos fornecessem, antes do encontro presencial, informações, pensamentos e sentimentos verdadeiros. O autor sugere, ainda, que mais estudos sejam realizados que comparem os relacionamentos on-line com os presenciais, no que diz respeito aos fatores que se destacam em cada tipo.

No Brasil, é possível encontrar diversos estudos teóricos que discutem aspectos característicos dos relacionamentos mediados pela internet (Canezin & Almeida, 2015; Freire et al., 2010; Gomes & Silva Junior, 2014; Machado, Doki, Soares, & Faria, 2009; Nicolaci-da-Costa, 1998, 2005). Nicolaci-da-Costa (1998), por exemplo, pesquisou o impacto da internet sobre a intimidade, por meio de pesquisas documentais, entrevistas e observações, e obteve como resultado que, embora essas relações sejam a distância, na maioria dos casos, são fortes e duradouras.

Também é possível encontrar estudos empíricos, como o realizado por Civiletti e Pereira (2002), com o objetivo de analisar as relações afetivas e sexuais mediadas pelo computador nas salas de bate-papo (chats). Participaram da pesquisa 140 pessoas, maiores de 18 anos, em sua maioria residentes dos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo. O estudo apontou que 37.1% dos participantes procuraram relacionamentos afetivo-sexuais na rede. Além disso, identificou-se nos internautas o desejo de passagem dos relacionamentos mediados pelo computador para presencial quando perceberam suas interações como congruentes.

Considerando a evolução do vínculo de casais cujas histórias originaram-se de relacionamentos mediados pela internet, foi realizado um estudo por Donnamaria e Terzis (2009), do qual participaram três casais heterossexuais, com idades entre 20 e 33 anos. A partir de entrevistas, as autoras concluíram que o vínculo é construído por fases que passam por uma identificação de valores e desejos comuns, pela confirmação dos dados de realidade e pelas impressões geradas com o primeiro encontro presencial. Foi constatado ainda que a relação depende da maturidade das pessoas envolvidas e que nem sempre existe uma motivação para procura de um relacionamento na internet, mas que, muitas vezes, acontece.

As pessoas acreditam na possibilidade de relacionamentos mediados pela internet em uma fase inicial. No entanto, costumam relatar a necessidade do contato presencial para sua continuidade. A pesquisa realizada por Dela Coleta, Dela Coleta e Guimarães (2008), com o objetivo de contribuir para o entendimento dos relacionamentos desenvolvidos pela internet, verificou, por meio de um questionário, que essa era a opinião preponderante entre 50 usuários brasileiros de internet. Foi observado também que não houve uma mudança de comportamento na busca pelo(a) parceiro(a), pois, mesmo utilizando o computador, o contato presencial era tido como primordial.

Com o objetivo de conhecer a opinião dos usuários da rede sobre os relacionamentos amorosos mediados pela internet, Haack e Boeckel (2009) realizaram uma pesquisa com 42 participantes de diversos estados do Brasil que responderam a um questionário on-line. Os resultados apontaram que 64% dos participantes tinham ou já tiveram um Relacionamento Amoroso Mediado pela Internet (Rami), e, desses usuários, 66% tiveram relacionamentos apenas uma vez; 24%, duas vezes, e 10%, cinco vezes ou mais. O mesmo estudo indicou que 64% dos usuários acreditavam que existe diferença entre o relacionamento mediado e o não mediado pela internet e, quando questionados se a internet poderia ser considerada um meio para se relacionar amorosamente, 43% afirmaram que sim, 40% indicaram que talvez, 14% que não e 2% não souberam responder. A mesma pesquisa revelou, ainda, que 50% dos participantes da pesquisa acreditavam que o namoro pela internet pode dar certo; 48% acreditavam que talvez possa dar certo, contra apenas 2% dos sujeitos que não acreditavam nessa possibilidade. A maioria (60%) dos participantes revelou já ter sentido interesse ou atração por alguém que conhecia apenas pela internet. O estudo concluiu que esta tem sido um meio para encontrar um parceiro amoroso e que surgiram muito mais pontos favoráveis do que desfavoráveis ao seu uso, o que colabora com a premissa de que ela tem participado do dia a dia das pessoas, modificando e influenciando suas relações.

Finkel, Eastwick, Karney, Reis e Sprecher (2012) referem que as relações formadas pela internet diferem da forma convencional, pois minimizam o sofrimento e os custos associados a ela, principalmente com relação a angústia e dissolução. Permitem estabelecimento de comunicação que possibilita uma sensação inicial de compatibilidade com potenciais parceiros, o que facilita o banimento de pessoas não compatíveis ao que se espera. Entretanto, não permitem que se consigam captar aspectos de interação social que são essenciais para avaliar compatibilidade. O autor descreve, ainda, que os relacionamentos amorosos estabelecidos pela internet dificilmente ocorreriam por outras vias, o que indica que a tecnologia permite novas possibilidades ao acesso de relacionamentos.

Comparando relações interpessoais presenciais e mediadas pela internet, Parks e Floyd (1996) enfatizam as desvantagens sociais da comunicação mediada pelo computador ao justificarem que relações pessoais positivas ocorrem com pouca frequência em ambientes on-line. Daft e Lengel (1984) referem maior riqueza de sinais interpessoais na interação presencial. Rice (1993) e Weinberg (1996) observam que a comunicação presencial caracteriza-se por uma maior consciência do outro por meio de uma variedade de canais de comunicação, que incluem sinais não verbais, enquanto, pela internet, esses sinais não existem. Para Savicki, Kelley e Oesterreich (1999), o anonimato da comunicação é tão grande que muitos usuários têm dificuldade em determinar, por exemplo, o sexo da pessoa com quem está se comunicando.

Merkle e Richardson (2000) sugerem considerar as maneiras pelas quais a tecnologia influencia os “relacionamentos mediados pelo computador” (p. 187), em uma das primeiras tentativas para cunhar essa expressão. Prado (2004) utiliza a expressão relacionamentos amorosos via Internet (p. 36) para descrever oportunidades de contatos que possam ser estabelecidos para propiciar alguma forma de relacionamento amoroso ou sexual. Além dessas, comumente se utilizam as expressões relacionamentos virtuais ou relacionamentos on-line (Baker, 2002; Nicolaci-da-Costa, 1998), para se referir aos vínculos constituídos pela internet. Dessa forma, pode-se perceber que diversos autores têm pesquisado a expressão, porém cada um acaba por utilizar uma nomenclatura diferente. Assim, no presente trabalho, utilizaremos a expressão Relacionamentos Amorosos Mediados pela Internet (Rami), que se apresenta como aqueles relacionamentos amorosos que ocorrem pela internet e que são desenvolvidos somente por ela, ou seja, sem a presença física do parceiro (Haack & Boeckel, 2009). Já as expressões relacionamentos amorosos não mediados pela internet ou Relacionamentos Amorosos Presenciais (RAP) serão definidas para se referir aos relacionamentos que ocorrem presencialmente.

A internet é um poderoso meio que impacta as relações humanas e a sexualidade. O sexo é apontado como sendo um dos temas mais procurados na internet (Hertlein & Piercy, 2008); nesse sentido, o meio torna-se um espaço fértil, no qual relações íntimas são semeadas e cultivadas. Ou seja, em uma cultura na qual se ressalta a atratividade física, a grande rede de computadores proporciona um modo diferente de desenvolver a atração.

A internet não pode ser apontada como a causa do mal-estar gerado pela fragilidade dos vínculos afetivos. A potencialização de sentimentos, aflições e angústias experimentados por aqueles que vivenciam relações por meio de suas possibilidades é digna de atenção (Freire et al., 2010). Nesse contexto, questiona-se se as relações restritas à internet podem ser consideradas diferentes das relações que ocorrem em um contexto presencial. Partindo desses pressupostos, o objetivo deste estudo foi descrever o perfil discriminante entre usuários de internet em relacionamentos amorosos mediados e não mediados por esta.

Método

Participantes

Participaram desta pesquisa, de caráter quantitativo de delineamento comparativo, 86 usuários de sites de relacionamentos da internet, maiores de 18 anos, que estavam em um relacionamento amoroso heterossexual, metade dos pesquisados em uma relação mediada pela internet e a outra metade dos participantes não mediada. A amostra inicial foi composta por 276 usuários de internet; destes, 43 participantes estavam em uma rami. Os 43 participantes que estavam em relacionamentos não mediados foram selecionados do restante do banco de dados a partir de pareamento conforme o sexo. Além disso, buscou-se uma aproximação entre o tempo de relacionamento e a idade do participante. Pessoas casadas e que declararam estar morando juntos foram excluídas do estudo.

O processo de amostragem incidiu de maneira intencional, por meio do cadastro e do envio de convites em redes sociais gratuitas e e-mails. Também foi considerado o critério de amostragem por “bola de neve”, uma vez que foi solicitado que os participantes encaminhassem o convite para os seus conhecidos.

Conforme indica a Tabela 1, compuseram a amostra 42 homens e 44 mulheres com idades que variaram de 18 a 55 anos (M=29.5, DP=8.1), residentes de 13 estados brasileiros (Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina e São Paulo). Todos os participantes declararam estar em uma relação amorosa, a maioria não possui filhos (67.5%), possui ensino médio (60%) e trabalha (78.3%). O tempo médio dos Rami foi de 8.37 meses (DP=14.27) e dos rap foi de 11.93 meses (DP=14.39). A Tabela 1 apresenta dados descritivos da amostra.

Tabela 1 Informações gerais dos participantes 

Fonte: autoria própria

Instrumentos

Foi utilizado, para o presente estudo, um questionário de informações gerais, cujo objetivo foi mapear os participantes por meio de dados como: idade, sexo, tempo da relação amorosa, tempo semanal de uso da internet, satisfação com o relacionamento, entre outros. Utilizou-se também o Golombok Rust Inventory of Marital State -Grims- (Rust, Bennun, Crowe, & Golombok, 1988), para avaliar a qualidade conjugal conforme fatores que são considerados importantes em uma relação amorosa (satisfação, comunicação, interesses compartilhados, confiança e respeito). É uma escala de 28 itens, respondida em uma escala tipo Likert de quatro pontos (discordo fortemente, discordo, concordo e concordo fortemente). Quanto menor a pontuação obtida melhor a qualidade conjugal e, quanto maior a pontuação, a relação apresenta mais problemas conjugais. Foi traduzida e adaptada para o português por Falcke (2003), tendo obtido um coeficiente Alpha de Cronbach de .80. Para este estudo, por se tratar de relacionamentos amorosos em geral, a questão É inútil prosseguir com um casamento além de um certo ponto foi adaptada para É inútil prosseguir com um relacionamento além de um certo ponto. A versão adaptada da escala, neste estudo, obteve um Alpha de Cronbach de .90.

Outro instrumento utilizado foi a Escala Triangular do Amor de Sternberg (Etas), para avaliar a intimidade, paixão e decisão/compromisso, os três componentes do amor, conforme Sternberg (1997). O instrumento é constituído por 45 itens, respondidos em uma escala Likert de nove pontos. Nesta pesquisa, utilizou-se a versão brasileira da escala (Cassepp-Borges & Teodoro, 2007) que apresenta um coeficiente Alpha de Cronbach maior de .90 em cada um de seus fatores (intimidade = .94; paixão = .93; decisão/compromisso = .96). Considerando que o presente estudo envolvia relacionamentos mediados e não mediados pela internet, a questão Eu gosto muito do contato físico com ______ foi adaptada para Eu gosto muito do contato com ______. Na versão adaptada da escala, obteve-se um Alpha de Cronbach total de .98 e, nas subescalas, obtiveram-se índices acima de .95 (intimidade = .96; paixão = .95; decisão/compromisso = .97).

Procedimentos

A participação dos usuários de internet foi voluntária e atendeu às orientações éticas sobre pesquisas com seres humanos. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) sob o Parecer n.o 11/195.

A coleta de dados ocorreu via internet, por um link de pesquisa, no qual foi enviado um convite que informava aos usuários os objetivos e os procedimentos da pesquisa, bem como a confidencialidade dos dados e o anonimato de sua participação. Os instrumentos de pesquisa foram apresentados na seguinte ordem: (a) questionário de informações gerais, (b) GRIMS e, (c) ETAS. Os convites foram enviados por e-mail e por mensagens em redes sociais gratuitas. A decisão de responder ao questionário da pesquisa competiu aos usuários, que assinalaram Sim ou Não ao serem perguntados se aceitavam participar da pesquisa, concordando com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os dados referentes à identificação de todos os participantes da pesquisa, como endereço de IP e e-mail foram mantidos em sigilo.

Os dados foram analisados com o programa SPSS 20.0 (Statistical Package for Social Science 20.0). Foram realizadas as seguintes análises estatísticas: média, desvio padrão, máximo, mínimo, análise de frequência, Teste t para amostras independentes, qui-quadrado e análise discriminante. No que diz respeito à análise discriminante, é importante ressaltar que ela tem por objetivo predizer as características diferenciais que um sujeito, por estar localizado em um grupo, poderá apresentar. É uma técnica multivariada, que procura a combinação linear das variáveis preditoras ou independentes que maximizam a distância entre os grupos. Foi considerado como significativo todo resultado que obtivesse um p<.05.

Resultados

O tempo médio de uso diário de internet dos participantes que estavam em um rap foi de 5 horas e 51 minutos; desse tempo, 2 horas e 41 minutos seriam direcionadas para manter contatos sociais (como usar sites de relacionamento e programas de bate-papo). Já os participantes que estavam em um Rami usavam em média 7 horas e 34 minutos diárias; destas 4 horas e 11 minutos para manter contatos sociais. Observou-se uma diferença significativa no que diz respeito ao tempo de uso destinado a manter contatos sociais, indicando que quem se relaciona amorosamente pela internet dedica mais tempo ao uso de ferramentas como redes sociais, programas de bate-papo, entre outras (t=7.067, p=.03).

Nesta pesquisa, dos participantes que estavam em um Rami, 86% utilizavam o Facebook, e 39.5%, o Twitter. Já os participantes que estavam em um rap, 95.3% utilizavam o Facebook, e 39.5%, o Twitter. Dos participantes que estavam em um Rami, 59.5% utilizavam programas ou salas de bate-papo para comunicação todos os dias; 33.3% utilizavam, mas não todos os dias, e 7.1% não utilizavam. Já os usuários de internet que estavam em um rap, 41.9% utilizavam todos os dias, 48.8% utilizavam, mas não todos os dias, e 9.3% não utilizavam, não havendo diferença significativa entre os grupos (χ2=2.671, p=.263).

Dos usuários de internet que estavam em um Rami, 97.7% acessavam de casa, 39.5% do trabalho, 9.3% do cibercafé ou lanhouse, 9.3% da casa de amigos e 7% de instituições de ensino. Já os usuários que estavam em um rap, todos (100%) possuíam acesso à Internet de casa, 51.2% acessavam do trabalho, 37.2% de instituição de ensino superior, 11.6% da casa de amigos e apenas 4.6% utilizavam cibercafé ou lanhouse. O uso da Internet é justificado principalmente para se comunicar com amigos (Rami=81.4%; rap=93%) e para falar com parceiro amoroso (Rami=79.1%; rap=76.7%), conforme indica a Tabela 2.

Tabela 2 Motivos para uso de internet 

Fonte: autoria própria.

Dos participantes que estavam em um rap, 27.9% (n=12) já se relacionaram amorosamente pela internet, e 53.5% (n=23) dos participantes que estavam em um Rami também já haviam se relacionado amorosamente pela internet. Considerando a frequência dos Rami anteriores ao atual, 18.6% do Rami e 4.7% do rap relacionaram-se apenas uma vez; 18.3% do Rami e do rap relacionaram-se entre duas e quatro vezes, e 7% do Rami e 4.7% do rap relacionaram-se cinco vezes ou mais, não havendo diferença significativa entre os grupos (χ2=2.339, p=.311).

Dos usuários de internet em Rami, quando questionados se pretendiam se encontrar pessoalmente com o parceiro, 85% responderam que sim, 11.5% não responderam e 2.3% responderam que não pretendiam. O planejamento para que o encontro ocorresse dependia principalmente de questões relacionadas à distância, como a disponibilidade para viajar (o que envolve questões financeiras e agendamento), além de ganhar maior confiança do parceiro, planejar um encontro em um local público, entre outros.

Com relação à análise discriminante, a Tabela 3 registra o autovalor da função discriminante obtida, o grau de correlação e o nível de significância.

Tabela 3 Autovalores da função obtida 

Fonte: Autoria própria.

Os valores são suficientes para aceitar o poder explicativo e diferencial da função obtida. Outro dado que indica a qualidade da função discriminante é a porcentagem de classificação correta dos casos que se enquadram no perfil da função. No presente estudo, a porcentagem de classificação correta dos casos foi de 76.6%, sendo que, 81.4% dos usuários de internet que se relacionam presencialmente e 72.1% que se relacionavam pela internet se classificaram corretamente no perfil discriminante, conforme indica a Tabela 4.

Tabela 4 Classificação dos casos 

Nota: Porcentagem de classificação correta dos casos 76.7%.

Fonte: autoria própria.

A função discriminante obtida foi analisada a partir das variáveis que obtiveram coeficientes de correlação superiores a .15. As variáveis que discriminaram os grupos foram: decisão/compromisso (.37), paixão (.33), intimidade (.30), satisfação com o relacionamento (.19), tempo geral de uso diário de internet (-.29), tempo diário de uso de internet direcionado para manter contato social (-.28) e problemas conjugais medidos pelo Grims (-.27).

A partir desse resultado, foi observado a qual grupo pertencia cada variável, de acordo com os centroides (Norusis, 1988). O centroide dos usuários em um Rami foi definido por -.99, o que corresponde a dizer que o que mais caracterizou esse grupo foi: tempo geral de uso diário de internet (-.29), tempo diário de uso de internet direcionado para manter contato social (-.28) e problemas conjugais medidos pelo Grims (-.27). Já no grupo dos rap o centroide foi de .78, o que correspondeu a: decisão/compromisso (.37), paixão (.33), intimidade (.30) e satisfação geral com o relacionamento (.19).

Discussão e Conclusão

O fato de os participantes que estavam em um rami declararem que ficam mais tempo conectados na internet pode sugerir que o façam para estabelecer contato com o(a) parceiro(a) amoroso(a). Mas também talvez já indique uma maior predisposição para estabelecer contatos on-line e consequentemente rami. Conforme pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope Nielsen On-line, 2011), o tempo de uso do computador com internet cresceu no Brasil e atingiu 69 horas por pessoa no mês de agosto de 2011. Considerando apenas os usuários de internet domiciliar, o número passou de 32.3 milhões em agosto de 2010 para 37 milhões em agosto de 2011, o que demonstra um crescimento de 14.4%. No mês de agosto de 2011, em média, cada usuário de redes sociais conectou-se por um tempo de 7 horas e 14 minutos por dia. O tempo de uso é superior ao verificado nesta pesquisa, na qual a média diária de acesso a redes sociais e afins foi de 2 horas e 41 minutos, para usuários em rap, e 4 horas e 11 minutos, para usuários em rami. A diferença possivelmente ocorra em função da idade, pois a amostra deste estudo não envolve adolescentes, tidos como um público com maior tempo de uso.

Constata-se que o fator que mais discriminou os grupos foi o comprometimento, por meio do fator decisão/compromisso da Escala Triangular do Amor, que possui dois aspectos, um em curto e outro em longo prazo. Em curto prazo, envolvia a decisão de amar outra pessoa e, em longo prazo, o compromisso em manter esse amor. Nesse sentido, observou-se um maior comprometimento com o relacionamento nos vínculos amorosos presenciais, provavelmente porque os parceiros possuíssem mais certeza que desejam manter seu relacionamento e/ou amar, pois convivem presencialmente com o parceiro, dando-lhes mais segurança e confiança sobre tais aspectos. Autenticando essa justificativa, Sternberg (1989) descreve que a decisão/compromisso mantém a relação mais estável, mesmo quando a intimidade ou paixão não se fazem presentes. Esse dado faz pensar que o compromisso, em relacionamentos que iniciam pela internet, só efetivamente se evidencie após o encontro presencial, pois nem sempre os amores que surgem pela internet nascem do plano de encontrar um parceiro; portanto, o encontro pode ocorrer de forma ocasional para mais tarde transformar-se em um vínculo conjugal (Donnamaria & Terzis, 2009).

Carvalho e Borba (2010) descrevem que o cadastro nas redes sociais ocorre por dois motivos: o primeiro seria para manter contato com os amigos, sejam aqueles que já se tem contato, sejam novos amigos obtidos nas mídias sociais, nas quais não existiu nenhum contato presencial. O segundo motivo seria a curiosidade em saber como a internet funciona, no estabelecimento de novos vínculos, ou seja, conhecer pessoas que, se não fosse pelo uso da iInternet, muito provavelmente jamais conheceria.

Uma das principais preocupações ligadas ao envolvimento amoroso pela internet está relacionada à confiança (Joinson, 1998), pois comumente são veiculadas na mídia histórias trágicas que envolvem relações mediadas pela internet. Corroborando tal justificativa, Finkel et al. (2012) descrevem que os sujeitos envolvidos em um Rami primeiro adquirem ampla aprendizagem de uma gama de fatos sobre o potencial parceiro antes de decidir se querem conhecer pessoalmente, para então definir os rumos do relacionamento. Conforme Turkle (2011), as pessoas se apropriam de informações e recursos disponíveis na internet para elaborarem uma nova criação de si, e constroem, assim, uma nova identidade. A criação dessa nova identidade, que em geral ressalta basicamente as melhores qualidades e aspectos positivos do sujeito, pode ser um fator que contribui para gerar insegurança no parceiro.

Além disso, surgem também questões relacionadas à separação física, uma vez que se tem conhecimento de que um dos principais fatores envolvidos nos Rami envolve a distância geográfica, pois as pessoas se comunicam com outras ao redor do mundo. Nesse sentido, assim como ocorre com a confiança, as pessoas geralmente planejam esperar pelo encontro presencial para tomar a decisão a respeito do comprometimento com a relação.

A intimidade e a paixão são fatores que interagem com o compromisso, todavia podem vir posteriormente ao compromisso constituído (Sternberg, 1986). O que mantém o amor, nos momentos difíceis, segundo Sternberg (1986), é o compromisso. Assim, pode-se pensar que, pontuando menos nessa dimensão, os Rami poderiam ser considerados mais frágeis, suscetíveis ao rompimento.

Intimidade, que diz respeito aos sentimentos de proximidade, conexão e união, e paixão, que guia o romance, a atração física, a consumação do ato sexual, também foram aspectos que discriminaram os grupos, sendo mais evidentes nos rap. Os dados, portanto, são favoráveis aos rap, que agrupam de forma mais efetiva os componentes do amor, de uma maneira geral.

Existem diversas questões relacionadas ao amor, sentimento no qual um parceiro pode ou não corresponder ao amor que o outro sente (Sternberg, 1986). Dessa forma, a satisfação conjugal é caracterizada como aquilo que o sujeito almeja para que tenha suas próprias necessidades e desejos atendidos, bem como a sensação de que corresponde em maior ou menor nível ao que o parceiro espera (Dela Coleta, 1989; Lopes 2012). Nesse sentido, corresponderiam sentimentos de bem-estar, contentamento, companheirismo, afeição e segurança, que promovem intimidade na relação (Norgren, Souza, Kaslow, Hammerschmidt, & Sharlin, 2004). Mesmo sendo um conceito bastante subjetivo, quando perguntado diretamente aos usuários o quanto estavam satisfeitos em seus relacionamentos, verificou-se que a resposta foi diferenciada conforme os grupos, sugerindo que os usuários de internet que estavam em um rap consideraram-se mais satisfeitos que os usuários de Rami, o que discriminou os dois grupos. Pode-se propor que a explicação seja a mesma constatada anteriormente neste estudo, uma vez que os Rami podem ser mais frágeis que os presenciais, eles poderiam gerar problemas relacionados à confiança e ao respeito, o que causaria a insatisfação. Outra hipótese seria a questão da distância física, já que se sabe que a maioria dos Rami não migram para rap devido à separação geográfica dos parceiros, principalmente em função de falta de dinheiro para comprar passagem aérea, ou a compromissos assumidos, como emprego ou filhos, que não podem abandonar para visitar o parceiro. Portanto, os cônjuges podem ficar inseguros e insatisfeitos com relação ao comprometimento do parceiro com a relação.

Quanto aos Rami, constatou-se o peso das variáveis tempo de uso diário de internet, tempo diário direcionado para manter contatos sociais, como usar sites de relacionamento e programas de bate-papo, além da medida de qualidade conjugal do Grims, na qual maiores níveis correspondem à existência de mais problemas conjugais. Pode-se concluir, com relação a essas variáveis, que o resultado não surpreende, uma vez que é esperado que quem se relaciona amorosamente pela internet fique mais tempo conectado à rede, além da medida do Grims somente confirmar os dados anteriores no que se refere à pior qualidade conjugal dos relacionamentos mediados.

Nesse contexto, o conceito de qualidade empregado é, segundo Mosmann, Wagner e Féres-Carneiro (2006), produto de um processo dinâmico e interativo do casal, resultante de uma avaliação que cada cônjuge faz de sua relação. Sugere-se, então, que nos Rami, existam mais problemas conjugais, que podem estar diretamente relacionados com satisfação, comunicação, interesses compartilhados, confiança e respeito. Como o Rami é baseado essencialmente na comunicação em nível digital, que possui escassez de comunicação não verbal (Haythornthwaite, Wellman, & Garton, 1998), pode-se inferir uma maior dificuldade na comunicação e na confiança, o que pode levar à menor qualidade no relacionamento como um todo.

Conforme Slouka (1995), os rami são mais rasos e impessoais, visto que faltariam ‘pistas sociais’ nas relações, o que as torna mais hostis e menos gratificantes que os rap. Além disso, pode ocorrer de usuários da internet comunicarem autoapresentações exageradas, descrições errôneas ou informações falsas (Joinson, 1998). Sem poder observar diretamente o outro, em ambientes cotidianos e em atividades sociais, o sujeito possui menos informações sobre a identidade real do parceiro. Nesse sentido, sugere-se que as pessoas procuram na internet parceiros com interesses comuns; entretanto, a comunicação pode gerar problemas na interpretação da mensagem, uma vez que ela pode ser bem mais imprecisa.

A internet tem sido utilizada para diversas finalidades, inclusive como palco para encontros amorosos, o que impacta diretamente as relações interpessoais. Nos Estados Unidos, cerca de 31% dos adultos relatam conhecer uma pessoa que utiliza pelo menos um site de namoro, e 15% dos adultos (cerca de 30 milhões de pessoas) referem conhecer alguém que tenha se envolvido em um relacionamento de longo prazo ou conhecer alguém que casou com alguma pessoa que conheceu pela internet. Os dados revelam, ainda, que três em cada quatro usuários são solteiros e estão à procura de um parceiro amoroso em redes sociais ou sites de relacionamentos (Madden & Lenhart, 2006).

Com base nos resultados do presente estudo, sugere-se que os Rami possam ser mais frágeis do que os RAP. O que pode reforçar as ideias de Bauman (2003), já que os relacionamentos mediados surgem como adventos da modernidade líquida e apresentam-se mais instáveis, frágeis ou fluidos, pois se verifica que estes possuem menor comprometimento; com isso, geram mais insegurança, o leva à fragilidade dos laços sociais.

Pode-se propor que os Rami geram incertezas, no que se refere ao comprometimento dos cônjuges com o relacionamento, observado por meio da diferença no fator decisão/compromisso. Tais aspectos podem interferir na qualidade do relacionamento e são avaliados piores níveis em relacionamentos mediados.

Portanto, este artigo contesta as ideias que se disseminam socialmente de que os Rami não diferem em nada (além da falta de presença física) dos RAP. Admite-se que a internet pode ser um local para encontrar pessoas que possuem características em comum e serve como facilitadora para o encontro. Porém, os dados evidenciam maior consistência dos relacionamentos amorosos desenvolvidos em contexto presencial, o que deve ser priorizado para que ocorra o acréscimo de intimidade, comprometimento, paixão e satisfação, minimizando, assim, os problemas conjugais. Nesse sentido, não se pode concluir que essas relações são ruins, pois aproximam pessoas que talvez nunca tivessem a possibilidade de se conhecer sem essa tecnologia; no entanto, indica-se possivelmente a dificuldade de manutenção do relacionamento mediado por longo prazo.

O presente estudo teve por objetivo descrever o perfil discriminante de usuários de internet envolvidos em um relacionamento amoroso mediado ou não mediados pela internet; dessa forma, contribuir para a compreensão desse elemento atual que são os relacionamentos amorosos que se formam por meio da rede. No entanto, possui como limitações o pequeno tamanho da amostra e a falta de controle no que diz respeito ao tempo do relacionamento; assim, sugere-se que mais estudos sejam realizados, com uma amostra maior e que analisem outras variáveis relacionadas, como características de personalidade, a fim de tentar compreender quem são as pessoas que se relacionam pela internet e se possuem características semelhantes. Ainda, seria relevante compreender, a partir de estudos qualitativos, como se estabelecem tais relações e se acabam se tornando presenciais e duradouras; além disso contar com estudos longitudinais, que considerem as características relacionais ao longo do tempo.

Referências

Baker, A. (2002). What makes an on-line relationship successful? clues from couples who met in cyberspace. CyberPsychology & Behavior, 5(4), 363-375. doi: 10.1089/109493102760275617 [ Links ]

Bauman, Z. (2001).Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Zahar. [ Links ]

Bauman, Z. (2003).Amor líquido: sobre a fragilidade dos laços humanos. Rio de Janeiro: Zahar . [ Links ]

Canezin, P. F. M. & Almeida, T. D. (2015). O ciúme e as redes sociais: uma revisão sistemática.Pensando familias , 19(1), 142-155. [ Links ]

Carvalho, S. W. & Borba, S. M. C. (2010). Relacionamentos sociais com, ou sem, Orkut. Im xvii Prêmio Expocom. São Leopoldo, RS. [ Links ]

Cassepp-Borges, V. & Teodoro, M. L. M. (2007). Propriedades psicométricas da versão brasileira da Escala Triangular do Amor de Sternberg. Psicologia: Reflexão e Crítica, 20, 513-522. doi: 10.1590/s0102-79722007000300020 [ Links ]

Civiletti, M. V. P. & Pereira, R. (2002). Pulsações contemporâneas do desejo: paixão e libido nas salas de bate-papo virtual. Psicologia ciência e profissão, 22(1), p. 38-49. doi: 10.1590/S1414-98932002000100006 [ Links ]

Daft, R. L. & Lengel, R. H. (1984). Information richness: A new approach to managerial behavior and organizational design. Research in Organizational Behavior, 6, 191-233. [ Links ]

Dela Coleta, A. S. M., Dela Coleta, M. F., & Guimarães, J. L. (2008). O amor pode ser virtual? O relacionamento amoroso pela internet. Psicologia em Estudo, 13(2), 277-285. doi: 10.1590/S1413-73722008000200010 [ Links ]

Dela Coleta, M. F. (1989). A medida da satisfação conjugal: adaptação de uma escala. Psico, 18(2), 90-112. [ Links ]

Donnamaria, C. P. & Terzis, A. (2009). Sobre a evolução de vínculos conjugais originados na Internet. Arquivos Brasileiros de Psicologia, 61(3), 75-86. [ Links ]

Falcke, D. (2003). Águas passadas não movem moinhos? As experiências na família de origem como preditoras da qualidade do relacionamento conjugal. Tese de doutorado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS, Porto Alegre, Brasil. [ Links ]

Finkel, E. J., Eastwick, P. W., Karney, B. R., Reis, H. T., & Sprecher, S. (2012). On-line dating a critical analysis from the perspective of psychological science. Psychological Science in the Public Interest, 13(1), 3-66. doi: 10.1177/1529100612436522 [ Links ]

Freire, B., Machado, D., Queiroz, F., Bezerra, L., Freire, R. S., Vasconcelos, A. J., & Cruzy, K. (2010). Paixão, ciúme e traição: a “liquidez” das relações humanas no ciberespaço. Recuperado de http://www.intercom.org.br/papers/ nacionais/2010/resumos/R5-0733-1.pdfLinks ]

Gomes, L. G. N. & da Silva Junior, N. (2014). Reflexões sobre as primeiras repercussões teóricas e sociais das relações mediadas pela internet. Interfaces Científicas-Humanas e Sociais ,2(3), 55-67. doi: 10.17564/2316-3801.2014v2n3p55-67 [ Links ]

Haack, K. R. & Boeckel, M. G. (2009). Relacionamento@amoroso.com.br. Trabalho de conclusão de curso, Faculdades Integradas de Taquara - FACCAT, Taquara, Brasil. [ Links ]

Haythornthwaite, C., Wellman, B., & Garton, L. (1998). Work and community via computer-mediated communication.Psychology and the Internet: Intrapersonal, interpersonal, and transpersonal implications, 199-226. [ Links ]

Hertlein, K. & Piercy, F. P. (2008). Therapists’ Assessment and Treatment of Internet Infidelity Cases. Journal of Marital and Family Therapy 34(4), 481-497. doi: 10.1111/j.1752-0606.2008.00090.x [ Links ]

Hintz, H. C., Trindade, M. C., Halpern, S. C., Toschi, J., & Bronzatti, G. M. (2014). O monstro dos olhos verdes no ciberespaço: ciúme e redes sociais. Em T. Almeida (Ed.), Relacionamentos amorosos: o antes, o durante... e o depois (pp. 159-181). São Paulo: PoloBooks. [ Links ]

ibope Nielsen On-line. (2011). Total de pessoas com acesso à internet atinge 77.8 milhões. Recuperado de http://www.ibope.com.br/calandraWeb/servlet/CalandraRedirect?temp=6&proj=PortalIBOPE&pub=T&nome=home_materia&db=caldb&docid=C2A2CAE41B62E75E83257907000EC04FLinks ]

Joinson, A. N. (1998). Causes and implications of disinhibited behavior on the Internet. Psychology and the Internet: Intrapersonal, Interpersonal, and Transpersonal Implications. Em J. Gackenbach (Ed.), Psychology and the internet: Intrapersonal, interpersonal, and transpersonal implications (pp. 43-60). San Diego: Academic Press. [ Links ]

Lopes, H. P. (n.d.). Os relacionamentos virtuais: como se constroem laços fortes? Recuperado de http://201.49.56.162/recursos/imagens/File/publicidade/midiademocracia/ARTIGO05.pdfLinks ]

Lopes, B. S. N. (2012).Um olhar sobre as relações amorosas: satisfação conjugal, intimidade e satisfação sexual. Dissertação de mestrado, ispa - Instituto Universitário. [ Links ]

Machado, G. S., Doki, M. S. O., Soares, F., & Faria, A. L. T. R. (2009). Relacionamentos “reais” versus relacionamentos “virtuais”: o que esperar deste embate? Revista de Psicologia,1, 1-14. [ Links ]

Machado, L. M. (2007). Satisfação e insatisfação no casamento: os dois lados de uma mesma moeda? (Dissertação de mestrado). Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, Brasil. [ Links ]

Madden, M. & Lenhart, A. (2006). Americans who are seeking romance use the internet to help them in their search, but there is still widespread public concern about the safety of on-line dating. Recuperado de http://pewinternet.org/~/media//Files/Reports/2006/PIP_On-line_Dating.pdf.pdfLinks ]

McKenna, Y. A., Greeb, A. S., & Gleanson, M. E. J. (2002). Relationship formation on the Internet: What´s the big attraction? Journal of Social Issues, 58(1), 9-31. doi: 10.1111/1540-4560.00246 [ Links ]

Merkle, E. R. & Richardson, R. A. (2000). Digitial dating and virtual relating: Conceptualizing computer mediated romantic relationships. Family Relations, 49, 187-192. doi: 10.1111/j.1741-3729.2000.00187.x [ Links ]

Mosmann, C., Wagner, A., & Féres-Carneiro, T. (2006). Qualidade conjugal: mapeando conceitos.Paidéia (Ribeirão Preto),16(35), 315-325. doi: 10.1590/S0103-863X2006000300003 [ Links ]

Nicolaci-da-Costa, A. M. (1998). Na malha da rede: os impactos íntimos da Internet. Rio de Janeiro: Campus. [ Links ]

Nicolaci-da-Costa, A. M. (2005). Sociabilidade virtual: separando o joio do trigo. Psicologia & Sociedade, 17(2): 50-57. doi: 10.1590/S0102-71822005000200008 [ Links ]

Norgren, M. B. P., Souza, R. M., Kaslow, F., Hammerschmidt, H., & Sharlin, S. A. (2004). Satisfação conjugal em casamentos de longa duração: uma construção possível. Estudos de Psicologia, 9, 575-584. doi: 10.1590/s1413-294x2004000300020 [ Links ]

Norusis, M. (1988). spss/pc+ Advanced Statistics tm V2.0. spss, Chicago. [ Links ]

Prado, L. C. (2004). Amor & violência nos casais e nas famílias. Porto Alegre: UFRGS. [ Links ]

Rice, R. E. (1993). Media appropriateness: using social presence theory to compare traditional and new organization media. Human Communication Research, 19, 451-484. doi: 10.1111/j.1468-2958.1993.tb00309.x [ Links ]

Rust, J., Bennun, I., Crowe, M., & Golombok, S. (1988). The Golombok Rust Inventory of Marital State. Windsor: NFER-NELSON. [ Links ]

Savicki, V., Kelley, M., & Oesterreich, E. (1999). Judgments of gender in computer-mediated communication. Computers in Human Behavior, 15, 185-194. doi: 10.1016/S0747-5632(99)00017-5 [ Links ]

Silva Neto, J. A., Mosmann, C. P., & Lomando, E. (2009). Relações amorosas & Internet. São Leopoldo: Sinodal. [ Links ]

Slouka, M. (1995). War of the worlds: Cyberspace and the high-tech assault on reality. New York: Basic Books. [ Links ]

Sternberg, R. J. (1986). A triangular theory of love. Psychological Review, 93(2), 119-135. doi: 10.1037/0033-295X.93.2.119 [ Links ]

Sternberg, R. J. (1989).El triángulo del amor: intimidad, pasión y compromiso. Barcelona: Paidós. [ Links ]

Sternberg, R. J. (1997). Construct of a triangular love scale. European Journal of Psychology, 27, 313-335. doi: 10.1002/(SICI)1099-0992(199705)27:3<313::AID-EJSP824>3.3.CO;2-W [ Links ]

Turkle, S. (2011). Alone together: Why we expect more from technology and less from each other. New York: Basic Books . [ Links ]

Weinberg, N. (1996). Compassion by computer: contrasting the supportiveness of computer-mediated and face-to-face interactions. Computers in Human Services, 13, 51-63. doi: 10.1300/J407v13n02_04 [ Links ]

1Como citar o artigo: Haack, K. R. & Falcke, D. (2017). Rel@cionamentos.com: diferenciando os relacionamentos amorosos mediados e não mediados pela internet. Revista Colombiana de Psicología, 26(1), 31-44. doi: 10.15446/rcp.v26n1.53241

Recebido: 02 de Setembro de 2015; Aceito: 22 de Junho de 2016

A correspondência relacionada com este artigo deve estar dirigida à Dra. Karla Rafaela Haack e-mail: krh.psi@gmail.com. Universidade do Vale do Rio dos Sinos. Av. Unisinos, 950, Cristo Rei, 93022-000, São Leopoldo, RS, Brasil.

Creative Commons License Este é um artigo publicado em acesso aberto sob uma licença Creative Commons