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Acta Colombiana de Psicología

versión impresa ISSN 0123-9155

Act.Colom.Psicol. vol.16 no.1 Bogotá ene./jun. 2013

 

ARTÍCULO

EXPECTATIVAS QUANTO AO FUTURO DE ADOLESCENTES EM DIFERENTES CONTEXTOS

EXPECTATIVAS DE LOS ADOLESCENTES EN DIFERENTES CONTEXTOS CON RESPECTO AL FUTURO

EXPECTATIONS OF ADOLESCENTS IN DIFFERENT CONTEXTS REGARDING THE FUTURE

JANA GONÇALVES ZAPPEa*, JAMES FERREIRA MOURA JR.a,
DÉBORA DALBOSCO DELL'AGLIOa, JORGE CASTELLÁ SARRIERAa
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (UFRGS) - BRASIL

a Ramiro Barcelos, 2600. Sala 115. Porto Alegre/RS. Brasil. janazappe@hotmail.com.


Recibido, febrero 7 /2012
Concepto evaluación, mayo 27/2013
Aceptado, junio 11/2013

Resumo

O construto expectativas quanto ao futuro tem sido considerado um importante fator de proteção ao desenvolvimento saudável na adolescência, pois pensar sobre o futuro motiva o comportamento cotidiano e influencia escolhas, decisões e atividades futuras. Este estudo investigou as expectativas quanto ao futuro de adolescentes em diferentes contextos institucionais, assim como a presença de fatores de risco ao desenvolvimento em suas trajetórias de vida. Participaram 945 adolescentes com idades entre 14 e 19 anos (M=15,41; SD=1,68), de ambos os sexos, que viviam com a família (G1), em instituição de proteção (G2) ou em instituição para cumprimento de medidas socioeducativas (G3) no Rio Grande do Sul, que responderam ao Questionário da Juventude Brasileira. Análises de Variância indicaram diferenças significativas entre os adolescentes dos três contextos com relação ao escore total de expectativas quanto ao futuro [F(2, 885)=15,15; p<0,001], sendo que G1 (M=38,42; SD=5,59) apresentou os escores mais altos do que G2 (M=37,20; SD=5,58) e G3 (M=35,37; SD=6,61). O maior número de fatores de risco ao desenvolvimento foi identificado em G3 e G2 a partir de análise discriminante. Discute-se o impacto dos fatores de risco ao desenvolvimento e da institucionalização na construção de expectativas quanto ao futuro na adolescência.

Palavras-chave: adolescência, expectativas quanto ao futuro, fatores de risco, institucionalização


Resumen

El constructo de expectativas con respecto al futuro ha sido considerado como un importante factor de protección para el desarrollo saludable en la adolescencia, pues pensar sobre el futuro motiva el comportamiento cotidiano e influye en las elecciones, decisiones y actividades futuras. Este estudio investigó las expectativas de adolescentes provenientes de diferentes contextos institucionales con respecto al futuro, así como la presencia de factores de riesgo para el desarrollo de sus trayectorias de vida. Participaron 945 adolescentes con edades entre 14 y 19 años (M=15,41, SD=1,68), de ambos géneros, pertenecientes a tres grupos: los que vivían con la familia (G1), en una institución de protección (G2), o en una institución para el cumplimiento de medidas socio-educativas (G3) en Rio Grande do Sul, quienes respondieron al Questionário da Juventude Brasileira (Cuestionario de la Juventud Brasileña). Los análisis de varianza indicaron diferencias significativas entre los adolescentes de los tres contextos en relación con la puntuación total de las expectativas con respecto al futuro [F(2, 885)=15.15, p<0,001], encontrándose que G1 (M=38,42; SD=5,59) presentó puntajes más altos que G2 (M=37,20; SD=5,58) y G3 (M=35,37; SD=6,61). A partir del análisis discriminante se identificó que el mayor número de factores de riesgo para el desarrollo estaba en G3 y G2. Se discute el impacto de los factores de riesgo para el desarrollo y el de la institucionalización en la construcción de las expectativas con respecto al futuro en la adolescencia.

Palabras clave: adolescencia, expectativas con respecto al futuro, factores de riesgo, institucionalización


Abstract

The construct of expectations about the future has been considered as an important protective factor for healthy development during adolescence, since thinking about the future motivates everyday behavior and influences choices, decisions and future activities. This study investigated the expectations of adolescents from different institutional contexts about the future, and the presence of risk factors for the development of their life trajectories. Participants were 945 adolescents aged between 14 and 19 years (M = 15.41, SD = 1.68), of both sexes, belonging to three groups: those who lived with their family (G1), in a protective institution (G2), or in an institution for the fulfillment of socio-educational measures (G3) in Rio Grande do Sul, who responded to the Questionário da Juventude Brasileira [Brazilian Youth Questionnaire]. The analysis of variance indicated significant differences among adolescents in the three contexts in relation to the total score of expectations about the future [F (2, 885) = 15.15, p <0.001]. Findings show that G1 (M = 38, 42, SD = 5.59) had higher scores than G2 (M = 37.20, SD = 5.58) and G3 (M = 35.37, SD = 6.61). From the discriminate analysis it was identified that the greatest number of risk factors for development was in G3 and G2. Discussion focuses on the impact of institutionalization and risk factors for development in building expectations about the future in adolescence.

Key words: adolescence, expectations about the future, risk factors, institutionalization


A adolescência é uma construção social desenvolvida em íntima relação com as organizações sociais e econômicas que fizeram parte da história do mundo ocidental (Grossman, 1998). Contemporaneamente, compreendese a adolescência como o conjunto de transformações biopsicossociais que se processam entre a infância e a idade adulta e têm como consequência marcante a reestruturação psíquica do adolescente e a definição de sua identidade e seu papel na sociedade. Apesar de haver uma tendência em caracterizar a adolescência como um momento de dificuldades, conflitos e alterações de humor, cada vez mais tem se enfatizado a necessidade de considerar que este também é um momento de intensa exploração e descoberta de múltiplas oportunidades (Senna & Dessen, 2012). Desta forma, o estudo das potencialidades e habilidades pessoais e interpessoais indicativas da vida saudável, foco da Psicologia Positiva, tem sido encorajado (Guzmán, 2007; Sheldon & King, 2001).

O construto expectativas quanto ao futuro tem sido considerado como um importante fator de proteção ao desenvolvimento saudável na adolescência, pois pensar sobre o futuro motiva o comportamento cotidiano e influencia as escolhas, decisões e atividades que afetarão a realização futura (Beal & Crockett, 2010; Nurmi, 1991; Sunderberg, Poole, & Tyler, 1983). Locatelli, Bzuneck e Guimarães (2007) consideram a expectativa quanto ao futuro como a antecipação de metas futuras no presente, referindo-se ao grau e ao modo pelo qual o futuro cronológico de um indivíduo é integrado ao espaço de vida presente por meio de processos motivacionais. Estas metas futuras podem ser relativamente próximas e realistas, como concluir o ensino médio, ou mais distantes e imprecisas, como engajar-se em um emprego que assegure boa qualidade de vida (Toda, 1983). Na adolescência, inicialmente as aspirações são vagas e construídas com base em normas sociais e expectativas familiares, porém, ganhando experiência, os jovens desenvolvem maior autoconhecimento, o que leva a um refinamento de suas expectativas e aspirações (Beal & Crockett, 2010).

Estudos indicam que as expectativas educacionais são preditoras de realização acadêmica e expectativas ocupacionais são preditoras de realização ocupacional (Beal & Crockett, 2010). Além disso, o modo como os adolescentes se relacionam com a perspectiva de tempo futuro está associado com o engajamento em comportamentos de risco, tais como uso de drogas (De Lucca & Petriz, 2006; Lachtim & Soares, 2011; Nurmi, 1991; Oliveira, Sá, Fischer, Martins & Teixeira, 2001; Pratta & Santos, 2007; Presta & Almeida, 2008); comportamento sexual de risco (Câmara, Sarriera & Carlotto, 2007; Robbins & Bryan, 2004; Saavedra & Taveira, 2011; Sanchez, Oliveira, & Nappo, 2004); cometimento de atos infracionais (Nardi, 2010; Nurmi, 1991; Oyserman & Markus, 1990), entre outros.

Nurmi (1991) fez uma ampla revisão de pesquisas sobre como os adolescentes veem o seu futuro, e os resultados sugerem que os objetivos e interesses dos adolescentes se referem às principais tarefas do desenvolvimento do final da adolescência e início da vida adulta. Os principais conteúdos dos interesses dos adolescentes com relação ao futuro se referem a preocupações relativas a trabalho e educação, o que não varia de acordo com questões culturais. Em seguida eles têm interesse em casamento e família futura, atividades de lazer e preocupações com aspectos materiais, mas estes interesses variam de acordo com a idade, o sexo e a cultura. No entanto, os adolescentes participantes de todos os estudos revisados estavam na escola, o que pode explicar a predominância da educação e do trabalho entre as expectativas quanto ao futuro.

De fato, a maioria dos estudos que abordam as expectativas quanto ao futuro na adolescência investiga adolescentes no contexto escolar. Entre os estudos realizados com a população brasileira, muitos buscam comparar as expectativas quanto ao futuro de estudantes das escolas públicas e privadas, utilizando a escala "Como você vê seu futuro" adaptada por Günther e Günther (1998) para estudo com adolescentes de escolas em Brasília. Algumas destas investigações indicam que os jovens diferem em poucas questões e possuem aspirações similares quanto à forma como idealizam o futuro (Oliveira, Pinto, & Souza, 2003; Oliveira, 2010), enquanto que outros estudos indicam mais diferenças (Presta & Almeida, 2008). Diante disso, constata-se que há resultados divergentes e que a predominância de estudos com adolescentes em escolas constitui-se como uma importante limitação para a compreensão do construto expectativas quanto ao futuro. É importante salientar que o contexto sociocultural em que o adolescente está inserido exerce influência em seu desenvolvimento, sendo fundamental a importância dos sistemas de apoio social para uma trajetória positiva, enfatizando-se o papel da família (Blyth & Leffert, 1995; Guzmán, 2007; Lerner & Galambos, 1998, Sunderberg et al., 1983).

No entanto, existem adolescentes que não estão inseridos em sistemas de apoio com a presença da família. Em alguns casos, eles podem estar afastados de suas famílias, seja em instituições de proteção ou em instituições para cumprimento de medidas socioeducativas. A institucionalização de crianças e adolescentes é um recurso previsto na legislação brasileira que pode ser adotado tanto em caso de risco e vulnerabilidade social, como uma medida de proteção, quanto em caso de cometimento de ato infracional, como uma medida socioeducativa (Brasil, 1990). Nestes casos, as instituições de acolhimento que executam medidas de proteção e as instituições que executam a medida socioeducativa de internação passam a fazer parte do sistema de apoio social dos adolescentes, considerando-se pertinente investigar as expectativas quanto ao futuro dos adolescentes institucionalizados. Porém, estudos sobre as expectativas quanto ao futuro de adolescentes com outras inserções institucionais, além da escola, são mais escassos, e apresentam resultados contraditórios (Muller, Barboza, Oliveira, Santos, & Paludo, 2009; Nardi, 2010; Raffaelli & Koller, 2005; Robbins & Bryan, 2004).

De Antoni e Koller (2000) investigaram expectativas de futuro entre adolescentes que sofreram violência familiar e que estavam institucionalizadas, e observaram que as participantes tinham expectativas sobre a formação de sua própria família no futuro, mas com configuração e papéis diferentes dos que haviam vivenciado. As autoras compreenderam que esta expectativa pode ser vista como uma proteção frente às situações de risco às quais estas adolescentes estavam expostas.

Robbins e Bryan (2004) investigaram as expectativas quanto ao futuro em uma população de jovens em risco e concluíram que os resultados encontrados não diferem dos encontrados em populações de baixo risco. Por outro lado, estudos sobre expectativas quanto ao futuro com meninos e meninas de rua apontam diferenças nos resultados encontrados nestes grupos com relação à população de adolescentes em geral, ressaltando a maior imprecisão das expectativas destes adolescentes (Neiva-Silva, 2003; Raffaelli & Koller, 2005).

Muller et al. (2009) investigaram as perspectivas futuras de adolescentes em conflito com a lei, as quais se mostraram voltadas para o estudo e o trabalho, embora os adolescentes não descartem a possibilidade de vir a cometer novos delitos. A educação formal foi apontada como uma perspectiva de futuro por 45% dos internos, porém, quando questionados sobre como irão realizar essa expectativa, afirmaram que esse era apenas um desejo que não poderá ser realizado. Para a maioria dos adolescentes (56%), o trabalho acaba sendo a principal expectativa, associada à necessidade de prover seu próprio sustento e ajudar a família.

Nardi (2010) desenvolveu um estudo de caso com três adolescentes em conflito com a lei, e encontrou que o estudo e o trabalho são os principais projetos de vida de todos os jovens, sendo que apenas um deles revelou o projeto de constituir uma família. A autora salienta que os planos para o futuro protegem os jovens na medida em que os motivam a viver e buscar atingir seus objetivos, oferecendo um sentido para suas vidas. O estudo de Jacobina e Costa (2007) corrobora esta afirmação, enfatizando a importância que o trabalho pode representar na vida de adolescentes em conflito com a lei.

Partindo destas questões, o objetivo deste estudo foi investigar as expectativas quanto ao futuro de adolescentes em diferentes contextos institucionais (escola, instituição de acolhimento e unidade de execução de medida socioeducativa). Além disso, buscou-se identificar se os três grupos de adolescentes inseridos em diferentes contextos diferenciam-se entre si com relação a fatores de risco ao desenvolvimento (presença de eventos estressores, violência intrafamiliar, violência na comunidade, envolvimento em situações ilegais, uso de drogas, entre outros).

Método

Participantes

O estudo foi realizado a partir do banco de dados da pesquisa "Adolescência em Diferentes Contextos: Família e Institucionalização", que envolveu 945 adolescentes com idades entre 14 e 19 anos (M=15,41; SD=1,68), de ambos os sexos, divididos em três grupos: G1, formado por 689 adolescentes que viviam com a família e estudavam em escolas públicas (422 eram meninas); G2, formado por 113 adolescentes que estavam em acolhimento institucional (68 eram meninas); e G3, com 143 adolescentes que estavam cumprindo medida socioeducativa (15 eram meninas).

Instrumentos

Foi utilizado o Questionário da Juventude Brasileira (Versão Fase II - Dell'Aglio, Koller, Cerqueira-Santos, & Colaço, 2011), que foi elaborado para a segunda etapa do Estudo Nacional sobre Fatores de Risco e Proteção, a partir do questionário utilizado na etapa I (Libório & Koller, 2009). O objetivo deste questionário, que contém 77 questões, é investigar comportamentos de risco, fatores de risco e de proteção ao desenvolvimento em adolescentes. Para a realização da pesquisa nas instituições de atendimento socioeducativo, foi construída uma versão reduzida com 47 questões, tendo em vista a dificuldade dos adolescentes para completar o instrumento original, verificada através de um estudo piloto com 10 participantes.

Para este estudo, foi utilizada a questão que consistia em uma versão reduzida da escala de expectativas quanto ao futuro adaptada por Günther e Günther (1998). Esta versão da escala possui nove itens relacionados às chances que o adolescente acredita ter de: concluir o ensino médio, entrar na universidade, ter um emprego que garanta boa qualidade de vida, ter uma casa própria, ter um trabalho que dará satisfação, ter uma família, ser saudável a maior parte do tempo, ser respeitado na comunidade e ter amigos que darão apoio. As respostas eram em formato Likert de cinco pontos, sendo 1 para muito baixo e 5 para muito alto.

Para identificar fatores de risco presentes nas trajetórias dos grupos pesquisados, também foram utilizadas as questões sobre: reprovação e expulsão escolar, violência intrafamiliar (agressão com objeto, ameaça ou humilhação e abuso sexual), uso de drogas lícitas (cigarro e álcool) e ilícitas (maconha, cocaína e crack), ter amigo que usa drogas, violência na comunidade (agressão com objeto, soco ou surra e violência sexual), presença de eventos estressores ao longo da vida, tais como ter alguém da família desempregado ou ser assaltado, ideação e tentativa de suicídio. Estes itens foram dispostos em formato dicotômico (0=Não, 1=Sim).

Procedimentos

O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto de Psicologia da UFRGS (protocolo nº 2009060) e foi realizado contato com a Secretaria de Educação Estadual e com as instituições de atendimento socioeducativo e de acolhimento institucional, solicitando concordância para a realização do estudo. Após a concordância institucional, os adolescentes foram convidados a participar do estudo, sendo esclarecida a voluntariedade da participação, a garantia de sigilo das informações pessoais e a possibilidade de desistência a qualquer momento. Os jovens que concordaram em participar do estudo assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), e nas escolas também foi solicitado o TCLE aos pais. Foi disponibilizada assistência por parte da equipe de pesquisa nos casos em que foi observada a necessidade de apoio aos participantes durante ou imediatamente após a realização da coleta de dados.

Para compor G1 foi composta uma amostra de forma aleatória por conglomerados, com sorteio das escolas participantes e das respectivas turmas, buscando atender o número de participantes estabelecido através de cálculo amostral (Barbetta, 2001), com margem de erro de 4% (n=640). Participaram 12 escolas estaduais e uma escola municipal, com média de 50 participantes por escola. G2 foi composto por adolescentes em acolhimento institucional em instituições de gestão pública (estadual e municipal) e privada (organizações não governamentais), nas cidades de Porto Alegre (79,8% dos participantes) e Santa Maria (20,2% dos participantes) no Rio Grande do Sul. Os critérios de inclusão foram: desejar colaborar com a pesquisa, estar há pelo menos 30 dias em acolhimento institucional e ter capacidade de compreender o questionário, conforme avaliação subjetiva da equipe técnica e da equipe de pesquisa durante a coleta de dados. Dessa forma, a amostragem foi não probabilística, mas tendo em vista que representou 59% do total de adolescentes que possuíam os critérios estipulados na rede de acolhimento governamental e não governamental conveniada, no período de coleta, estima-se que seja representativa dos jovens em acolhimento.

O G3 foi composto por adolescentes que estavam na FASE-RS, instituição responsável pela execução de medidas socioeducativas. Foram coletados dados em cinco unidades de internação, sendo uma unidade feminina (a única existente). O critério de seleção dos participantes foi ter escolaridade mínima de 5ª série e compreender adequadamente os instrumentos. A aplicação dos instrumentos foi coletiva, em grupos de 6 a 8 jovens, com duração aproximada de 60 minutos. Segundo a Assessoria de Informação e Gestão da FASE-RS, no período da coleta de dados, havia 565 meninos internados na instituição e 31 meninas, sendo que a amostra representou respectivamente 23% dos meninos e 48% das meninas em cumprimento de medida.

Para análise dos dados, inicialmente identificou-se conformidade com as pressuposições de normalidade, linearidade e esfericidade. Realizou-se uma Análise Discriminante visando identificar os perfis discriminantes de cada um dos grupos com relação aos fatores de risco investigados. Essa análise foi utilizada com o objetivo de maximizar as diferenças entre os fatores de risco nos três grupos pesquisados, contribuindo para identificar a diferenciação entre os indivíduos de cada um dos grupos investigados. Foi utilizado o método stepwise, em que cada variável independente é inserida na função discriminante uma por vez, com base em seu poder discriminatório. Após, foi realizada uma Análise de Variância (ANOVA), técnica estatística que busca verificar se existem diferenças nas médias dos grupos. Para isso, determina- se uma média geral e após verifica-se quão diferente cada média é da média geral (Bisquera, Sarriera & Martínez, 2004; Field, 2009). Neste estudo, a ANOVA foi realizada visando identificar diferenças entre a média geral da escala de expectativas quanto ao futuro e entre as médias de cada item da referida escala entre os três grupos investigados.

Resultados

A Análise Discriminante permitiu desenvolver perfis específicos para cada agrupamento de adolescentes, a partir da análise dos fatores de risco. Utilizando o método stepwise, foi identificada a primeira função discriminante com autovalor de 0,781 e de 0,242 para a segunda função, apontando, assim, que há uma forte variação entre os grupos pesquisados. A função deve ser entendida como uma combinação de variáveis discriminativas de um determinado grupamento. Verificou- se também que a primeira função explica 76,3% da variabilidade total encontrada nos grupos, com uma correlação canônica entre o perfil e a função de 0,662. A segunda função discriminante explica 23,7% da variabilidade. O Wilk's Lambda informa que entre as duas funções é possível explicar 54,8% (1-Wilks) da variância existente. Foi identificado que todas as funções são significativas (p<0,001).

Observou-se também que há uma excelente capacidade de predição com um resultado geral de que classifica corretamente 79,6% dos casos nos grupos discriminados. G3 se ajusta ao perfil de forma mais precisa, com 94,5% de casos bem classificados, tendo somente 4,1% dos casos com perfis de G1 e 1,4% com perfil de G2. G2 se ajusta ao perfil de forma menos precisa, com 48,4% de casos bem classificados, sendo 14,7% com perfil de G3 e 36,8% com perfil de G1. G1 classifica 82,9% dos casos, portando 9,4% dos seus casos com perfil de G3 e 7,7% com perfil de G2.

Sobre as funções, avaliou-se que a primeira função distancia mais G3 com centróide de 2,580 contraposto a G1 e G2 com centróides respectivos de -0,404 e 0,653. O centróide funciona como ponto central do grau de dispersão dos casos nos agrupamentos discriminados. Na função 2, são diferenciados os jovens de G2 com centróides de 1,210 com os G1 e G3 com -0,131 e -0,630. Analisando essas funções a partir das variáveis discriminantes, com valor de corte mínimo em .10, na matriz estrutural identificou-se que, na primeira função, o que mais torna distante e específico G3 em relação a G1 e G2 foram os seguintes fatores de risco: ter experimentado droga ilícita (.780), ser expulso da escola (.430), ser agredido com um objeto por alguém da comunidade (.348), ser reprovado na escola (.311), ter alguém da família preso (.291), ser agredido por soco ou surra por alguém na comunidade (.226), ter experimentado droga lícita (.201), ser agredido por soco ou surra por alguém da família (.180), ser assaltado (.162) e ser ameaçado ou humilhado na comunidade (.109).

Na função 2, os jovens de G2 são diferenciados dos adolescentes de G1 e G3 por conta dos escores mais altos nas seguintes variáveis relacionadas aos fatores de risco: ter tido o corpo mexido contra a vontade por alguém da família (.500), ter tido relação sexual forçada por alguém da família (.497), ser agredido por objeto na família (.371), ser ameaçado ou humilhado na família (.182), ter tentando se matar (.142) e ter pensado em se matar (.110).

Análises de Variância (ANOVA) indicaram diferenças significativas entre os adolescentes dos três contextos com relação ao escore total de expectativas quanto ao futuro [F(2, 885)=15,15; p<0,001]. Os adolescentes de G1 apresentaram maior escore total de expectativa quanto ao futuro, seguidos dos jovens de G2 e de G3, conforme dados apresentados na Tabela 1.

Foi utilizado o teste Tukey HSD como teste post-hoc para identificar quais grupos diferem entre si, e esta análise indicou que as principais diferenças foram entre G1 e G3. Os adolescentes de G3 possuem expectativas mais baixas que G1 quanto a concluir o ensino médio, entrar na universidade, ter um emprego que garanta boa qualidade de vida, ter um trabalho que dará satisfação e ter amigos que darão apoio; enquanto que os adolescentes de G2 apresentaram expectativas mais baixas que G1 apenas quanto a concluir o ensino médio. Os adolescentes de G3 também apresentaram expectativas mais baixas que os adolescentes de G2 quanto a entrar na universidade, ter um emprego que garanta boa qualidade de vida e ter amigos que darão apoio.

Não foram encontradas diferenças significativas entre a média acumulada da expectativa quanto ao futuro de G1 e G2. A única diferença significativa identificada foi relacionada à expectativa quanto a concluir o Ensino Médio, sendo que G1 apresentou maior expectativa do que G2. Percebe-se que tanto os adolescentes de G1 como de G2 apresentaram os escores mais altos relacionados com a expectativa de ter amigos que darão apoio, enquanto que a expectativa com média mais alta em G3 foi ter uma família. Nos três grupos de adolescentes, a expectativa mais baixa foi de entrar na Universidade.

Discussão

As análises realizadas permitiram identificar diferenças significativas entre os grupos de adolescentes que estavam na escola e viviam com suas famílias, em acolhimento institucional e cumprindo medidas socioeducativas. Identificou-se que os dois grupos de jovens institucionalizados foram os que apresentaram escores mais altos quanto a fatores de risco, demonstrando que se desenvolveram em contextos desfavoráveis e presenciaram eventos estressores tanto na comunidade (principalmente os jovens em cumprimento de medidas socioeducativas) quanto na família (principalmente os jovens em acolhimento institucional).

Este resultado confirma a ideia de que o contexto sociocultural em que o adolescente está inserido exerce influência em seu desenvolvimento e salienta a importância dos sistemas de apoio social na promoção do desenvolvimento saudável (Blyth & Leffert, 1995; Guzmán, 2007; Lerner & Galambos, 1998; Sunderberg et al., 1983). Considerando- se que as expectativas quanto ao futuro diferem entre os adolescentes dos três contextos investigados, confirma-se a ideia de que estas expectativas são mediadas pelo contexto no qual os adolescentes estão inseridos (Günther & Günther, 1998).

Igualmente, pode-se conceber que os pais influenciam as expectativas futuras de seus filhos adolescentes, definindo padrões normativos, interesses, valores e objetivos, e por servir como modelo para lidar com múltiplas tarefas de desenvolvimento. Para Collins, de Paris e Ward (2008), o apoio da família contribui para um melhor ajuste durante a adolescência e na transição para a idade adulta, e também está correlacionado com maior bem estar. Os menores escores apresentados pelos adolescentes de G2 e G3 também podem ser interpretados neste sentido, compreendendo-se que a institucionalização implica em uma diminuição do apoio familiar.

Assim, colabora-se para o conhecimento das expectativas quanto ao futuro de adolescentes em ambientes diversos do contexto escolar e familiar, o qual tem sido um foco privilegiado dos estudos sobre este construto (Günther & Günther, 1998; Nurmi, 1991; Oliveira et al., 2003; Oliveira, 2010; Presta & Almeida, 2008). Nossos resultados contrariam o estudo de Robbins e Bryan (2004), que indicaram que as expectativas quanto ao futuro não diferem entre jovens inseridos em contextos de alto e de baixo risco, pois identificou-se que as expectativas são mais baixas em contextos de alto risco, como é o caso dos adolescentes de G2 e de G3, e especialmente de G3.

As baixas expectativas quanto ao futuro apresentadas pelos adolescentes de G3 podem ser interpretadas em duas direções: por um lado, relaciona-se com a ideia de que as expectativas quanto ao futuro constituem-se como fatores de proteção ao desenvolvimento saudável, atuando como um fator que previne o cometimento de atos infracionais (Nardi, 2010; Nurmi, 1991; Oyserman & Markus, 1990). Por outro lado, este resultado parece revelar também o alto impacto da privação de liberdade na vida do adolescente em conflito com a lei, reduzindo as expectativas quanto ao futuro ou mantendo-as baixas. Neste sentido, a privação de liberdade acaba acirrando dificuldades já existentes antes mesmo da prática de atos infracionais, em função da presença de diversos fatores de risco ao desenvolvimento, como uso de drogas lícitas e ilícitas, dificuldades na escola e presença de violência nos contextos familiar e comunitário.

Com relação ao escore total de expectativas quanto ao futuro dos jovens de G2, eles também apresentaram um escore mais baixo que os jovens da escola. Esse resultado pode estar relacionado com o fato de que esses adolescentes também revelaram a presença de significativos fatores de risco ao longo da vida, como a violência familiar, o que pode ter sido o próprio motivo da institucionalização. Além disso, os jovens de G2 apresentaram mais ideação e tentativa de suicídio, o que pode ser considerado como uma consequência das diversas violências sofridas.

Apesar disso, os adolescentes de G2 diferenciaram-se de G1 apenas quanto à expectativa de concluir o Ensino Médio. Considerando que esta expectativa envolve uma meta relativamente próxima (Locatelli et al., 2007), podese considerar que o impacto do acolhimento institucional, como uma medida provisória, pode afetar mais as metas próximas que as metas mais distantes destes adolescentes. Neste sentido, pode-se compreender que o adolescente de G2 substitua as metas próximas típicas do desenvolvimento, como concluir o ensino médio, por metas específicas de sua situação atual, que envolve a institucionalização como uma situação provisória em sua vida.

Assim, os jovens em instituições de proteção apresentaram expectativas mais altas quanto a ter amigos que darão apoio, ser respeitado na comunidade e ser saudável a maior parte do tempo, o que pode revelar que estão mais engajados com a restauração de si e de suas relações prejudicadas pelo sofrimento de violências que com tarefas mais típicas do desenvolvimento adolescente, que envolvem expectativas relacionadas ao estudo e ao trabalho (Nurmi, 1991). Além disso, os adolescentes institucionalizados apresentaram índices mais altos de reprovação escolar e expulsão da escola, o que pode ter afetado as expectativas relacionadas ao desenvolvimento escolar. O estudo de Rafaelli e Koller (2005), com meninos e meninas de rua brasileiros, indicou justamente que as expectativas relacionadas à educação e ao trabalho não são as principais expectativas de adolescentes que se encontram em situação de risco psicossocial, como também é o caso dos adolescentes de G2.

Em relação aos jovens de G3, os de G2 apresentaram expectativas mais altas tanto quanto ao escore total de expectativas quanto ao futuro, como nos escores específicos relacionados a ingressar na universidade, alcançar um emprego e ter amigos que darão apoio. Este resultado parece indicar o menor impacto da institucionalização como medida de proteção do que como medida socioeducativa. Da mesma forma, pode-se considerar que a situação de acolhimento institucional parece funcionar como um sistema de apoio social mais efetivo do que a internação para cumprimento de medida socioeducativa. Diante disso, pode-se pensar que o acolhimento institucional está efetivamente se consolidando como medida de proteção, e constitui-se como um substituto adequado ao ambiente familiar, conforme a previsão legal (Brasil, 1990). Por outro lado, evidencia-se o alto impacto da privação de liberdade na vida dos adolescentes internados para cumprimento de medida socioeducativa, daí o caráter de brevidade e excepcionalidade que esta medida deve ter (Brasil, 1990).

Alguns dos estudos revisados indicaram que os principais conteúdos dos interesses dos adolescentes com relação ao futuro se referem a preocupações relativas a trabalho e educação (Muller et al., 2009; Nardi, 2010; Nurmi, 1991; Rafaelli & Koller, 2005), porém, em nosso estudo, estes itens foram justamente os que receberam os menores escores nos três contextos investigados. Identificou- se que as expectativas mais altas se referem à amizade, família e saúde. Este resultado pode estar refletindo outros aspectos típicos do desenvolvimento psicológico na adolescência, que se caracteriza pela maior importância do grupo de pares, pelo desligamento da família de origem e constituição de seu próprio núcleo familiar. Na adolescência se destacam a procura de autonomia, a formação da identidade, a exploração da sexualidade e as expectativas de futuro que começam a desenvolver-se ao mesmo tempo em que o adolescente aprende a relacionarse com os pares e inicia relações mais próximas fora do ambiente familiar (Wilkinson, 2010).

É digno de nota que a expectativa mais baixa apresentada pelos adolescentes dos três contextos investigados foi de ingressar na universidade, aspecto que merece atenção, pois a educação é um caminho para a realização profissional na idade adulta. No estudo de Sulimani-Aidan e Benbenishty (2011), com adolescentes em cuidados institucionais, os participantes também apresentaram expectativas mais baixas em relação à educação, e tinham menos esperança de completar a escola ou continuar a sua educação pós-secundária. Este achado está de acordo com estudos anteriores que revelaram que o nível de escolaridade de alunos institucionalizados é mais baixo do que a média (Schiff & Benbenishty, 2006) e que eles têm menos probabilidade de adquirir o ensino superior (Barth, 1990; Biehal, Clyden, Stein, & Wade, 1994; Casas & Boada, 2009; Cashmore & Paxman, 2006; Clare, 2006; Pecora, White, Jackson, & Wiggins, 2009).

Conclusão

Considerando a relativa escassez de trabalhos que investigam as expectativas quanto ao futuro de jovens inseridos em contextos institucionais diversos da escola, este estudo salienta a importância de desenvolver tais investigações, uma vez que foram encontradas diferenças significativas entre os grupos investigados. Tanto os adolescentes em acolhimento institucional, quanto os adolescentes cumprindo medidas socioeducativas vivenciaram diversos fatores de risco ao desenvolvimento que, provavelmente, contribuíram para que as expectativas quanto ao futuro dos adolescentes institucionalizados fossem as mais baixas.

Os estudos revisados apresentam divergências com relação às expectativas quanto ao futuro de jovens em diferentes contextos, de forma que este construto deve ser mais investigado, buscando-se um conhecimento mais sólido. Considerando-se que a expectativa quanto ao futuro constitui-se como um fator de proteção ao desenvolvimento, estudos sobre este construto devem ser encorajados, ainda, por valorizarem as potencialidades e habilidades pessoais e interpessoais indicativas da vida saudável (Guzmán, 2007; Sheldon & King, 2001), contribuindo-se para a minimização do estereótipo de que a adolescência é um período em que predominam dificuldades e conflitos (Senna & Dessen, 2012).

Uma limitação deste estudo foi o fato de que foram apresentadas as diferentes expectativas quanto ao futuro para os adolescentes indicarem suas chances de alcançálas e, desta forma, não foi possível compreender quais significados os jovens atribuem a cada expectativa. Estes significados podem variar amplamente, pois, por exemplo, ter uma casa própria, ou ter um emprego que garanta boa qualidade de vida, são afirmações genéricas que admitem ampla variedade de interpretações pessoais, o que poderia ser melhor investigado em estudos qualitativos.

Considerando-se que a adolescência é um momento de intensa exploração e descoberta de múltiplas oportunidades (Senna & Dessen, 2012), salienta-se a pertinência de motivar os adolescentes a construir expectativas quanto ao futuro, já que elas constituem-se como um importante fator de proteção ao desenvolvimento (Beal & Crockett, 2010; Nurmi, 1991; Sunderberg et al., 1983). Esta tarefa deve ser inserida nas políticas educacionais direcionadas a adolescentes, e principalmente nas políticas de proteção e de socioeducação, já que as expectativas de adolescentes em situação de risco psicossocial mostraram-se mais baixas.


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