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Hallazgos

versão impressa ISSN 1794-3841

Hallazgos vol.10 no.20 Bogotà jul./dez. 2013

 


Editorial

O presente número de Hallazgos é o resultado do desenvolvimento de uma cultura da pesquisa que tem-se vindo forjando a partir da Unidade de Investigação da Universidade Santo Tomas, a partir de 2004. Hallazgos 20 compartilha núcleo temático com a anterior edição: socializa abordagens relacionadas com o tema da memória. Nesta edição vamos achar quatro artigos deste núcleo temático, que abrangeram os seguintes temas: a escrita no processo de aprendizagem como uma ferramenta para a recuperação da memória histórica, a relação entre literatura, história e memória; a exploração de diferentes dimensões da memória a partir das práticas de radiales alternativas; e a ambiguidade do termo violência e a praticidade de sua utilização no campo das ciências sociais.

Referente à de secção Pesquisa em Perspectiva, apresentam-se dez artigos que foram escolhidos pela relevância e vigor em suas contribuições investigativas. Entre eles podem-se distinguir os seguintes temas: no primeiro lugar, dois artigos sobre literatura, nos quais estudam-se, de uma parte, o passeio urbano na obra El campesino de Paris por Louis Aragon e, por outro lado, a política do caos em Bartebly de Herman Melville. Em segundo lugar, aborda-se o tema da saúde em dois artigos: um reflexivo sobre os idosos e uma redação sobre os cuidados para a mulher grávida. Depois, há três artigos que estão inter-relacionados pelo tema da educação, mas que analisam diferentes aspectos: como a educação afeta a formação de sujeitos; um estudo sobre o ensino secundário no México; e uma análise do ensino superior na Colômbia. Finalmente, este número se encerra com três artigos cujos objetos de estudo —o conceito de multidão, as constituições de América e o racismo e os direitos humanos— são atingidos a partir do histórico e do sociológico. Assim, podemos ver como em Hallazgos convergem diferentes eixos temáticos e abordagens que evidenciam a maneira de como se estabelece um diálogo do conhecimento a partir da multidisciplinariedade.

Hallazgos quer agradecer aos contribuintes deste número e estende o um convite para continuar sendo parte da publicação como autores e leitores.

Alejandra Hurtado Tarazona
Editora

No momento atual, onde o marco do conflito armado e as políticas de transição parecem condenar aos estudos de memória para limitar as suas questões e agendas para o campo da violência, os artigos reunidos neste volume convertem-se em refrescantes e encorajadores. A relação memória-narrativa permite-nos, nesse nível de ideias, aprofundar nas memórias cotidianas e de longa duração, peneiradas e relegadas para aqueles cenários que compulsivamente colocam às vítimas como os únicos portadores de uma memória testemunhal, legítima e resistente.

No entanto, não é de estranhar que os argumentos desenvolvidos nos diferentes artigos retomem a velha figura dual que recria as lutas de poder entre os metarrelatos oficiais —seja da história, dos meios massivos de comunicação ou de aqueles que tentam transmitir o legado social autorizado— e aqueles que imaginam ou reinventam a história a partir da ficção, narram a partir de canais de comunicação alternativa ou esboçam a subjetividade e suas fragmentações nas histórias autobiográficas do habitante da cidade moderna. Portanto, o tema da memória constitui, novamente, a seção principal desta edição.

O texto de Gloria Inés Ceballos apresenta as vinhetas teóricas de um trabalho pedagógico que se reproduz em metodologias para compreender o papel da escrita como socializadora e recuperadora da memória histórica, a partir da perspectiva de jovens universitários e suas formas de vinculação da identidade individual e coletiva. O texto de Nancy Malaver Cruz propõe um olhar para a relação entre ficção e realidade a partir da novela histórica. Sem implicar necessariamente uma negação mutua, a autora sugere ver na estética romântica um jeito de contar a história e opor, de certa forma, a versão homogênea própria do Estado e as instituições. Sandra Ximena Gallego aposta por um trabalho que apresentam as linhas que suportam o sementeiro de pesquisa, comunidade de pensamento que normalmente é excluída dos espaços oficiais de reflexão referente à pesquisa. Em seu artigo, a memória está relacionada com formas alternativas de expressar-se e contar que oferecem os canais de comunicação alternativa aos movimentos sociais contemporâneos. Finalmente, Camilo Hoyos propõe uma epistemologia do olhar que, através do personagem camponês que produz conhecimento a partir de sua experiência do concreto, pode-se derivar da imaginação narrativa que integra no seu interior a fragmentação dos lugares urbanos.

Com este trabalho de compilação, a contribuição da linha medular da Pesquisa de Memória da Universidad Santo Tomás é a contribuição de novas rotas de debate —ou o retorno de velhas práticas— da memória cultural, simbólica e comunicativa que não só lembra, mas sim que "nos faz lembrar" que é ela em si é constituinte de todos os processos sociais, e que o conflito não é resultante somente das contradições estruturais que fazem possível a violência, mas que envolve contradições conceituais, históricas e epistemológicas que enriquecem sua discussão.

Pablo Felipe Gómez-Montañez
Coordenador temático Investigador Grupo de Memoria USTA


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