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Revista de Relaciones Internacionales, Estrategia y Seguridad

Print version ISSN 1909-3063

rev.relac.int.estrateg.segur. vol.8 no.1 Bogotá Jan./June 2013

 


EDITORIAL

A palavra escrita é uma forma de transmitir emoções, sentimentos e conhecimentos. No caso das publicações científicas que socializam e intercambiam os resultados das pesquisas, o objetivo é posicioná-la e subir ao zênite em reconhecimento do trabalho árduo envolvido na sua preparação e depois de alcançada a meta, manter a classificaçãopor meio de um cuidadoso controle na qualidade dos artigos, na escolha minuciosa dos parese dos membros dos comitês científico e editorial.

Na atualidade, a revista FARIES alcançou o objetivo de se posicionarno país, segundo oSistema Nacional de Indexação e Homologação de Revista Especializadasde CT + I, na categoria A2, a partir de primeiro de janeiro de 2012, embora a notificação tenha sido recebida no mês de abril de 2013.

Para continuar mantendo esta posição, apresentamos nesta edição quatorze artigos, resultados de trabalhos das linhas de pesquisa em Relações Internacionais, Política e Segurança.

A seção de Relações Internacionais tem cinco artigos: Consenso e pós-Consenso de Washington: Duas gerações de reformas incompletas, de Hector Cuadra Montiel, reafirma as críticas realizadas sobre as políticas econômicas dos anos 90, ditadas por Washington, para promover o desenvolvimento na América Latina. O interessante é que na análise se combinam as forças materiais e idealistas, evidenciado que uma das razões pelas quais esta política falhou, foi pela falta de determinantes sociais. Revela também que, apesar de uma grande abertura dos mercados, dos fluxos de capital e do fomento das exportações, o resultado é uma fratura no discurso globalizante de equidade com a realidade vivida pelas economias subdesenvolvidas. O Multilateralismo atual: crises e desafios, de Camilo Zambrano Jáuregui, tem como foco demonstrar que a ação conjunta de vários Estados produz mudanças estruturais no sistema internacional, que propicia uma reconfiguração do poder, tanto do ponto de vista do poder suave como dopoder duro. Ele afirma que o multilateralismo, nas condições atuais de relacionamento entre os protagonistas, não consegue dar uma reposta ou se encontra em crise e conclui que as potências emergentes são as que devem ser chamadas para assumir um papel de liderança na superação da crise. Marcela Guerrero Turbay e Mauricio Jaramillo Jassir a presentam um documento intitulado O poder suave e a diplomacia cultural da Turquia: análise dos fatores históricos e regionais. Tradicionalmente, os estudos sobre a relação entre poder e posição no sistema internacional foram abordadosdesde o poder duro, mas neste artigo, os autores revelam a intenção de alguns Estados para posicionar-se não necessariamente em um âmbito global, mas sim, regional por meio do poder suave, como acontece no caso turco. Eles concluem que, embora a Turquia tenha progredido e conte com boa reputação, ainda há fraquezas internas que devem ser superadas. Outro aspecto importante é que se deixa em aberto algumas questões que podem ser material de novas pesquisas. A Guerra Fria na Colômbia: O papel dos EUA na política de defesa da Colômbia no período 1966-1970, de Javier Castrillón, faz um ameno relato histórico, no qual demonstra que as elites que ostentam o poder nacional têm promovido o intervencionismo americano, amparadas na manutenção dostatus quo, o que mostra a incapacidade de governar e implementaruma política de repressão diante das demandas da população. O MILA. O mercado de integração entre o Chile, o Peru e a Colômbia, de William Vargas Pulido e José Bayardo Martínez, aborda uma questão de relevância para a região, e sobre a qual não há muita literatura. Por isso a importância deste artigo. Ao longo do texto, defendem a integração como um fator positivo para os mercados do Peru, do Chile e da Colômbia, mas ao mesmo tempo, destacam as dificuldades que surgem quando este mercado se desenvolve. A partir desta identificação, realizam algumaspropostas para que a integração continue em aumento, incluindo, entre outras coisas, a melhoria nainformação das transações financeiras e a reduçãodos custos.

A seção Política tem quatro artigos: Jorge E. Horbath e María Amalia Graciaa presentam Participação cidadã dos jovens mexicanos na construção social e democrática do país no início do Século XXI, onde, sem ignorar ou subestimar o quadro conceitual, os autores, por meio de uma análise estatística, procuram descobrir o que motiva os jovens mexicanos para participar na política. Chegaram à conclusão de que quanto maior o grau deescolaridade, maior a participação. Em Estabilidade e crise de representação nos sistemas partidários da América Latina. O triunfo da participação eleitoral?, de Julián Andrés Caicedo Ortiz, defende os partidos políticos como uma das formas mais democráticas de participação. Depois de um estudo criterioso da estabilidade dos partidos na América Latina, conclui-se que a estabilidade dos sistemas não garante a participação. Neste sentido, oferece novos elementos para uma análise destinada a estabelecer uma democracia forte. O ressurgimento do Talibã no Afeganistão, de Angélica Alba Cuéllar, analisa como a facção político-militar fundamentalista islâmica do Afeganistão, conhecida como Talibã, criou um modus operandi de violência com uma ideologia islâmica radical, que gera um clima de instabilidade interna e promove a intervenção de terceiros países. No entanto, reivindica-o pela sua persistência e capacidade de se transformar. O artigo, Estruturas clientelistas e partidos políticos. Abordagens sobre a crise e a transformação dos sistemas partidários na Colômbia e Venezuela, de Jorge Orlando Blanco Suárez, gira em torno do papel desempenhado pelo clientelismo nos sistemas políticos colombianos e venezuelanos. A análise mistura fatores estruturais, conjunturais, pessoaise chega à conclusão de que a transformação dos sistemas políticos de ambos os países diferem, pois o caso colombiano trouxe estabilidade e o Venezuelano causou uma crise em virtude de que a relação entre individualismo-clientelismo-reforma tinha marcas particulares que geraram os resultados mencionados.

A seção de Segurança tem cinco artigos: Solução para a mediterraneidade da Bolívia: uma proposta desde o Chile, de Alain Carrier, Eduardo Tellez e Fernando Villamizar, apresenta uma das questões internacionais que tem gerado grandes expectativas em diversos atores internacionais da atualidade: a definição de uma saída ao mar para o Estado boliviano. O antigo conflito com o vizinho Chile tem como consequênciaque a Bolívia seja um Estado sem litoral, o que a coloca em desvantagem. A partir deste artigo, os autores fornecem uma solução que não estáemolduradaem assuntos políticos internos chilenos, os quais têm dificultado um acordo. A proposta, ao invés disto, e na figura do bem comumcom base nas relações humanas,estátraduzida em ação política e é uma prova de respeito pelos outros. Em As origens da cooperação internacional sobreterrorismo. As primeiras respostas internacionais, de Luis Ángel Aparicio-Ordás González-García, o problema do terrorismo aparece como uma questão que ocupa um amplo espectro daliteratura política recente. Embora, como afirma o autor, não seja um fenômeno novo, tem mudado seus métodos. Nesse sentido, o artigo aponta quais foram os instrumentos desenvolvidos pela comunidade internacional e em que momento se utilizaram para responder a essa ameaça. Finalmente, destaca os esforços e anseio dos Estados para combatê-lo, embora tais respostas de índole legislativas e acordos não tenham sido tão eficazes como se esperava. A relação entre integração e segurança no Mercosul e sua projeção na América do Sul, de Jorge Riquelme Rivera, mostra como o bloco sub-regional, Mercosul, trouxe não apenas a estabilidade econômica, mas também segurança para seus membros. A liderança da comunidade tem impactado a tal ponto que criou um complexo de segurança no Cone Sul, com efeitos positivos para a América do Sul. O autor conclui que este bloco é bem-sucedido, não só pelo que tem demonstrado, mas projeta a região no contexto internacional, apesar das críticas e dificuldades como o nacionalismo, entre outros motivos. No entanto, o sucesso dependeda disposição política de cada parte. Cooperação internacional para o controle do tráfico de armas, munições e explosivos: um mecanismo para a geração da segurança ontológica na Colômbia, de Carlos Alberto Ardila e Carlos Antonio Pinedo Herrera, é uma proposta na qual os autores propõem integrar a segurança física com a ontológica para gerar novas formas de segurança, onde não se privilegie o material como, por exemplo, a apreensão de armas, por cima do ideacional, como o prestígio e a identidade. O anterior seria um mecanismo para construir acordos de cooperação fundados na confiançaque facilite uma maior assertividade preditiva das ameaças e a maneira de enfrentá-las. De forma interessante, o artigo intitulado De Zetas a Maras. Concepções de máfia e de crime organizado na América Latina, de Luis Alexander Montero Moncada, Liana Abril Pérez e Ángela Herrera, apresenta o objeto de estudo emprimeira instância a fim de partir de uma abordagem meramente conceitual para definir estas quadrilhas desde um enfoque teórico e apesar de ser certo que eles constituam protótipos ideais são caracterizados a partir de suas particularidades e servem de base de análise de sujeitos análogos. Em seguida, usam uma metodologia comparada que revelam semelhanças e diferenças dessas organizações. Em qualquer caso, eles chegam à conclusão de que ambas constituem uma ameaça assimétrica internacional.

Finalmente, reiteramos os agradecimentos àqueles que nos apóiam e colaboram para fazer possível este trabalho, porque temos a certeza de que sem o entusiasmo de todos seria impossível realizá-lo. Espero que vocês fiquem conosco.

Alejandra Ripoll
Editora

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