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Memoria y Sociedad

Print version ISSN 0122-5197

Mem. Soc. vol.18 no.37 Bogotá July/Dec. 2014

 

Apresentação

O último ano de 2013 marcou o vigésimo aniversário da promulgação da Lei 70 de 1993 ou Lei das Comunidades Negras, que motivou, no interior da nossa equipe editorial, a preparação de dossiê que permitiria a reflexão sobre questões relacionadas com comunidades afrodescendentes no nosso país. Deste jeito, no presente número de Memoria y Sociedad apresentamos para a comunidade académica e pesquisadora, e para nosso público em geral, esta revista que chamou para publicação de pesquisa recente sobre conflitos, costumes e realidades de diferentes populações afrodescendentes que, em alguns casos, vão para além do cenário colombiano.

Assim, no nosso primeiro artigo, escrito por Andrea Guerrero Mosquera, intitulado Missões, missionários e batismos através do atlântico: evangelização em Cartagena de Índias e nos reinos de Kongo e Ngo-la. Século XVn, é possível, através de aguda análise dos escritos dos missionários em África, da primeira metade do século XVn, e dos sacerdotes jesuítas na América, encontrar algumas respostas a perguntas tais como: por que evangelizavam os africanos em ambos os lados do Atlântico?, como evangelizavam os africanos nos reinos centro-africanos e em Cartagena de Índias?, em que aspectos evidenciava-se a adequada evangelização dos negros escravos?, quais os mecanismos empregados para a evangelização dos africanos?

No texto História dos conflitos interétnicos pelo território no Chocó e Norte del Cauca. Incidência na política de restituição de terras, 2011, Daniela López Gómez, a partir da reconstrução histórica dos conflitos pelo território entre comunidades indígenas e comunidades negras no Chocó e o Cauca, analisa as implicações que tem para a atual política de restituição de terras o fato da «lei» invisibili-zar a importância das confrontações interétnicas, intensificando assim os enfrentamentos internos.

Conceito ocidental da prostituição em África, artigo de Diana Triviño, oferece-nos elementos para analisar e compreender a prostituição, mais para além das interpretações economicistas, reconhe-cendo-a como fenómeno social e cultural, gerando assim possibilidades para romper com as posturas que construíram uma ideia ao redor de sexualidades legítimas e ilegítimas.

Diego Giovanni Castellanos, em Etnicidade e religião na comunidade muçulmana de Buenaventura, apresenta como a relação entre identidade étnica e identidade religiosa permitiu os muçulmanos não apenas fortalecer tradições, mitos e costumes, mas também que face aos diversos problemas económicos e socioculturais que enfrenta essa comunidade seja possível elaborar agendas de ação mais para além de interesses políticos ou económicos, particulares ou comunitários.

Representações sociais sobre afrodescendentes: a aventura cultural, violência sexual-gênero e lutas multidi-mensionais, de Yeison Arcadio Meneses Copete, exorta-nos à reflexão sobre a transcendência que têm as representações feitas e que ainda se fazem sobre afrodescendentes e sua relação direta com suas possibilidades laborais, ascendimento social, relacionamentos amorosos, afetivos, familiares e na cotidianidade.

O artigo final do presente dossiê, escrito por Luz Stella Rodríguez Cáceres, intitulado Reconhecimento étnico, direito à habitação e impasses da custodia do patrimônio afrodescendente no Rio de Janeiro, através do estudo do caso do quilombo Pedra do Sal, analisa as contradições enfrentadas quando a reivindicação de um lugar pela memória negra na região portuária torna-se por sua vez uma luta pelo território urbano.

Por outra parte, na seção dedicada a Temas avulsos, Edwin Monsalvo Mendoza e Héctor Miguel López Castrillón, no texto Ação policial em um território periférico. A justiça na paroquia de Manizales 1855-1865, após análise de diferentes processos judiciais mostram como é que aaplicação da justiça tornou-se não equitativa e respondeu, principalmente, a relações de poder. A imprensa de Buenos Aires ante «o suicídio de Europa». O estouro da Grande Guerra como uma crise civilizatória e o ressurgimento do interrogante pela identidade nacional, escrito por Emiliano Gastón Sánchez, aborda as repercussões que a Grande Guerra teve na sociedade argentina. Usando como fonte publicações periódicas da época analisa a partir do conflito como o ideal de uma Europa até então exemplo de civilização entra em crise, questionando e reconfigurando a identidade nacional argentina.

Félix Raúl Eduardo Martínez Cleves, em Histórias de cidades em alguns arquitetos colombianos. Aproximação aos fundamentos da história urbana, interroga pelo abandono que a Associação Colombiana de História tem tido para à história urbana, que já foi de maior interesse para outros profissionais como, por exemplo, arquitetos, e visa recuperar autores representativos do século XX, através dos quais apresenta panorama da historiografía sobre cidades na Colômbia.

Fechamos este número com o texto de Heraclio Bonilla e Marco Manuel Forero Polo, As «linhas» e a mão de obra nativa na «mita» de Mariquita durante o século XVII, no qual apresentam as complexas circunstancias as que os trabalhadores indígenas veiam-se enfrentando nas minas de Mariquita na Nova Granada.

Esperamos os leitores curtir da leitura desta revista tanto quanto nós fizemos preparando-a.

Equipe Editorial