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Revista Latinoamericana de Ciencias Sociales, Niñez y Juventud

versão impressa ISSN 1692-715X

Rev.latinoam.cienc.soc.niñez juv vol.12 no.2 Manizales jul./dez. 2014

https://doi.org/10.11600/1692715x.12210111213 

 

Segunda sección: Estudios e Investigaciones

DOI:10.11600/1692715x.12210111213

 

Políticas Públicas de Bem-Estar: modelo de Ahmed e Jackson no contexto brasileiro*

 

Welfare State: Ahmed and Jackson's model in Brazilian context

 

Las políticas de bienestar: modelo de Ahmed y Jackson en el contexto brasileño

 

 

Luciana Flores-Battistella1, Márcia Grohmann2, Carolina Iuva-de Mello3

 

1 Professora Universidade Federal de Santa Maria, Brasil. Graduada em Administração pela Universidade Federal de Santa Maria, Mestre em Comunicação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e Doutora em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina. Consultora Ad hoc da Capes/MEC. Atualmente é professora adjunta do Departamento de Ciências Administrativas da Universidade Federal de Santa Maria. Endereço eletrônico: luttibattistella@gmail.com

2 Professora Universidade Federal de Santa Maria, Brasil. Graduada em Administração pela Universidade Federal de Santa Maria, mestrado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Maria e doutorado em Engenharia de Produção e Sistemas pela Universidade Federal de Santa Catarina, na linha de pesquisa de Gestão de Negócios. Atualmente é Professora Associada da Universidade Federal de Santa Maria. E-mail: marciazg@gmail.com

3 Professora Universidade Federal de Santa Maria, Brasil. Graduada em Design, mestre em Engenharia de Produção e doutoranda em Extensão Rural pela Universidade Federal de Santa Maria. Atualmente é professora assistente do Departamento de Desenho Industrial da Universidade Federal de Santa Maria. Endereço eletrônico: carolinaiuva@gmail.com

 

 

Artículo recibido en Agosto 21 de 2013; artículo aceptado en diciembre 11 de 2013 (Eds.)

 


Resumo (analítico):

Ao analisar o nível de publicações sobre políticas de bem-estar no Brasil, percebe-se que o tema ainda é incipiente comparado com o exterior. Este artigo se propõe a traduzir e validar, para o contexto nacional, o modelo proposto por Ahmed e Jackson (1979 como citado em Bearden, Netemeyer & Mobley, 1999) que busca avaliar percepções em relação às políticas públicas de bem-estar. Para isso, foi realizada uma pesquisa quantitativa do tipo survey com 101 universitários da Universidade Federal de Santa Maria. Os resultados da validação mostraram-se satisfatórios. Sugere-se como pesquisa futura a aplicação do modelo validado em uma amostra mais abrangente.

Palavras-chave: políticas públicas, bem-estar, percepção, atitudes (Tesauro de Ciências Sociais da Unesco).

 


Abstract (analytical):

By analyzing the level of publications on welfare state in Brazil, it is clear that the theme is still incipient compared with other countries. This paper aims to translate and validate to the national context, the model proposed by Ahmed and Jackson (1979 as cited in Bearden, Netemeyer & Mobley, 1999) which seeks to assess public attitudes regarding the welfare state. For that a quantitative-type survey was conducted with 101 academics from Universidade Federal de Santa Maria. The validation results were satisfactory. It is suggested as future research to apply the validated model in a larger sample.

Key-words: public policies, welfare, perception, attitudes (the Unesco Social Science Thesaurus).

 


Resumen (analítico):

Mediante el análisis del nivel de las publicaciones sobre las políticas de bienestar en Brasil, está claro que el tema sigue siendo bajo en comparación con el exterior. Este artículo se propone a traducir y validar al contexto nacional el modelo propuesto por Ahmed y Jackson (1979 como citado en Bearden, Netemeyer & Mobley, 1999), que trata de evaluar las percepciones respecto de las políticas públicas de bienestar. Para ello, se realizó un estudio de tipo cuantitativo con 101 estudiantes de la Universidad Federal de Santa Maria. Los resultados de la validación fueron satisfactorios. Se sugiere como investigación futura la aplicación del modelo validado en una muestra más amplia.

Palabras clave: políticas públicas, bienestar, percepción, actitudes (Thesauro de Ciencias Sociales de la Unesco).

 


 

1. Introdução

 

As políticas públicas de bem-estar são aquelas destinadas à redistribuição de renda para os pobres, assim como os programas promovidos pelos governos com vistas a fornecem alguma segurança econômica em caso de invalidez, velhice ou desemprego (Blekesaune, 2007). Desde o século XVI, todas as sociedades ocidentais têm desenvolvido métodos de distribuição de sustento para os seus membros mais vulneráveis. Entretanto, os gastos com assistência pública nas democracias capitalistas ocidentais demonstraram um rápido crescimento, imediatamente, após a Segunda Guerra Mundial, enfraquecendo somente na década de 1970 (Quadagno, 1987).

O governo brasileiro, assim como muitos outros, possui um sistema de políticas públicas que visam o bem-estar da sociedade. Essas políticas, denominadas de assistenciais, englobam programas como o Bolsa-Família, Luz para Todos, ProUni, entre outros. O principal objetivo desses programas é prover auxílio aos cidadãos de baixa-renda para que possam participar ativamente da sociedade, ou seja, são políticas de inclusão social.

Nos últimos anos, as políticas públicas de bem-estar social vêm sendo questionadas, pois não conseguem dar respostas satisfatórias às novas expressões da questão social no âmbito da economia globalizada. O crescimento do desemprego de longa duração e o correspondente surgimento de um elevado contingente de beneficiários da seguridade social tem como consequência uma crise aguda no financiamento dessa política (Dias, 2006).

Entre as diversas pesquisas existentes sobre o tema, destaca-se o interesse a respeito das percepções da população quanto às políticas públicas de bem-estar social, ou seja, seu posicionamento quanto aos programas sociais ofertados pelo governo. Ao se analisar o nível de publicações internacionalmente, através de uma pesquisa bibliométrica na base Web of Science, percebeu-se a relevância do tema, sendo considerado um hot topic. Já nacionalmente, optou-se por estudar os anais dos eventos EnAnpad e EnAPG, promovidos pela Anpad, pois acredita-se que eventos são a maneira mais rápida de difusão do conhecimento gerado pela academia devido à defasagem, normalmente, existente entre o envio do artigo e sua publicação pelos periódicos científicos. Percebeu-se que pesquisas sobre o tema ainda são incipientes no país.

Com base no exposto, este artigo busca validar o modelo proposto por Ahmed e Jackson (1979 como citado em Bearden, Netemeyer & Mobley, 1999) para análise de percepção em relação às políticas públicas de bem-estar social. Para isso, realizou-se uma pesquisa quantitativa do tipo survey com 101 universitários dos cursos de Filosofia, Arquivologia, Produção Editorial, Jornalismo e Farmácia da Universidade Federal de Santa Maria. Para validação, primeiramente, realizou-se o cálculo do alfa de Cronbach para verificação da confiabilidade dos construtos teóricos, seguido de uma análise fatorial exploratória com o objetivo purificar o modelo. Após, utilizou-se o coeficiente de correlação de Pearson para tentar estabelecer relações entre as dimensões do constructo e realizouse a modelagem de equações estruturais para analisar a força das correlações existentes no modelo. Por fim, são apresentadas as médias e desvios-padrão da amostra pesquisada.

 

2. Análise das publicações sobre o tema

Na maioria dos países, os governos fornecem alguma segurança econômica em caso de invalidez e velhice; em alguns, também, fornecem segurança econômica para os desempregados. Vários países têm políticas de renda mínima e/ou políticas destinadas a redistribuir renda para os pobres. Coletivamente, esses programas são chamados de políticas públicas de bem-estar (Blekesaune, 2007).

Este artigo trata das percepções ou atitudes da população em relação às políticas públicas de bem-estar oferecidas pelo governo e, para melhor contextualização do tema, buscou-se analisar sua evolução através das publicações disponibilizadas no sistema Web of Science, do índice de citações ISI Citation Indexes. Realizouse uma pesquisa bibliométrica, utilizando-se as palavras ‘welfare state' e ‘atitude' em tópico para a busca. A princípio não foi restringido o período, pois o que se pretendia em um primeiro momento era analisar a quantidade de publicações sobre o tema ao longo dos anos. O total de publicações encontradas foi 629 e, como é possível perceber na Figura 1, o tema tem estado em maior evidência nos últimos anos, culminando em 68 publicações em 2011.

 

 

Posteriormente, para analisar a relevância das publicações para a área acadêmica, restringiu-se a pesquisa para artigos publicados na última década (de 2002 até o presente), no qual foram encontrados 419 artigos com uma média de 5,3 citações por item e 201 por ano, demonstrando a relevância do tema. Encontrou-se o índice h (h-index) de 22. Tal índice foi proposto por Hirsch (2005) e é obtido através do número de citações de um tópico ou combinação em determinado período, listados em ordem decrescente de citações. é encontrado em publicações que tenham obtido um número de citações igual ou maior à sua posição no ranking. Já o índice m (m-index) encontrado foi 2, o que permite considerar o tema emergente, pois, orientando-se pelas considerações de Banks (2006), quando o índice m de um tópico for maior ou igual a dois, ele é classificado como "hot topic".

Em se tratando de percepções em relação às políticas públicas de bem-estar, pode-se dizer que em apoio ao estado assistencialista estão os que creem que todos os cidadãos têm direitos sociais básicos, incluindo o direito a um nível aceitável de bem-estar econômico e segurança e o direito de viver de acordo com os padrões sociais vigentes (Marshall, 1964 como citado por Blekesaune & Quadagno, 2003). Em oposição, está o conceito de individualismo econômico, que pressupõe que cada pessoa é responsável por seu próprio bem-estar, segundo essa visão, o assistencialismo estatal é prejudicial, pois dispensa alguns cidadãos de suas responsabilidades econômicas (Blekesaune & Quadagno, 2003).

Entretanto, alguns pesquisadores, como Gainous, Craig e Martinez (2008), apoiam a teoria de que as pessoas não são polarizadas, mas sim ambivalentes, quanto às suas atitudes em relação à atuação do governo na sociedade, ou seja, possuem simultaneamente avaliações positivas e negativas quanto ao tema. Ao entrevistarem residentes da Flórida, nos Estados Unidos, Gainous et al. (2008), descobriram que aqueles com sentimentos conflitantes são menos propensos a apoiar ações políticas de bem-estar social.

As percepções ou atitudes em relação às políticas de bem-estar podem ser influenciadas por diferentes fatores, Andress e Heien (2001) identificaram quatro principais determinantes: interesse; valores e normas; diferentes padrões de socialização; e culturas nacionais de bemestar. De acordo com o argumento do interessado, aqueles que são ou correm o risco de serem beneficiados por programas sociais do Estado são mais propensos a apoiar esses benefícios do que aqueles que são menos propensos a recebê-los (Blekesaune & Quadagno, 2003). Por exemplo, em pesquisa envolvendo 39 países, incluindo o Brasil, Blekesaune (2007) percebeu que taxas de emprego mais baixas são associadas pela opinião pública com maior responsabilidade do governo para a provisão econômica e redistribuição de renda. Já os valores e normas estão associados ao meio no qual o individuo está inserido, no caso das políticas públicas as percepções estão fortemente relacionadas ao senso de justiça, ou seja, maneiras percebidas como justas de se distribuir os bens na sociedade. O terceiro fator assume que diferentes processos de socialização conduzem a diferentes valores e normas que, por sua vez, explicam a variação entre indivíduos nas suas crenças e atitudes. Por último, os modelos nacionais de integração cultural esperam certas constantes culturais que se manifestam em ideologias dominantes de justiça ou bem-estar (Andress & Heien, 2001).

Diversos artigos, também, foram escritos sobre as particularidades e/ou diferenças existentes nas atitudes em relação às políticas públicas de bem-estar entre países (Taylor- Gooby, 1988, Andress & Heien, 2001, Blekesaune & Quadagno, 2003, Blekesaune, 2007, Ljunge, 2011). O que evidencia a relevância de se ampliar a tal discussão no Brasil. O presente estudo ao traduzir, para o Brasil, um modelo testado e validado internacionalmente, permitindo avançar a temática e provocar comparações com diferentes países.

Paralelamente ao estudo dos artigos internacionais, buscou-se estudar as publicações sobre políticas públicas de bem-estar no país. Para isso, optou-se por analisar os anais dos eventos EnAnpad (no tema Políticas Públicas e Sociais) no e EnAPG, pois acredita-se que eventos são a maneira mais rápida de difusão do conhecimento gerado pela academia devido à defasagem, normalmente, existente entre o envio do artigo e sua publicação pelos periódicos científicos.

Na última edição do EnAPG, Fadul, Silva e Cerqueira (2010) apresentaram uma análise do campo da Administração Pública utilizando a produção científica publicada nos anais dos EnAPGs até então. O resultado demonstrou que dos 429 artigos analisados, 128 são relativos ao tema políticas públicas e destes 32 são específicos de políticas sociais. Na edição de 2010, somente 7 artigos eram sobre políticas sociais, totalizando 39 publicações sobre o tema, ou 6,76% do total de 577 artigos apresentados nas quatro edições do evento (Tabela 1).

 

 

Já ao se analisar os anais do EnAnpad, percebeu-se que, somente a partir de 2001, o tema políticas públicas e/ou sociais foi destacado como subárea da administração pública. Deste então, de 2001 até 2011, encontraram-se 405 artigos dos quais 30 podem ser classificados como políticas públicas de bem-estar, o equivalente a 7,41% do total. Classificaram-se estes 30 artigos de acordo com a divisão por temas proposta por Fadul, Silva e Cerqueira (2010) ao analisar os anais do EnAPG. O resultado desta classificação pode ser visto na (Tabela 2).

 

 

Percebe-se que, tanto no EnAPG quanto no EnAnpad, a maioria dos artigos nesse tema diz respeito aos programas governamentais. Como afirmado por Fadul et al. (2010), ao fazer uma leitura de ações do governo, esses artigos nem sempre geram novos conhecimentos teóricos específicos para o campo, o que é necessário para seu amadurecimento.

 

3. Procedimentos metodológicos

A pesquisa realizada caracteriza-se por ser uma pesquisa descritiva, utilizando-se de um instrumento de coleta de dados testado e validado, e quantitativa do tipo survey com 101 acadêmicos dos cursos de Filosofia, Arquivologia, Produção Editorial, Jornalismo e Farmácia da Universidade Federal de Santa Maria. O questionário foi o instrumento de coleta de dados utilizado, dividido em duas partes: a primeira buscava identificar as características da amostra, ou seja, as variáveis demográficas e socioeconômicas e a segunda apresentava o modelo proposto por Ahmed e Jackson (1979 como citado por Bearden et al., 1999) com 40 questões divididas em cinco dimensões, sendo elas: Independência do governo, Moralidade do bem-estar, Amparo, ética de trabalho e Altruísmo, que mensuraram a importância atribuída às Políticas Públicas Sociais pela população. Nessa segunda etapa do questionário eram apresentadas frases afirmativas e os respondentes utilizavam uma escala do tipo Likert de cinco pontos para identificar seu grau de concordância, sendo 1 discordo totalmente e 5 concordo totalmente.

A escala foi traduzida para o português através do procedimento de tradução reversa e foi submetida a um pré-teste que identificou a necessidade de maior informalidade nas afirmativas. Ajustes foram realizados nas questões tornando-as mais acessíveis. A Figura 2 apresenta cada dimensão da escala com suas variáveis.

 

 

Observa-se que, na Figura 2, as dimensões Independência do governo, Moralidade do bem-estar e ética de trabalho possuem as variáveis de 1 a 4 reversas, já nas dimensões Amparo e Altruísmo, as variáveis reversas são as de número 5 a 8.

Posterior a coleta dos dados, esses foram tabulados e analisados estatisticamente através do software SPSS. Primeiramente realizaramse análises de frequência e cruzamentos, para melhor caracterizar a amostra, seguido de uma análise fatorial exploratória com o objetivo de purificar o modelo, utilizou-se também o cálculo do alfa de Cronbach para verificar a confiabilidade dos construtos teóricos. Após a purificação do modelo teórico, utilizou-se o coeficiente de correlação de Pearson, na tentativa de estabelecer as relações entre as dimensões do constructo. Para a modelagem de equações estruturais (SEM) foi utilizado o método da máxima verossimilhança para a estimação dos parâmetros. Por fim, são apresentadas as médias e desvios-padrão do modelo final obtido a partir do modelo adequado pela SEM.

 

4. Apresentação dos resultados

Os resultados são apresentados em cinco segmentos distintos: caracterização da amostra; identificação da consistência interna dos construtos teóricos; análise fatorial exploratória; e identificação da relação de dependência entre as cinco dimensões do modelo (Independência do governo, Moralidade do bem-estar, Amparo, ética de trabalho e Altruísmo) e análise das médias e desvios do modelo finalizado.

4.1. Caracterização da amostra

Para compor o perfil da amostra, as pessoas foram questionadas sobre o gênero, idade, classe social, estado civil e ações socioambientais. Os resultados demonstraram que dos 101 respondentes 56 são do sexo feminino (55,4%); consequentemente, 45 são do sexo masculino, observando-se equilibro na amostra quanto ao gênero. Em relação à idade a maioria dos respondentes encontra-se na faixa de 19 a 25 anos, com percentual de 64,4%, seguido de 21% com menos de 19 anos. Quanto ao estado civil, 90,1% da amostra é composta por solteiros, 7,9% são casados ou possuem união estável, 1,0% são divorciados e 1,0% se enquadram em outros. Com relação à renda mensal familiar, a maioria dos respondentes (23,8%) afirma estar entre R$ 2.501,00 e R$ 5.000,00, seguido de 20,8% que possuem renda entre R$ 1.501,00 a $ 2.500,00 (Tabela 3).

 

 

Os respondentes também foram questionados quanto ao desejo de ser politicamente mais ativo, do total de entrevistados 56,4% responderam positivamente, ou seja, desejam ser politicamente mais ativo. Quanto questionados se eram voluntários em algum programa social (ONG, escolas, hospitais, entre outros) observou-se que 87,1% assinalaram negativamente. A análise de Pearson Chi- Square entre estas duas questões não resultou em correlação estatisticamente significativa.

Além dessas, outras duas questões foram elaboradas para analisar o grau de envolvimento dos respondentes com os temas política e religião. Utilizou-se a escala Likert de cinco pontos, sendo 1 pouco envolvido e 5 muito envolvido. Os resultados demonstram que a média para envolvimento político foi de 2,38 e de 2,06 para envolvimento religioso.

4.2. Validação do instrumento

Com o intuito de garantir a validade interna do instrumento de pesquisa, calculou-se a confiabilidade da escala, ou seja, a ausência de erros de mensuração. A confiabilidade da escala, segundo Hair, Babin, Money e Samouel (2005), está diretamente relacionada ao grau em que uma determinada medida está livre de erros aleatórios, podendo ser verificada por meio da determinação do coeficiente alfa de Cronbach, em uma escala de 0 a 1, no qual valores acima de 0,6 são desejáveis valores. Como o modelo utilizado é dividido em cinco dimensões: Independência do governo, Moralidade do bem-estar, Amparo, ética de trabalho e Altruísmo, foram elaboradas duas análises de validação, inicialmente, para o modelo todos e, posteriormente, por dimensão.

O valor do alfa de Cronbach inicial para o instrumento como um todo foi de 0,833 considerando-se as 40 variáveis. Posteriormente, cada dimensão foi analisada separadamente e, como recomendado por Hair et al. (2005), foram extraídas as variáveis que, ao serem retiradas, tornariam o índice alfa mais elevado. A (Tabela 4). demonstra as variáveis excluídas e o valor final do alfa de Cronbach de cada dimensão do modelo.

 

Assim, de um total de 40, o modelo final passou a ter somente 24 variáveis e o valor do alfa de Cronbach para o instrumento utilizado subiu para 0,847.

4.3. Análise Fatorial Exploratória

A análise fatorial exploratória é uma técnica estatística multivariada que pode sintetizar as informações de um grande número de variáveis em um número muito menor de variáveis ou fatores. No presente trabalho, utilizou-se a rotação Varimax com o intuito de maximizar o peso de cada variável dentro de cada fator e como critério de extração foi definido autovalor maior que um. As dimensões do modelo foram analisadas separadamente.

Ressalta-se que se optou pela realização da fatorial exploratória no modelo já purificado pelo alfa de Cronbach. Bem como, seguindo os procedimentos recomendados por Malhotra (2006), utilizou-se o critério de exclusão de variáveis com comunalidades inferiores a 0,50.

A mensuração da adequação da aplicação da análise fatorial para um determinado conjunto de dados se dá através de dois testes: esfericidade de Bartlett e Kaiser-Meyer-Olkin (KMO). O primeiro visa identificar se a correlação entre as variáveis é significativa a ponto de apenas alguns fatores poderem representar grande parte da variabilidade dos dados. O segundo busca identificar se a correlação entre cada par de variáveis pode ser explicada pelas outras variáveis que formam o constructo, valores iguais ou menores do que 0,5 indicam que a análise fatorial é insatisfatória.

Para saber se o modelo resultante da fatorial representa bem os dados foi utilizado o critério de porcentagem da variância, ou seja, o número de fatores extraído é determinado de maneira que a porcentagem cumulativa da variância extraída pelos fatores atinja um nível satisfatório. Segundo Pestana e Gageiro (2010), este nível satisfatório está em torno de 60% da variância total explicada.

Iniciou-se a análise pela dimensão Independência do governo, sendo necessário excluir a variável I5 (Cursos de capacitação de desempregados é uma responsabilidade importante do governo) por possuir comunalidade inferior a 0,50. O teste de esfericidade de Barlett forneceu um valor de 65,425 com significância de 0,000. Concluise então, que a aplicação da análise fatorial é adequada e que poucos fatores poderão explicar grande proporção da variabilidade dos dados. O valor do KMO foi de 0,585, resultado que, segundo Pestana e Gageiro (2010), é considerado aceitável. Quanto ao número de fatores, como era esperado, foi encontrado apenas um, que explica 63,6% da variância total.

Já na dimensão Moralidade do bemestar, encontraram-se os seguintes resultados: teste de esfericidade de Barlett de 71,820 com significância de 0,000; KMO de 0,629; e apenas um fator com variância de 65,6%. Na dimensão Amparo, foi necessário excluir as variáveis N4 a N8 por possuírem baixas comunalidades e os resultados da análise fatorial foram: teste de esfericidade de Barlett de 54,87 com significância de 0,000; KMO de 0,670; a variância do fator de 63,5%. Na análise da ética de trabalho, a variável E2 foi excluída. O teste de esfericidade de Barlett foi de 54,8, com significância de 0,000; KMO de 0,636; a variância do fator de 62,4%. Finalmente, na dimensão Altruísmo, depois de descartadas as variáveis A7 e A8, os resultados foram: teste de esfericidade de Barlett de 68,46 com significância de 0,000; KMO de 0,595; variância do fator de 64,33%. A (Tabela 5) apresenta a estrutura fatorial final do construto analisado.

 

 

Após as análises, conclui-se que o modelo é considerado adequado para a mensuração das percepções em relação às políticas públicas de bem-estar, pois todos os índices calculados estavam dentro dos limites considerados como satisfatórios.

4.4. Relacionamento entre as dimensões do modelo

Com o objetivo de identificar a relação entre o desempenho em cada um dos cinco componentes do modelo, foram realizadas análises de correlação. O primeiro passo foi a transformação de cada um dos fatores resultantes da análise fatorial exploratória em uma única variável. O procedimento adotado foi o da criação de uma nova variável resultante do cálculo das médias de cada variável que formava o fator. A Tabela 6 demonstra tais informações.

 

 

Como se pode observar, o fator Independência do governo foi o que obteve uma média final mais elevada, de 4,28 (em uma escala de 1 a 5), seguido de Amparo com 3,59. Dessa forma, verifica-se que os entrevistados são propensos a ajudar os necessitados e acreditam que o governo deve atuar ativamente em favor dos desassistidos. Já a menor média foi encontrada na dimensão Altruísmo, 2,93, coaduna com a ideia de que o governo deve ser o provedor maior do assistencialismo e não colocar nas mãos da sociedade civil tal responsabilidade.

Para analisar a relação entre os diferentes fatores do construto, utilizou-se a correlação de Pearson. A Tabela 7 apresenta os resultados encontrados, observando que nenhuma correlação negativa foi verificada. Hair et al. (2005) argumentam que somente ocorre validade discriminante se as correlações forem inferiores a 0,90, o que ocorreu entre todos os constructos analisados. Outro ponto importante, segundo os autores, para comprovação da validade discriminante é de que o quadrado das correlações não pode ser superior à variância extraída pelo fator. Como se pode observar (na parte superior da matriz), o maior valor obtido, 0,336 (33,6%), é inferior à variância extraída pela dimensão de ética de trabalho (62,4%) e Moralidade do bem-estar (65,6%), comprovando-se a validade discriminante do modelo. Na parte inferior da matriz, foram apresentados os valores já calculados dos coeficientes de correlação, ou seja, o coeficiente de determinação (r²), que varia de 0 a 1 e mostra a proporção da variação que pode ser explicada em uma variável pela outra.

 

 

4.5. Análise Fatorial Confirmatória

Na Análise Fatorial Confirmatória foi utilizado o método da máxima verossimilhança para a estimação dos parâmetros e deu-se foco para os índices baselianos (Baseline Comparisons) na verificação do ajuste do modelo global. Seguindo os procedimentos da Análise Fatorial Confirmatória, foram verificados, nos outputs do software Amos, os índices de modificação que gerariam melhorias no modelo. Analisando-se as sugestões sugeridas a luz da teoria, optou-se pela realização de algumas modificações no modelo.

O modelo inicial obteve índices abaixo do satisfatório e, desta forma, utilizaram-se os índices de modificação fornecidos pelo software para melhoria do modelo. Foi realizada a exclusão do item I7 (O governo deveria certificar-se que todos brasileiros tenham suas necessidades básicas atendidas), pois o mesmo possuía uma correlação significativa com outras duas variáveis (M3 e M1) e com a dimensão Amparo, evidenciando, desta forma, uma dúvida na interpretação dos respondentes se o item mensurava Independência do governo, Moralidade do bem-estar ou Amparo.

Além disso, foram adicionadas três correlações significativas: entre o item N2 (Pessoas necessitadas merecem nossa compaixão e apoio) e a dimensão Moralidade, no valor de 0,171; entre E1 (Se uma pessoa está disposta a trabalhar duro, não há motivo para que ela não seja bem sucedida) e A4 (Eu acredito em doar generosamente para organizações que trabalham em ajudar o próximo) no valor de 0,377 e, por último, entre M8 (Assistência pública ajuda a fazer com que os pobres sejam mais produtivos em nossa sociedade) e E3 (Um trabalho de qualquer tipo, mesmo que o salário seja ruim, é melhor do que ser ajudado) no valor de 0,402. Tais correlações indicam que alguns respondentes entenderam que as questões possuíam objetivos muito semelhantes.

A Figura 3 representa o diagrama de caminho (padronizado) com os resultados das equações estruturais para a amostra e os principais resultados estão na Tabela 8.

 

 

Com essas mudanças, os valores finais foram: estatística qui-quadrado (χ²) com o valor de 85,584; qui-quadrado/graus de liberdade (χ²/gl) com valor de 1,34; RMSEA com valor de 0,058; RMR com valor de 0,164; GFI com valor de 0,896; NFI com valor de 0,826; RFI, com 0,753; IFI com valor de 0,950; TLI com valor de 0,924 e CFI com valor de 0,946. Para Hair et al. (2005), tanto RMSEA como RMR devem ser inferiores a 0,10 e os demais itens superiores a 0,90. Desta forma constatase o ajuste satisfatório do modelo, pois, os valores encontrados estão muito próximos do recomendado. No presente estudo, os baixos índices encontrados em NFI e RFI derivam do tamanho da amostra.

A unidimensionalidade do modelo é analisada através dos valores dos resíduos padronizados, e como se observa na Tabela 8, todos os valores são inferiores a 2,58 (p<0,05) o que comprova sua unidimensionalidade, sendo que o maior valor foi de 0,395 para o item M3. A validade convergente foi comprovada, pois todos os itens apresentaram cargas fatoriais padronizadas significativas ao nível de 0,01 (t-valor ≥ 2,33). Nenhum item apresentou t-valor abaixo do limite, sendo que o menor valor foi de 2,978 para o item I6.

 

 

A modelagem de equações estruturais também foi utilizada com o objetivo de analisar a força das correlações existentes no modelo, partindo-se da hipótese de que todas as dimensões se relacionavam. O resultado da análise, segundo os outputs do software Amos, demonstrou que apenas três correlações eram significativas: Independência e Amparo no valor de 0,269; Moralidade e ética no valor de 0,451; e Amparo e Altruísmo no valor de 0,382. Já as correlações não significativas obtiveram os seguintes valores: Independência e Moralidade - 0,118; Independência e ética - 0,042; Independência e Altruísmo - 0,149; Moralidade e Amparo - 0,009; Moralidade e Altruísmo - 0,099; Amparo e ética - 0,023; ética e Altruísmo - 0,045.

4.6. Análise da média e desvio-padrão

Com o modelo já purificado, fez-se a análise da média e desvio-padrão das variáveis relevantes definidas pelo modelo final, Tabela 9. Como dito anteriormente, a escala de medição foi de 1 a 5, sendo assim, um valor acima de 3,50 foi considerado como uma média elevada. Percebe-se que as maiores médias foram encontradas na dimensão Independência do governo, evidenciando a percepção de que o governo deve prover pelos necessitados. Outra dimensão com médias elevadas foi a de Amparo, ou seja, os jovens pesquisados consideram necessário o amparo de pessoas desfavorecidas. As dimensões ética de trabalho e Moralidade do bem-estar, que representam respectivamente, o valor do trabalho para as pessoas e a capacidade de conquistar seu bemestar, apresentaram médias intermediárias, mas a maioria acima de 3,00. Por fim, as menores médias foram encontradas no construto de Altruísmo, evidenciando que o público pesquisado coloca a responsabilidade de políticas públicas sociais nas mãos do governo e não tanto como um esforço pessoal realizado de maneira altruística.

 

 

5. Considerações finais

Os estudos sobre políticas públicas, em especial, as políticas públicas sociais estão se intensificando. Entretanto, durante o processo de construção teórica desse artigo, comprovouse a incipiência do tema políticas públicas de bem-estar nas publicações nacionais, apesar de internacionalmente ser considerado hot topic.

As pesquisas sobre políticas públicas de bem-estar no Brasil, analisadas a partir dos eventos da Anpad, apontam que a área está deficitária, tanto quanto ao número de publicações quanto ao avanço de proposições. Desta forma, este artigo buscou uma melhor compreensão do tema, trabalhando com um universo de jovens universitários dos cursos de Filosofia, Arquivologia, Produção Editorial, Jornalismo e Farmácia da Universidade Federal de Santa Maria. A escolha desse público devese ao fato de que os mesmos serão os principais formadores de opinião em um futuro próximo.

Com isso, o objetivo do artigo foi de traduzir e validar, para o Brasil, o modelo de avaliação das percepções quanto às políticas públicas de bem-estar proposto por Ahmed e Jackson. Para tanto, uma série de procedimentos foram adotados ao longo do estudo buscando o ajuste do modelo. Primeiramente, foi realizada uma análise do perfil dos respondentes da pesquisa, para, então, iniciar a análise do modelo em questão, proposto por Ahmed e Jackson (1979 como citado por Bearden et al., 1999).

A validação do instrumento foi realizada através do alfa de Cronbach e com tal análise foi possível reduzir o modelo inicial de 40 para 24 variáveis, mantendo as cinco dimensões originais (Independência do governo, Moralidade do bem-estar, Amparo, ética de trabalho e Altruísmo). Observa-se que com tal ajuste o modelo total obteve um alfa de 0,847 e que a análise de cada dimensão do modelo apresentou alfas variando de 0,700 para Altruísmo a 0,782 para Amparo. Todos os índices superiores ao limite de 0,6 recomendado na literatura.

Posterior a validação do instrumento pelo alfa de Cronbach, procedeu-se a purificação do modelo pela análise fatorial exploratória. Neste sentido, utilizou-se a rotação Varimax e exclusão de variáveis com comunalidades inferiores a 0,50. Também foi mensurado se seria adequado a analise fatorial através dos testes de Barlett e KMO. Finalizando a fatorial exploratória com a análise das variâncias obtidas. Como resultado obteve-se um modelo de 15 variáveis dividias igualmente por cinco dimensões.

O relacionamento entre as dimensões do modelo foi possível transformando cada um dos fatores em uma única variável, assim cinco novas variáveis foram obtidas, sendo a Independência do governo com maior média (4,28) e Altruísmo (2,93) com a menor média. Para essas novas variáveis foram analisas suas correlações, não sendo encontrada correlação negativa e permitindo observar validade discriminante (através de correlações inferiores a 0,90 e correlações menores do que a variância extraída pelo fator).

Assim, procedeu-se a Análise Fatorial Confirmatória, inicialmente os índices estavam abaixo do recomendado e haviam melhorias sugeridas nos outputs do software sugeridas. Portanto, foi excluído a variável I7 e foram adicionadas três correlações (entre N2 e moralidade; E1 e A4; e M8 e E3). O modelo final apresentou os seguintes resultados: estatística qui-quadrado (χ²) com o valor de 85,584; qui-quadrado/graus de liberdade (χ²/ gl) com valor de 1,34; RMSEA com valor de 0,058; RMR com valor de 0,164; GFI com valor de 0,896; NFI com valor de 0,826; RFI, com 0,753; IFI com valor de 0,950; TLI com valor de 0,924 e CFI com valor de 0,946. O ajuste do modelo é considerado satisfatório com índices próximos ao recomendado. Sendo um modelo unidimensional e com validade convergente comprovada.

Como última etapa desse trabalho, foram analisadas as média e desvio-padrão das variáveis do modelo final. Foi possível descrever que as maiores médias foram encontradas na dimensão Independência do governo, evidenciando a percepção de que o governo deve prover pelos necessitados e que as menores médias foram encontradas no construto de Altruísmo, evidenciando que o público pesquisado coloca a responsabilidade de políticas públicas sociais nas mãos do governo e não tanto como um esforço pessoal realizado de maneira altruística.

Em síntese, após a realização das análises, conclui-se que o modelo é considerado adequado. Aponta-se como fragilidade do presente estudo a modesta amostra utilizada. Como estudo futuro, sugere-se a utilização do modelo já purificado em amostra nacional mais abrangente, para confirmação dos resultados obtidos, e posterior comparação com resultados obtidos em diferentes localidades.

 


 

Notas

* O presente artigo de pesquisa científica e tecnológica é o resultado de pesquisa realizada pelas autoras na Universidade Federal de Santa Maria durante o primeiro semestre de 2012. Nome da investigação que deu origem ao artigo é Políticas Públicas no Brasil, estudos comparados. A investigação iniciou em setembro de 2011 e finalizou somente em dezembro de 2012. Código de autorização na instituição: 033154. área: sociologia; subárea: temas especiales.

 


 

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    Referencia para citar este artículo: Flores-Battistella, L., Grohmann, M. & Iuva-de Mello, C. (2014). Políticas Públicas de Bem-Estar: modelo de Ahmed e Jackson no contexto brasileiro. Revista Latinoamericana de Ciencias Sociales, Niñez y Juventud, 12 (2), pp. 659-673.