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Revista colombiana de ciencia animal recia

On-line version ISSN 2027-4297

rev. colombiana cienc. anim. Recia vol.9 no.1 Sincelejo Jan./June 2017

https://doi.org/10.24188/recia.v9.n1.2017.497 

ARTÍCULO ORIGINAL

A coleção herpetológica das Faculdades Integradas do Tapajós/Faculdade da Amazônia, Santarém, Pará, Brasil: 1 - Répteis

The herpetological collection of Integrated colleges of Tapajós/College of Amazon, Santarém, Pará, Brazil: 1 - Reptiles

La colección herpetológica de los Facultades Integradas de Tapajós/Facultad de Amazonia, Santarém, Pará, Brasil: 1 - Reptiles

I.A.S Brito,1  * 

M.H. Chalkidis,2 

L.L. Coelho,3 

L.B. Vasconcelos-Neto,1 

A.S. Garcia-Silva,1 

¹ Faculdades Integradas do Tapajós/Faculdade da Amazônia (FIT/UNAMA), Santarém, Pará, Brasil. Curso de Ciências Biológicas, Faculdades Integradas do Tapajós/Faculdade da Amazônia (FIT/UNAMA).

² Faculdades Integradas do Tapajós/Faculdade da Amazônia (FIT/UNAMA), Santarém, Pará, Brasil. Coordenador do Laboratório de Pesquisas Zoológicas e Curador da Coleção Herpetológica das

³ Faculdades Integradas do Tapajós/Faculdade da Amazônia (FIT/UNAMA), Santarém, Pará, Brasil. Docente das Faculdades Integradas do Tapajós/Faculdade da Amazônia (FIT/UNAMA).


Resumo

Apresenta-se o acervo da coleção herpetológica das Faculdades Integradas do Tapajós/Faculdade da Amazônia, com lista completa das espécies de répteis depositados na coleção. A coleção herpetológica abriga atualmente 3.349 espécimes, possui coleção científica e didática. Todo o acervo está devidamente tombado e acondicionado conforme exigências mínimas para coleções. E representa uma excelente base de dados para o estudo da herpetofauna amazônica. As cidades com maior representatividade de depósitos de espécimes na coleção são Santarém e Belterra, Pará, Brasil. Grande parte dos exemplares é oriunda de expedições científicas e pode ser considerada uma coleção regional dinâmica, pois se encontra à disposição da comunidade. Entretanto, são necessários maiores investimentos de ordem estrutural, para a manutenção e crescimento do acervo, para que este continue no desempenho de suas funções.

Palavras chave: Coleção científica; Herpetofauna; Oeste do Pará; diversidade

Abstract

It shows the collection of the herpetological collection of the Tapajos Integrated Colleges/College Amazon, with complete list of species of reptiles and amphibians deposited in the collection. The herpetological collection currently houses 3.349 specimens, has scientific and didactic collection. The entire collection is properly tumbled and packaged as minimum requirements for collections. He represents an excellent database for the study of amazon herpetofauna. The cities with the most representative specimens of deposits in the collection are Santarem and Belterra, Pará, Brazil; most copies come from scientific expeditions and be can considered a regional dynamic collection because it is to the community. However, greater investments are needed structural, for the maintenance and growth of, the collection so that it continues in of continue with the performance of their duties.

Keywords: Scientific collection; herpetofauna; west of Pará; diversity.

Resumen

Presenta la colección de la colección herpetológica de los Colegios Integrado Tapajós/Facultad Amazonia, con la lista completa de especies de reptiles depositados en ella. La colección herpetológica actualmente alberga 3.349 ejemplares, tiene carácter científico y didáctico. La colección completa está organizada y cumple con los requisitos mínimos exigidos para este tipo de muestras biológicas. Representa una excelente base de datos para el estudio de la herpetofauna amazónica. Las ciudades con las muestras más representativas depositadas son Santarém y Belterra, Pará, Brasil, la mayoría de los ejemplares provienen de expediciones científicas y puede considerarse una representativa muestra de la dinámica regional. Sin embargo, se necesita una mayor inversión estructural, para el mantenimiento y crecimiento de la colección, para que continúe en el ejercicio de sus funciones.

Palabras Clave: Colección científica; herpetofauna; al oeste de Pará; diversidad

Introdução

O Brasil é muito diverso e abrange a região mais rica do mundo em táxons animais (MITTERMEIER, 1988; MARQUES e LAMAS, 2006). Diante disso, há a necessidade urgente de melhor conhecer a imensa riqueza biológica do planeta, em especial, às crescentes ameaças provenientes do crescimento populacional desordenado que leva à degradação ambiental, a perda e fragmentação de hábitats (LEWINSOHN, 2006). As coleções científicas possuem papel fundamental para o conhecimento da biodiversidade, por proporcionarem informações básicas sobre as espécies e a região, em favor da diversidade e extensão territorial da região amazônica (MAGALHÃES et al., 2001).

As coleções zoológicas são importantes fontes de informações para todos os que trabalham com o estudo da biodiversidade animal, pois proporcionam o avanço do conhecimento que pode ser aplicado em diferentes maneiras na sociedade, tanto para a atuação governamental, quanto para a gestão ambiental. É nas coleções científicas que encontramos espécies da fauna já extinta, formando uma base de dados fundamental para os estudos de caracterização e impacto ambiental (ZAHER e YOUNG, 2003).

Historicamente, a primeira coleção científica que surgiu no Brasil foi fundada pelo imperador Dom João VI, no ano de 1818 e foi denominada Casa dos Pássaros, instituição ao qual deu origem ao Museu Nacional do Rio de Janeiro. Em seguida, entre os anos de 1866 e 1886, foram criadas as coleções científicas do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), em Belém no Pará, e do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo, em São Paulo capital, respectivamente. Atualmente, estas três instituições resguardam o maior acervo da nossa diversidade biológica nacional (ZAHER e YOUNG, 2003).

Na região Amazônica, distinguem-se dois grandes centros de pesquisas: O MPEG e o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA). E compete a essas duas instituições, estudar a biodiversidade amazônica em todos os seus aspectos. No entanto, os estudos da herpetofauna amazônica ainda são poucos (AZEVEDO-RAMOS e GALATTI, 2001), deixando assim uma enorme lacuna no que diz respeito ao conhecimento desta fauna.

A aceleração do desenvolvimento econômico na região oeste do Pará causou alterações nos ambientes naturais, transformando grandes áreas de florestas contínuas em um mosaico de paisagens, com fragmentos de florestas isoladas por diferentes tipos de hábitats, como áreas de crescimento de vegetação secundária, pastagens e lavouras (DIEGUES,1993 e MARGULIS, 2003).

Dessa forma, os inventários herpetológicos oferecem uma ampla visão sobre a distribuição de um grande número de espécies, melhorando a compreensão dos padrões de distribuição das espécies, em função de diversas variáveis ambientais (GASCON, 1991). Contudo, a criação e manutenção de coleções científicas é uma prática pouco utilizada por instituições, devido (a) falta de especialistas, (b) o baixo ou inexistente investimento por parte de agências financiadoras e, (c) logística deficitária, o que dificulta o deslocamento, alojamento das equipes, pesquisadores e a aquisição de instrumentos científicos (MAGALHÃES e BONALDO, 2003).

No entanto, por limitações financeiras, logística e de pessoal, a região oeste do Pará ficou por muito tempo necessitada de conhecimento sobre os aspectos da sua biodiversidade, em especial a Herpetofauna, sendo conhecida aos poucos através de trabalhos pontuais (CHALKIDIS, 2000; FROTA, 2000; FROTA e YUKI, 2001; SANTOS JÚNIOR e FROTA, 2002; FROTA e SANTOS JÚNIOR, 2002; FROTA e YUKI, 2005; FROTA e SANTOS JÚNIOR, 2005; SANTOS JUNIOR e FROTA et al., 2007; STURARO et al., 2010; CALVETE et al., 2011; RIBEIRO et al., 2014; GANANÇA et al., 2014; SABAJ-PÉREZ, 2014; SOUSA et al., 2015 ).

E na contramão dos fatos, foi que em meados de 1999, iniciou-se os trabalhos da Coleção Herpetológica nas Faculdades Integradas do Tapajós, hoje Faculdades Integradas do Tapajós/Faculdade da Amazônia (FIT/UNAMA), que surgiu diante da necessidade de melhor conhecer a região oeste do Pará e amostrá-la cientificamente, sobretudo com a abertura de fronteiras agrícolas no norte do país, que culminou com um dos maiores índices de desmatamento da Amazônia, com cerca de 28.000 km2 (COHENCA, 2005). A região Oeste do Pará compreende 25 municípios (IBGE, 2007), distribuídos por 722.358 km2 com regiões fitogeográficas distintas, como a Floresta de Terra Firme, Várzea e Igapó (SIOLI, 1983; FUGLER, 1986).

Diante do exposto, este estudo objetiva descrever os exemplares depositados na coleção Herpetológica do Laboratório de Pesquisas Zoológicas, das Faculdades Integradas do Tapajós/Faculdade da Amazônia (FIT/UNAMA), com intuito de expor sua procedência e divulgar o acervo para a comunidade.

Materiais e métodos

Para este trabalho foi utilizado o banco de dados da coleção herpetológica, do Laboratório de Pesquisas Zoológicas (LPZ), das Faculdades Integradas do Tapajós/Faculdade da Amazônia (FIT/UNAMA). Verificou-se a natureza, as cidades com maior número de coletas e os anos com maior número de tombamentos de indivíduos na coleção.

Os procedimentos de triagem, morte, fixação, conservação, tombamento, colecionamento e curadoria seguem os descritos em literatura (CARAMASCHI, 1987; COOPER et al., 1989; FRANCO e SALOMÃO, 2002). Após o recebimento, os espécimes passaram pela triagem onde é verificado se todas as informações estão completas. Todos os exemplares foram mortos, fixados em posição anatômica e receberam uma etiqueta de acrônimo LPHA (Linha de Pesquisa em Herpetologia da Amazônia). Em seguida foi realizada a biometria e a identificação. Formulários com os dados dos espécimes foram preenchidos e armazenados em arquivos físicos e digitais. Por fim, os exemplares foram alocados em recipientes de vidro submersos em álcool a 70% com rótulo contendo as informações: Família, Gênero, Espécie, número-tombo, local da coleta, coletor, data e coordenadas geográficas.

Neste trabalho os espécimes foram identificados ao menor nível taxonômico possível e listados apenas aqueles que possuíam dados completos. Não consideramos o nível taxonômico de subespécie.

Resultados

A Coleção possui 3.349 espécimes de Répteis com dados completos, distribuídos em 26 famílias, organizadas de acordo com a abundância de espécimes coligidos, onde as cinco primeiras famílias somadas representam mais de 60% do total de espécimes de répteis (Tabela 1).

Tabela 1: Famílias de Répteis representadas na coleção herpetológica das Faculdades Integradas do Tapajós/Faculdade da Amazônia - FIT/UNAMA. 

Família Espécimes (%)
Dipsadidae 609 18,18
Teiidae 508 15,17
Sphaerodactylidae 347 10,36
Viperidae 343 10,24
Gymnophthalmidae 257 7,67
Colubridae 248 7,41
Dactyloidae 181 5,40
Boidae 125 3,73
Podocnemididae 115 3,43
Amphisbaenidae 112 3,34
Phyllodactylidae 108 3,22
Tropiduridae 93 2,78
Mabuyidae 73 2,18
Elapidae 53 1,58
Alligatoridae 43 1,28
Iguanidae 36 1,07
Gekkonidae 31 0,93
Anilidae 29 0,87
Testudinidae 14 0,42
Typhlopidae 10 0,30
Chelidae 4 0,12
Kinosternidae 3 0,09
Leiosauridae 3 0,09
Geomydidae 2 0,06
Polychrotidae 1 0,03
Leptotyphlopidae 1 0,03
N = 3.349 100

As espécies foram distribuídas em 3 grupos: Testudines (quelônios), Squamata (lagartos fossoriais, lagartos e serpentes) e Crocodylia (crocodilianos) e suas respectivas famílias, gêneros e espécies (Tabela 2).

Tabela 2 Lista de espécies de Répteis coligidas na coleção herpetológica das Faculdades Integradas do Tapajós/Faculdade da Amazônia (FIT/UNAMA), Santarém, Pará, Brasil. 

Táxon Autor & Ano Registros
CHELIDAE 4
Chelus fimbriata (Schneider, 1783) 1
Mesoclemmys gibba (Schweigger, 1812) 2
Mesoclemmys nasuta (Schweigger, 1812) 1
GEOMYDIDAE 2
Rhinoclemmys punctularia (Daudin, 1801) 2
KINOSTERNIDAE 3
Kinosternon scorpioides (Linnaeus, 1766) 3
PODOCNEMIDIDAE 115
Peltocephalus dumerilianus (Schweigger, 1812) 3
Podocnemis erythrocephala (Spix, 1824) 5
Podocnemis expansa (Schweigger, 1812) 68
Podocnemis sextuberculata Cornalia, 1849 19
Podocnemis unifilis Troschel, 1848 20
TESTUDINIDAE 14
Chelonoidis carbonarius (Spix, 1824) 10
Chelonoidis denticulatus (Linnaeus, 1766) 4
AMPHISBAENIDAE 112
Amphisbaena alba Linnaeus, 1758 18
Amphisbaena brasiliana (Gray, 1865) 57
Amphisbaena fuliginosa Linnaeus, 1758 33
Amphisbaena mitchelli Procter, 1923 4
DACTYLOIDAE 181
Norops auratus Daudin, 1802 58
Dactyloa philopunctatus Rodrigues, 1988 2
Dactyloa punctata (Daudin, 1802) 17
Norops fuscoauratus (D’orbigny, 1837) 48
Norops ortonii (Cope, 1868) 26
Norops tandai (Avila-Pires, 1995) 1
Norops trachyderma (Cope, 1875) 29
GEKKONIDAE 31
Hemidactylus agrius Vanzolini, 1978 1
Hemidactylus mabouia (Moreau de Jonnès, 1818) 30
GYMNOPHTHALMIDAE 257
Arthrosaura reticulata O’Shaughnessy, 1881 24
Bachia flavescens (Bonnaterre, 1789) 2
Bachia panoplia Thomas, 1965 2
Cercosaura argula Peters, 1863 1
Cercosaura ocellata Wagler, 1830 41
Gymnophthalmus underwoodi Grant, 1958 71
Iphisa elegans Gray, 1851 53
Loxopholis osvaldoi (Avila-Pires, 1995) 23
Loxopholis percarinatum (Müller, 1923) 4
Neusticurus ecpleopus Cope, 1875 1
Ptychoglossus brevifrontalis Boulenger, 1912 35
IGUANIDAE 36
Iguana iguana (Linnaeus, 1758) 36
LEIOSAURIDAE 3
Enyalius leechii (Boulenger, 1885) 3
MABUYIDAE 73
Copeoglossum nigropunctatum (Spix, 1825) 67
Varzea bistriata (Spix, 1825) 6
PHYLLODACTYLIDAE 108
Thecadactylus rapicauda (Houttuyn, 1782) 108
POLYCHROTIDAE 1
Polychrus marmoratus (Linnaeus, 1758) 1
SPHAERODACTYLIDAE 347
Chatogekko amazonicus (Andersson, 1918) 121
Gonatodes humeralis (Guichenot, 1855) 225
Lepidoblepharis heyerorum Vanzolini, 1978 1
TEIIDAE 508
Ameiva ameiva (Linnaeus, 1758) 160
Ameivula ocelifera (Spix, 1825) 6
Cnemidophorus cryptus Cole & Dessauer, 1993 10
Cnemidophorus lemniscatus (Linnaeus, 1758) 234
Dracena guianensis Daudin, 1802 2
Kentropyx altamazonica (Cope, 1875) 11
Kentropyx calcarata Spix, 1825 70
Kentropyx striata (Daudin, 1802) 9
Tupinambis teguixin (Linnaeus, 1758) 6
TROPIDURIDAE 93
Plica plica (Linnaeus, 1758) 23
Plica umbra (Linnaeus, 1758) 31
Tropidurus hispidus (Spix, 1825) 7
Tropidurus oreadicus Rodrigues, 1987 4
Uranoscodon superciliosus (Linnaeus, 1758) 28
ANILIIDAE 29
Anilius scytale (Linnaeus, 1758) 29
BOIDAE 125
Boa constrictor Linnaeus, 1758 60
Corallus batesii (Gray, 1860) 2
Corallus caninus (Linnaeus, 1758) 6
Corallus hortulanus (Linnaeus, 1758) 27
Epicrates cenchria (Linnaeus, 1758) 8
Eunectes deschauenseei Dunn & Conant, 1936 3
Eunectes murinus (Linnaeus, 1758) 19
COLUBRIDAE 248
Chironius carinatus (Linnaeus, 1758) 7
Chironius exoletus (Linnaeus, 1758) 14
Chironius foveatus Bailey, 1955 2
Chironius fuscus (Linnaeus, 1758) 2
Chironius multiventris Schmidt & Walker, 1943 1
Chironius quadricarinatus (Boie, 1827) 1
Chironius scurrulus (Wagler, 1824) 24
Dendrophidium dendrophis (Schlegel, 1837) 1
Drymarchon corais Boie, 1827 3
Drymoluber dichrous (Peters, 1863) 3
Leptophis ahaetulla (Linnaeus, 1758) 25
Mastigodryas bifossatus (Raddi, 1820) 2
Mastigodryas boddaerti (Sentzen, 1796) 65
Oxybelis aeneus (Wagler, 1824) 13
Oxybelis fulgidus (Daudin, 1803) 38
Phrynonax poecilonotus (Günther, 1858) 5
Rhinobothryum lentiginosum (Scopoli, 1785) 3
Spilotes pullatus Linnaeus, 1758 14
Spilotes sulphureus (Wagler, 1824) 3
Tantilla melanocephala (Linnaeus, 1758) 22
DIPSADIDAE 609
Apostolepis quinquelineata (Peters, 1869) 2
Atractus snethlageae Cunha & Nascimento, 1983 2
Clelia clelia (Daudin, 1803) 1
Clelia plumbea (Wied-Neuwied, 1820) 1
Dipsas catesbyi (Sentzen, 1796) 22
Dipsas pavonina Schlegel, 1837 2
Drepanoides anomalus (Jan, 1863) 1
Erythrolamprus aesculapii (Linnaeus, 1758) 19
Erythrolamprus almadensis (Wagler, 1824) 1
Erythrolamprus breviceps (Cope, 1861) 3
Erythrolamprus cobella (Linnaeus, 1758) 3
Erythrolamprus festae (Peracca, 1897) 1
Erythrolamprus miliaris (Linnaeus, 1758) 8
Erythrolamprus poecilogyrus (Wied-Neuwied, 1825) 25
Erythrolamprus reginae (Linnaeus, 1758) 43
Erythrolamprus typhlus (Linnaeus, 1758) 2
Erythrolamprus viridis (Günther, 1862) 1
Helicops angulatus (Linnaeus, 1758) 62
Helicops leopardinus (Schlegel, 1837) 14
Helicops polylepis Günther, 1861 54
Hydrodynastes bicinctus (Herrmann, 1804) 1
Hydrodynastes gigas (Duméril, Bibron & Duméril, 1854) 21
Hydrops martii (Wagler, 1824) 6
Hydrops triangularis (Wagler, 1824) 6
Imantodes cenchoa Linnaeus, 1758 21
Lygophis lineatus (Linnaeus, 1758) 2
Oxyrhopus formosus (Wied-Neuwied, 1820) 2
Oxyrhopus melanogenys (Tschudi, 1845) 14
Oxyrhopus petolarius (Linnaeus, 1758) 6
Oxyrhopus trigeminus Duméril, Bibron & Duméril, 1854 2
Philodryas argentea (Daudin, 1803) 3
Philodryas olfersii (Lichtenstein, 1823) 92
Philodryas viridissimus (Linnaeus, 1758) 6
Pseudoboa coronata Schneider, 1801 16
Pseudoboa neuwiedii (Duméril, Bibron & Duméril, 1854) 17
Pseudoboa nigra (Duméril, Bibron & Duméril, 1854) 12
Pseudoeryx plicatilis (Linnaeus, 1758) 54
Sibon nebulata (Linnaeus, 1758) 1
Siphlophis cervinus (Laurenti, 1768) 8
Siphlophis compressus (Daudin, 1803) 6
Siphlophis worontzowi (Prado, 1940) 11
Taeniophallus brevirostris (Peters, 1863) 1
Taeniophallus brevirostris (Peters, 1863) 2
Taeniophallus occipitalis (Jan, 1863) 14
Thamnodynastes pallidus (Linnaeus, 1758) 4
Xenodon merremi (Wagler, 1824) 1
Xenodon rabdocephalus (Wied-Neuwied, 1824) 9
Xenodon severus (Spix, 1825) 2
Xenopholis scalaris (Wucherer, 1861) 2
ELAPIDAE 53
Micrurus filiformis (Günther, 1859) 7
Micrurus hemprichii (Jan, 1858) 18
Micrurus ibiboboca (Merrem, 1820) 1
Micrurus lemniscatus (Linnaeus, 1758) 8
Micrurus paraensis (Cunha & Nascimento, 1973) 2
Micrurus spixii Wagler, 1824 14
Micrurus surinamensis (Cuvier, 1817) 3
LEPTOTYPHLOPIDAE 1
Siagonodon septemstriatus (Schneider, 1801) 1
TYPHLOPIDAE 10
Amerotyphlops brongersmianus (Vanzolini, 1976) 6
Amerotyphlops reticulatus (Linnaeus, 1758) 4
VIPERIDAE 343
Bothrops atrox (Linnaeus, 1758) 295
Bothrops bilineatus (Wied-Neuwied, 1821) 3
Bothrops neuwiedii Wagler, 1824 2
Bothrops taeniatus Wagler, 1824 10
Crotalus durissus Linnaeus, 1758 29
Lachesis muta (Linnaeus, 1766) 4
ALLIGATORIDAE 43
Caiman crocodilus (Linnaeus, 1758) 25
Melanosuchus niger (Spix, 1825) 3
Paleosuchus palpebrosus (Cuvier, 1807) 14
Paleosuchus trigonatus (Schneider, 1801) 1
Total Geral   3.349

As cidades do Pará, Brasil com maior representatividade foram: Santarém (52,07%), Belterra (29,90%), Itaituba (6,48%), Aveiro (2,20%), Oriximiná (2,05%), Monte Alegre (1,14%), Prainha (1,00%), Coreaú (0,71%), Almeirim (0,54%), Tiriós (0,51%). As demais localidades somadas representam (3,4%) (Figura1).

Figura 1 As 10 cidades do Pará, Brasil com maior representatividade de espécimes de Répteis na coleção Herpetológica das Faculdades Integradas do Tapajós/Faculdade da Amazônia - FIT/UNAMA. 

Entre os espécimes colecionados, 2% dos registros não tinham informações sobre a natureza da coleta. Os 29% são espécimes oriundos de doações feitas pela população da região e 69% representam espécimes coletados em expedições decorrentes de projetos científicos (Figura 2).

Figura 2 Representação da natureza dos espécimes de répteis depositados na coleção Herpetológica das Faculdades Integradas do Tapajós/Faculdade da Amazônia - FIT/UNAMA, Pará, Brasil. 

O período de acúmulo de espécimes de répteis na coleção abrangeu dois momentos importantes, entre os anos de 1999 e 2002 e entre 2006 e 2014 (Figura 3).

Figura 3 Representação dos anos em que foram depositadas as maiores quantidades de espécimes de répteis na coleção herpetológica das Faculdades Integradas do Tapajós/Faculdade da Amazônia (FIT/UNAMA), Pará, Brasil. 

Discussão

A coleção Herpetológica da FIT/UNAMA abriga em suas dependências desde de 1999, grande parte da herpetofauna local que por si só é muito diversa (FROTA et al., 2006). A herpetofauna sofreu mudanças significativas após a abertura de fronteira agrícola na região de Santarém, na qual possibilitou a instalação de grandes produtores rurais, causando desmatamentos recordes (COHENCA, 2005) e aumento considerável nas coletas de campo e nas doações.

A cidade de Santarém foi a melhor amostrada, mas observamos um aumento significativo nos últimos anos de espécimes coletados na região de Belterra. Em parte, se devem às coletas realizadas através de projetos oriundos dos convênios institucionais com o Instituto Butantan e PPBio (Programa de Pesquisas em Biodiversidade).

Entre os anos de 1999 e 2002, houve expressiva quantidade de espécimes depositados na coleção por ocasião da criação da coleção herpetológica que passou a receber doações (Figura 3). Nos anos de 2006 a 2014 os dados mostram os resultados dos esforços de coletas cientificas, realizados durante a implementação de projetos de pesquisas na Flona do Tapajós e os Encontros Butantan Amazônia - evento realizado pelo Instituto Butantan em parceria com as instituições de Ensino Superior de Santarém (JORGE, 2006; RIBEIRO, 2012).

Quanto à natureza dos espécimes, registramos 2% dos exemplares que foram doados ou coletados sem que suas informações tivessem sido coligidas. Acredita - se que esses espécimes já estavam na instituição antes da criação da coleção, os quais estavam com seus dados incompletos e passaram a fazer parte da coleção didática.

A alta representatividade da família de serpentes Dipsadidae já era esperada, provavelmente seja reflexo da grande radiação e adaptação deste grupo pelas Américas e algumas ilhas do Caribe (ZAHER et al., 2009; VIDAL et al., 2010; GRAZZIOTIN et al., 2012).

A formação e manutenção de coleções regionais é um procedimento pouco frequente, pois faltam recursos, interesse, tempo, profissionais qualificados e/ou orientação para que se organizem boas coleções. Falta apoio financeiro oriundo de agências de fomento, política em longo prazo de formação e manutenção de coleções no Brasil. A maior parte das coleções brasileiras foi criada através de esforços isolados de um ou alguns pesquisadores e instituições, movidos pela necessidade de criar fontes próprias de consulta e informação (ZAHER e YOUNG, 2003). Logo, a criação e manutenção de coleções científicas regionais é de suma importância, pois nelas se reúnem espécies de diferentes biomas.

A centralização de informações científicas possui pontos positivos - através do rápido acesso e a possibilidade de utilização de informações oriundas dos mais diversos locais - e pontos negativos, quando muitos espécimes coletados deixam de ser conservados por dificuldade de acesso a coleções de outros estados (ZAHER e YOUNG, 2003). Além disso, há problemas de manutenção na infraestrutura das instituições que abrigam as coleções científicas.

Conclusão

A coleção herpetológica da FIT/UNAMA possui acervo com representação de natureza regional, encontra-se informatizada e que apresenta lista das espécies que ocorrem na região Oeste do Pará, comprovando a alta diversidade de espécies e colocando os exemplares à disposição da comunidade. As representatividades temporal, geográfica e taxonômica da coleção atestam sua importância, assim como o incremento constante de seu acervo, faz dela um registro dinâmico dos estudos herpetofaunísticos regionais.

Agradecimentos

Agradecemos às Faculdades Integradas do Tapajós/Faculdade da Amazônia pela concessão das bolsas de iniciação científica à IASB, LBVN e ASGS. Aos curadores que contribuíram para a manutenção e incremento da coleção.

Referências

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Recebido: 26 de Abril de 2016; Aceito: 07 de Agosto de 2016

*Correspondencia: andreyce.s.b@hotmail.com

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