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Psicogente

versão impressa ISSN 0124-0137

Psicogente vol.18 no.33 Barranquilla jun. 2015

https://doi.org/10.17081/psico.18.33.59 

http://doi.org/10.17081/psico.18.33.59

ESTRESSORES OCUPACIONAIS EM PSICÓLOGOS CLÍNICOS BRASILEIROS*

OCCUPATIONAL STRESS IN BRAZILIAN CLINICAL PSYCHOLOGISTS

SANDRA YVONNE SPIENDLER RODRIGUEZ**, MARY SANDRA CARLOTTO***, DANIELA OGLIARI****, KLEBER GIORDANI*****
Pontificia Universidade Católica do RGS - Brasil

* O trabalho apresentado faz parte da tese de doutorado intitulada Síndrome de Burnout em Psicólogos financiada pela CAPES.
** Doctora en Psicología. Docente da Facultad del Desarrollo del Rio Grande de Sul-FADERGS y Facultad Decision de Negocios. Email: sandra.rodriguez@fadergs.edu.br
*** Doctora en Psicología Social. Docente del programa de pós-grado de Psicología da Universidad Pontificia Católica de Rio Grande Do Sul. Email: mary.sandra@pucrs.br
**** Estudiante de Psicología da Universidad Pontificia Católica de Rio Grande Do Sul. Email: daniogliari@hotmail.com
***** Estudiante de Psicología da Universidad Pontificia Católica de Rio Grande Do Sul. Email: Klebergiodani@hotmail.com

Referencia de este artículo (APA): Spiendler, S., Carlotto, M., Ogliari, D., Giordani, K. (2015). Estressores ocupacionais em psicólogos clínicos brasileños. Psicogente, 18(33), 104-116. http://doi.org/10.17081/psico.18.33.59

Recibido: 19 de agosto de 2014/Aceptado: 19 de septiembre de 2014


Resumo

Trata-se de um estudo cujo objetivo foi identificar e analisar os estressores ocupacionais referidos por 129 psicólogos clínicos. A análise das respostas foi realizada por meio da técnica da análise temática ou categorial. Foram identificados estressores na profissao do psicólogo clínico como: baixos ganhos financeiros, sobrecarga, a pouca autonomia e reconhecimento, esforcos e recursos físicos, desgastes emocionais, relacionamentos com colegas, pacientes e chefias, deficiencias organizacionais, políticas públicas, diretrizes governamentais e compromissos com a profissão. Foram verificadas mudancas nos estressores ocupacionais dos psicólogos clínicos derivadas do crescente assalariamento dos profissionais. Discutem-se alternativas de prevenção e com vista a redução do estresse ocupacional dos psicólogos clínicos.

Palavras-chave: Psicologia, Psicologia clínica, Estresse ocupacional,Saúde ocupacional.


Resumen

Se trata de un estudio que tuvo como objetivo identificar y analizar los factores de estrés en el trabajo referidos por 129 psicólogos clínicos. El análisis de las respuestas se realizó mediante la técnica del análisis temático o categorial. Fueron identificados los factores de estrés en la profesión del psicólogo clínico como: bajos beneficios económicos, sobrecarga, la poca autonomía y reconocimiento, esfuerzos y recursos físicos, agotamiento emocional, relación con los compañeros, pacientes y autoridades, deficiencias organizativas, políticas públicas, directrices gubernamentales y compromisos con la profesión. Fueron verificados cambios en los factores de estrés laboral de los psicólogos clínicos derivados del aumento de la remuneración de los profesionales. Se discuten alternativas para prevenir y reducir el estrés en el trabajo de los psicólogos clínicos.

Palabras clave: Psicología, Psicología clínica, Estrés laboral, Salud ocupacional.


Abstract

To identify and analyze stress factors in clinical psychologists such as positions of low financial gain; those overloaded with work, and with low autonomy and recognition; those implement-ing great physical efforts and resources; those under emotional distresses; in relationships with coworkers, patients and managers and with organizational deficiencies; and unable to adhere to public policies; government directives; and commitments in their career. 129 clinical psychologists were polled and the responses were analyzed through a thematic or categorical analysis technique, as addressed in this study. Changes in occupational stress in clinical psychologists were observed and alternatives to prevent and to reduce clinical psychologists' occupational stress are discussed.

Key words: Psychology, Clinical psychology, Occupational stress, Occupational health.


INTRODUÇÃO

O trabalho é um importante aspecto da qualidade de vida das pessoas. Embora tenha efeito benéfico, também, tem se apresentado como fonte de múltiplos riscos á saúde mental dos trabalhadores (Nieuwenhuijsen, Bruinvels & Frings-Dresen, 2010). O estresse ocupacional é um desses riscos que comprometem o bemestar do individuo (Koltermann, Koltermann, Tomasi & Horta, 2011). Profissionais, geralmente, buscam satisfação e realização no seu trabalho, no entanto estar sob o estimulo de constante pressáo, que exija muito esforço fisico, mental e emocional no trabalho, pode resultar em estresse ocupacional (Furegato, 2012).

Os estressores organizacionais podem ser de natureza fisica (barulho, ventilação e iluminação do local de trabalho) ou psicossocial (fatores intrinsecos ao trabalho, aspectos do relacionamento interpessoal no trabalho, autonomia/controle no trabalho e fatores relacionados ao desenvolvimento da carreira) (Paschoal & Tamayo, 2005). A competitividade, a busca pela segurança pessoal e econômica e a competência profissional, têm sido também apontadas como importantes estressores laborais nas mais diversas profissões (Furegato, 2012). Revisão sistemática da literatura realizada por Nieuwenhuijsen et al. (2010) aponta, como importantes estressores relacionados a problemas de saúde, as altas demandas e o baixo controle sobre o trabalho, falta de apoio de colegas e chefias de trabalho, iniquidade relacional e desequilibrio entre elevado esforço e baixa recompensa. Estudos sobre o estresse no trabalho, nas mais variadas categorias profissionais, têm sido objeto de pesquisa na atualidade, em âmbito nacional e internacional (Coleta & Coleta, 2008; Devereux, Hastings, Noone, Firth & Totsika, 2009; Koltermann, Koltermann, Tomasi & Horta, 2011).

O profissional de saúde, categoria na qual se incluem os psicólogos (Ferrari, Franca & Magalhães, 2012), dada sua especificidade de trabalho, envolve-se em condições e rotinas de trabalho tangenciadas pelo estresse laboral, o que pode resultar em vivências de adoecimento (Lasalvia, Bonetto, Bertani, Bissoli, Cristofalo & Marrella, 2009; Soares, Souza, Castro & Alves, 2011). Particularmente, a prática da psicologia está permeada por demandas emocionais intensas, por vezes, excessivas, que exigem uma relação próxima com as pessoas, o que a torna suscetivel aos estressores ocupacionais (Moreno-Jiménez, Meda-Lara, Morante-Benadero, Rodriguez-Munõz & Palomera-Chávez, 2006).

Na contemporaneidade, o trabalho do psicólogo permite inúmeras possibilidades de inserção, privilegiando perspectivas de análise e intervenção em âmbitos individuais e coletivos e em múltiplos contextos. As necessidades advindas das mudanças sociais e, portanto, dos novos cenários sociopoliticos e econômicos provocam, além das ilimitadas oportunidades, o aumento da complexidade e do estresse ocupacional (Macêdo & Dimenstein, 2011). Em decorrência dessas mudancas sociais, o desempenho dos profissionais da área da saúde é acompanhado pela expectativa de altos niveis de competência e de responsabilidade no seu trabalho, o que contribui para a elevação do estresse ocupacional. Neste sentido, tornam-se necessários investimentos quanto ao conhecimento das situações geradoras de estresse na vida das pessoas, considerando suas consequências negativas tanto em termos de produtividade, absenteismo, qualidade na prestação de serviços, assim como problemas de saúde física e mental (Furegato, 2012).

O psicólogo clinico é um profissional que atua na área da saúde realizando prevenção, tratamento e atendimento psicoterápico individual ou grupal de crianças, adolescentes, adultos ou idosos, exerce a atividade de forma individual ou com equipes multiprofissionais em contextos formáis ou informáis (Conselho Federal de Psicologia, 1992). A especificidade de trabalho desses profissionais envolve contingências laborais de demandas nas quais se evidencia alta carga emocional, o que torna o exercício profissional da psicologia clínica uma função de vulnerabilidade ao estresse (Roque & Soares, 2012).

Assim, o estudo dos fatores de risco ao estresse tem direcionado a pauta dos pesquisadores e conduzido o enfoque dos estudos com o fim de se identificar tais estressores presentes no trabalho dos psicólogos clínicos e, então, pensar nas melhores alternativas para reduzir seus efeitos. A sobrecarga de trabalho, baixa remuneração, instabilidade financeira, estrutura física precária, relacionamento com outros profissionais e demanda emocional relacionada com a prática clínica são frequentemente apontados como estressores presentes no contexto laboral da psicologia clínica (Almeida, 2012; Santos & Cardoso, 2010; Sanzovo & Coelho, 2007). Sob a perspectiva de suas consequências, tais estressores implicam manifestações de baixa qualidade de vida dos psicólogos clínicos, por conseguinte, ocasionando problemas atinentes á saúde física, como sensações de cansaço, exaustão, dificuldades para se levantar e adormecer, má alimentação, manutenção de vícios, baixa libido, assim como encefaleia (Gomes & Cruz, 2004).

Ao investigarem os estressores profissionais em psicólogos clínicos portugueses, Gomes e Cruz (2004) apontam que as mulheres experimentam maiores níveis de estresse em relação aos homens. Em decorrência disso, as mulheres apresentam maiores problemas de saúde física, menores níveis de satisfação profissional e um maior desejo de abandonar a profissao. Paralelamente, nos homens, os estressores estão relacionados com a incompetência profissional, inflexibilidade e a pouca experiencia dos seus superiores hierárquicos, bem como ao envolvimento excessivo com o trabalho.

Em recente estudo realizado por Almeida (2012), com psicólogos portugueses algarvios que atuam em instituições de saúde com psicologia clínica, identificaram-se estressores muito semelhantes aos do estudo de Gomes e Cruz (2004), revelando estressores associados á sobrecarga de trabalho, falta de tempo para realizar adequadamente as tarefas profissionais, ao envolvimento excessivo com as demandas burocráticas, ás dificuldades derivadas da relação com os superiores, especificamente quando estes são percebidos como inexperientes, incompetentes e inflexíveis, á assunção de papéis indesejados, os quais pressupoem a tomada de decisao na qual as consequências possam ser graves e, por fim, á falta de desenvolvimento e promocao de carreira.

Nessa perspectiva, estudos vêm apontando que, no cotidiano do trabalho do psicólogo clínico, encontram-se presentes variados fatores de risco ao estresse laboral. As contingências estressoras ás quais os psicólogos clínicos se submetem comprometem a qualidade do trabalho e do serviço prestado á pessoa atendida (Sanzovo & Coelho, 2007). Além disso, as situações geradoras de estresse também repercutem negativamente em termos de produtividade, absenteísmo e na qualidade da saúde física e mental (Furegato, 2012). Portanto, é fundamental conhecer e reconhecer a presença dos estressores ocupacionais, bem como seus impactos á saúde do trabalhador. Por isso, o presente estudo buscou identificar e analisar os estressores ocupacionais referidos por psicólogos que atuam na área clínica.

MÉTODO

Delineamento

Trata-se de um estudo observacional descritivo transversal.

Participantes

Participaram do estudo 129 psicólogos clínicos que atuam no estado do Rio Grande do Sul. O critério de inclusão foi atuar na área há mais de um ano. A maioria dos participantes é do sexo feminino (91,5 %), com filhos (59,7 %) e estado civil casado (53,5 %). A idade média desses profissionais é de 36,4 anos (DP = 11,12) e possuem de 1 a 39 anos de experiência profissional (M = 13,14, DP = 10,12). Atendem, diariamente, de 1 a 50 pacientes (M = 8, DP = 7). A maioria exerce suas atividades somente na área clínica (82,9 %). Quanto á formação, 49,6 % dos psicólogos possuem formação em nivel de especialização; 34,1 %, em nivel de mestrado e/ou doutorado; e 16,3 % possuem graduação. Quanto á remuneração, considerando-se como parâmetro o salário mínimo (SM) regional do Rio Grande do Sul de R$868,00, 44,2 % recebem de 3 a 6 SM ; 37,2 %, acima de 6 SM; e 18,8 %, de 1 a 3 SM.

Instrumento

Questionário de dados sociodemográficos (sexo, idade, situação conjugal, filhos, remuneração) e laborais (formação, tempo de experiência profissional, quantidade de pessoas atendidas diariamente, tipos de áreas de atuação na psicologia). Para o presente estudo, foi utilizada uma questão aberta acerca dos fatores de estresse na profissão.

Procedimentos

Os dados do estudo foram coletados no primeiro semestre de 2014 por meio de pesquisa on-line e participação voluntária dos psicólogos. Para fins de recrutamento dos participantes, foi utilizada a técnica do Respondent Driven Sampling (RDS), na qual os primeiros participantes (1a onda) enviam o convite para novos participantes (2a onda) até que se alcance o tamanho desejado da amostra (Goel & Salganik, 2009). Os participantes da 1a onda foram 644 psicólogos, cujos e-mails foram obtidos por meio de consulta aos sites de associações, fundações, sindicatos e demais órgãos representativos da classe. Os psicólogos receberam um e-mail convite, e aqueles que aceitavam o convite para participar do estudo assinalaram com um "X" o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, assim, respeitando-se as diretrizes éticas da Resolução 466 do Conselho Nacional de Saúde no tocante á realização de pesquisa com seres humanos (Ministério da Saúde, 2012). O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da PUC/RS sob o Parecer n° 445847.

Para o tratamento dos dados, utilizou-se a técnica da análise temática ou categorial que, de acordo com Bardin (2002), baseia-se em operações de desmembramento do texto em unidades, ou seja, busca-se descobrir os diferentes núcleos de sentido que constituem a comunicação para, posteriormente, realizar o seu reagrupamento em classes ou categorias.

Após a exploração do material recolhido, realizou-se a codificação, quando foram realizados recortes em 'unidades de contexto' e de 'registro' de cada uma das respostas dos participantes. Em seguida, procedeu-se á fase da categorização e subcategorização das respostas. Por fim, a categorização proposta foi encaminhada a dois juízes, psicólogos-pesquisadores com conhecimento do tema em estudo, para posterior cálculo de concordância, ou seja, para verificação da fidedignidade da categorização realizada pelas pesquisadoras com o intuito de evitar possíveis vieses (Belei, Gimeniz-Paschoal, Nascimento, & Matsumoto, 2008). Em consonância com Fagundes (1999), esta categorização é aceitável quando a classificação do pesquisador e dos juízes atinge um índice de concordância mínimo de 70 %.

RESULTADOS

Verifica-se que os estressores relatados se agruparam tematicamente em seis categorias que evidenciam as características do trabalho do psicólogo, que foram diferentes para profissionais autônomos e assalariados, os relacionamentos que se estabelecem em seu trabalho, o tipo de trabalho, predominantemente emocional, os aspectos organizacionais, externos ao contexto específico de trabalho e as diferentes exigências da profissão. O produto final da categorização e subcategorização das respostas, encontra-se apresentado no Quadro 1.

DISCUSSAO

A psicologia clínica tem, ao longo dos últimos anos, passado por significativas mudanças que pressupõem alterações na sua prática devido á emergência de uma atuação voltada ao contexto social (Dutra, 2004). Assim, ampliou seu campo e forma de atuação, não sendo mais restrita ao atendimento individual, geralmente, realizado em clínica privada. A análise das respostas dos psicólogos clínicos avaliados indica a presenca dessas trabalho de psicólogos autónomos foi a baixa remuneração dos profissionais, fato vinculado aonúmero reduzido de pacientes que efetivamente seguem o tratamento e ocasiona instabilidade financeira, conforme ilustrado na falas a seguir: "Falta de uma rotina, pois na clínica não há como saber se vocé vai terminar o ano com um determinado número de pacientes. Os meses de janeiro e fevereiro também sao delicados financeiramente". "A instabilidade financeira". "Baixos honorários". "Baixos ganhos pelos altos impostos que se tem para exercer a profissão". Os psicólogos, de forma geral, estão diretamente afetados pelas mudanças socio-políticas e económicas que implicam em novas tensões no trabalho, tais como o aumento de carga de trabalho, incertezas financeiras e perda de autonomia profissional (Rupert & Morgan, 2005). O decréscimo dos ganhos financeiros que acomete o psicólogo foi identificado em estudo conduzido com psicólogos em 2008, de âmbito nacional, por Bastos, Gondim e Borges-Andrade (2011), que evidenciaram que a renda salarial do psicólogo sofreu um decréscimo de quase 50 %, quando comparada á remuneração percebida na década de 1980. Pode-se pensar, a partir disso, que o psicólogo clínico, também, foi afetado por essas intercorrências que afetam os profissionais da psicologia, independente da área em que atuem.

As respostas analisadas também permitem observar que os psicólogos clínicos que atuam em consultórios particulares se sentem sobrecarregados, tendo em vista que não possuem dedicação exclusiva a essa área de atuação, conciliando atividades profissionais em outros âmbitos da psicologia, fator este que pode ser potencializador da sobrecarga percebida na profissão, como ilustram as respostas a seguir: "Excesso de atividades na área acadêmica como docente, pesquisador, coordenador de pós-graduação. Dificuldade de conciliar o trabalho académico com o trabalho em consultório como psicóloga clínica em algumas situações". "Excesso de carga de trabalho para que se possa obter remuneração justa". Coerente com os resultados do estudo de Bastos, Gondim e Borges-Andrade (2011), pode-se pensar que a crescente perda de poder aquisitivo e a fragilidade do mercado de trabalho sejam razoes importantes para que o psicólogo combine inserções em várias áreas na tentativa de manter um poder aquisitivo desejado. Por sua vez, o franco desenvolvimento da psicologia (Bastos et al., 2011) potencializa oportunidades de insercáo profissional, podendo a atuação concomitante em várias áreas ser um reflexo positivo da consolidação da psicologia como profissão.

A sobrecarga e a perda de autonomia sobre o trabalho, vinculadas ao envolvimento com atividades extras á função de psicólogo clínico, como as tarefas administrativas e burocráticas e a quantidade de pacientes atendidos diariamente, são fatores apontados pelos profissionais assalariados. Na profissão do psicólogo, tem se assistido ao crescente assalariamento dos profissionais. Assim, o trabalho autônomo, desde a década de 1980, tem cedido espaço para a inserção em instituições, especialmente nas do serviço público e de saúde, sendo a sobrecarga laboral e a perda da autonomia decorrências disso (Bastos et al., 2011). Foi possível perceber que o modelo de atuação de trabalhador assalariado em substituição ao modelo de atuação liberal pode começar a delimitar algumas mudanças iniciais nos estressores do psicólogo clínico. Assim, se anteriormente os estressores laborais limitavam-se aos fatores intrínsecos da relação terapeuta-paciente, na atualidade, extrapolam essa relação, incluindo novos contextos do trabalho. Assim, infere-se que os novos vínculos de trabalho possam tornar a presenca dos estressores ocupacionais um processo mais complexo do que aquele existente na prática do trabalho autónomo na medida em que o trabalho assalariado diferencia-se do liberal por limitar a autonomia e o controle sobre o trabalho, o que pode potencializar o efeito dos estressores laborais (Camelo & Angerami, 2008).

Identifica-se também, a partir das respostas, que os psicólogos clínicos assalariados não percebem o reconhecimento pelo seu esforço no trabalho. "Falta de reconhecimento com remuneração baixa e pouca perspectiva de aumento salarial". "Falta reconhecimento por salário adequado". Tal fato pode ser consequência da representação social que a psicologia e o psicólogo possuem para a população geral. Em estudo realizado com 271 sujeitos que avaliou a representação social da profissão e dos profissionais de psicologia, chamou a atenção dos autores que 11 % dos entrevistados não souberam responder aos questionamentos sob a alegacao de desconhecimento total da profissão do psicólogo, o que, possivelmente, interfira na valorização da profissão frente á sociedade. Além disso, 8 % dos participantes descreveram os profissionais da psicologia a partir de uma percepção pejorativa e estereotipada, o que evidencia a presenca de uma distorcao sobre o fazer da psicologia (Borsezi, Bortolomasi, Liboni, Reis, Tamanaha & Guimaraes, 2008).

Outro aspecto manifestado nas respostas dos psicólogos assalariados refere-se á falta de estrutura física nas instituições para atender adequadamente aos pacientes e á exigência de um trabalho sedentário, o qual é realizado, na maior parte das vezes, sentado. "Ficar muito tempo trabalhando sentada", "falta de infraestrutura física, estrutural". O número de profissionais que atuam no âmbito da assistencia á saúde pública tem aumentado desde a década de 1970. Contudo a inserção dos psicólogos na saúde coletiva é marcada por uma história bastante recente, tendo ocorrido a partir da década de 1980, precipitada pela crise económica, que afastou os pacientes dos consultórios particulares, e impulsionada pelos questionamentos que a própria psicologia se fez em relação ás características individualistas e elitistas da atuação clínica (Dimenstein, 1998). Diante disso, nas instituições comprometidas com a promoção da saúde mental, a existência do modelo médico-assistencial tornou-se, até a década de 1980, um espaço profissional basicamente ocupado pela psiquiatria (Dimenstein, 1998; Ramminger & De Brito, 2008), sendo a inserção do psicólogo um desafio em franco desenvolvimento. Neste sentido, impoem-se aos trabalhadores da saúde, sem exceção aos que atuam com a promoção de saúde mental na rede pública, precárias condições de trabalho (Lourenco & Bertani, 2007).

Relacionamento Interpessoal

A segunda categoria foi "relacionamento" com identificação de tres subcategorias de respostas: com colegas, com pacientes, com chefias. Destas, as dificuldades de relacionamentos com os colegas e em equipes têm sido percebidas como o maior estressor no trabalho. Tal estressor corrobora o apontado por Campos (1992), que indica que o trabalho em saúde mental apresenta dificuldades de cooperação, integração e sinergia no trabalho das equipes. O trabalho em equipe, seja uni ou multidisciplinar, é hoje, uma condição básica da profissão do psicólogo. No que se refere á realização de trabalho em equipes multiprofissionais nas instituições de saúde pública, os estressores, por via de regra, estao presentes em todas as formas de relacionamento que se estabelecem no trabalho do psicólogo clínico: com os pacientes e suas famílias, com colegas e superiores hierárquicos (Ribeiro, 2002). Em estudo recente realizado com 604 psicólogos, Martins e Puente-Palacios (2011) revelam que o maior ponto de tensao diz respeito á gestao dos conflitos, inevitavelmente intrínseco ao trabalho em equipe, sendo esta modalidade de trabalho um desafio da profissão do psicólogo clínico. Tal desafio pode ser decorrente das novas modalidades de trabalho que ultrapassam a clínica privada individual e que, por serem novas, configuram-se como um estressor que ainda necessita ser aprendido e melhor manejado.

Na subcategoria, relacionamento com os pacientes, póde-se observar que a origem do estressor, nesse caso, diz respeito ao desejo de um tratamento com resultados em curto espaco de tempo: "a expectativa de soluções mágicas e rápidas". É possível pensar que essa expectativa esteja relacionada á representacao social encontrada nos estudos realizados com psicólogos na medida em que se atribui a esse profissional a funcao de solucionar problemas por meio de conversas, orientação e aconselhamento, sendo a ele associado um poder de cura. Assim, a dicotomia existente entre as reais possibilidades de trabalho do psicólogo clínico e a expectativa de resultados imediatos dos pacientes, na prática, gera tensoes entre profissional e paciente, sendo esta uma possível razao para emergência desses estressores.

Encontrou-se, nas respostas de alguns profissionais, que o relacionamento com chefias, o excesso de cobrança e a falta de apoio e de compreensão das chefias são fontes estressoras: "No meu caso, trabalho no servido público, o grande fator de estresse são os responsáveis pelo setor em que trabalho, que nao sabem exatamente o que o psicólogo faz". "Falta de reconhecimento e apoio pela chefia". A percepção da falta de suporte organizacional já têm sido apontada como um fator importante de estresse dos trabalhadores (Tamayo & Tróccoli, 2002). Estudo realizado com 190 psicólogos clínicos australianos, conduzido por Emery, Wade e McLean (2009), relata que os profissionais que exercem atividades com vínculo empregatício eparticularmente, em instituições públicas experimentam maior desgaste profissional.

Trabalho Emocional

Em uma terceira categoria, foram incluídas as respostas associadas ao desgaste emocional dos profissionais no exercício da psicologia clínica, que foi percebido como importante estressor no cotidiano do trabalho, como se detecta nas respostas do tipo: "alto nível de demanda emocional que o trabalho exige", "lidar com o sofrimento é ao mesmo tempo gratificante e desafiador, o que muitas vezes gera estresse". Os profissionais que exercem atendimento a terceiros, como é o caso dos psicólogos, realizam um trabalho essencialmente emocional, definido, por Schmidt e Diestel (2014), como o gerenciamento de sentimentos de forma a expressar emoções que são exigidas no exercício de um papel profissional. O esforço envolvido neste tipo de trabalho é apontado como gerador de tensao psicológica e prejudicial á saúde dos trabalhadores, bem como associado a prejuízos organizacionais (Brotheridge, 2006; Hochschild, 1983). Estudo de meta-análise realizado por Lee, Lim,Yang e Lee (2011), que analisou os antecedentes e consequencias do Burnout em psicólogos clínicos, aponta que quanto maior o envolvimento do profissional com as demandas do cliente, maior é a exaustao. Em contrapartida, é também essa dedicação, zelo e cuidado com o cliente um fator associado á realização pessoal do psicólogo clínico. Assim, pode-se colocar como hipótese que a atuação na psicologia clínica parece produzir efeitos paradoxais, pois, ao mesmo tempo em que é considerada uma opção de carreira profissional, a carga emocional inerente a essa prática, também, produz tensoes e estresse.

Fatores Organizacionais

Na categoria "fatores organizacionais", observase, por parte dos psicólogos com vínculo empregatício, a manifestação de estressores relacionados ás políticas e diretrizes organizacionais derivadas da gestao pública, da rotatividade de pessoal e da falta de contratação de profissionais, o que gera sobrecarga de trabalho, conforme evidenciam as respostas a seguir: "pouco número de profissionais para atender a alta demanda", "atravessamentos institucionais tais como decisoes político-partidárias". Estudos apontam que os profissionais que atuam sem vínculo empregatício e, portanto, possuem uma carreira independente, são os que apresentam menores riscos ocupacionais (Lasalvia, Bonetto, Bertani, Bissoli, Cristofalo & Marrella, 2009). Por sua vez, os profissionais que atuam em órgaos públicos estao mais suscetíveis as intempéries institucionais. As instituições públicas são caracterizadas pela intensa burocracia corporativa, com tendencia á rigidez, á centralização nas decisoes e á gestao política. Esses tracos culturais afetam diretamente os trabalhadores, podendo ser, muitas vezes, a causa de insatisfação e instabilidade (Pires & Macedo, 2006). Pode-se pensar que, no exercício do trabalho autónomo, o psicólogo clínico possui um maior controle sobre seu trabalho na medida em que administra sua agenda de atendimentos a partir da sua disponibilidade, desse modo, conciliando apenas os desejos e possibilidades do cliente, sendo esta uma possível hipótese para que o trabalho de atuação independente apresente menores riscos ocupacionais. Enquanto isso, o psicólogo que exerce a psicologia clínica em instituições precisa se ajustar as normas e procedimentos institucionais, as quais, muitas vezes, encontram-se permeadas de atravessamentos políticos e administrativos que impedem a autogestao dos profissionais e, podem, em decorréncia disso, precipitar malestar e insatisfação no trabalho.

Fatores Externos

Na categoria "fatores externos", registram-se respostas derivadas da falta de políticas públicas e desuniao da categoria profissional como fontes estressoras do trabalho do psicólogo clínico, tal qual ilustram as seguintes respostas: "Falta de referencia do fazer prático em políticas públicas, como no Sistema Único de Assistencia Social (SUAS)", "O maior fator de estresse que me acompanha ao longo da carreira diz respeito ao pouco respaldo político e social que a profissáo têm, mesmo dentro da própria categoria, a qual, de modo geral, têm uma postura de rivalidade, de formagáo de "guetos", sendo pouco proativa, solidária e unida em prol das demandas coletivas da profissáo". Segundo Santos e Cardoso (2010), os fatores que se localizam fora da organização do trabalho limitam a autonomia do trabalhador na medida em que, nem sempre, as mudancas desejadas podem ocorrer por meio da ação individual e, justamente por isso, são percebidos como estressores da profissão. Os setores público e privado apresentam-se como importantes possibilidades de inserção profissional do psicólogo clínico. Contudo a crise e a faléncia do Estado interferem na sua função de agente promotor de bemestar social, de forma que, na atualidade, assiste-se a um cenário de muitas deficiéncias no cumprimento das demandas sociais e de movimentos historicamente muito incipientes nas definições de políticas públicas em saúde mental (Campo & Furtado, 2006; Macédo, Heloani, & Cassiolato, 2011). Ainda, a percepcao de desuniao pode estar associada ao fato de que a categoria profissional do psicólogo têm uma história bastante recente na medida em que a profissão do psicólogo foi regulamentada apenas na década de 1960 e sua articulação e consolidação como profissão se encontra em franco desenvolvimento (Dimenstein, 1998).

Exigências da Profissão

Na categoria "exigências da profissão", destacaram-se trés importantes subcategorias associadas: supervisao, terapia, aperfeicoamentos/conhecimentos. A formação do psicólogo se dá a partir da estruturação de um tripé constituído de: estudo teórico-análise pessoal-supervisao. Contudo, embora sua construção se inicie durante a graduação, após a formação, o tripé continua sendo um importante alicerce da prática profissional dos psicólogos clínicos (Guedes, 2006). Ao avaliar a importancia da formação continuada dos psicólogos, Silva, Zanelli e Tolfo (2011) destacam que a regiao Sul é uma das que mais oportuniza programas de pós-graduação no Brasil e, apesar disso, o número de egressos nos programas de pós-graduação ainda é bastante reduzido. A supervisao deve contemplar a prática clínica na medida em que se mostra um importante instrumento de reflexao do profissional, o qual favorece o processo de ensino e aprendizagem, assim como auxilia no aperfeicoamento do manejo clínico (Barreto & Barletta, 2010). O envolvimento dos profissionais com formação continuada, supervisao e terapia sao possíveis estressores da profissão na medida em que exigem investimentos de tempo e de recursos financeiros. Por isso, a percepção que se têm em relação a importancia do tripé no exercício da profissão acaba exercendo certa pressão aos profissionais e colaborando para que ele seja percebido como fator de estresse na profissão, conforme revelam as respostas a seguir: "A falta de tratamento pessoal. Vejo muitos psicólogos que atuam na profissão e que nao se tratam. Isso gera estresse", "A natureza da profissão; quando o psicólogo não está habilitado para uma tarefa, seja por ele não estar em supervisao e/ ou tratamento ou falta de conhecimento".

CONSIDEREÇÕES FINAIS

Este estudo acerca dos fatores geradores de estres-se na profissão do psicólogo clínico indica que os estressores ocupacionais vém se alterando com o passar dos anos e a partir de uma nova inserção do psicólogo clínico em espaços profissionais que transcendem as fronteiras do consultório. Ademais, os estressores ocupacionais nao derivam de uma única fonte, mas estão localizados no contexto do trabalho, organizacional e no ambiente externo ao trabalho. Assim, intervenções eficientes precisam ser pensadas sob a perspectiva do indivíduo, da organização e das dimensoes do contexto mais amplo.

Sob a perspectiva dos profissionais, pode-se pensar no desenvolvimento de estratégias de enfrentamento que se mostrem efetivas e que auxiliem a manejar os possíveis estressores da profissao. Tal medida poderia ter efeitos assertivos se fosse colocada em prática já na formação inicial do psicólogo, de forma a melhor preparar o aluno para dar conta das reais demandas que se apresentam no campo prático da profissão. O contato com as reais circunstancias da vida prática, durante o período de formação, pode auxiliar a aliviar as tensoes futuras da profissão na medida em que o aluno comece, desde o início da sua formação, a preparar-se para o manejo dos estressores ocupacionais. Nesse sentido, as instituições formadoras podem estreitar as distancias entre teoria e prática.

No âmbito das organizações, pode-se pensar no desenvolvimento de competéncias de liderancas como forma de melhor preparar os supervisores para o gerenciamento de suas equipes, sensibilizar a instituição para a importancia da valorização do trabalho do psicólogo como forma de qualificar o atendimento do usuário do sistema de saúde. Ainda, sob a perspectiva da melhor inserção dos psicólogos clínicos as peculiaridades do contexto institucional em que atuam, parece ser igualmente importante pensar em formas de preparar os profissionais para a gestão de conflitos e o trabalho de equipe. No que concerne aos espaços externos a organização, este estudo mostrou que a redução dos estressores na ocupação dos psicólogos clínicos requer que se pense no desenvolvimento de políticas públicas que privilegiem o bemestar dos seus profissionais, o que envolve a mobilização da sociedade, do poder público e, prioritariamente, da categoria destes profissionais.


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