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Acta Colombiana de Psicología

versão impressa ISSN 0123-9155

Act.Colom.Psicol. vol.18 no.2 Bogotá jul./dez. 2015

https://doi.org/10.14718/ACP.2015.18.2.1 

EDITORIAL
http://www.dx.doi.org/10.14718/ACP.2015.18.2.1

REVISTA ACTA COLOMBIANA DE PSICOLOGÍA

GUADALUPE ACLE TOMASINIa - M. MARCELA CASTAÑEDA MOTAb

a Facultad de Estudios Superiores Zaragoza de la Universidad Nacional Autónoma de México. gaclet@unam.mx
b Facultad de Psicología de la Universidad Veracruzana. mcmariamarcela@gmail.com
Coordinadoras de la Red Mexicana de Investigación en Psicología Educativa del Sistema Mexicano de Investigación en Psicología (SMIP)


O interesse que em nossos países latino-americanos existe em aprofundar no conhecimento de diversos aspectos relacionados com o desenvolvimento psicológico e a aprendizagem, apresenta-se nos artigos que compõem este número nos quais estudam-se diferentes aspectos nas populações que vão desde a etapa infantil precoce até a vida adulta. Enfatiza-se a relevância de abordar os distintos temas em um sentido amplo, ou seja, que não só se foquem no individuo, mas também em outros aspectos contextuais. No caso dos estudos referentes à população infantil ou adolescente evidencia-se a relaevância do papel que os pais desempenham enquanto exercem como agentes fundamentais na mediação, tanto do desenvolvimento psicológico, como da aprendizagem em geral e do educativo em particular.

No que se refere a aspectos específicos da aprendizagem escolar, Guevara Guerrero e Puche Navarro, ao indagar sobre o processo de planejamento cognitivo de crianças pré-escolares em situações de resolução de problemas, desde um enfoque de sistemas dinâmicos complexos, encontraram que as crianças pequenas são capazes de integrar as restrições da tarefa e considerar a situação futura em suas ações. Além disso, mostra-se que as crianças em idade pré-escolar contam com uma riqueza de habilidades de planejamento, bem como de autorregulação respeito às ações dirigidas à meta e à antecipação de situações futuras. Já na educação primária, quando as crianças iniciam a aprendizagem da leitura, Galicia Moyeda, Robles Ojeda e Sánchez Velasco comprovam o impacto favorável que essa aprendizagem tem no treinamento em consciência fonológica, em habilidades psicolinguísticas e em vocabulário.

Com base na necessidade de fornecer elementos para a educação de crianças autistas, Oliveira Costa e Barbosa Alves de Souza, ao comparar a eficiência do procedimento de Discriminação Simples-Condicional com o de Discriminação Condicional na aprendizagem da linguagem receptiva de crianças com autismo, encontraram que este último foi mais eficiente que o primeiro para estabelecer a linguagem receptiva nessas crianças. Não obstante, também encontraram que o primeiro foi mais eficaz para a manutenção do repertório da linguagem adquirida.

A importância do desenvolvimento afetivo das crianças é destacado por Reyna e Brussino, que ao avaliar as diferenças em crianças entre três e sete anos de idade com respeito ao comportamento social relacionado com as habilidades sociais e os problemas de conduta em função da idade, do gênero e do nível socioeconômico, encontraram que as diferenças mais marcadas atribuem-se, em primeiro lugar, à idade das crianças, e em segundo lugar, ao gênero. Em termos gerais, as crianças de três anos mostraram um menor desempenho que o resto dos grupos, mas o desenvolvimento no foi linear em todos os processos, já que as crianças de cinco anos apresentaram um desempenho similar ou melhor com relação às crianças de sete anos em algumas variáveis.

Ao compartilhar a preocupação pelos problemas de conduta em crianças, Romero Godínez, Lucio Gómez Maqueo e Forns-Santacana, ao pesquisar obre a presença de problemas internalizados e externalizados de conduta e sua relação com a competência acadêmica de crianças de primária entre oito e doze anos, destacam que há efeitos significativos nas tarefas de escritura nos grupos de crianças que apresentam problemas internalizados de conduta, ao contrários dos que apresentam problemas externalizados, cujos efeitos apresentam-se em atividades de leitura. Neste mesmo sentido, Boone Salles demonstra que ao utilizar o desenho não dirigido conjuntamente com a expressão de pensamentos e sentimentos em sessões terapêuticas com meninas de oito a dez anos que manifestam conduta oposicionista desafiante, se reduz a frequência e a intensidade de suas respostas emocionais e condutuais na sala de aula.

Na população universitária, Padilla Vargas, Fuentes González e Pacheco Chávez, ao estudar, com base na Análise Experimental da Conduta, os efeitos de um treinamento corretivo na identificação e elaboração de artigos empíricos em 20 estudantes de psicologia com idade entre  20 e 22 anos, divididos aleatoriamente em dois grupos: experimental e controle, demostraram que a maioria dos participantes do grupo experimental conseguiram uma drástica melhoria em suas pontuações de acertos na avaliação e, que seis dos dez participantes foram capazes de escrever e fundamentar suas perguntas de pesquisa em um nível extrasituacional, o que não aconteceu com os do grupo controle em nenhum dos dois aspectos.

Na população adulta, Andrade Calderón, Salvador Cruz e Sosa Ortiz centraram seu estudo em um adulto que apresentava afasia progressiva não fluente, caracterizada por um déficit progressivo na expressão da linguagem e da análise sintática, entre outros elementos. Depois de aplicar o tratamento e avalia-lo aos seis e doze meses de sua aplicação, observou-se uma melhoria na prosódia da linguagem, na fluência e no conteúdo da linguagem espontânea, bem como na repetição, na leitura em voz alta e na praxis fonológica, e também em outros aspectos cognitivos e sócio-emocionais. No que se refere ao estudo de aspectos emocionais em adultos, de Francisco Carvalho e Possenti Sette atualizaram o componente da dimensão de instabilidade no estado de ânimo, que forma parte do Inventário Dimensional Clínico da Personalidade, que se aplicou em 230 pessoas entre 18 e 63 anos. A versão final dessa dimensão do teste de compôs de 16 itens organizados em três fatores, com um intervalo de consistência interna entre 0.78 e 0.81, e um total de 0.85, o que denotou índices satisfatórios nestes aspectos para a avaliação dessa dimensão.

A participação dos pais e o papel que desempenham na mediação da aprendizagem e do desenvolvimento psicológico de recém nascidos, crianças e adolescentes é demonstrada nos seguintes artigos: O estudo realizado por Cruz Dantas, Bezerra, Da Silva, Guerra e Chaves mostra que as mães de bebés prematuros apresentam uma associação negativa de intensidade fraca entre a Ansiedade-Estado e o Apoio Emocional, bem como uma relação negativa de intensidade fraca ou moderada entre a Ansiedade-Rasgo e o Apoio Social, em contraposição com as mães de bebés nascidos a termo; de fato, foi encontrada uma diferença estatisticamente significativa através da qual se mostra que as progenitoras de bebés prematuros apresentaram uma mediana maio no que se refere à Ansiedade-Estado.

No que se refere aos pais de crianças em idade pré-escolar, Solís Cámara, Medina Cuevas e Díaz Romero organizaram aleatoriamente 60 pais em um grupo experimental e outro de controle, e lhe ofereceram um treinamento cujo objetivo era modificar as práticas disciplinares severas em menores de três a cinco anos e determinar alguns preditores potenciais dessas práticas. Os autores encontraram que o estresse na interação e nas condutas problema foram as principais variáveis preditoras das práticas disciplinares. Em uma segunda avaliação, os resultados indicaram a modificação significativa das práticas disciplinares e de todas as variáveis do estudo no grupo controle; da mesma forma mostraram a importância da coragem-agressão parental como variável preditora das práticas disciplinares.  

Com pais de filhos com necessidades educativas especiais, Acle Tomasini, Martínez Basurto, Lozada García e Ordaz Villegas propuseram validar a aceitação, a significância educativa e a importância social dos resultados obtidos nos programas de intervenção de educação especial baseados no modelo ecológico de risco/resiliência e instrumentados às crianças. 55 pais e cinco avôs de 30 menores com estas necessidades responderam ao Questionário de Validação Social de Programas de Educação Especial. As autoras referem que os participantes perceberam um aumento nos comportamentos resilientes dos alunos tanto na escola como em casa, com isso valida-se o fundamento ecológico do modelo proposto. Não se encontraram diferenças estatisticamente significativas entre os participantes com relação ao tipo de categoria de educação especial atendida pelos programas.

García Cortés, García Méndez e Rivera Aragón propuseram como objetivo estabelecer se o Funcionamento Familiar predizia o Potencial Resiliente de pais com filhos adolescentes que consumiam ou não álcool. Ao aplicar diversas escalas a 140 pais de família com um filho adolescente que apresentava um consumo de risco de álcool, e 187 pais com um adolescente que não consumia álcool, encontraram que o Potencial Resiliente dos pais era predito pelos fatores de Ambiente Familiar Positivo e Mando/Problemas na Expressão das Emoções correspondentes ao Funcionamento Familiar. Diante desta mesma problemática, Cerutti, de Paula Ramos e de Lima Argimon encontraram que os adolescentes com pais pouco carinhosos têm uma maior possibilidade de abusar do álcool, e com mães pouco afetuosas, de ser dependentes do cigarro. Ao contrário, o papel do pai pode se converter em um fator protetor para o consumo de cigarro e a dependência da maconha se ele exerce um controle sobre estas condutas.

Por último, expressamos nosso mais sincero agradecimento à Revista Acta Colombiana de Psicología, e em particular ao seu editor, doutor Ernesto Ravelo, pela oportunidade que deu à  Rede Mexicana de Pesquisa em Psicologia Educativa do Sistema Mexicano de Pesquisa em Psicologia para colaborar na organização deste número da revista. Como pode ser visto em todos seus artigos, existe um compromisso manifesto de acadêmicos de diversos países e universidades latino-americanas em contribuir com conhecimento no estudo do desenvolvimento psicológico e educativo de populações, desde a infância até a vida adulta, isso oferece diretrizes para diminuir a brecha entre a pesquisa e a prática em diversas áreas da psicologia educativa.