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Avances en Psicología Latinoamericana

versión impresa ISSN 1794-4724

Av. Psicol. Latinoam. vol.31 no.2 Bogotá mayo/ago. 2013

 


Tempus Post mortem?*
Adaptação portuguesa da transcendental-future time perspective scale (TFTPS)

Tempus Post-mortem?
Portuguese Adaptation of the Transcendental-Future Time Perspective Scale (TFTPS)

Tempus Post-mortem?
Adaptación portuguesa de la transcendental-future time perspective scale (TFTPS)

Víctor E. C. Ortuno**
María Paula Paixão***
Isabel Nunes Janeiro****

* Esta investigación ha sido desarrollada con el apoyo de la Fundação para a Ciência e a Tecnologia a través de una beca de doctorado (SFRH/ BD/33648/2009) otorgada al primer autor. La correspondencia relacionada con este articulo puede dirigirse a: Víctor E. C. Ortuño.
victortuno@gmail.com, o a través de http://www.victortuno.netii.net.

** Licenciado en Psicología Clínica por la Universidade do Algarve, Portugal. Actualmente es estudiante de doctorado en la Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação de la Universidade de Coimbra en Portugal, miembro colaborador del Instituto de Psicología Cognitiva, Desenvolvimiento Vocacional e Social (IPCDVS) y miembro de la International Thematic Network on Time Perspective (ITN-TP).

*** Profesora Asociada en la Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação de la Universidade de Coimbra en Portugal. Tiene un doctorado en Aconsejamiento de Carrera y alecciona disciplinas de Motivación y Emoción (licenciatura) y Psicología de la Educación (maestría y doctorado). Es la directora del Programa Doctoral en Psicología y sub-directora de la Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação. Integra el comité editorial de las revistas Psychologica y Orientacion y Psicopedagogia. Ha publicado diversos artículos y capítulos de libros en publicaciones internacionales relacionadas con psicología del aconsejamiento, orientación durante la vida, motivación y perspectiva temporal. Es miembro fundadora de la European Society for Vocational Designing and Career Counselling.

**** Profesora auxiliar en la Faculdade de Psicologia de la Universidade de Lisboa en Portugal. Alecciona disciplinas en el área de Psicología del Desarrollo y Aconsejamiento de Carrera, Psicología de la Educación y Metodologías de Investigación en Psicología. Ha desarrollado investigaciones sobre los procesos del desarrollo y construcción de la carrera, perspectiva temporal y autoestima en la adolescencia.

Para citar este artículo: Ortuño, V. E., Paixão, M. P. & Janeiro, I. N. (2013). Adaptação portuguesa da transcendental-future time perspective scale. Avances en Psicología Latinoamericana, vol. 31(2), pp. 376-388.

Fecha de recepción: 6 de octubre de 2012
Fecha de aceptación: 2 de enero de 2013



Resumo

Integrado no conceito mais geral da perspetiva temporal, o futuro transcendental tem sido conceptualizado como uma dimensão que abrange as crenças sobre o futuro a partir da morte imaginada do corpo físico até ao infinito. A transcendental-future time perspective scale (TFTPS) é uma escala unidimensional composta por 10 itens que avalia as cognições relacionadas com este espaço temporal. O objetivo deste estudo é apresentar a adaptação à língua e cultura portuguesa desta escala, assim como a sua estrutura fatorial e características psicométricas numa amostra de 346 participantes com idades compreendidas entre os 17 e os 54 anos (M= 19.87, DP = 4.27). Os resultados encontrados através da análise fatorial exploratória validaram a unidimensionalidade da escala (65.94% de variância total explicada, α= 0.87).

Palavras-chave: perspetiva temporal, futuro transcendental, motivação, avaliação psicológica, TFTPS.



Abstract

Integrated into the more general concept of "temporal perspective," transcendental future has been conceptualized as a dimension that comprehends the beliefs about the future from the imagined death of the physical body to infinity. The transcendental-future time perspective scale (TFTPS) is a one-dimensional scale that consists of 10 items that assess cognitions related to this temporal frame. The goal of this study is to present the adaptation of this scale to the Portuguese language and culture, as well as its factor structure and psychometric properties in a sample of 346 participants aged 17 to 54 years (M= 19.87, SD = 4.27). The results obtained through exploratory factor analysis validated the one-dimensionality of the scale (65.94% of total explained variance, α= 0.87).

Keywords: time perspective, transcendental future, motivation, psychological assessment, TFTPS.



Resumen

Integrado en el concepto más amplio de perspectiva temporal, el futuro transcendental ha sido conceptualizado como una dimensión que abarca las creencias sobre el futuro a partir de la muerte imaginada del cuerpo físico hasta el infinito. La transcendental-future time perspective scale (TFTPS) es una escala unidimensional compuesta por diez ítems que evalúan las cogniciones relacionadas con este espacio temporal. El objetivo de este estudio es presentar la adaptación de esta escala a la lengua y cultura portuguesas, así como su estructura factorial y características psicométricas en una muestra de 346 participantes, con edades comprendidas entre los 17 y los 54 años (M= 19.87, DS = 4.27). Los resultados encontrados a través de un análisis factorial exploratorio validaron la unidimensionalidad de esta escala (65.94% o de la variancia total explicada, α= 0.87).

Palabras clave: perspectiva temporal, futuro transcendental, motivación, evaluación psicológica, TFTPS.



"Do not fear death so much, but rather the
inadequate life".
The Mother,
Bertolt Brecht

Desde épocas imemoráveis que o tempo intimida mas também fascina os seres humanos, pois este apresenta um enorme potencial estruturante para todo o conjunto das suas vivências (Kant, 1997). Tal como refere Blanc, o tempo deve "[...] ser pensado como princípio estruturante dos diversos planos da realidade" (1999, p. 117). É através de obras literárias, artísticas e também da emergência de diversas áreas científicas que a humanidade tem tentado entender, capturar e recriar o tempo e a sua influência no quotidiano de todos nós. Assim, "O tempo é um dos clássicos conceitos cujo estudo detém ainda uma pertinência atemporal" (Dias, 2009, p. 42).

O tempo é um conceito que pode ser abordado através de um ponto de vista filosófico, biológico, fisiológico, físico ou psicológico (Dubois, 1954). A nossa análise centra-se numa faceta do tempo psicológico que consideramos nuclear na explicação das cognições e dos comportamentos humanos. Esta é denominada de perspetiva temporal (PT), um constructo que tem como um dos seus percursores mais proeminentes o psicólogo alemão Kurt Lewin.

Lewin (1965) apresenta um modelo de análise do tempo que rompe com o paradigma dominante da psicologia dessa época (o behaviorismo) e no qual considera que a análise da dimensão temporal subjetiva do passado e do futuro têm uma importância fulcral na explicação do pensamento e do comportamento humano, ao se encontrarem sempre ativas no momento presente. Neste sentido, Lewin (1965) postula que "O conjunto constituído pelo modo do indivíduo ver o seu futuro e o seu passado psicológicos existindo num determinado momento pode ser denominado perspetiva temporal" (p. 86).

A génese do tempo como fenómeno psicológico pode ser entendida através da ótica construtivista proposta por Piaget (1986). No seio desta, o conhecimento (neste caso especifico, temporal) não provem unicamente dos objetos externos ao indivíduo (empirismo), nem de estruturas endógenas já presentes no mesmo (inatismo). Provém sim, da interação entre estas duas componentes (Piaget, 1986). Os estudos realizados por Piaget (1977) demonstraram igualmente que se aceitamos a noção de que o tempo é fundamental no desenvolvimento intelectual das crianças, o contrário também é valido, isto é, o desenvolvimento intelectual das crianças é uma peça fundamental na compreensão dos fenómenos temporais.

Nas últimas três décadas tem vindo a desenvolver-se uma linha de estudo do tempo psicológico que tem como base os pressupostos apresentados pelo Lewin (1965), mas que considera ainda a influência do tempo na caracterização e desenvolvimento das sociedades, isto é, considera-se que o tempo psicológico ou PT molda não só os indivíduos, mas também os grupos e as sociedades em que estes mesmos indivíduos estão integrados. Nesta linha, Zimbardo e Boyd (1999) definem a PT como o processo não consciente através do qual o fluxo de experiências pessoais e sociais são inseridas em categorias ou marcos temporais, os quais ajudam aos indivíduos a dar ordem, sentido e coerência a estas mesmas experiências.

Inicialmente, o modelo de perspetiva temporal proposto por Zimbardo e Boyd (1999) continha cinco marcos temporais: o passado negativo, relacionado com sentimentos de ansiedade, depressão, raiva e repulsa para com o passado; o passado positivo, relacionado com uma visão afetuosa, sentimental, agradável e entusiasta desta zona temporal; o presente fatalista, que representa uma visão sem esperança e sem controlo acerca dos diversos eventos que acontecem na atualidade; o presente hedonista, que se refere a uma perspetiva inteiramente orientada para a procura de emoções, sensações e novidade, sem atender às possíveis consequências desta procura e; finalmente, o futuro, espectro temporal no qual o pensamento e o comportamento do indivíduo são orientados para a definição e prossecução de projetos a médio/longo prazo.

Este modelo tem sido bastante profícuo na investigação acerca da representação subjetiva do tempo, facto que pode ser confirmado pela quantidade e pela qualidade de estudos que têm sido produzidos nos mais variados domínios da psicologia. Por um lado, são diversos os estudos que nos mostram como a perspetiva temporal de futuro (PTF) se encontra associada a situações adaptativas e funcionais, tais como: diversos tipos de comportamentos pro-ambientais (Corral-Verdugo, Fraijo-Sing & Pinheiro, 2006; Milfont & Gouveia, 2006), aproveitamento académico (Bembenutty & Karabenick, 2004; Boniwell & Zimbardo, 2004; Lens & Tsuzuki, 2007) e o desenvolvimento vocacional (Janeiro, 2010; Janeiro, 2008; Paixão, 2004). Por outro lado, dimensões como o presente fatalista, o passado negativo e o presente hedonista (em níveis muito elevados) estão relacionadas com comportamentos que podem pôr em causa uma sã trajetória desenvolvimental, dos quais destacamos a condução de risco (Zimbardo, Keough & Boyd, 1997), o consumo de tabaco e de bebidas alcoólicas (Keough, Zimbardo & Boyd, 1999), o consumo de cannabis (Apostolidis, Fieulaine, Simonin & Rolland, 2006) e a procrastinação (Ferrari & Diaz-Morales, 2007), entre outros.

Mais recentemente Zimbardo e Boyd (2008) acrescentaram ao seu modelo inicial uma nova dimensão temporal, a perspectiva temporal de futuro transcendental (PTFT). Esta dimensão explora as crenças dos indivíduos acerca de uma possível vida após a morte do seu corpo físico e diferencia-se da tradicional PTF no sentido que se estende para além do momento da morte física do indivíduo, enquanto a PTF não abarca esse registo temporal subjetivo, abrangendo o horizonte temporal que se estende desde o futuro próximo até o fim da vida física. Desta forma, a PTFT permite-nos ampliar o estudo do impacto comportamental do horizonte temporal, ao abordar um período temporal único (e, dependendo das crenças, do sujeito infindável) entre as outras dimensões temporais.

Em boa verdade, o facto da maioria das pessoas acreditar na vida depois da morte, permite que estas definam objetivos para além do período da vida física (por exemplo: evitar ir para o inferno, ir para o céu ou reencarnar numa forma de vida superior), e estes podem influenciar as suas cognições e comportamentos atuais (Zimbardo & Boyd, 2008) numa determinada direção e intensidade. Até ao momento têm sido poucos os estudos a abordar esta dimensão temporal. Ortuño, Paixão e Janeiro (2011a), num estudo transversal numa amostra de estudantes universitários, verificaram uma diminuição nos valores médios da PTFT à medida que os alunos avançam na escolaridade. Os mesmos autores (2011b) também encontraram diferenças significativas entre estudantes religiosos e não-religiosos, ao verificar que alunos que manifestam serem religiosos apresentam valores mais elevadosna PTFT.

Boyd e Zimbardo (1997) referem que seria irrisório colocar uma barreira no estudo do tempo psicológico após a morte do indivíduo por este não existir objetivamente, já que o próprio futuro que é referido por inúmeros autores como o espaço motivacional preferencial do ser humano (Nuttin & Lens, 1985) é também um constructo psicológico, fruto da imaginação humana, não existindo no plano objetivo, mas apenas no plano representativo. Tal como Lee (2009) refere, não devemos permitir que os limites do espaço de vida limitem quaisquer noções temporais fora deste mesmo espaço.

No entanto, dada a natureza do seu conteúdo, a PTFT encontra-se intimamente ligada com diversas religiões, dado que muitas destas assentam na crença da vida depois da morte, de uma alma imortal ou entidade que será recompensada ou punida consoante as suas ações na terra e que esse resultado transcendental é eterno e imutável. Assim, devemos considerar a possibilidade de que a análise que é feita por cada indivíduo relativamente a este momento no tempo (a eternidade após a morte do corpo físico) tenha uma forte influência no pensamento e no comportamento humano. No entanto, acreditamos que esta peculiar dimensão da temporalidade subjetiva pode não ser exclusiva de indivíduos religiosos, podendo igualmente manifestar-se em indivíduos que manifestem um elevado grau de espiritualidade, ainda que não se identifiquem com qualquer doutrina religiosa.

No caso específico do contexto português existem diversas condições históricas, sociais e culturais que, acreditamos, privilegiam a manifestação da PTFT. Com efeito, Portugal tem uma tradição religiosa cristã muito enraizada, remontando aos tempos da presença romana e visigótica na Península Ibérica. do Amaral (2010, p. 92) sintetiza a importância da religião cristã na história de Portugal, referindo que "Portugal nasceu como país independente no âmbito da 'Reconquista Cristã', batalhou pela fé de Cristo até ao Algarve, exerceu notável acção missionária na África, no Brasil e no Oriente[...]" É também importante considerar que 83 % da população portuguesa -dados do ano 2000- se define como sendo católica (Menéndez, 2007).

O presente estudo tem como objetivo geral adaptar e validar para a língua e cultura portuguesa a transcendental-future time perspective scale (TFTPS), originalmente desenvolvida por Boyd e Zimbardo (1997).


Método

Participantes

A amostra recolhida é composta por 346 participantes, com idades compreendidas entre os 17 e os 54 anos de idade (M= 19.87, DP = 4.27). Relativamente ao género, 313 (90.7%) dos participantes são do género feminino e 32 (9.3%) do género masculino, um dos participantes não respondeu a esta questão. Todos os participantes são estudantes de Psicologia, 186 (54.2%) frequentam o 1.° ano, 77 (22.4%) o 2.° ano, 77 (22.4%) o 3.° ano, 1 (0.3%) o 4.° ano e 2 (0.6%) o 5.° ano, 3 participantes respondentes não responderam a esta pergunta.


Instrumentos

Questionário sociodemografico. Elaborado pelos autores, este questionário tem como objetivo recolher diversas informações acerca dos participantes, nomeadamente o género, idade, nível de escolaridade, média de curso, doutrina religiosa, entre outras.

Zimbardo time perspective inventory (ZTPI). (Zimbardo & Boyd, 1999; Ortuño & Gamboa, 2009): é composto por 56 itens (escala de resposta do tipo Likert com cinco pontos) que representam cinco dimensões temporais, as quais foram satisfatoriamente replicadas para o contexto Português (Ortuño & Gamboa, 2009): (a) passado positivo, composto por itens como "Eu fico nostálgico acerca da minha infância", encontra-se relacionado com atitudes agradáveis e sentimentais relativamente ao passado (M= 3.62, DP = 0.56, variância explicada = 6.02%, α= 0.68, 9 itens); (b) passado negativo, é formado por itens tais como "Continuo a reviver no meu pensamento as experiências dolorosas do passado", representa uma atitude de aversão e angustia perante o passado, normalmente relacionado com sentimentos de ansiedade, raiva e depressão (M = 2.67, DP = 0.71, variância explicada = 7.85%, α= 0,80, 10 itens); (c) presente hedonista, constituído por itens como: "Eu corro riscos para sentir emoção na minha vida", apresenta uma vincada tendência para a procura do prazer imediato, principalmente através de experiências excitantes e de alto risco (M= 3.52, DP = .53, variância explicada = 8.37%,α= 0.79, 15 itens); (d) Presente Fatalista, integra itens como "As coisas raramente correm como eu esperava", demonstra uma atitude de derrota, desamparo e desesperança perante a vida (M = 2.46, DP = 0.60, variância explicada = 6.42%, α= 0.66, 9 itens), e (e) e Futuro, que agrupa itens tais como "Eu faço listas daquilo que tenho para fazer", indica uma forte tendência para a necessidade de criar e prosseguir objetivos futuros (M= 3.59, DP = 0.52, variância explicada = 6,57%, α= 0.74, 13 itens); estas 5 dimensões temporais explicam 35.25 % da variância total (Ortuño & Gamboa, 2009). Esta estrutura fatorial é muito similar à apresentada por Zimbardo e Boyd (1999) no ZTPI original, assim como também em outras adaptações internacionais. Relativamente à validade teste-reteste o ZTPI Português apresentou valores situados entre .66 e .80.

Inventário de perspectiva temporal (IPT). (Janeiro, 2006; Janeiro, 2012): é formado por 32 itens (escala de resposta do tipo Likert com sete pontos), os quais são agrupados em quatro dimensões temporais: (a) orientação futuro (variância explicada = 16%, α= 9.86, 16 itens); (b) orientação presente (variância explicada = 13%, α= 0.76, 8 itens); (c) orientação passado (variância explicada = 6%, α= 0.51, 4 itens), e (d) visão negativa de futuro (variância explicada = 8%, α= 0.70, 4 itens). No seu conjunto estas quatro dimensões apresentam uma variância explicada de 45% dos resultados. O IPT teve a sua origem num estudo português (Janeiro, 2006) que tinha como objetivo avaliar as dimensões temporais em estudantes do ensino básico e secundário. Para a elaboração deste Inventário foram tomadas em consideração as dimensões da perspetiva temporal de futuro (Nuttin & Lens, 1985; Ringle & Savickas, 1983) e os resultados obtidos por Zimbardo e Boyd (1999) acerca da independência estrutural das três zonas de orientação temporal. Vários estudos realizados com o IPT e o ZTPI (Ortuño & Janeiro, 2009; Ortuño & Janeiro, 2010) têm permitido observar as vantagens da utilização conjunta de algumas subescalas do IPT com o ZTPI, nomeadamente no que se refere à complementaridade da subescala de visão negativa de futuro.

Transcendental-future time perspective scale (TFTPS). (Boyd & Zimbardo, 1997): é uma escala unidimensional, composta na sua versão original por 10 itens (tipo Likert de cinco pontos) que procura avaliar as crenças e atitudes individuais relacionadas com o futuro imediatamente a seguir à morte imaginada do corpo físico. Na sua versão original (Boyd & Zimbardo, 1997) o fator único explica 10 % da variância total e é o fator que mais variância explica (em um total de seis dimensões temporais). Apresenta uma consistência interna de .87 e a sua estabilidade teste-reteste é de .86.

Tradução da transcendental-future time perspective scale (TFTPS). Para o processo de tradução e adaptação da TFTPS à língua e cultura portuguesa foram tidas em consideração as recomendações de Widenfelt, Treffers, de Beurs, Siebe-link e Koudijs (2005) para a tradução e adaptação de instrumentos de avaliação psicológica. Relativamente à tradução, seguiu-se o princípio da tradução - retroversão (Hill & Hill, 2005). Foi realizada a tradução dos itens da TFTPS por um dos autores e por uma psicóloga bilingue (português e inglês). Esta tradução foi alvo, num primeiro momento, de uma análise por uma especialista em língua portuguesa para determinar a adequação da tradução à língua e a cultura portuguesa, num segundo momento foi discutida a tradução entre todos os autores para apurar a representatividade do constructo psicológico nesta versão da escala. Posteriormente, com o intuito de avaliar a correspondência entre a versão portuguesa da escala e a versão original, foi pedido a uma professora universitária de inglês para realizar a retroversão da escala.

Por último, foi realizado um pré-teste no qual se pedia aos participantes (n = 264) para responderem à TFTPS junto com uma grelha de resposta, na qual era possível escolher entre várias opções positivas e negativas para caracterizar o instrumento (ex.: bem estruturado gramaticalmente, ambíguo, etc.), e tecer algum comentário que achassem pertinente.

Sumariamente, podemos indicar que 61% dos participantes deste pré-teste consideraram a TFTPS fácil de responder, 3.8% acharam a escala cansativa, 16.7% consideraram que a escala podia ser ambígua em alguns dos itens, 3.4% manifestaram dificuldade em perceber algum item, 43.6% consideraram a linguagem acessível e 28.8 % afirmam que a escala está bem estruturada gramaticalmente. Relativamente ao conteúdo dos comentários tecidos pelos participantes, os mais frequentes remetem para algum conteúdo que consideram ambíguo na escala e também para a sua boa estruturação assim como a facilidade de resposta.

Na adaptação dos itens da TFTPS à língua e cultura Portuguesas aplicou-se uma perspetiva transreligiosa, como era o intuito dos autores da escala original; evitando desta forma, e na medida do possível, qualquer conteúdo de cariz judaico-cristão.


Procedimentos

Todos os dados foram recolhidos na Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra durante os meses de Novembro e Dezembro de 2010. Os instrumentos foram sempre aplicados coletivamente no início ou no fim dum bloco de aulas. Foi previamente pedida autorização aos professores para fazer a recolha de dados. No início de cada sessão de recolha de dados todos os participantes foram informados dos objetivos do estudo assim como do carácter voluntário, confidencial e anónimo da sua participação.

Todos os dados recolhidos foram introduzidos no programa estatístico Statistical Package for the Social Sciences - SPPS 17.0 (versão Windows).


Resultados

Estrutura Fatorial da TFTPS

Para apurar qual a estrutura fatorial da TFTPS na sua versão portuguesa foi realizada uma análise fatorial exploratória (o método de extração utilizado foi análise dos componentes principais, com os valores em falta tratados com o método Listwise e forçada a um fator)1. Nesta análise fatorial foram examinados o valor próprio (eigenvalue) do componente extraído, assim como também as comunalidades (extractions) e as saturações (loadings) de cada item. Foi igualmente analisado o gráfico de Scree através do método de Cattell.

As características da amostra recolhida encontram-se em concordância com os critérios apresentados por Kline (2000) para a realização de análises fatoriais de qualidade. O valor do índice Kaiser-Meyer-Olkin - KMO foi de .85, resultado que é considerado Bom por Pestana & Gageiro, (2008) e um valor de p < .001 no teste de esfericidade de Bartlett.

Na análise do gráfico de Scree (ver figura 1), demarca-se claramente uma estrutura unidimensional, já que antes do ponto de inflexão existe apenas um fator. Desta forma, o modelo considerado é composto por um fator (que será denominado de perspetiva temporal de futuro transcendental), o qual explica 44,93% da variância total (M= 2.84, DP = .76, Min. = 1, Max. = 4.8, α= .86, 10 itens).

Todos os itens saturam acima do valor .30 que é recomendado por Kline (2000) para boas análises fatoriais, assim como também apresentam elevadas comunalidades (a grande maioria dos itens apresentam valores de h2 > .44). A exceção do Item 5 que apresenta um valor de saturação de .15 no fator, tal como um valor de comunalidade muito baixo (h2 = .22) e cuja eliminação representaria um ligeiro aumento do valor do Alfa de Cronbach da TFTPS. Estes resultados são apresentados mais detalhadamente na tabela 1.

Tendo em conta os resultados observados com o item 5, decidiu-se desenvolver uma nova análise fatorial exploratória utilizando exatamente os mesmos procedimentos, mas desta vez excluindo o item 5.

O modelo encontrado é novamente composto por um único fator, extraído através da análise dos valores próprios (critério de Kaiser) e do ponto de inflexão (método de Cattell) no gráfico de Scree (ver figura 2). De facto, apenas o primeiro fator apresenta um valor próprio superior a um e aparece antes do ponto de inflexão. Este modelo explica 65,94% da variância total (M= 2.6, DP = .74, Min. = .90, Max. = 4.5, α= .87, 9 itens), apresentando um valor de .89 no índice KMO e um valor de p < .001 no teste de esfericidade de Bartlett. Desta vez, não só todas as saturações superaram o valor de .30, assim como são todas mais elevadas do que na AFE anterior.


Consistência interna

Foi calculado o Alfa de Cronbach para determinar qual a consistência interna da TFTPS. Incluindo os 10 itens originais o valor de Alfa é de .86. Após a eliminação do Item 5, o valor de Alfa é de .87, valor considerado como Bom (Kline, 2000; Pestana & Gageiro, 2008). Este resultado também é semelhante ao obtido por Boyd e Zimbardo (1997) na apresentação da versão original da TFTPS (α= .87).


Teste-Reteste

Foi pedido a 89 dos respondentes que tinham participado no estudo inicial para responderem uma segunda vez ao questionário com o intuito de verificar qual a estabilidade temporal dos valores da TFTPS. Destes, 80 (89.9%) são do género feminino e 9 (10.1%) do género masculino; as idades estão compreendidas entre os 17 e os 30 anos de idade (M= 18,85, DP = 1.77). A segunda recolha de dados decorreu quatro semanas após a primeira recolha. A correlação do resultado da média da TFTPS entre a primeira e a segunda recolha foi de .87 (p < .01), valor praticamente idêntico ao .86 obtido por Boyd e Zimbardo (1997) num intervalo de quatro semanas. Este resultado é muito positivo, pela sua significância estatística e ao se situar na proximidade do valor de .90 (Kline, 2000), evidenciando a estabilidade deste constructo ao longo do tempo.


Diferenças na perspetiva temporal de futuro transcendental entre diversos grupos

A comparação dos valores da TFTPS entre participantes do género feminino e masculino (através do t de Student para amostras independentes) permitiu observar diferenças estatisticamente significativas t(304) = -2.1, p = .04, sendo que as participantes do género feminino foram as que apresentaram um valor médio mais elevado (M= 2.63, DP = .75), comparativamente com os participantes do género masculino (M= 2.35, DP = .64).

Relativamente à idade, foi calculado o índice de correlação de Pearson entre a idade dos participantes e o valor médio obtido por estes na TFTPS. O resultado mostra que não existe correlação entre a idade e a PTFT (r= .06, p = .29).

Para explorar as diferenças na PTFT nos diversos anos de curso, foi calculada uma ANOVA, não se tendo obtido diferenças significativas entre os grupos através desta análise (p = .55).


Correlações entre a perspetiva temporal de futuro transcendental e outras dimensões da perspetiva temporal

Na análise da perspetiva temporal, globalmente considerada, é importante conhecer quais as relações entre as diversas categorias temporais. Assim decidiu-se calcular os índices de correlação (r de Pearson) entre a PTFT e outras dimensões subjetivas do tempo.

Destacam-se as seguintes correlações da PTFT: PT de passado positivo (r= .17, p < .01), PT de passado negativo (r= .15, p < .01), PT de presente hedonista (r= .14, p < .05), PT de presente fatalista (r= .20, p < .01), PT de futuro (r= .14, p < .05) e PT de futuro negativo (r= -.06, p = .31).


Discussão

Como referem Boyd e Zimbardo (1997) a PTFT tem um enorme potencial na explicação de diversas cognições e comportamentos, ao possibilitar a compreensão do impacto cognitivo-motivacional de uma nova zona temporal, o futuro transcendental, que não se encontra confinada pelos limites da vida humana, integrando objetos motivacionais que se estendem para além dela, sendo percebidos como permanentes ou eternos.

No entanto, estes mesmos autores também comentam que a PTFT é uma dimensão da temporalidade subjetiva que tem sido pouco estudada, ao que nós acrescentaríamos que possivelmente é a menos estudada de todas as "temporalidades" no âmbito da psicologia. Acreditamos que isto possa acontecer por várias razões: (a) A PTFT representar um período que vai além da morte do corpo físico, o que impede a qualquer investigador de realizar uma verificação a posteriori dos acontecimentos. (b) Nas investigações actuais, a PTFT tem sempre aparecido relacionada de uma forma ou de outra com tópicos ligados à religiosidade, o que pode - erroneamente - causar a impressão de se tratar de um constructo com interesse apenas para temáticas religiosas ou para populações muito específicas. E (c) a escala TFTPS não ter sido incluída na formulação inicial do ZTPI, que é um instrumento amplamente difundido e estudado.

Relativamente à natureza da PTFT, acreditamos que esta é uma componente integrante da perspetiva temporal, ao representar mais uma dimensão temporal que, em conjunto com outras já largamente estudadas, auxiliam no processo de dar ordem, sentido e coerência a toda a experiência humana.

No âmbito instrumental, existe uma importante diferença relativamente à metodologia presente neste estudo e a utilizada por Boyd e Zimbardo (1997) que optaram por agrupar os itens da TFTPS juntamente com os itens do ZTPI, enquanto no presente se preferiu abordar a TFTPS como um instrumento diferenciado do ZTPI. São duas as razões para esta escolha: (a) No artigo de Boyd e Zimbardo (1997) não são apresentadas indicações de qual a nova ordem conjunta dos itens constituintes da TFTPS e do ZTPI, dificultando-se assim quaisquer hipótese de replicar a sua metodologia. (b) Atendendo à variedade existente de métodos e instrumentos de avaliação da Perspetiva Temporal, a TFTPS pode assim ser utilizada em conjunto com outros instrumentos que não o ZTPI ou, inclusive, isoladamente, se assim o investigador o desejar.

Relativamente aos resultados obtidos no préteste, foram esclarecedoras, no sentido positivo, as opiniões dos participantes relativamente à TFTPS. Na sua generalidade, os comentários foram de apoio às opções tomadas pelos investigadores, excetuando os que eram referentes à ambiguidade da escala, o que é compreensível dada a temática abordada por esta.

Ao nível psicométrico, os diversos resultados obtidos através da versão portuguesa da TFTPS, são muito positivos. A estrutura fatorial obtida é clara ao indicar um único fator constituinte (ver tabela 1 e tabela 2); a eliminação do item 5 melhora os diversos indicadores psicométricos da escala e era um resultado esperado, se tivermos em consideração que o Item 5 não faz muito sentido na cultura portuguesa ao opor as crenças científicas às crenças religiosas. Também os resultados obtidos na consistência interna, validade teste-reteste são muito positivos. No âmbito da validade divergente da TFTPS analisada através das correlações das diversas dimensões temporais (ver tabela 3), os resultados permitem evidenciar o caráter único desta dimensão relativamente às outras dimensões temporais, ao não se encontrar fortemente correlacionada com qualquer outra delas.

Na amostra recolhida não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas na PTFT entre participantes com diferentes idades nem diferentes anos do curso. No entanto, é preciso ter em conta que a amostra em matéria da distribuição das idades e, inclusive, anos de curso (não foram recolhidos dados suficientes nos 4.° e 5.° anos), apresenta uma fraca heterogeneidade.

Já no que diz respeito a diferenças entre os géneros, foram encontradas diferenças estatisticamente significativas, sendo o género feminino o que apresentou valores mais elevados, resultado que é coincidente com o encontrado por Boyd e Zimbardo (1997).

A TFTPS foi concebida pelos seus autores numa ótica trans-religiosa, tentando não refletir conceções ou opiniões derivadas de alguma religião em particular. No entanto, na nossa apreciação a natureza dos seus itens reflete inequivocamente conceções associadas às religiões e à espiritualidade, como a ideia da vida depois da morte do corpo físico (por exemplo o item 1) ou a punição pelos atos cometidos durante o período de vida (item 8), entre outras. Acreditamos que a PTFT é composta por outras valências ou temáticas além da religiosa e isto deverá, em nossa opinião, ser tido em conta em futuras revisões da escala.

Por exemplo, não será possível considerar como relativo à PTFT qualquer objeto ou conteúdo motivacional de natureza laica que oriente o comportamento do indivíduo para um objetivo que só será alcançado após o seu tempo de vida ou a custa da sua própria vida? Tenhamos em conta, entre outros exemplos, ativistas políticos ou militares revolucionários que estão dispostos a sacrificar a sua vida em prol de melhores condições socioeconómicas e liberdade para o seu país, para mencionar alguns. De facto, o indivíduo pode considerar que um objetivo desta natureza só é atingível após a sua morte física. Por tanto, a preocupação não está focalizada naquilo que vai a acontecer com o próprio indivíduo após a sua morte física, mas sim com o que vai acontecer com o mundo após a sua morte física.

Até ao momento tem-se acreditado que com o aumento da idade, diminui a relevância das variáveis temporais na explicação do pensamento e do comportamento humano (Krajcir & Sundberg, 1979; Lennings, 2000). No entanto, esta conclusão pode não ser válida por não se ter tido em consideração a dimensão da PTFT nesses estudos, já que é possível que os indivíduos ao terem uma noção de que o seu tempo de vida se está a esgotar, mudem o seu foco temporal para outras dimensões temporais, mais adequadas e adaptativas à sua situação.

Deste modo, parece-nos importante reforçar a ideia de que a inclusão da dimensão do Futuro-Transcendental nas nossas análises vem acrescentar "mais vida" ao espaço existencial dos indivíduos.

Para terminar, são duas as maiores limitações deste estudo: (a) As características da amostra (pouca heterogeneidade) e (b) A falta de confirmação dos resultados através de uma Análise Fatorial Confirmatoria (AFC). Assim, recomendamos que estas limitações sejam tidas em consideração em futuros estudos com a TFTPS portuguesa.


1 A decisão de forçar o modelo a um único fator tem como critério a própria estrutura teórica apresentada por Boyd & Zimbardo (1997). Tivemos, igualmente, em consideração a análise do gráfico de Scree e os valores próprios dos restantes fatores na sequência da eliminação do item 5 (ver figura 2).



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