SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.20 número3Estrategias de actividad física planificada en autismo: revisión sistemática índice de autoresíndice de materiabúsqueda de artículos
Home Pagelista alfabética de revistas  

Servicios Personalizados

Revista

Articulo

Indicadores

Links relacionados

  • En proceso de indezaciónCitado por Google
  • No hay articulos similaresSimilares en SciELO
  • En proceso de indezaciónSimilares en Google

Compartir


Revista de Salud Pública

versión impresa ISSN 0124-0064

Rev. salud pública vol.20 no.3 Bogotá mayo/jun. 2018

https://doi.org/10.15446/rsap.v20n3.47748 

Revisión

Revisão sistemática sobre bullying e família: uma análise a partir dos sistemas bioecológicos

Systematic review on bullying and family: an analysis based on bioecological systems

Revisión sistemática sobre acoso escolar y familia: un análisis a partir de los sistemas bioecológicos

Wanderlei Abadio de Oliveira1 

Jorge Luiz da Silva2 

Rosimár Alves Querino3 

Claudia Benedita dos Santos4 

Maria das Graças Carvalho Ferriani5 

Manoel Antônio dos Santos6 

Marta Angélica Iossi Silva7 

1 WO: Psicológo. Doutor em Ciências. Pós-doutorando do Departamento de Psicologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto. Universidade de São Paulo. Ribeirão Preto, Brasil. Bolsista PNPD/CAPES. wanderleio@usp.br

2 JDS: Psicólogo. Doutor em Ciências. Universidade de Franca. Franca, Brasil. jorge.silva@unifran.edu.br

3 RA: Cientista Social. Doutora em Sociologia. Universidade Federal do Triângulo Mineiro. Uberaba, Brasil. rosimarquerino@hotmail;com

4 CDS: Matemática. Doutora em Estatística e Experimentação Agronômica. Universidade de São Paulo. Ribeirão Preto, Brasil. cbsantos@eerp.usp.br

5 MC: Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Universidade de São Paulo. Ribeirão Preto, Brasil. caroline@eerp.usp.br

6 MDS: Psicólogo. Doutor em Psicologia Clínica. Doutor em Psicologia Clínica. Departamento de Psicologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto. Universidade de São Paulo. Ribeirão Preto, Brasil. Bolsista CNPq. masantos@ffclrp.usp.br

7 MI: Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Universidade de São Paulo. Ribeirão Preto, Brasil. Bolsista CNPq. maiossi@eerp.usp.br


RESUMO

Objetivo

Analisar as relações entre o contexto familiar e o envolvimento em situações de bullying escolar.

Método

Foram consultadas as bases de dados Web of Science, PsycoInfo, PubMed, Lilacs e a biblioteca virtual SciELO, utilizando nas buscas os termos bullying, família e pais. Atenderam aos critérios de seleção e elegibilidade 61 artigos. O corpus foi analisado a partir do referencial Bioecológico do Desenvolvimento.

Resultados

Evidenciou-se que as experiências dos estudantes em situações de bullying são multifacetadas e possuem relações com o contexto familiar. Elementos do microssistema como violências na família, práticas parentais, clima e tipo de arranjo familiar, foram mais explorados e relacionados ao bullying. Entretanto, também foram considerados o relacionamento dos pais com os amigos dos filhos, a escolaridade dos pais e as condições socioeconómicas, dos sistemas exo, meso e macro, em relação ao bullying.

Conclusão

A revisão contribui com a literatura ampliando a abordagem sobre o fenômeno que afeta a saúde e o desenvolvimento de crianças e adolescentes.

Palavras-chave: Bullying; violência; serviços de saúde escolar; relações familiares (fonte: DeCS, BIREME)

ABSTRACT

Objective

Analyze the relationships between family context and involvement in school bullying.

Methods

The following databases were searched: Web of Science, PsycoInfo, Pub-Med, Lilacs and SciELO virtual library, using the terms bullying, family and parents. A total of 61 papers met the eligibility criteria. The corpus was analyzed through the Bioecological Development Framework.

Results

The experiences of students experiencing situations of bullying are multifaceted and are related to the family context. Elements from the microsystem, such as violence in the family, parental practices, environment and type of family arrangements, were the elements more frequently explored and related to bullying, though the relationships of parents with the children's friends, the parents' education and socioeconomic conditions, along with the exo, meso and macro systems were also related to bullying.

Conclusion

The review contributes to the literature by broadening the approach to this phenomenon that affects the health and development of children and adolescents.

Key Words: Bullying; violence; school health; family issues (source: MeSH, NLM)

RESUMEN

Objetivo

Analizar las relaciones entre el contexto familiar y el envolvimiento en las situaciones de acoso escolar. Método Se han consultado las bases de datos Web of Science, PsycoInfo, PubMed, Lilacs y la biblioteca virtual SciELO, utilizando en las búsquedas los términos acoso escolar, familia y padres. Se atendieron a los criterios de selección y elegibilidad 61 artículos. El corpus fue analizado a partir del referencial bioecológico del desarrollo.

Resultados

Se evidenció que las experiencias de los estudiantes en situaciones de acoso escolar son de múltiples facetas y poseen relaciones con el contexto familiar. Los elementos del microsistema como violencias en la familia, prácticas parentales, clima y tipo de arreglo familiar, fueron más explorados y relacionados al acoso. Sin embargo, también fueron considerados la relación de los padres con los amigos de los hijos, la escolaridad de los padres y las condiciones socioeconómicas, de los sistemas exo, meso y macro, en relación al acoso.

Conclusión

La revisión contribuye con la literatura ampliando el enfoque sobre el fenómeno que afecta la salud y el desarrollo de niños y adolescentes.

Palabras Clave: Acoso escolar; violencia; servicios de salud escolar; relaciones familiares (fuente: DeCS, BIREME)

O envolvimento de crianças e adolescentes com o bullying escolar é associado a problemas de saúde, que podem desencadear transtornos psicológicos ao longo do clico vital. Nesta direção, as consequências negativas deste tipo de comportamento aos envolvidos e à comunidade escolar, associadas ao aumento da sua prevalência e ocorrência, o converteram em um problema de saúde pública mundial 1-3. O termo bullying se refere a uma forma específica de comportamento agressivo e violento no contexto escolar entre pares. Sendo caracterizado a partir de três critérios: intencionalidade, repetitividade e desequilíbrio de poder 2,4,5.

Estudantes brasileiros são cada mais expostos ao bullying e a literatura indica taxas elevadas de prevalência no contexto escolar. A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (peNSE), desenvolvida em 2012 com uma amostra de 109.104 estudantes brasileiros, identificou o envolvimento em situações de bullying, em algum nível, em 28% dos escolares 6. Em 2009, a PeNSE constatou que 30,8% de uma amostra de 60.973 estudantes haviam sofrido bullying no mês anterior à coleta de dados 7.

Internacionalmente, uma pesquisa transversal e trans-cultural realizada com 202.056 estudantes, comparando a prevalência de bullying em 40 países, revelou que, em média, 26% de escolares adolescentes estavam envolvidos nesse tipo de violência 8. Em Portugal, uma pesquisa desenvolvida com 360 alunos de escolas públicas identificou uma taxa média de envolvimento em situações de bullying de 27,5% 9. Na América Latina, concretamente na Nicarágua, uma investigação em amostra composta por 3.042 estudantes identificou que 50% deles estava envolvido em situações de bullying, desempenhando algum papel (agressor, vítima ou vítima/agressor) 10.

Estudos recentes já apontam para as interfaces existentes entre o fenômeno e as relações e contextos familiares. A literatura científica evidencia que a maneira como as relações familiares se desenvolvem podem se converter em fator de proteção ou de risco para a prática do bullying, a vitimização ou a construção de respostas para conflitos interpessoais e diferenças sociais 11-18.

Nesse sentido, esta apreciação contribui com a literatura existente, abordando o bullying e suas relações com a família a partir do referencial Bioecológico do Desenvolvimento. Esse paradigma é estruturado em cinco componentes/sistemas interconectados que norteiam a teoria e as pesquisas que o utilizam como referencial teórico: 1 individual, 2 microssistema, 3 mesossis-tema, 4 exossistema e 5 macrossistema. Esses sistemas são concebidos como encaixados e em interface, uns dentro dos outros 19.

O microssistema se refere ao ambiente dentro do qual as pessoas se relacionam num contexto imediato. O mesossistema é um conjunto de microssistemas, em interação, que influenciam no desenvolvimento e no comportamento das pessoas. Estes dois sistemas são considerados proximais, ao passo que os exossistemas, em que a pessoa em desenvolvimento não está inserida ativamente, mas aí podem ocorrer eventos que a afetam, e os macrossistemas, em que todos os outros ambientes formam uma rede de interconexões, são componentes mais distais do plano individual, como as atividades profissionais dos pais, o sistema de crenças e cultura, as atitudes sociais, as políticas públicas, entre outras 13,19,20.

Assim sendo, depreendem-se as seguintes questões: quais as contribuições da família para o envolvimento de estudantes com o bullying escolar? Existem evidências científicas que correlacionem essas variáveis (família e bullying)? O equacionamento dessas questões, a partir do referencial adotado, no campo da saúde, contribui com a compreensão dos processos de violência no território escolar e, consequentemente, com o surgimento de novas perspectivas intersetoriais no enfrentamento da problemática, uma vez que, na síntese das principais conclusões revisadas, ela é abordada de forma contextual e ampliada.

A partir dessa perspectiva, objetivou-se analisar as relações entre o contexto familiar e o envolvimento em situações de bullying escolar, examinando as associações estabelecidas na produção nacional e internacional.

MÉTODOS

Este estudo se caracteriza como uma revisão sistemática da literatura, implementada em sua modalidade qualitativa 21. A pesquisa foi operacionalizada mediante buscas nas bases de dados Web of Science, PsycoInfo, PubMed, Lilacs e na biblioteca virtual SCIELO. A questão norteadora da busca foi: Quais as relações entre o contexto familiar e o envolvimento de escolares em situações de bullying? As buscas foram operacionalizadas mediante os seguintes cruzamentos: 1. bullying and family; e 2. bullying and parents, e seus correlatos em português e espanhol. Os procedimentos de busca foram desenvolvidos em janeiro de 2014.

Estabeleceram-se com critérios prévios de inclusão na seleção um recorte temporal de cinco anos (2009-2013), relacionado ao ano de publicação, e a definição dos idiomas contemplados (inglês, português e espanhol). Também foram determinados como critérios de inclusão: a) modalidade de produção científica (estudos empíricos, relatos de casos, relato de pesquisa); b) produções cuja metodologia adotada permitia obter evidências claras sobre o tema em estudo (objetivo); c) artigos que ofereciam associações entre o bullying escolar e o contexto familiar; d) estudos pertinentes ao tema em estudo e sua questão norteadora.

Numa primeira etapa, todos os resultados possíveis foram considerados para o primeiro refinamento dos achados (leitura de títulos e resumos). Posteriormente, foram recuperados e lidos na íntegra os artigos originais selecionados, delimitando o corpus de análise. Os artigos selecionados foram avaliados quanto à qualidade metodológica a partir de dois instrumentos: Critical Appraisal Skills Programe (CASP) 22 e uma tabela adaptada dos itens de avaliação de qualidade metodológica indicada pela Cochrane Collaboration23. O CASP inclui 10 dimensões de avaliação e, após a análise, cada estudo foi classificado em 2 categorias (A e B), sendo que a categoria a reúne os estudos avaliados com baixo risco de viés e na categoria B são incluídos os estudos que apresentam um risco de viés moderado 22. Na avaliação segundo os critérios definidos pela pela Cochrane Collaboration23 cada artigo foi verificado e se concedeu uma pontuação sendo considerados artigos de alta qualidade os que obtiveram nota de 7 a 8 pontos, os de moderada qualidade obtiveram nota de 4 a 6, e os avaliados como de baixa qualidade os que apresentaram nota de 1 a 3 pontos.

A análise dos dados seguiu os pressupostos da metassíntese 24. As informações revisadas ainda foram agrupadas considerando o referencial teórico adotado por este estudo (Bioecológico).

RESULTADOS

Na primeira etapa do estudo todos os resultados possíveis e encontrados foram considerados totalizando 937 artigos, eliminadas as repetições entre os cruzamentos ou entre as bases e a biblioteca. O fluxo do processo de construção do corpus do estudo, detalhando os achados entre as bases e o processo de exclusão de artigos, está sintetizado na Figura 1.

Figura 1 PRISMA fluxograma da seleção dos artigos revisados 

Constituíram o corpus desta revisão 61 estudos (n-61). Deste total, 54 possuíam original em inglês, cinco em espanhol e dois em português. Considerando a produção por ano se observou a seguinte indexação, com maior incidência de estudos compreendidos pela revisão em 2012. No que se refere ao contexto das pesquisas publicadas, destaca-se o predomínio dos Estados Unidos, com maior percentual de artigos produzidos no período revisado, seguido por estudos multicêntricos realizados na Europa e América do Norte.

Grande parte dos estudos desenvolveu questões que relacionavam a ocorrência de bullying a fatores familiares. Alguns apresentaram perspectivas comportamentais, outras dentro de concepções mais interacionistas do desenvolvimento, porém, 44 não definiram o referencial teórico adotado. Nos estudos que apresentaram suas posições teóricas, destacam-se a Teoria Bioecológica do Desenvolvimento, a Teoria do Apego, a Teoria da Aprendizagem Social, a General Strain Theory, e a PARTheory - Parental Acceptance-Rejection Theory.

Os principais resultados arregimentados sobre a relação entre bullying e família foram analisados seguindo o modelo teórico adotado por este estudo e seus principais conceitos. Assim sendo, a caracterização segundo os fatores familiares que se relacionam ao envolvimento dos estudantes com o bullying escolar está apresentada na Tabela 1, e se adotou como princípio de organização e categorização quatro componentes do paradigma bioecológico - micro, meso, exo e macrossistema.

Tabela 1 Caracterização dos estudos revisados segundo os fatores familiares que se relacionam ao envolvimento de escolares com o bullying escolar 

Percebe-se que a maioria dos estudos possuía foco no nível do microssistema familiar, sendo que nos demais níveis, principalmente no mesossistema, em que se explora o fenômeno a partir da interação entre microssistemas (família, escola, grupo de amigos, por exemplo) nos quais os estudantes estão inseridos, há um número menor de pesquisas.

Sobre o delineamento metodológico, estudos de natureza quantitativa foram predominantes, pois apenas um estudo qualitativo foi identificado. A avaliação da qualidade metodológica dos estudos está apresentada na Tabela 2.

Tabela 2 Descrição da avaliação de qualidade metodológica dos estudos revisados 

Na avaliação com o instrumento CASP, metade dos estudos foram classificados como de nível a. O mesmo ocorreu na avaliação do risco de viés segundo os itens de avaliação de qualidade metodológica, formulados a partir das orientações da Cochrane Collaboration. Os estudos avaliados como de nível b ou de qualidade moderada apresentaram fragilidades no que se refere, principalmente, ao detalhamento dos procedimentos de coleta de dados, ao exame crítico do pesquisador sobre a definição do passo a passo do estudo, à menção aos aspectos éticos e aos procedimentos de definição de amostras. Dois estudos 16,25 apresentaram viés plausível (baixa qualidade) relacionado à definição de desfecho, ausência de viés na seleção da amostra e indicações de limitações e contribuições do estudo, o que seriamente enfraquece a confiança em seus resultados.

Os dois estudos brasileiros revisados foram avaliados como de boa qualidade, porém se identificou fragilidades que comprometem seus resultados. Nesses casos, a ausência de justificativas para o tamanho ou a definição de amostras, a presença de viés de seleção 11,49, a falta de detalhamento de todos os procedimentos de coleta de dados e da sumarização das limitações e contribuições do estudo 11 foram os elementos avaliados como ausentes ou frágeis na produção nacional revisada.

A estratégia metodológica que se destacou nos estudos foi o questionário, utilizado exclusivamente por 35 dos trabalhos analisados. O uso combinado de instrumentos também foi significativo e assinalou em alguns dos casos a associação de questionários com escalas, entrevistas ou formulários. Entrevistas, análise de dados secundários (originários de estudos maiores), uso de escalas, grupo focal, inquérito e inventários de saúde foram outros procedimentos utilizados na coleta de dados.

DISCUSSÃO

Os resultados desta pesquisa revelam que as experiências dos estudantes em situações de bullying escolar são multifacetadas e possuem relações com o contexto familiar. Percebue-se que a organização familiar e a maneira como os membros deste grupo se relacionam em termos de comportamento, sentimentos e afetos, oferecem ou não oportunidades para a construção de habilidades e respostas sociais, que diminuem a vulnerabilidade em relação ao fenômeno.

Observou-se que os aspectos do microssistema foram os mais expressivos e associados ao bullying. Nessa dimensão, verificou-se que o envolvimento positivo na família é traduzido pela supervisão parental, estabelecimento de regras, acompanhamento e comunicação positiva, fatores que são compreendidos como de proteção em relação à violência entre pares na escola 20,25,26,28,30,38,41,62. Por outro lado, quando crianças e adolescentes são expostos à violência no ambiente familiar se favorece a experiência de um mundo pouco seguro, em que os únicos papéis sociais a serem desempenhados é o de agressor e o de vítima 38,39,45-47,49,51.

No que tange a questão da monoparentalidade, apontada pelos estudos como forte fator de vulnerabilidade ao bullying, percebe-se que ela é associada ao aumento do estresse familiar e, também, a situações disfuncionais que influenciam de forma adversa no comportamento e desenvolvimento dos filhos 33,43,53-56. Além disso, esse tipo de arranjo influencia no clima familiar que é entendido como um elemento básico na origem de comportamentos de bullying na escola, pois tão importante como a estrutura da família são seus aspectos qualitativos (estilos parentais e clima familiar) 57,58,71,79. Assim, o bullying pode ser entendido como resposta que traduz um padrão global de interações negativas na família.

No âmbito dos níveis exo e macrossistemas, percebeu-se que, no conjunto, os baixos status educacional e socioeconômico dos pais, assim como as condições de trabalho, indicavam um aumento da vulnerabilidade ao bullying e a vitimização. Contudo, esses fatores, muitas vezes, coincidiram com outros fatores de risco variável, tais como o estresse familiar, conflitos, interação pai-filho e práticas parentais autoritárias, e devem ser considerados dentro de suas relações com estas outras variáveis, além daquelas que se referem às condições macroestruturais de vida e sociedade. Os níveis de violência da comunidade e da vizinhança também se referem a estes campos da análise.

Além disso, destaca-se que as questões macroeconômicas tendem a explicar em alguns países a prevalência de exposição ao bullying, como foi verificado por um estudo multicêntrico 77. Neste sentido, a desigualdade social termina oferecendo impactos à exposição e/ou envolvimento no fenômeno, pois estudantes em maior desvantagem socioeconômica têm maior risco de vitimização, assim como aqueles que frequentam escolas e vivem em países onde as diferenças socioeconômicas são maiores, características presentes na sociedade brasileira.

É importante ressaltar que essas características são produtos ocidentais e da organização econômica, bem como da história da desigualdade social presentes principalmente nas economias em desenvolvimento, caso do Brasil. Essas questões afetam a vida familiar e comprometem o envolvimento dos pais com os filhos. Bronffenbrenner 16 contribui com esta reflexão ao sentenciar que no âmbito doméstico, na família, muitas vezes, os pais não são eficazes no cuidado com os filhos não por negligência, mas por que as questões ecológicas se sobrepõem e não permitem maior carinho, proximidade e envolvimento.

No que se refere à avaliação da qualidade dos artigos, percebe-se que foi possível explorar as temáticas abordadas a partir de estudos com excelentes níveis de rigor metodológico. Ao mesmo tempo, pondera-se que o delineamento quantitativo da maioria dos estudos e o uso predominante de questionários na coleta de dados podem oferecer uma ilustração insuficiente acerca do tema, pois faltam análises sobre percepções, significados e sentidos produzidos sobre o bullying em relação à família, por exemplo. Além disso, verificou-se que pesquisas com definição de um referencial analítico, mesmo quantitativas, conseguiram problematizar questões mais amplas relacionadas às suas investigações.

Por fim, três importantes limitações devem ser consideradas na interpretação dos resultados revisados. Primeiramente, os estudos apresentaram grande heterogeneidade entre si e se originaram de diferentes países e contextos culturais, sendo pequena a produção nacional, o que dificulta uma compreensão fundamentada na realidade brasileira. Em segundo lugar, houve uma centralidade das influências do microssistema familiar no bullying e poucos dados sobre influências de níveis mais amplos. Em terceiro lugar, a predominância de pesquisas com delineamento trasnversal limita a compreensão de certos aspectos sobre o bullying, principalmente no que se refere aos seus aspectos causais e contextuais. Novas pesquisas sobre as temáticas abordadas são estimuladas ♦

Agradecimentos:

Os autores agradecem à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) pela concessão de bolsas de doutorado para os dois primeiros autores (Processos 2014/13062-7 e 2013/22361-5). O primeiro autor também agradece à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) pela concessão de bolsa de doutorado no país (código de financiamento 001), de doutorado sanduíche (Bex 7029/14-4) e de pós-doutorado no país (código de financiamento 001).

REFERÊNCIAS

1. Rech RR, Halpern R, Tedesco A, Santos DF. Prevalência e características de vítimas e agressores de bullying. J. Pediatr. 2013;89:164-70. [ Links ]

2. Olweus D. School Bullying: Development and some important challenges. Annual Review of Clinical Psychology. 2013; 9:751-80. [ Links ]

3. Andrade SSCA, Yokota RTC, Sá NNB, Silva MMA, Araújo WN, Masca renhas MDM, et al. Relação entre violência física, consumo de álcool e outras drogas e bullying entre adolescentes escolares brasileiros. Cad. Saúde Pública. 2012; 28:1725-36. [ Links ]

4. Silva JL, Oliveira WA, Bazon MR, Cecílio S. Bullying na sala de aula: percepção e intervenção de professores. Arq. bras. psicol. 2013;65:121-37. [ Links ]

5. Silva MAI, Pereira B, Mendonca D, Nunes B, Oliveira WA. The involvement of girls and boys with bullying: an analysis of gender differences. Int J Environ Res Public Health. 2013; 10:6820-31. [ Links ]

6. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar - PeNSE: 2012. Rio de Janeiro: IBGE; 2013. [ Links ]

7. Malta DC, Silva MAI, Mello FCM, Monteiro RA, Sardinha LMV, Crespo C, et al. Bullying nas escolas brasileiras: resultados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), 2009. Ciênc. saúde coletiva. 2010; 15:3065-76. [ Links ]

8. Craig W, Harel-Fisch Y, Fogel-Grinvald H, Dostaler S, Hetland J, Simons-Morton B, et al. A cross-national profile of bullying and victimization among adolescents in 40 countries. Int J Public Health. 2009; 54(2):216-24. [ Links ]

9. Costa P, Farenzena R, Simões H, Pereira B. Adolescentes portugueses e o bullying escolar: estereótipos e diferenças de género. Interacções. 2013; 9:180-201. [ Links ]

10. Félix EMR, Alamillo RDR, Ruiz RO. Prevalencia y aspectos diferenciales relativos al género del fenómeno bullying en países pobres. Psicothema. 2011; 23:624-9. [ Links ]

11. Tortorelli MFP, Carreiro LRR, Araújo MV. Correlações entre a percepção da violência familiar e o relato de violência na escola entre alunos da cidade de São Paulo. Psicol. teor. prat. 2010; 12:32-42. [ Links ]

12. Zottis GAH. Bullying na adolescência: associação entre práticas parentais de disciplina e comportamento agressivo na escola [dissertação]. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2012. [ Links ]

13. Patton DU, Hong JS, Williams AB, Allen-Meares P. A review of research on school bullying among African American youth: an ecological systems analysis. Educ Psychol Rev. 2013; 25:245-60. [ Links ]

1 4. Bowes L, Arseneault L, Maughan B, Taylor A, Caspi A, Moffitt TE. School, neighborhood, and family factors are associated with children's bullying involvement: a nationally representative longitudinal study. J. Am. Acad. Child Adolesc. Psychiatry. 2009; 48:545-53. [ Links ]

15. Yamagata S, Takahashi Y, Ozaki K, Fujisawa KK, Nonaka K, Ando J. Bidirectional influences between maternal parenting and children's peer problems: a longitudinal monozygotic twin difference study. Dev Sci. 2013; 16:249-59. [ Links ]

16. Uribe AF, Orcasita LT, Gomés EA. Bullying, redes de apoyo social y funcionamiento familiar en adolescentes de una institución educativa de Santander, Colombia. Psychol av discip. 2012; 6:83-99. [ Links ]

17. Wang H, Zhou X, Lu C, Wu J, Deng X, Hong L, et al. Adolescent bullying involvement and psychosocial aspects of family and school life: a cross-sectional study from Guangdong Province in China. PLoS One. 2012;7:e38619. [ Links ]

18. Hemphill SA, Kotevski A, Tollit M, Smith R, Herrenkohl TI, Toumbourou JW, et al. Longitudinal predictors of cyber and traditional bullying perpetration in Australian secondary school students. J Adolesc Health. 2012; 51:59-65. [ Links ]

19. Bronfenbrenner U. A ecologia do desenvolvimento humano: tornando os seres humanos mais humanos. Porto Alegre: Artmed; 2011. [ Links ]

20. Lee CH. An Ecological Systems Approach to bullying behaviors among middle school students in the United States. J Interpers Violence. 2011; 26:1664-93. [ Links ]

21. De-la-Torre-Ugarte-Guanilo MC, Takahashi RF, Bertolozzi MR. Revisão sistemática: noções gerais. Rev. esc. enferm. USP. 2011; 45:1260-6. [ Links ]

22. Critical Appraisal Skills Programme. Making sense of evidence. London: University of Oxford; 2002. [ Links ]

23. Higgins J, Green S. Cochrane Handbook for Systematic Reviews of Interventions Version 5.1.0. The Cochrane Library; 2011. [ Links ]

24. Lopes ALM, Fracolli LA. Revisão sistemática de literatura e metassíntese qualitativa: considerações sobre sua aplicação na pesquisa em enfermagem. Texto contexto-enferm. 2008; 17:771-8. [ Links ]

25. Abdirahman HA, Bah TT, Shrestha HL, Jacobsen KH. Bullying, mental health, and parental involvement among adolescents in the Caribbean. West Indian Med J. 2012;61:504-8. [ Links ]

26. Abdirahman H, Fleming LC, Jacobsen KH. Parental involvement and bullying among middle-school students in North Africa. East Mediterr Health J. 2013;19:227-33. [ Links ]

27. Bowes L, Maughan B, Caspi A, Moffitt TE, Arseneault L. Families promote emotional and behavioural resilience to bullying: evidence of an environmental effect. J Child Psychol Psychiatry. 2010;51:809-17. [ Links ]

28. Georgiou SN, Fanti KA. A transactional model of bullying and victimization. Soc Psychol Educ. 2010;13:295-311. [ Links ]

29. Healy KL, Sanders MR, Iyer A. Parenting practices, children's peer relationships and being bullied at school. J Child Fam Stud. 2013; 13:1-14. [ Links ]

30. Papadaki E, Giovazolias T. The protective role of father acceptance in the relationship between maternal rejection and bullying: a moderated-mediation model. J Child Fam Stud. 2013;13:1-11. [ Links ]

31. Romaní F, Gutiérrez C. Auto-reporte de victimización escolar y factores asociados en escolares peruanos de educación secundaria, año 2007. Rev. peru. epidemiol. 2010;14:1-9. [ Links ]

32. Romaní F, Gutiérrez C, Lama M. Auto-reporte de agresividad escolar y factores asociados en escolares peruanos de educación secundaria. Rev. peru. epidemiol. 2011;15:1-8. [ Links ]

33. Shetgiri R, Lin H, Avila RM, Flores G. Parental characteristics associated with bullying perpetration in US children aged 10 to 17 years. Am J Public Health. 2012;102:2280-6. [ Links ]

34. Shetgiri R, Lin H, Flores G. Trends in risk and protective factors for child bullying perpetration in the United States. Child Psychiatry Hum Dev. 2013;44:89-104. [ Links ]

35. Wang J, Iannotti RJ, Nansel TR. School bullying among adolescents in the United States: physical, verbal, relational, and cyber. J Adolesc Health. 2009;45:368-75. [ Links ]

36. Gofin R, Avitzour M. Traditional versus internet bullying in Junior High School students. Matern Child Health J. 2012;16:1625-35. [ Links ]

37. Lemstra ME, Nielsen G, Rogers MR, Thompson AT, Moraros JS. Risk indicators and outcomes associated with bullying in youth aged 9-15 years. Can J Public Health. 2012;103:9-13. [ Links ]

38. Bibou-Nakou I, Tsiantis J, Assimopoulos H, Chatzilambou P. Bullying/ victimization from a family perspective: a qualitative study of secondary school students' views. Eur J Psychol Educ. 2013;28:53-71. [ Links ]

39. Boel-Studt S, Renner LM. Child and family-level correlates of direct and indirect peer victimization among children ages 6-9. Child Abuse Negl. 2013;38:1163-74. [ Links ]

40. Boel-Studt S, Renner LM. Individual and familial risk and protective correlates of physical and psychological peer victimization. Child Abuse Negl. 2013;37:1163-74. [ Links ]

41. Chaux E, Molano A, Podlesky P. Socio-economic, socio-political and socio-emotional variables explaining school bullying: a country-wide multilevel analysis. Aggr. Behav. 2009;35:520-9. [ Links ]

42. Eiden RD, Ostrov JM, Colder CR, Leonard KE, Edwards EP, Orrange-Torchia T. Parent alcohol problems and peer bullying and victimization: child gender and toddler attachment security as moderators. J Clin Child Adolesc Psychol. 2010;39:341-50. [ Links ]

43. Finkelhor D, Ormrod R, Turner H, Holt M. Pathways to poly-victimization. Child Maltreat. 2009;14:316-29. [ Links ]

44. Foster H, Brooks-Gunn J. Neighborhood, family and individual influences on school physical victimization. J Youth Adolescence. 2013; 42:1596-610. [ Links ]

45. Knous-Westfall HM, Ehrensaft MK, MacDonell KW, Cohen P. Parental intimate partner violence, parenting practices, and adolescent peer bullying: a prospective study. J Child Fam Stud. 2012;21:754-66. [ Links ]

46. Lepisto S, Luukkaala T, Paavilainen E. Witnessing and experiencing domestic violence: a descriptive study of adolescents. Scand J Caring Sci;. 2011;25:70-80. [ Links ]

47. Low S, Espelage D. Differentiating cyber bullying perpetration from non-physical bullying: commonalities across race, individual, and family predictors. Psychology of Violence. 2013;3:39-52. [ Links ]

48. Mustanoja S, Luukkonen AH, Hakko H, Rasanen P, Saavala H, Riala K. Is Exposure to domestic violence and violent crime associated with bullying behaviour among underage adolescent psychiatric inpatients? Child Psychiatry Hum Dev. 2011;42:495-506. [ Links ]

49. Pinheiro FMF, Williams LCA. Violência intrafamiliar e intimidação entre colegas no ensino fundamental. Cad. Pesqui. 2009;39:995-1018. [ Links ]

50. Sevda A, Sevim S. Effect of high school students' self concept and family relationships on peer bullying. Rev Bras Promoç Saúde. 2012;25:405-12. [ Links ]

51. Teisl M, Rogosch FA, Oshri A, Cicchetti D. Differential expression of social dominance as a function of age and maltreatment experience. Dev Psychol. 2012; 48:575-88. [ Links ]

52. Cuervo V, Alberto Á, Martínez C, Alonso E, Acuña T, Margarita G. Diferencias en la situación socioeconómica, clima y ajuste familiar de estudiantes con reportes de bullying y sin ellos. Psicol Caribe. 2012;29:616-31. [ Links ]

53. Fu Q, Land KC, Lamb VL. Bullying victimization, socioeconomic status and behavioral characteristics of 12th graders in the United States, 1989 to 2009: repetitive trends and persistent risk differentials. Child Ind Res. 2013;6:1-21. [ Links ]

54. Yang SJ, Stewart R, Kim JM, Kim SW, Shin IS, Dewey ME, et al. Differences in predictors of traditional and cyber-bullying: a 2-year longitudinal study in Korean school children. Eur Child Adolesc Psychiatry. 2013;22:309-18. [ Links ]

55. Kim YS, Boyce WT, Koh YJ, Leventhal BL. Time trends, trajectories, and demographic predictors of bullying: a prospective study in Korean adolescents. J Adolesc Health. 2009;45:360-7. [ Links ]

56. Lien L, Welander-Vatn A. Factors associated with the persistence of bullying victimization from 10th grade to 13th grade: a longitudinal study. Clin Pract Epidemiol Ment Health. 2013;9:243-50. [ Links ]

57. Murray-Harvey R, Slee PT. School and home relationships and their impact on school bullying. School Psychology International. 2010;31:271-95. [ Links ]

58. Totura CMW, MacKinnon-Lewis C, Gesten EL, Gadd R, Divine KP, Dunham S, et al. Bullying and victimization among boys and girls in Middle School: the influence of perceived family and school contexts. The Journal of Early Adolescence. 2009;29:571-609. [ Links ]

59. Povedano A, Jiménez T, Moreno D, Amador L-V, Musitu G. Relación del conflicto y la expresividad familiar con la victimización en la escuela: el rol de la autoestima, la sintomatología depresiva y el género de los adolescentes. Infancia y Aprendizaje. 2012;35:421-432. [ Links ]

60. Erginoz E, Alikasifoglu M, Ercan O, Uysal O, Alp Z, Ocak S, et al. The role of parental, school, and peer factors in adolescent bullying involvement: results from the Turkish HBSC 2005/2006 Study. Asia Pac J Public Health. 2013;2013;1-13. [ Links ]

61. Kokkinos CM. Bullying and victimization in early adolescence: associations with attachment style and perceived parenting. Journal of School Violence. 2013;12:174-92. [ Links ]

62. Lee CH, Song J. Functions of parental involvement and effects of school climate on bullying behaviors among South Korean Middle School Students. J Interpers Violence. 2012;27:2437-64. [ Links ]

63. Sentenac M, Gavin A, Arnaud C, Molcho M, Godeau E, Nic Gabhainn S. Victims of bullying among students with a disability or chronic illness and their peers: a cross-national study between Ireland and France. J Adolesc Health. 2011;48:461-6. [ Links ]

64. Barboza GE, Schiamberg LB, Oehmke J, Korzeniewski SJ, Post LA, Heraux CG. Individual characteristics and the multiple contexts of adolescent bullying: an ecological perspective. J Youth Adolescence. 2009;38:101-21. [ Links ]

65. Duong MT, Schwartz D, Chang L, Kelly BM, Tom SR. Associations between maternal physical discipline and peer victimization among Hong Kong Chinese children: the moderating role of child aggression. J Abnorm Child Psychol. 2009;37:957-66. [ Links ]

66. Ma TL, Bellmore A. Peer Victimization and parental psychological control in adolescence. J Abnorm Child Psychol. 2012;40:413-24. [ Links ]

67. Analitis F, Velderman MK, Ravens-Sieberer U, Detmar S, Erhart M, Herdman M, et al. Being bullied: associated factors in children and adolescents 8 to 18 years old in 11 European countries. Pediatrics. 2009;123:569-77. [ Links ]

68. Moon B, Morash M, McCluskey JD. General Strain Theory and school bullying: an empirical test in South Korea. Crime & Delinquency. 2012;58:827-55. [ Links ]

69. Lereya ST, Wolke D. Prenatal family adversity and maternal mental health and vulnerability to peer victimisation at school. J Child Psychol Psychiatry. 2013;54:644-52. [ Links ]

70. Jansen DE, Veenstra R, Ormel J, Verhulst FC, Reijneveld SA. Early risk factors for being a bully, victim, or bully/victim in late elementary and early secondary education. The longitudinal TRAILS study. BMC Public Health. 2011;11:440-7. [ Links ]

71. Bayraktar F. Bullying among adolescents in North Cyprus and Turkey: testing a multifactor model. J Interpers Violence. 2012;27:1040-65. [ Links ]

72. Lemstra M, Rogers M, Redgate L, Garner M, Moraros J. Prevalence, risk indicators and outcomes of bullying among on-reserve first nations youth. Can J Public Health. 2011;102:462-6. [ Links ]

73. Garner PW, Hinton TS. Emotional display rules and emotion self-regulation: associations with bullying and victimization in community-based after school programs. J. Community Appl. Soc. Psychol. 2010;20:480-96. [ Links ]

74. Von Marees N, Petermann F. Bullying in German Primary Schools gender differences, age trends and influence of parents' migration and educational backgrounds. School Psychology International. 2010;31:178-98. [ Links ]

75. Jansen PW, Verlinden M, Dommisse-van Berkel A, Mieloo C, van der Ende J, Veenstra R, et al. Prevalence of bullying and victimization among children in early elementary school: do family and school neighbourhood socioeconomic status matter? BMC Public Health. 2012;12:494-504. [ Links ]

76. Christie-Mizell CA, Keil JM, Laske MT, Stewart J. Bullying behavior, parents' work hours and early adolescents' perceptions of time spent with parents. Youth & Society. 2011;43:1570-95. [ Links ]

77. Due P, Merlo J, Harel-Fisch Y, Damsgaard MT, Holstein BE, Hetland J, et al. Socioeconomic Inequality in Exposure to Bullying During Adolescence: A comparative, cross-sectional, multilevel study in 35 countries. Am J Public Health. 2009;99:907-14. [ Links ]

78. Magklara K, Skapinakis P, Gkatsa T, Bellos S, Araya R, Stylianidis S, et al. Bullying behaviour in schools, socioeconomic position and psychiatric morbidity: a cross-sectional study in late adolescents in Greece. Child Adolesc Psychiatry Ment Health. 2012;6:8-21. [ Links ]

79. Povedano A, Estevez E, Martinez B, Monreal MC. A psychosocial profile of adolescent aggressors and school victims: analysis of gender differences. Revista de Psicología Social. 2012;27:169-82. [ Links ]

Conflitos de interesse: Não declarado

Recebido: 07 de Fevereiro de 2015; Revisado: 23 de Junho de 2016; Aceito: 12 de Janeiro de 2018

Creative Commons License Este é um artigo publicado em acesso aberto sob uma licença Creative Commons