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Revista Cuidarte

versión impresa ISSN 2216-0973

Rev Cuid vol.9 no.2 Bucaramanga mayo/ago. 2018

https://doi.org/10.15649/cuidarte.v9i2.521 

ARTÍCULO ORIGINAL

Perfil sociodemográfico e epidemiológico de uma comunidade quilombola na Amazônia Brasileira

Sociodemographic and epidemiological profile of a Quilombola community in the Brazilian Amazon

Perfil sociodemográfico y epidemiológico de una comunidad quilombola en la Amazonía Brasilera

Igor Almeida de Freitas1 
http://orcid.org/0000-0001-5080-9551

Ivaneide Leal Ataíde Rodrigues2 
http://orcid.org/0000-0001-9968-9546

Ingrid Fabiane Santos da Silva3 
http://orcid.org/0000-0002-9191-833X

Laura Maria Vidal Nogueira4 
http://orcid.org/0000-0003-0065-4509

1Acadêmico de Enfermagem. Universidade do Estado do Pará. Belém, Pará, Brasil. E-mail: igor_freitas55@hotmail.com

2Doutora em Enfermagem. Universidade do Estado do Pará. Belém, Pará, Brasil. Autor de Correspondência. E-mail: ilar@globo.com

3Mestranda. Universidade do Estado do Pará. Belém, Pará, Brasil. E-mail: ingridenfermeir@gmail.com

4Doutora em Enfermagem. Universidade do Estado do Pará. Belém, Pará, Brasil. E-mail: lauramavidal@gmail.com


Resumo

Introdução

As comunidades quilombolas são definidas pela particularidade quanto à trajetória histórica e a presunção de ancestralidade negra ligada à resistência, à violência, perseguição e dominação histórica sofrida. O objetivo deste estudo foi traçar o perfil sociodemográfico e epidemiológico de uma comunidade quilombola e identificar aspectos socioeconômicos capazes de repercutir na sua condição de saúde.

Materiais e Métodos

Estudo transversal realizado em comunidade quilombola situada na área metropolitana de Belém, Pará, Brasil. Amostra composta por 130 adultos que responderam a questionário com 45 perguntas fechadas, referentes a aspectos socioeconômicos, culturais, saúde, alimentação e estilo de vida.

Resultados

Predominou o sexo feminino, baixa escolaridade e renda familiar de até 1 salário mínimo. Residências em alvenaria, mas sem saneamento básico na comunidade levando a hábitos prejudiciais à saúde, quanto ao uso da água e destino dos dejetos. Predominam uso de fumo, álcool e sedentarismo, associado aos hábitos alimentares pouco saudáveis.

Discussão

Os dados sobre a saúde, alimentação, cultura e estilo de vida mostraram-se importantes no processo saúde e doença das famílias quilombolas.

Conclusões

Caracterizou-se a comunidade quilombola quanto à condição sociodemográfica e epidemiológica, identificando aspectos socioeconômicos que repercutem na sua condição de saúde. Salienta-se que os problemas identificados podem contribuir para que ações de saúde sejam planejadas e efetivadas conforme a realidade, considerando-se o contexto social, político e ambiental da comunidade, valorizando seus saberes e práticas tradicionais.

Palavras-Chave: Grupo com Ancestrais do Continente Africano; Populações Vulneráveis; Perfil de Saúde

Abstract

Introduction

Quilombola communities are defined by the particularity of the historical trajectory and the presumption of black ancestry linked to resistance, violence, persecution, and historical domination suffered. The aim of this study was to outline the sociodemographic and epidemiological profile of a Quilombola community and identify socioeconomic aspects capable of affecting their health condition.

Materials and Methods

Cross-sectional study conducted in a Quilombola community located in the metropolitan area of Belém, Pará, Brazil. The sample comprised 130 adults who answered a questionnaire with 45 closed questions related to socioeconomic, cultural, health, food, and lifestyle aspects.

Results

The study revealed prevalence of female gender, low level of schooling, and family income of up to one minimum wage. It was also found that participants had masonry housing, but without basic sanitation in the community leading to habits that are harmful to health, regarding the use of water and disposal of waste. Smoking, alcohol, and sedentary habits predominate, associated with unhealthy eating habits.

Discussion

Data on health, food, culture, and lifestyle were important in the health and disease process of Quilombola families.

Conclusions

The Quilombola community was characterized regarding its sociodemographic and epidemiological condition, identifying socioeconomic aspects that affect their health condition. It should be noted that the problems identified could contribute to health actions being planned and implemented according to reality, considering the social, political, and environmental context of the community, valuing its traditional knowledge and practices.

Key words: African Continental Ancestry Group; Vulnerable Populations; Health Profile

Resumen

Introducción

Las comunidades quilombolas son definidas por la particularidad en cuanto a la trayectoria histórica y la presunción de ancestralidad negra relacionada a la resistencia, violencia, persecución y dominación histórica padecida. El objetivo de este estudio fue trazar el perfil sociodemográfico y epidemiológico de una comunidad quilombola e identificar aspectos socioeconómicos capaces de repercutir en su condición de salud.

Materiales y Métodos

Estudio transversal realizado en la comunidad quilombola situada en el área metropolitana de Belém, Pará, Brasil. La muestra fue compuesta por 130 adultos que respondieron al cuestionario con 45 preguntas cerradas, referentes a aspectos socioeconómicos, culturales, salud, alimentación y estilo de vida.

Resultados

Predominó el sexo femenino, baja escolaridad y renta familiar de hasta 1 salario mínimo. Viviendas en mampostería, pero sin saneamiento básico en la comunidad llevando a hábitos perjudiciales a la salud, en cuanto al uso del agua y destino de los desechos. Predominan uso de tabaco, alcohol y sedentarismo asociado a los hábitos alimenticios poco saludables.

Discusión

Los datos sobre la salud, alimentación, cultura y estilo de vida se mostraron importantes en el proceso salud y enfermedad de las familias quilombolas.

Conclusiones

Se caracterizó la comunidad quilombola en cuanto a la condición sociodemográfica y epidemiológica, identificando aspectos socioeconómicos que repercuten en su condición de salud. Se destaca que los problemas identificados pueden contribuir a que las acciones de salud sean planificadas y efectivas según la realidad, considerándose el contexto social, político y ambiental de la comunidad, valorizando sus saberes y prácticas tradicionales.

Palabras-clave: Grupo de Ascendencia Continental Africana; Poblaciones Vulnerables; Perfil de Salud

INTRODUÇÃO

O Brasil é constituído por uma pluralidade populacional e cultural que é constantemente evidenciada em estudos de aspectos sociais e antropológicos. Apesar do país ser constituído, em sua maioria, por habitantes que possuem descendência negra africana, é evidenciada a supressão dos seus valores étnicos e culturais, tornando-os meros coadjuvantes na sociedade na qual o direito a exercer a cidadania nem sempre é respeitado1.

Entre a população negra destacam-se as comunidades quilombolas, em decorrência das disparidades socioeconômicas e localização majoritariamente rural2. Tais comunidades são definidas pela particularidade quanto à trajetória histórica associado às relações territoriais próprias e a presunção de ancestralidade negra que possui ligação à resistência, à violência, perseguição e dominação histórica sofrida3.

Os quilombos estão presentes em diversos estados brasileiros e, em números, são certificados pela Fundação Cultural Palmares2.040 comunidades, sendo 63% delas no nordeste. Estima-se que no Brasil há 214 mil famílias e 1,17 milhões de quilombolas4. Com base nestes dados, certifica-se que a identidade desse povo está diretamente relacionada ao contexto cultural, geográfico e social no qual está inserido.

As comunidades quilombolas perpassam, ao longo dos anos, por questões que vão das vulnerabilidades à luta pelo reconhecimento étnico-cultural e histórico. Dentre os diversos problemas presentes destacam-se: o preconceito racial, perdas de territórios em detrimento de ocupações irregulares, desmatamento e perdas de recursos naturais pelo avanço de indústrias e construções de rodovias, renda familiar insuficiente, pobreza extrema e serviço de saúde ineficaz1.

Essas comunidades, entre outras do meio rural, quando comparadas com a população urbana, estão em condições de saúde mais precárias. Isto ocorre por conta do isolamento geográfico, das limitações de acesso e da falta de qualidade no serviço quando este é prestado4. Como consequência deste problema, para que as pessoas consigam tratar suas enfermidades, são obrigadas a buscar pelo serviço de saúde em lugares mais distantes5.

Apesar do avanço de recursos disponibilizados na Atenção Primária à Saúde, com o aumento da cobertura assistencial da Estratégia Saúde da Família (ESF), as comunidades quilombolas ainda não foram contempladas de maneira expressiva2. Mesmo com o avanço de pesquisas voltadas para estas comunidades ainda pouco se discute no âmbito da saúde sobre a sua situação6.

Ressalta-se que a transição epidemiológica tem afetado o perfil de doenças da população em estudo, como é o caso das doenças crônicas, que se caracterizam por apresentar um maior tempo de latência, poucos sintomas iniciais, fatores de risco associados e especificidades2.

No intuito de conhecer melhor esse problema em nosso estado definiu-se como objetivos deste estudo: Traçar o perfil sociodemográfico e epidemiológico da comunidade quilombola Abacatal/Aurá e identificar aspectos socioeconômicos capazes de repercutir na condição de saúde dessas pessoas.

MATERIAIS E MÉTODOS

Estudo epidemiológico transversal, com abordagem quantitativa que seguiu as diretrizes do Strobe Statement7. Foi realizado na comunidade quilombola Abacatal/Aurá situada e sob jurisdição do município de Ananindeua, na área metropolitana de Belém, Pará, Brasil. Está localizada há oito quilômetros da sede do município e posicionada às margens do igarapé Uriboquinha, que desemboca no Rio Guamá.

A população do estudo foi de 328 participantes entre homens e mulheres, residentes na comunidade e cadastrados na ESF do Jardim Japonês. Considerando esse total calculou-se o valor do n amostral admitindo percentual de confiança de 95% e erro de 5%. Após o cálculo, o n amostral foi composto inicialmente por 130 adultos.

O método para seleção das participantes foi por amostragem aleatória simples.A amostra é significativa (p<0.05), considerando que do total de 328 pessoas registradas, 130 (39,63%) compuseram a amostra probabilistica e esta proporção varia no intervalo de confiança (95%) entre 34,3% e 44,9%. Incluiu-se homens e mulheres com 18 anos ou mais, de origem quilombola ou residentes na comunidade e cadastrados na ESF. Foram excluídos aqueles que, mesmo atendendo aos critérios de inclusão, não foram encontrados em seus domicílios após duas tentativas no período de coleta de dados.

Inicialmente o projeto foi apresentado à equipe da ESF, a fim de pedir sua colaboração, uma vez que estes desempenham o cuidado em saúde da comunidade. Em seguida, com o apoio da presidente da Associação de Moradores de Abacatal/Aurá, reuniu-se com os moradores na Sede de Associação para que pudessem conhecer o projeto e, nessa ocasião, todos foram convidados a participar do estudo.

Os dados foram coletados em novembro de 2017, por entrevista no domicilio com aplicação do instrumento de coleta de dados pelos próprios pesquisadores. Este foi adaptado a partir de questionário utilizado em outro estudo8, desenvolvido no âmbito do Grupo de Estudos de Agravos em Populações Tradicionais da Amazônia – GEAPA, da Universidade do Estado do Pará, Brasil, do qual os pesquisados fazem parte. O instrumento continha 45 perguntas fechadas, referentes a aspectos socioeconômicos, culturais, saúde, alimentação e estilo de vida.

Os dados foram analisados por meio do processamento no sistema Microsoft Excel e Statistic Package for Social Sciences (SPSS) versão 22.0. Utilizou-se estatística descritiva e teste não paramétrico Qui-quadrado de Pearson, teste de hipóteses que se destina a verificar se há tendência/correlação significativa ou não na ocorrência de determinados fatos, mensurados de forma nominal, simbolizado por χ2 admitindo-se significância de p-valor < 0.05.

O estudo atendeu a Resolução 466/12, foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Estado do Pará, Brasil, parecer n° 2.279.853 e iniciou após a autorização da presidente da Associação de Moradores da comunidade quilombola. A todos os participantes foi apresentado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para esclarecimentos sobre a pesquisa e manifestação de seu aceite por escrito.

RESULTADOS

Verifica-se na Tabela 1, maior frequência da faixa etária de 18 e 29 anos (39,23%), com predomínio de pessoas negras (81,54%), sexo feminino (67,69%), com escolaridade fundamental incompleto (51,54%), moradia própria (97,69%), com 4 a 6 cômodos na residência (66,92%) e construção em alvenaria (82,31%). Predominou a renda familiar de até 1 salário mínimo (57,69%) e de 1 a 5 pessoas (78,46 %) residindo no imóvel.

Tabela 1 Perfil Socioeconômico da comunidade quilombola Abacatal/Aurá. Ananindeua, PA, Brasil, 2017 

Perfil Socioeconômico e Cultural Frequência Percentual (%) P-valor
Faixa Etária      
18-29 51 39,23 <0.0001**
30-41 25 19,23
42-53 26 20,00
54-65 17 13,08
66-89 11 8,46
Cor
Pardo 24 18,46 <0.0001**
Negro 106 81,54
Sexo
Feminino 88 67,69 <0.0001**
Masculino 42 32,31
Escolaridade
Fundamental Completo 2 1,54 <0.0001**
Fundamental Incompleto 67 51,54
Médio Completo 17 13,08
Médio Incompleto 16 12,31
Superior Completo 8 6,15
Superior Incompleto 11 8,46
Sem escolaridade 9 6,92
Moradia
Própria 128 98,46 <0.0001**
Cedida 2 1,54
N° de cômodos da casa
Até 3 cômodos 31 23,85 <0.0001**
4 a 6 cômodos 87 66,92
Acima de 6 cômodos 12 9,23
Característica da moradia
Alvenaria 107 82,31 <0.0001**
Madeira 21 16,15
Barro 2 1,54
Quantas pessoas residem
1-5 102 78,46 <0.0001**
6-10 24 18,46
11-15 4 3,08
Renda familiar ***
Até 1salário mínimo 75 57,69 <0.0001**
2 salários mínimos 40 30,77
3 salários mínimos ou mais 15 11,54
Abastecimento de água
Poço raso/água não tratada 55 42,31 <0.0001**
Poço artesiano/água não tratada 72 55,38
Direto do igarapé/água não tratada 3 2,31
Escoamento de dejetos sólidos e líquidos
Fossa rudimentar 3 2,31 <0.0001**
Fossa séptica 86 66,15
Banheiro no fundo do quintal 41 31,54
Destino do lixo
Jogado a céu aberto 4 3,08 <0.0001**
Incinerado 121 93,08
Enterrado/reciclado 7 5,39
Energia elétrica
Gerador 4 3,08 <0.0001**
Rede elétrica 125 96,15
Sem energia 1 0,77
Possui atividade econômica
Sim 88 67,69 <0.0001**
Não 42 32,31
Quantidade de pessoas na residência que trabalham
Nenhuma 7 5,38 <0.0001**
Apenas 1 pessoa 45 34,62
2 a 3 pessoas 66 50,77
4 ou mais pessoas 12 9,23

** α:<0,05; *** Valor de referência Salário mínimo R$ 935,00.

Fonte: Dados organizados pelos autores, Brasil, 2017.

A principal fonte de abastecimento de água é o poço artesiano/água não tratada (55,38%). O escoamento de dejetos sólidos e líquidos ocorre por meio da fossa séptica (66,15%), (93,08%) incineram o lixo. A rede elétrica é a principal fonte de energia elétrica (96,15%), a maioria das pessoas (67,69%) exerce atividade econômica e em 66 (50,77%) famílias entre 2 e 3 pessoas exercem atividade econômica.

Apresenta-se na Tabela 2, os aspectos sobre a saúde da comunidade. Verificou-se que a maioria já utilizou os serviços de saúde da ESF Jardim Japonês (90,77%), sendo que os principais motivos foram consulta de rotina (15,29%), algum tipo de dor (15,29%) e realização de exames (11,76%). Avaliam seu estado de saúde como regular (53,85%), sendo esta uma tendência entre as pessoas da comunidade. A dor articular foi a principal alteração de saúde relatada (51,54%).

Tabela 2 Aspectos sobre a saúde da comunidade quilombola Abacatal/Aurá. Ananindeua, PA, Brasil, 2017 

Aspectos sobre a saúde Frequência Percentual (%) P-valor
Já utilizou os serviços de saúde da ESF Jardim Japonês
Sim 118 90,77 <0.0001**
Não 12 9,23
Motivo
Consulta de rotina 13 16,25 <0.0001**
Dor 13 16,25
Exames 10 12,50
Odontológico 7 8,75
Diabete 5 6,25
Gestação 5 6,25
Gripe 5 6,25
Acompanhamento de quadro patológico 4 5,00
Hipertensão arterial sistêmica 3 3,75
Picada/mordida de animais 3 3,75
Quadro alérgico/asma 3 3,75
Gastrite 3 3,75
Acidente/causa externa 2 2,50
Sinusite 1 1,25
Dermatológico 1 1,25
Oftalmologista 1 1,25
Febre 1 1,25
Como você avalia o seu estado de saúde
Muito bom 5 3,85 <0.0001**
Bom 47 36,15
Regular 70 53,85
Ruim 8 6,15
Possui alguma alteração de saúde atualmente
Nenhuma 13 10,00 <0.0001**
Hipertensão arterial sistêmica 19 14,62
Diabetes 7 5,38
Gastrite 27 20,77
Dores Articulares 67 51,54
Alergia 40 30,77
Asma/bronquite 15 11,54
Hanseníase 2 1,54
Depressão 1 0,77
Obstipação 13 10,00
Outras alterações 45 34,62
O que você procura quando está doente?
Estratégia Saúde da Família Jardim Japonês 19 14,62 <0.0001**
Hospital 50 38,46
Farmácia 58 44,62
Outros (remédio caseiro) 52 40,00
Quando foi a última vez que você foi ao serviço de saúde
No último mês 43 33,08 <0.0001**
Nos últimos seis meses 45 34,62
Nos últimos doze meses 26 20,00
Há dois anos 8 6,15
Há três anos ou mais 7 5,38
Nunca procurou 1 0,77
Qual a frequência que os profissionais de saúde visitam sua casa
Uma vez por mês 32 24,62 <0.0001**
A cada dois meses 8 6,15
Ua vez por ano 15 11,54
Nunca recebeu visita 75 57,69  
Utiliza ervas para tratamento de alguma doença?
Sim 117 90,00 <0.0001**
Não 13 10,00

** α:<0,05

Fonte: Dados organizados pelos autores, Brasil, 2017.

Verificou-se que 44,62% procura farmácia quando está doente e 40% procuram outros meios, sendo que todos estes recorreram ao remédio caseiro. Quanto a última vez que procurou o serviço de saúde (34,62%) declarou que o fez nos últimos seis meses. A maior parte nunca recebeu visita dos profissionais de saúde na sua casa 57,69% e 90% já utilizou ervas para tratamento de alguma doença.

Na Tabela 3, demonstra-se que (53,85%) das pessoas se alimentam até três vezes ao dia. O consumo de frutas predomina em duas vezes por semana (30,77%) e o de legumes e verduras uma vez por semana (36,15%). Sobre o consumo de açaí e/ou bacaba, constatou-se que 50% das pessoas consomem estes frutos até quatro vezes por semana. A principal fonte da água para consumo doméstico é o poço artesiano (98,46%).

Tabela 3 Distribuição da comunidade quilombola Abacatal/Aurá, segundo alimentação e estilo de vida. Ananindeua, PA, Brasil, 2017 

Aspectos sobre a alimentação e estilo de vida Frequência Percentual (%) P-valor
Quantas vezes você se alimenta por dia?
6 ou mais vezes ao dia 5 3,85 <0.0001**
5 a 4 vezes ao dia 55 42,31
3 ou menos vezes ao dia 70 53,85
Você consome frutas quantas vezes por semana?
Não come frutas 4 3,08 <0.0001**
Uma vez por semana 34 26,15
Duas vezes por semana 40 30,77
Três a Quatro vezes por semana 30 23,08
Cinco a Seis vezes por semana 2 1,54
Diariamente 20 15,38
Você consome legumes e verduras quantas vezes por semana?
Não come legumes e nem verduras 6 4,62 <0.0001**
Uma vez por semana 47 36,15
Duas vezes por semana 37 28,46
Três a Quatro vezes por semana 24 18,46
Cinco a Seis vezes por semana 5 3,85
Diariamente 11 8,46
Você consome Açaí e/ou Bacaba quantas vezes por semana?
Todos os dias 30 23,08 <0.0001**
6 a 5 vezes 28 21,54
4 a 3 vezes 36 27,69
2 a 1 vezes 34 26,15
Não consome 2 1,54
A água para consumo doméstico (cozinhar e beber) vem de onde?
Poço 128 98,46 <0.0001**
Do igarapé com tratamento (cloro) 2 1,54
Você fuma ou já fumou?    
Sim 57 43,85 0.1345ns
Não 73 56,15
Tempo de fumo (anos) n = 57 43,85  
1-10 23 41,07 0.0036**
11-20 10 17,86
21-30 12 21,43
31-40 ou mais 12 21,43
Você consume ou já consumiu bebida alcoólica?
Sim 107 82,31 <0.0001**
Não 23 17,69
Você já fez ou faz uso de entorpecente/drogas?
Sim 6 4,62 <0.0001**
Não 124 95,38
Pratica atividade física
Não faz/Não pode 78 60,00 <0.0001**
1x na semana 12 9,23
2 a 3x na semana 29 22,31
Diariamente 11 8,46
Qual atividade física é praticada?
Caminhada 7 13,46 <0.0001**
Futebol 45 86,54

** α:<0,05.

Fonte: Dados organizados pelos autores, Brasil, 2017.

A maioria declarou não fumar (56,15%), mas dentre os fumantes, destacou-se o predomínio naqueles com 1 a 10 anos de uso (41,07%). Quanto ao uso de drogas licitas ou ilícitas predominou o uso de álcool (82,31%). A maioria não pratica ou não pode praticar atividade física (60%) e apenas (22,1%) o fazem, sendo o futebol, a principal atividade (34,62%).

DISCUSSÃO

Identificou-se que a faixa etária com maior frequência foi de 18 a 29 anos e o predomínio do sexo feminino coincide com os encontrados em outros estudos realizados em comunidades quilombolas6,9-10. Vale ressaltar que o percentual de pessoas que se autodeclarou negro foi maior do que o registrado no Brasil (7,6%) e no Pará (7,2%) segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)11.

No contexto educacional identificou-se baixo índice de escolaridade, pois predominou o ensino fundamental incompleto. Em outras pesquisas foram também observadas baixas taxas de escolaridade entre quilombolas5,12-13. Ressalta-se que a comunidade conta apenas com uma escola municipal de ensino fundamental, obrigando aqueles que decidem continuar os estudos a se deslocar para escolas de ensino médio no centro urbano de Ananindeua/PA. O transporte se faz em ônibus escolar cedido pelo Município, em precárias condições de uso colocando em risco a segurança dessas pessoas, o que pode contribuir para a baixa procura pela continuidade dos estudos.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o índice de analfabetismo no país vem reduzindo tanto no meio urbano como rural. Entretanto, a falta de escolaridade ainda é mais alta na zona rural11. O estudo evidenciou baixo índice de pessoas que não possuem escolaridade, no entanto no Brasil o número de quilombolas que não sabem ler ainda é relativamente alto (24,81%)4.

A predominância de renda familiar de até um salário mínimo evidencia que a baixa escolaridade pode ser um dos fatores de influência na busca por empregos de baixa remuneração e que, consequentemente, interfere no rendimento familiar. Destaca-se que o percentual de pessoas sem atividade econômica e o reduzido quantitativo de famílias em que duas ou três pessoas trabalham, indica que a renda de apenas um salário mínimo seja insuficiente para sustentar uma família e, por conseguinte, proporcionar melhora na qualidade de vida dos moradores.

Salienta-se que 74,73% das famílias quilombolas estão abaixo da linha da extrema pobreza4 e esta baixa remuneração é um fator de influência na saúde da população, devido limitar o acesso aos serviços e ao uso da terra, a qual é uma característica essencial aos quilombolas12. O predomínio de casas de alvenaria e o maior n° de cômodos por domicílio aconteceu em decorrência do Programa Cheque Moradia que proporcionou melhorias na residência de várias famílias que se encontravam em situação de risco.

Apesar da comunidade se localizar a poucos quilômetros do centro urbano do município de Ananindeua e do avanço de condomínios habitacionais próximos, o sistema de distribuição de água por rede geral não atende ao Abacatal. O fornecimento de água por rede geral à população além de garantir melhor qualidade de vida, proporciona também conforto e acesso à água com melhor qualidade11.

Sabe-se que há diferença no fornecimento de água entre o meio rural e o meio urbano, visto que as principais formas de abastecimento de água na zona rural vêm de poços rasos, nascentes e córregos, tal como acontece na Comunidade Abacatal, sendo as mesmas fontes susceptíveis à contaminação14. No Brasil, a região Norte possui o pior percentual no abastecimento de água por rede geral, tanto nos domicílios urbanos (62,5%) como rurais (9,8%)11, enquanto que pouco mais da metade dos quilombolas no país não possuem água canalizada (55,21%)4.

Quanto à eliminação de dejetos sólidos e líquidos, ainda que a maioria dos domicílios possua fossa séptica, o uso da fossa rudimentar e do banheiro no fundo do quintal faz-se presente na comunidade. O descarte das fezes no meio ambiente propicia o aparecimento de vetores responsáveis por causar doenças parasitárias e endêmicas, tal como na degradação da água dos mananciais, podendo ocasionar prejuízos na qualidade da água consumida pela população5. Deste modo, a eliminação de dejetos no fundo do quintal é inapropriada, assim como os que são depositados na fossa rudimentar.

Outro problema sanitário que a pesquisa apontou foi o destino do lixo, pois predomina a incineração dos resíduos, coincidindo com outros estudos em comunidades quilombolas2,5,13,15. Embora a comunidade encontre-se próxima ao aterro sanitário do bairro do Aurá, responsável pelo recebimento do lixo produzido na região metropolitana de Belém, não há coleta regular do lixo e a sua incineração resulta em problemas de saúde e danos ao meio ambiente.

Observa-se que apesar do alto índice de pessoas que já utilizaram os serviços de saúde da ESF, o número de pessoas que a procuram quando estão doentes é baixo. Isto pode estar ocorrendo por conta do atendimento médico realizado na ESF ser disponibilizado para a comunidade apenas uma vez por semana, e consequentemente, a procura pelo hospital, farmácia e consumo de remédio caseiro é maior. Também o alto índice de pessoas que nunca receberam visitas de profissionais de saúde em suas residências pode interferir negativamente nessas escolhas.

Não há Agentes Comunitários de Saúde na ESF, situação constatada em pesquisa realizada em comunidades quilombolas de Vitória da Conquista na Bahia, onde 25,8% dos entrevistados nunca recebeu visita domiciliar de ACS13. De acordo com Campos et al16, a visita domiciliar é de fundamental importância para a observação do ambiente em que vive a comunidade e para compreender quais são as necessidades de saúde individuais e da família. Na comunidade Abacatal/Aurá a equipe estava incompleta e o posto de saúde da comunidade não possuía recursos adequados para o funcionamento do mesmo.

A falta de disponibilidade e de oferta de profissionais na atenção primária faz parte da realidade do Brasil. Além disso, as populações das regiões Norte e Nordeste contam com reduzido acesso aos serviços de saúde quando comparadas com as demais regiões do País17.

Quanto à avaliação dos participantes sobre o seu estado de saúde, a pesquisa mostrou que a maioria possui a autopercepção negativa, ou seja, “regular” e “ruim”, da sua saúde, tal como em outros estudos realizados com quilombolas2,9,18. Isto evidencia que os aspectos demográficos, socioeconômicos e a presença de doenças crônicas, são fatores que podem contribuir para a percepção negativa do estado atual de saúde dessa população2.

Em relação às alterações de saúde atuais, constatou-se que mais da metade da comunidade referiu dores articulares, o que pode estar relacionado às atividades de grande esforço que muitos realizam no cotidiano, como a agricultura e a carvoaria. Destaca-se que as ocupações profissionais que exigem mais esforço físico podem estar relacionadas à presença de doenças como a artrite/artrose e dor na coluna2. Além disso, as demais doenças referidas neste estudo foram também evidenciadas em outras pesquisas realizadas com quilombolas, como a Hipertensão Arterial Sistêmica5,10,15,19, Diabetes5,15, Depressão20, e a Epigastralgia19.

O uso de plantas para o tratamento de doenças, que predominou na comunidade, é uma prática comum identificada em estudos com outras comunidades quilombolas15,21-23. Esse alto índice na utilização de ervas e a alta variedade em suas aplicações revela a crença das populações quilombolas nas plantas como recurso para o tratamento de doenças, o que além de um fator cultural pode estar também influenciado pela carência atual na saúde pública21. Salienta-se que o conhecimento por parte da gestão em saúde acerca do que a pessoa procura quando está doente e dos recursos disponíveis para o seu tratamento é fundamental, pelo fato de permitir reconhecer as especificidades e necessidades das populações tradicionais, como é o caso dos quilombolas12.

Apesar da grande variedade de frutos e hortaliças na comunidade, observa-se que o seu consumo pelos moradores é muito baixo, pois os mesmos, muitas vezes vendem o que é produzido, e consequentemente, esses alimentos naturais são substituídos pelos alimentos industrializados. Outras pesquisas realizadas com quilombolas também constataram pouca ingestão de frutas, legumes e verduras6,24. Por outro lado, destaca-se que a maioria dos participantes consomem o açaí, uma fruta regional, quase todos os dias, constituindo-se como uma peculiaridade cultural que, de alguma forma, auxilia para suprir esse baixo consumo de frutos contribuindo com nutrientes nessa alimentação diária.

Identificou-se que há alto índice no consumo doméstico de água proveniente do poço, assim como em outros estudos em comunidades quilombolas5,15. Ressalta-se que o conhecimento desta situação é de suma importância, pois o não tratamento da água consumida pode implicar em condições negativas para a saúde, como é o caso das doenças parasitárias e infecciosas, comuns em populações quilombolas25. Dados atuais evidenciam que 1,4 bilhão de pessoas no mundo não possuem acesso à água potável, e, uma criança morre a cada 8 segundos por enfermidades que estão associadas com a contaminação da água, como é o caso da cólera e da desinteria14.

Constatou-se também elevado número de pessoas que consomem ou já consumiram bebidas alcoólicas, assim como em outras comunidades quilombolas2,19,26. O uso frequente do álcool configura como uma característica presente entre os quilombolas que envolvem gênero e geração26.

Identificou-se elevado percentual de fumantes na comunidade, acarretando riscos à saúde semelhante ao encontrados em outras pesquisas com quilombolas que também apresentaram doenças crônicas, como a Diabetes e a Hipertensão2,10,19. Em estudo realizado por Bezerra et al6, em uma comunidade quilombola na Bahia identificou-se maior prevalência de Hipertensão Arterial para os ex-fumantes e os atuais fumantes ao se comparar com as pessoas que nunca fumaram.

Em relação à prática de atividade física, verificou-se que mais da metade dos participantes informaram não realizar nenhum exercício físico, como em pesquisas em outras comunidades quilombolas2,24,28. Este déficit na prática de atividade física também pôde ser observado em estudo realizado com idosos em Pernambuco, Brasil, que identificou sedentarismo em 62,1% dos participantes29. Destaca-se que a realização regular de atividade física beneficia a saúde e o sedentarismo acarreta consequências negativas, uma vez que as pessoas possuem maior chance de desenvolver doenças crônicas não transmissíveis6.

O curto período de tempo para a coleta de dados mostrou-se um fator de limitação para a pesquisa posto que, em decorrência das ocupações domésticas e profissionais dos moradores, muitos, considerados elegíveis, não foram encontrados em seus domicílios para conceder a entrevista, no entanto, o número amostral final foi significativo, atendendo dessa forma, aos objetivos do estudo.

CONCLUSÕES

Com a realização desta pesquisa foi possível caracterizar a comunidade quilombola Abacatal/Aurá quanto à condição sociodemográfica e epidemiológica, identificando os aspectos socioeconômicos que repercutem na sua condição de saúde, como a baixa escolaridade, a baixa renda familiar e as péssimas condições sanitárias.

A análise também possibilitou identificar que o baixo consumo de alimentos ricos em nutrientes, a inatividade física, o fumo e a bebida alcoólica são considerados fatores de risco para o adoecimento dessa população, enquanto que os hábitos culturais, como a utilização de ervas para tratamento de doenças, estão fortemente presentes na comunidade e que influenciam no processo saúde doença dos mesmos.

Salienta-se que os problemas sociodemográficos e epidemiológicos identificados na comunidade, podem contribuir para que as ações de saúde possam ser planejadas e efetivadas conforme a realidade apresentada, levando-se em conta o contexto social, político e ambiental da comunidade valorizando seus saberes e práticas tradicionais.

Entende-se que pesquisas direcionadas para as condições de saúde das populações quilombolas são fundamentais, posto que permitem instrumentalizar a população e os profissionais de saúde que estão responsáveis pela atenção à saúde dessa população, permitindo não só buscar alternativas para práticas de educação em saúde melhor direcionadas aos problemas identificados e prevenção de agravos, como subsidiar reivindicações junto ao poder público no intuito de melhorar as condições socioeconômicas e de saúde nessas comunidades além de melhores condições de trabalhos para as equipes da ESF.

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Financiamento: Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas do Estado do Pará, Brasil. Edital 007/2016.

Recebido: 21 de Fevereiro de 2018; Aceito: 18 de Abril de 2018

Conflito de interesse: Os autores declaram que não houve conflitos de interesse.

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