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Avances en Psicología Latinoamericana

versión impresa ISSN 1794-4724

Av. Psicol. Latinoam. vol.31 no.3 Bogotá sep./dic. 2013

 


Teatro e desenvolvimento psicológico infantil

Theater and children's psychological development

Teatro y desarrollo psicológico infantil

Andreia Anna Amaral Porto*
Prof. Dra. Roberta Kafrouni**
Universidade Tuiuti do Paraná, Brasil

* Acadêmica de Psicologia da Universidde Tuiuti do Paraná,
e-mail: andreiaporto@gmail.com

** Docente do Mestrado em Psicologia da Universidde Tuiuti do Paraná, Doutora em Psicologia Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo,
email: rkbeta@hotmail.com

Para citar este artículo: Porto, A. A. A. & Kafrouni, R. (2013). Teatro e desenvolvimento psicológico infantil. Avances en Psicología Latinoamericana, 31 (3), 575-585.

Fecha de recepción: 5 de enero de 2013
Fecha de aceptación: 11 de junio de 2013



Resumo

Este artigo tem o objetivo de investigar qual o papel do teatro no processo de desenvolvimento psicológico infantil, buscando identificar quais aspectos do desenvolvimento estão presentes no fazer teatral. Foram realizadas seis observações diretas entre o período de abril a setembro do ano de 2012 das atividades de um grupo de teatro com crianças entre sete e doze anos. Os participantes faziam parte de um projeto social desenvolvido por uma escola de teatro da cidade de Curitiba, Região Sul do Brasil. As categorias de análise selecionadas a partir dos conceitos propostos por Vygotsky foram: linguagem, signos, mediação, imitação, emoção, atividade voluntária, apropriação de elementos culturais. Ao final do projeto foi observado que as categorias citadas anteriormente estão presentes nas atividades teatrais oferecendo assim, subsídios que possibilitam e estimulam desenvolvimento psicológico do sujeito podendo ser entendido como mediador no processo de constituição do ser humano.

Palavras-chave: Psicologia sócia histórica, teatro, desenvolvimento infantil



Abstract

This article aims to investigate the role of theater in children's psychological development, seeking to investigate which developmental aspects are present in the act of making theater. Six observations were made between April and September in the year of 2012 of the activities in a theater group for children aged from seven to twelve years old. The participants are part of a social project developed by a theater school in the town of Curitiba, Southern Brazil. The categories of analysis chosen from the concepts proposed by Vygotsky were: language, signs, mediation, imitation, emotion, voluntary activities, appropriation of cultural elements. By the end of the project it was observed that the theater provides means that make several psychological development aspects possible for the individual, which therefore can be understood as a mediator in the process of constitution of the human being.

Keywords: psychology, theater, children's development



Resumen

El artículo busca investigar la función del teatro en el proceso de desarrollo psicológico infantil, intentando reconocer cuáles aspectos de desarrollo están presentes en la realización teatral. Para este fin se realizaron seis observaciones directas, desde abril hasta septiembre de 2012, de actividades de un grupo de teatro con niños entre siete y doce años de edad. Los participantes hacían parte de un proyecto social desarrollado por una escuela de teatro de la ciudad de Curitiba, Región Sur del Brasil. Las categorías de análisis, seleccionadas a partir de los conceptos propuestos por Vygotsky, fueron: lenguaje, signos, mediación, imitación, emoción, actividad voluntaria, elementos culturales. Al final, se observó que las categorías mencionadas anteriormente están presentes en las actividades teatrales que ofrecen la asistencia que permite y estimula el desarrollo psicológico del sujeto, se pueden entender como un mediador en el proceso de constitución del ser humano.

Palabras clave: Psicología sociohistórica, teatro, desarrollo infantil



A visão de ser humano e de suas peculiaridades aqui adotada é através de um olhar da Psicologia sócio-histórica, que tem como principal representante Lev Vygotsky. Nesta perspectiva o ser humano é visto tanto como produto quanto como produtor do meio em que está inserido. É produto, pois se apropria de valores culturais construídos historicamente pela sociedade, e produtor, pois age sobre o meio modificando-o, assim como por ele também é modificado. Como comenta Zanella (2005), "a especificidade humana decorre da dupla relação que ela se estabelece com a realidade: via atividade, o ser humano se apropria da cultura concomitantemente nela se objetiva, construindo-se assim como sujeito." (p. 99).

Conforme Palangana (1994), Vygotsky, em sua teoria, inclui aspectos pertencentes à história do pensamento da criança, da cultura e da sociedade. Demonstrando assim a proximidade existente entre os estudos psicológicos, antropológicos e sociológicos visando explicar o desenvolvimento e a consciência humana. O autor "privilegia o estudo do processo por meio do qual se desenvolve o psiquismo humano" (p. 88).

Este autor deu ênfase ao desenvolvimento individuo entendendo-o como resultante da apropriação da cultura que prescreve modos de sentir, comunicar e se relacionar (Smolka, 2009). Em seu livro Formação Social da Mente, Vygotsky (1998b) afirma que a "estrutura humana complexa é um produto de um processo de desenvolvimento profundamente enraizado nas ligações entre história individual e história social" (p. 40).

Antes mesmo de ter controle acerca de seus atos, a criança começa, a partir do uso da linguagem, controlar o ambiente no qual está inserida. Esse uso ocasiona novas relações no que diz respeito ao ambiente, assim como na organização do próprio comportamento. (Vygotsky, 1998b, p. 33).

Nesse sentido, Palangana (1994), postula que a apropriação de um sistema linguístico pelo sujeito organiza os processos mentais da criança formam pensamento. Portanto, "a constituição das funções complexas do pensamento é veiculada principalmente a trocas sociais e, nesta interação, o fator de maior peso é a linguagem, ou seja, a comunicação entre homens." (p. 89).

A interação social tem papel fundamental no desenvolvimento humano, assim como na construção da subjetividade. De acordo com Menegheti e Bueno (2010), é a partir da interação social que a criança tem acesso as formas de pensar e de agir dentro da sociedade.

A cultura compartilha as formas de raciocínio, as diferentes linguagens (como a língua, a música, a matemática), tradições, costumes, emoções e muito mais. A utilização de instrumentos é uma característica essencialmente humana que possibilita maior domínio do meio e o desenvolvimento de habilidades específicas para utilizá-lo. Os signos elaborados pela cultura servem como instrumentos intelectuais que exigem do homem e lhe possibilitam uma diferenciação do pensamento em relação aos animais. Um dos pontos cruciais do desenvolvimento humano, que altera o curso de seu pensamento, é a conquista da fala. (p. 193)

O desenvolvimento da criança se dá por meio da internalização da cultura, momento em que o sujeito se apropria dos signos e significados sociais. "Os signos, significados, sentimento, instrumentos são compartilhados pelos sujeitos e transmitidos através das gerações" (p. 194).

Dessa maneira, atividades que envolvam interação e trocas culturais, juntamente com os aspectos discutidos anteriormente, podem ser consideradas promovedoras do desenvolvimento psicológico. A partir do momento que os conceitos propostos por Vygotsky, enquanto participantes do processo desenvolvimento, são utilizados e permitem uma estimulação da linguagem e interação social podemos entendê-los como contribuintes desse processo. O teatro, nesse âmbito, pode ser entendido como facilitador, pois "possibilita à criança dentro do seu limite cênico, movimentar, expandir, testar, descartar e expressar aquilo que ela observa na sociedade" (p. 193).

É na infância que as estruturas de personalidade e maturação neurofisiológica vão construir sua base, que será fundamental para o futuro do individuo, para o que ele irá se tornar enquanto sujeito. Nesse período do desenvolvimento é importante que a criança seja estimulada para conseguir desenvolver todas suas potencialidades (Menegheti & Bueno, 2010).

A interação é inevitavelmente necessária na inserção social do individuo enquanto participante de um processo histórico e cultural que o produz, e, consequentemente, por ele é produzido. Sendo assim, a interação é compreendida como condição de possibilidade de existência para o sujeito, pois ele só se constitui a partir da relação com os outros, a sua identidade se define na relação com alteridade, através dos processos de significação cultural (Colaço, 2004).

Tal ideia é complementada por Zonta (2009), segundo a autora é através da linguagem e da criação cultural, cujos elementos constituintes são os signos, que possibilitam os processos de significação e a constituição do sujeito a partir da alteridade. Sendo assim, a objetivação da subjetividade se dá por meio das palavras, expressões, sons, enfim, dos signos que permeiam os discursos dos sujeitos.

O teatro pode ser visto como uma possibilidade, pois pode ser entendido como um meio da criança se apropriar da linguagem, da sua cultura a partir de uma atividade que envolva criatividade e espontaneidade que estão vivos na criança. Oliveira e Stoltz (2010) comentam que "no teatro há um aprendizado de uma linguagem própria desta arte, que expressa o sentimento de quem assiste, seja via calor do aplauso ou pela emoção que parece se concretizar e emanar da plateia ao palco, e viceversa" (p. 87).

Conforme Vygotsky (2009), em conjunto com a criação verbal, a dramatização, ou a encenação teatral, representa o tipo de criação infantil mais frequente e difundido. Isso é compreensível porque ela está mais próxima da criança, o que se explica por dois momentos principais. Primeiramente, o drama baseado na ação -ação essa realizada pela criança- é mais íntimo, mais ativo, e relaciona de maneira direta a criação artística com a vivência pessoal.

No faz de conta, no palco, o corpo condensa a vivência das mais diversas imagens; incorpora propriedades de objetos, movimentos, pessoas. O corpo é um lugar de exercício de realização das ações imaginadas. A imaginação toma corpo no palco, realiza-se o corpo em cena. A ênfase é posta no processo de criação, que é, ao mesmo tempo, realização da atividade prenhe de sentido, repleta de significação. (Smolka, 2009, p. 98)

Brincadeiras de faz de conta, dramatização, jogos dramáticos possibilitam a apropriação, por parte do sujeito, de diversos papeis sociais. Estas atividades tomam como base a experiência por meio da linguagem, criando assim, situações imaginárias que permitem a vivência de inúmeras situações. Viabilizam também modos de participação das crianças na cultura, tornando possível a elas internalizar e elaborar, antecipar e projetar conhecimentos, afetos, relações (Smolka, 2009).

Este aspecto também é abordado por Oliveira e Stoltz (2010) quando afirmam que, dentre as modalidades artísticas, "o teatro é particularmente interessante quanto às possibilidades de interação, internalização da cultura, uso da palavra e expressão afetiva. A realização de atividades teatrais pode ser de grande valia no desenvolvimento da criança e do adolescente" (p. 85). Os mesmos autores colocam que para Vygotsky a expressão artística é uma necessidade inerente do ser humano.

Além de se tornar meio de externar positivamente emoções e sentimentos como ansiedade, agressividade, medo, raiva, angústia, as atividades artísticas podem ser trabalhadas de modo que os sujeitos conheçam melhor aos outros e a si mesmo, criando condições para a reflexão a respeito das próprias atitudes e possibilidades de mudança na convivência social. (p. 90)

O objetivo do presente artigo é, portanto, investigar como o teatro pode atuar no processo de desenvolvimento psicológico infantil. Buscando identificar quais aspectos do desenvolvimento estão presentes no fazer teatral. As categorias de análise selecionadas a partir dos conceitos propostos pela teoria de Vygotsky foram: linguagem verbal e não verbal, signos, mediação, imitação, afetividade expressa através das emoções, produção de sentido, controle de comportamento através da linguagem, apropriação de elementos culturais.


Método

Participantes

A pesquisa foi realizada com vinte crianças da faixa etária entre sete e doze anos, de ambos os sexos, que nunca haviam participado de aulas de teatro anteriormente. Os participantes eram alunos em um Projeto Social chamado Nossas Raízes - Bororo Vive oferecido por uma escola de teatro da Cidade de Curitiba.

O referido projeto visa desenvolver o reconhecimento e a valorização das raízes culturais brasileiras por meio das atividades artísticas com foco na cultura dos índios Bororo e no aprendizado da Arte Teatral. Integrando teatro, arte-educação, ciência e comunidade, o projeto pretendia atender alunos da rede pública de ensino com aulas semanais e encontros criativos bimestrais com a comunidade. As atividades do projeto ocorreram durante o período de seis meses, com início em março e término em setembro. As aulas aconteciam duas vezes por semana no turno da manhã.

Ao final, foi realizada a peça "Meri e Ari - O encontro do Sol e da Lua", de autoria dos educadores, em duas apresentações: uma para os pais e outra para as escolas. Os conteúdos específicos das atividades eram vivências de expressões cênicas, tendo como apoio a expressão corporal, expressão plástica, expressão sonora, expressão literária, expressão audiovisual; culminando com a apresentação de espetáculos teatrais.


Instrumento

Foram realizadas observações de seis encontros, sendo três no início das atividades do projeto e três no final, antes da apresentação. Estes encontros foram registrados em vídeo e posteriormente transcritos. Além disso, utilizou-se o diário de campo no qual foram feitos os registros sistemáticos dos dados obtidos durante a observação. Nele foram anotadas descrições, trechos de fala dos participantes e impressões pessoais da pesquisadora.


Procedimentos

Para identificar as categorias de análise propostas foram selecionados episódios nos quais se verificou a presença dos seguintes aspectos do desenvolvimento infantil: linguagem verbal e não verbal, mediação feita por meio de signos, imitação, afetividade expressa através das emoções, signos, produção de sentido, controle de comportamento através da linguagem, apropriação de elementos culturais. A descrição dos episódios foi organizada conforme as categorias de análise para facilitar a apresentação e discussão dos resultados.


Coleta de Dados

O processo de coleta de dados foi realizado do período de Abril/2012 à Setembro/2012 durante o desenvolvimento do projeto. A pesquisadora teve acesso aos documentos como lista de presença, trabalhos realizados em sala, projeto escrito.


Aspectos Éticos

Os procedimentos éticos necessários para a realização da pesquisa foram respeitados: apresentação do projeto de pesquisa aos educadores e diretores da Escola de Teatro e assinatura do Termo de Concordância da instituição para a realização do estudo; além da assinatura do Termo Consentimento Livre e Esclarecido pelos pais e/ou responsáveis pelas crianças.


Resultados e Discussão

A seguir serão apresentadas as categorias de análise observadas nas atividades desenvolvidas no Projeto Social que podem contribuir para o desenvolvimento psicológico infantil dos participantes. Foram observadas diversas situações que envolvem tais categorias, porém optou-se por selecionar episódios em que estes aparecem para melhor compreensão. Os conceitos estão descritos teoricamente junto com os episódios escolhidos.


Mediação por signos

O conceito de mediação proposto por Vygotsky consiste em um processo de intervenção de um elemento intermediário numa relação, que deixa de ser direta e passa a ser mediada por esse elemento. No início do projeto foram apresentados as crianças os signos teatrais como "Folha Branca", "Ponto Zero", "Inteireza", "Arrumar a base", "Olhar no Horizonte", "Presença de palco", "Plasticidade", "Os Três Sinais", entre outros signos. Em um primeiro momento, através de observações, foi possível perceber que os participantes não respondiam conforme o signo estabelecido por ainda não terem internalizado seu significado. "O sistema de signos reestrutura a totalidade do processo psicológico, tornando a criança capaz de dominar seu movimento. Ela reconstrói o processo de escolha em bases totalmente novas" (Vygotsky, 1998a, p. 46). Os signos relacionados ao âmbito teatral estavam inseridos nos exercícios propostos nas aulas. Acerca dos signos Smolka (2009) esclarece

Vygotsky encontra na possibilidade humana de criação e uso de signos uma via explicativa para o funcionamento mental, social e individual. Ele argumentava que os signos são um meio/modo de relação social e destacava a importância e o estatuto de forma verbal de linguagem no desenvolvimento humano e na formação da consciência. (p. 8)

Por exemplo, os 'três sinais' que são tocados antes de qualquer espetáculo indicando que em breve o espetáculo vai começar foram utilizados para o início das atividades para que os participantes fizessem silêncio e entrem no estúdio onde acontece a aula. Durante esse momento, as crianças, inicialmente, corriam, conversavam, aparentemente não entendiam os sinais e sua função.

Dessa forma, o comportamento agitado dos participantes não correspondia ao que era solicitado pelos professores durante a atividade. Aspecto este que foi sendo modificado com o passar do tempo e a apropriação por parte das crianças desse espaço novo e, assim, passaram a responder conforme o signo correspondente. Processo este chamado de internalização que se dá, principalmente, por meio da mediação.

Os signos também tem a finalidade de proporcionar interação entre os sujeitos envolvidos. Ou seja, "signos e palavras constituem para as crianças, primeiro e acima de tudo, um meio de contato social com outras pessoas" (p. 37).

Após dois meses de atividades, foi possível identificar a internalização dos signos e apropriação dos significados que esses possuem. Pode-se observar que os termos utilizados no teatro já faziam parte da história dessas crianças, ou seja, já haviam sido internalizados. Sendo na maioria das vezes, desnecessário corrigi-los, pois eles já eram capazes de agir conforme a signo apresentado.


Aspectos culturais

As noções de social e cultural são abordadas na teoria de Vygotsky de maneiras distintas, porém complementares. Conforme Pino (2000), o social consiste em um fenômeno que diz respeito a uma sociabilidade natural, ou seja, de ordem biológica sendo, portanto, um fenômeno mais amplo que o cultural. De acordo com o autor,

anterior a cultura, o social adquire dentro delas formas novas de existência. Sob a ação criadora do homem, a sociabilidade biológica adquire formas humanas ternando-se modos de organização das relações sociais dos homens. Nesse sentido, o social é, ao mesmo tempo, condição e resultado do aparecimento da cultura. É condição porque sem essa sociabilidade humana seria historicamente impossível e a emergência da cultura seria impensável. É porém resultado porque as formas humanas de sociabilidade são produções do homem, portanto, obras culturais. (p. 53)

Sendo assim, o conceito de cultura é entendido como "uma totalidade das produções humanas (técnicas, artísticas, científicas, tradições, instituições sociais e práticas sociais). Em síntese, tudo que, em contraposição ao que é dado pela natureza, é obra do homem" (Pino, 2000, p. 54).

Considerando a visão de ser humano construído histórico e culturalmente, podemos entender que o acesso a elementos culturais diversos podem contribuir no desenvolvimento do individuo. De acordo com Silva, Almeida e Ferreira (2011),

A psicologia histórico-cultural aponta que, ao aprender, o indivíduo não está isolado, mas sempre envolvido com outras pessoas, em um processo intersubjetivo constituído pelo sujeito que aprende, pelo sujeito que ensina e pela própria relação entre eles. Não obstante, a aprendizagem não ocorre apenas na presença do sujeito que ensina; ela pode ser constituída por objetos culturais, situações sociais e, principalmente, pela linguagem, que, por estar carregada de significados, torna-se o signo fundamental para a internalização das coisas da cultura. (p. 221)

Os elementos culturais nos quais os alunos foram sendo apresentados dizem respeito à cultura indígena dos índios bororo além da arte do teatro. Durante as aulas, alguns aspectos culturais destes índios são colocados para os participantes, o que possibilita o acesso a outro olhar acerca do mundo, resgate das raízes culturais de nosso país. No início, nenhum participante sabia da existência dos índios bororo e não sabiam como se estabeleciam as relações nesta cultura. Com o passar das aulas, foi observado que os conteúdos foram sendo apresentados e os alunos ainda viam com estranhamento, não entendiam ou se interessavam pelo que era dito sobre a tribo.

No espaço disponibilizado para a hora do lanche existiam cartazes espalhados com informações sobre os índios bororos, com algumas palavras na língua dessa tribo, a localização da aldeia no mapa do Brasil, etc. Durante as aulas, aspectos como estes também são ditos pelos professores aos participantes. Ao final do projeto, foi observado que os alunos demonstravam interesse ou se remetiam a cultura dos índios. Além de serem utilizados elementos e textos sobre os Bororos.

Este interesse pode ser ilustrado no episódio a seguir: ao fim da atividade proposta sobre a dramatização do desenvolvimento humano, uma aluna perguntou sobre como os índios na aldeia Bororo fazem quando são crianças. O professor explicou que acontece de maneira diferente do que em nossa cultura e dá um exemplo utilizando outra aldeia em que os meninos ficam amarrados com o pé em um formigueiro por algumas horas para se tornarem homens. Ela insiste querendo informações sobre os Bororos, especificamente, então ela diz "Vou pesquisar na internet". Entende-se que esta interação oferece um modelo e aponta para a possibilidade de desenvolvimento de habilidade de busca ativa por parte da participante, além disso, considera-se o que Vygostky (1998a) conceitua como atenção voluntária considerada um importante aspecto do desenvolvimento humano.

As crianças começaram a conversar manifestando estranhamento pelo que acontece na aldeia, então o professor comenta que esse estranhamento acontece de modo semelhante, quando na aldeia eles ficam sabendo, por exemplo, de como acontece uma festa de 15 anos na cidade. Que os índios deviam achar horrível a menina ter que ficar presa em um vestido, e os homens se vestirem todos iguais. O professor concluiu afirmando que este é um aspecto cultural e que tem que ser respeitado. Cada cultura tem o seu ritual.

Além disso, todo o final de aula é realizado um ritual teatral. É formado um círculo, com os professores intercalados nos alunos, de mãos dadas e próximos uns dos outros. Após isso, eles abrem o círculo novamente e chacoalham as mãos para o alto, acima da cabeça, fazem o grito da escola de teatro, abaixam e batem no chão, se levantam e batem palmas. Esse é o ritual de finalização das atividades faz parte da metodologia da escola e ocorre em todas as turmas.


Imitação

A primeira forma de internalização é feita através da imitação, principalmente quando se tratam de crianças com a faixa etária descrita neste trabalho. Durante o desenvolvimento infantil, o sujeito em formação está vivenciando um processo de construção de sua subjetividade e identidade, a imitação consiste na forma mais primordial de internalizar aspectos presentes no meio.

Durante os exercícios, um dos professores acabava realizando a atividade junto com os alunos, a fim de facilitar a interação e auxiliá-los. Em alguns momentos os participantes acabam imitando o professor ou o colega com quem mais se identificam ao invés de criar algo no decorrer da ação. "As impressões externas sobre o ambiente circundante são hauridas e concretizam-se pela criança por meio da imitação" (Vygotsky, 2009, p. 97).

Sendo assim, a imitação permeou todas as observações, episódio marcante foi um exercício em que os alunos deveriam interpretar o animal que quisessem para encerarem a cena. Quando um dos professores começou a interpretar um sapo, seis crianças passaram a fazer os mesmos movimentos e 'imitar' o sapo que o professor optou em fazer.

A imitação tem papel fundamental nesse início de proposta, considerando que a imaginação está diretamente ligada às experiências vivenciadas pela criança até então. De acordo com Vygotsky (2009), "a atividade criadora da imaginação depende diretamente da riqueza e da diversidade da experiência anterior da pessoa, porque essa experiência constitui o material com que criam as construções da fantasia" (p. 24).


Controle de comportamento por meio da linguagem: a internalização da fala social

O processo de desenvolvimento psicológico na infância também envolve aspectos do controle de comportamento do sujeito a partir do uso da linguagem. Conforme Vygotsky (1998b), "a atividade simbólica é uma função organizadora especifica que invade o processo do uso de instrumento e produz formas fundamentalmente novas de comportamento" (pp. 32, 33).

Sendo assim, quando o indivíduo se encontra em um ambiente social com signos e significados próprios, será necessário que este passe por um processo de internalização dessa linguagem para então controlar seu comportamento neste ambiente. "Assim que a fala e o uso de signos são incorporados a qualquer ação, esta se transforma e se organiza ao longo das linhas inteiramente novas. Realizase, assim, o uso de instrumentos especificamente humano" (Vygotsky, 1998b, p. 33).

No início, durante as atividades era perceptível a agitação por parte dos alunos, continuavam conversando, correndo, não respondiam ao sinal conforme a convenção estabelecida. Um exemplo que ilustra essa situação aconteceu durante os intervalos, horário do lanche. Após se alimentarem, os alunos deveriam formar uma fila indiana em silêncio e o professor tocaria um sino três vezes semelhante ao que aconteceu no início de uma peça de teatro, a fim de sinalizar que eles precisavam ficar em silêncio para entrar no Estúdio novamente. Durante os primeiros meses, os participantes não respondiam como a convenção.

A inserção da fala torna-se fundamental para que outros processos que dizem respeito ao desenvolvimento infantil como a socialização, por exemplo, sejam possíveis e estimulem o crescimento intelectual da criança. Vygotsky (1998b) considera a fala um meio de facilitar a manipulação de objetos pela criança. Além disso, fornece subsídios para que a criança controle seu próprio comportamento. "Assim, com a ajuda da fala, as crianças adquirem a capacidade de ser tanto sujeito como objeto de seu próprio comportamento" (p. 36).

No momento em que as crianças desenvolvem um método de comportamento para guiarem a si mesmas, o qual tinha sido usado previamente em relação a outra pessoa, e quando elas organizam sua própria atividade de acordo com uma forma social de comportamento, conseguem, com sucesso, impor a si mesmas uma atitude social. A história do processo de internalização da fala social é também a história da socialização do intelecto prático em crianças. (p. 37)

Esse processo possibilita que as crianças adquiram independência em relação ao seu ambiente concreto em que se insere deixando de agir em função do meio, passando então a exercer atividade voluntária. Segundo Vygotsky, "uma vez que as crianças aprendem a usar, efetivamente, a função planejadora de sua linguagem, o seu campo psicológico muda radicalmente. Os signos e palavras, primeiro e acima de tudo, um meio de contato social com outras pessoas" (1998b, p. 39).

É no decorrer de repetidas ações que a criança aprende a planejar sua atividade. Para isto, precisa do auxilio de outra pessoa, dependendo da situação exigida pelo problema a ser estabelecido. Sendo assim, o controle do comportamento de outrem é capacidade necessária para desenvolver sua atividade prática (Vygotsky, 1998b).

Estes importantes aspectos para o desenvolvimento foram observados no processo de internalização vivenciado pelas crianças inseridas no âmbito teatral. Em um primeiro momento, foi possível perceber que os participantes estavam dispersivos, pois a atenção era controlada pelo meio externo ao sujeito, sendo que qualquer estímulo do ambiente imediatamente chamava sua atenção, ou seja, não haviam internalizado os signos teatrais apresentados pelos professores e ainda não controlavam seu comportamento por meio deles.

Diante disso, Vygotsky (1998b) postula que a atividade voluntaria é "um produto do desenvolvimento histórico-cultural do comportamento e como um aspecto característico da psicologia humana" (p. 49). É através da internalização dos signos que a criança se torna capaz de dominar seu movimento. Sendo assim, ela passa de uma posição 'passiva' em que apenas responde aos estímulos do meio para uma atividade voluntária em que a criança passa a controlar seu próprio comportamento em determinado meio. "Ela reconstrói o processo de escolha em bases totalmente novas. O movimento deslocase, assim, da percepção direta, submetendo-se ao controle das funções simbólicas incluídas na resposta de escolha" (p. 46).

Com auxilio da função indicativa das palavras, a criança é capaz de determinar para si mesma o "centro de gravidade" do seu campo perceptivo; o seu comportamento não é regulado somente pela conspicuidade de elementos individuais dentro dele. A criança avalia a importância relativa desses elementos, destacando, do fundo, "figuras" novas, ampliando assim as possibilidades de controle de atividades. A criança que fala tem, dessa forma, a capacidade de dirigir sua atenção de uma maneira dinâmica. Ela pode perceber mudanças na sua situação imediata do ponto de vista de suas atividades passadas, e pode agir no presente com a perspectiva do futuro. (p. 47)

Ao final do projeto, foi possível perceber a diferença entre o comportamento dos participantes. Notou-se que o código (signos) específico do fazer teatral foi internalizado pelas crianças e que, aparentemente, eles estavam concentrados nos exercícios propostos. Foi observado aumento de atenção voluntária, menos conversas e movimentações durante os exercícios, uma vez que nem todos os estímulos do ambiente tinham o poder de controlar a atenção dos alunos, eles eram capazes de voluntariamente modular sua atenção a partir de signos específicos.

Os signos teatrais, a linguagem, os significados internalizados propiciaram o controle do próprio comportamento através da linguagem por parte das crianças, o que não ocorria anteriormente. O controle do próprio comportamento é importante considerando que, para o teatro, a disciplina é fundamental, como descrito por Oliveira e Stoltz (2010) "o teatro é uma atividade coletiva, que implica respeito às regras, respeito ao outro, trocas de pontos de vista, decisões conjuntas, divisão de tarefas" (p. 88).

Pelo exposto até aqui há razões para considerar que a disciplina requerida no teatro é, de fato, o controle da atenção pelo próprio sujeito. Conforme exposto por Vygotsky (1998b), "há razões para acreditar-se que a atividade voluntária, mais do que o intelecto altamente desenvolvido, diferencia os seres humanos dos animais filogeneticamente mais próximos" (p. 49).


Expressão das Emoções

A emoção, segundo Camargo (1999), é o início da comunicação e possibilita o individuo estabelecer seus primeiros contatos com o outro. Desde o nascimento, as primeiras manifestações psíquicas são expressões emocionais. É através dela que a criança se comunica com o meio e pode atuar sobre ele.

Conforme exposto pela autora, as trocas com o outro desempenham papel fundamental no psiquismo individual, pois é através delas que as emoções evoluem, organizam-se e transformam-se no decorrer da vida do sujeito. Primeiramente, o outro é ocupado pela relação com a mãe e será envolvido na forma com que ela expressa sua afetividade. "A mãe está inserida em uma cultura que, com suas instituições, representações, seus valores e significações, está presente nas relações de troca. Pouco a pouco, a vinculação é penetrada pelas experiências sociais dos outros" (Camargo, 1999, p. 11).

Oliveira e Stoltz (2010) afirmam que a interpretação feita pelos adultos em relação aos movimentos e expressões emotivas da criança permite que aquele alcance a satisfação de suas necessidades afetivas e físicas. Enquanto se desenvolve em contato e trocas com o meio e interações sociais, a criança recebe diversos estímulos que propulsionam seu desenvolvimento físico, emocional e cognitivo.

É através da expressão das emoções que, inicialmente, a linguagem se desenvolve. Assume uma função na comunicação que torna possível o desenvolvimento da atividade simbólica. No decorrer da vida do sujeito, as emoções se modificam conforme a inserção da criança na cultura. Portanto, possibilitam o caminho para a linguagem. Conforme a autora, a emoção "assegura uma função de comunicação que será fundamental no desenvolvimento da atividade simbólica" (Camargo, 1999, p. 13).

A linguagem tem um papel histórico-cultural que envolve aspectos vivenciados pela humanidade. A emoção, quando atrelada à palavra, "fecha um sistema completo de conexões no córtex infantil e converte-se em um instrumento poderoso que permite a introdução de formas de análise e síntese da realidade" (p. 13), propiciando assim que a criança encontre outra forma de enxergar a realidade. A palavra reorganiza os processos mentais básicos transformando tanto sua atividade quanto sua consciência (Camargo, 1999).

Segundo Camargo (1999), processos como esses são inerentes ao desenvolvimento infantil. As emoções e suas relações com outras funções como a linguagem, memória, percepção e atenção modificam-se no decorrer do desenvolvimento, surgindo assim relações complexas entre as funções psíquicas. Essas funções estão envoltas por sentimentos e emoções, mesmo que, às vezes, não apareçam claramente. Além disso, autora postula que

A apropriação da cultura, impulsionadora do desenvolvimento, se dá nas relações intersubjetivas que são emocionais, como todas as relações humanas. A internalização da cultura sob a emoção. Em determinadas situação, o caráter emocional das relações humanas está explicito. Em outras, aparece encoberto e é difícil a sua identificação. Mas toda a relação humana tem caráter emocional. A integração da emoção com as funções psicológicas realiza-se através da interiorização de significados na atividade social dos indivíduos. (p. 17)

Sendo assim, foi observado que a expressão de emoções permeia as interações tanto entre os participantes quanto com os professores e a pesquisadora. Tendo em vista a importância desse aspecto no desenvolvimento humano, Menegheti e Bueno (2010) afirmam que os sentimentos provocados quando estamos em contato com a arte, seja praticando ou apreciando-a, superam os sentimentos comuns que podem ser expressados pelo sujeito. Segundo eles, é "como quando se está triste ou alegre; aqueles sentimentos tocados e representados pela arte são emoções fortes, poderosas paixões que encontrariam na expressão artística a sua resolução" (p. 193).

Somado a isso, o teatro possibilita a expressão das emoções através de exercícios de dramatização e da possibilidade de criarem-se laços afetivos tanto entre os participantes quanto com os professores. Os exercícios que envolvem expressão emocional propiciam as crianças experimentarem dramatizar emoções conforme o que aprenderam em sua história de vida, principalmente, no seio familiar, e, além disso, experimentar outras formas de expressar o mesmo sentimento, porém em cena. Cada individuo vai representar a emoção de uma maneira singular, sendo assim, o teatro pode ser entendido como um espaço que possibilita troca de experiências e maneiras distintas de vivenciar e dramatizar tais sentimentos.

A expressão emocional foi observada nesta pesquisa a partir de alguns exercícios teatrais que envolviam a dramatização das emoções (felicidade, raiva, dor, medo, paixão, fome, solidão, etc.). Os alunos eram levados a dramatizar expressões emocionais com momentos de movimento e de pausa com a música.


Conclusão

O presente estudo investigou de que maneira o teatro pode contribuir para o desenvolvimento psicológico na infância e quais aspectos deste estavam presentes no fazer teatral. As observações realizadas no decorrer do ano de 2012 forneceram subsídios apontando que o teatro assume um papel como mediador no processo de constituição psicológica dos indivíduos.

Tendo em vista a inserção das crianças no âmbito teatral, pode-se perceber esse espaço como um local que promove e estimula a interação social, aspecto primordial no desenvolvimento humano, envolvendo tanto comunicação entre os participantes de mesma faixa etária, quanto com professores dispostos a lhe inserirem em um novo espaço cultural com o qual eles até então não haviam tido contato: a Arte do Teatro.

Sendo assim, a partir do momento em que esta atividade se propõe a estimular aspectos como: produção de sentido, aquisição de novos signos e significados, interação social, uso da linguagem, mediação, acesso a cultura, entre outros construídos sócio-historicamente; podemos afirmar que esse espaço pode auxiliar no processo de constituição da subjetividade. O fato dos alunos apresentarem mudanças significativas frente às categorias de análise propostas nesse estudo nos leva à confirmação de que o teatro pode exercer um papel transformador na realidade dessas crianças.

Face ao exposto, o teatro envolve e estimula não só a linguagem verbal e corporal, mas também a memorização, atenção, concentração, organização espacial, interação social que implica na mobilização de aspectos cognitivos, sociais e motores dos indivíduos. Dessa forma, o presente trabalho tem o intuito de contribuir para que possam ser pensadas novas formas de inserção do teatro em nossa sociedade. Tendo em vista outros segmentos que estejam atrelados ao desenvolvimento humano (escola, hospitais, etc.) além de estimular que mais pessoas entrem em contato o mesmo, sabendo de sua importância não só para no desenvolvimento infantil, mas para qualquer outro que tenha acesso a essa forma de arte.

Neste sentido, o teatro, em sua particularidade, propicia estimulação de aspectos inerentes ao desenvolvimento humano e pode auxiliar positivamente nos processos de aprendizagem. Desse modo, pesquisas como esta possibilitam um olhar diferenciado acerca do tema para que, futuramente, o fazer teatral tenha maior reconhecimento dentro da sociedade como um todo, assim como em processos educacionais que visam estimular o desenvolvimento na infância.



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